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08/04/2018 Arte gótica – Wikipédia, a enciclopédia livre

Arte gótica
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Nota: Se procura o estilo de moda, ver moda gótica.

A arte gótica designa uma fase da história da


arteocidental, identificável por características muito
próprias de contexto social, político e religioso em
conjugação com valores estéticos e filosóficos e que surge
como resposta à austeridade do estilo românico.

Este movimento cultural e artístico desenvolve-se durante


a Idade Média, no contexto do Renascimento do Século
XII e prolonga-se até ao advento do Renascimento italiano,
quando a inspiração clássica quebra a linguagem artística
até então difundida. Os primeiros passos são dados a
meados do século XII em França no campo
da arquitetura (mais especificamente na construção
de catedrais) e, acabando por abranger outras disciplinas
estéticas, estende-se pela Europa até ao início do século
XVI, já não apresentando então uma uniformidade. A
arquitetura, em comunhão com a religião, vai formar o eixo
de maior relevo deste movimento e vai influenciar
profundamente todo o desenvolvimento estético do
período.

Na arquitetura o Gótico vai possibilitar uma ampliação na


altura das construções através de uma série de inovações
Fachada da Catedral de Tours, grande
técnicas, em particular o uso sistemático do arco representante da arquitetura gótica.
quebrado (ogival), do contraforte e do arcobotante, que
aliviaram o peso das paredes e coberturas e permitiram ao mesmo tempo ampliar as aberturas e dar maior
leveza visual aos interiores. Nas artes visuais, por influência clássica, a maior conquista se dá no progressivo
abrandamento do rigor geometrizante e da estilização da representação do corpo típicos do estilo românico,
buscando-se sempre um maior naturalismo, graça e elegância, e aprimorando-se a representação do espaço
para criar uma ilusão de tridimensionalidade. É o período em que se popularizam a pintura a óleo e a técnica
do vitral, e se retoma a tradição da pintura de paisagem, praticamente abandonada desde a Antiguidade
Clássica.

Índice [esconder]
1 O termo
2 Contexto e as origens arquitetônicas do estilo
3 Expansão
4 Outras expressões
4.1 Escultura
4.2 Pintura
4.2.1 Iluminura
4.2.2 Vitral
5 Artes aplicadas

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6 Neogótico
7 Ver também
8 Referências

O termo [ editar | editar código-fonte ]

A expressão "estilo gótico" não existia em


seu tempo. Quando a nova estética se
expande além das fronteiras francesas, a História da arte
sua origem vai ser a base para a sua Por período
designação, art français (arte Pré-história [Expandir]

francesa), francigenum opus (trabalho Antiguidade [Expandir]

francês) ou opus modernum (trabalho Idade Média [Expandir]

moderno). Mas vai ser só quando o Idade Moderna [Expandir]

Renascimento toma o lugar da linguagem Arte moderna [Expandir]


anterior que os novos valores vão entrar Arte contemporânea [Expandir]
em conflito com os ideais góticos e o
Por expressão artística.
termo actual nasce. Na Itália do século ArquiteturaPinturaEscultura - DesignLiteratura - MúsicaTeatroCinema
XVI, e sob a fascinação pela glória e v•e
cânones da antiguidade clássica, o
termo gótico vai ser referido pela primeira vez por Giorgio Vasari, considerado o fundador da história da arte.
Aos olhos deste autor e dos seus contemporâneos, a arte da Idade Média, especialmente no campo da
arquitetura, é o oposto da perfeição, é o obscuro e o negativo, relacionando-a neste ponto com os godos, povo
germânico que semeou a destruição na Roma Antiga em 410. Vasari cria assim o termo gótico com fortes
conotações pejorativas, designando um estilo somente digno de bárbaros e vândalos, mas que nada tem a ver
com os antigos povos germânicos.[1][2]

Contexto e as origens arquitetônicas do estilo [ editar | editar código-fonte ]

Ver artigo principal: Arquitectura gótica

Os séculos XI e XII são séculos de mudanças sociais, políticas e econômicas que em muito vão fazer despoletar
as necessidades de uma expressão artística mais adequada às novas premissas sociais. O comércio está em
expansão e Flandres, como centro das grandes transações comerciais, leva ao desenvolvimento das
comunicações e rotas entre os diversos povos e reduz as distâncias entre si, facilitando não só o comércio de
bens físicos, como também a troca de ideais estéticos entre os países. A economia prospera e nasce um novo
mundo cosmopolita que se alimenta do turbilhão das cidades em crescimento e participa de um movimento
intelectual em ascensão. Paralelamente assiste-se ao crescimento do poder político representado
pelo monarca e à solidificação do Estado unificado, poderosa entidade que vai aspirar a algo que lhe devolva a
dignidade e a glória de outros tempos e que ajude a nação a apoiar a imagem do soberano. A Igreja Católica,
por seu lado, vai compreender que os fiéis se concentram nas cidades e vai deixar de estar tão ligada às
comunidades monásticas rurais, virando-se agora para o projeto do que será o local por excelência do culto
religioso, a catedral, que se tornaria também o primeiro campo de ensaios do novo estilo. O período de
surgimento do Gótico coincide com a extinção final do paganismo na Europa e o domínio do cristianismo como o
único poder espiritual, supremo e inquestionável. Tem sido dito que enquanto o estilo Românico, com suas
catedrais semelhantes a castelos e fortificações, representa a Igreja Militante, o Gótico vai representar a Igreja
Triunfante.[3][4][5] Nas palavras de Hugo Lopes,

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"A ordem divina é assim transportada, através das catedrais, para as cidades em expansão, coroando-as
com o poder unitário de Deus que determinou a aventura civilizacional da Idade Média; conferindo
orientação à expansão das cidades pela exportação dos eixos que informam a implantação do edifício
sagrado; ou seja, as catedrais contribuem para definir a estrutura das emergentes cidades, implicando o
universo de saber submetido à ordem divina que determina a sua concepção no desenho do território
urbano; revelando nas cidades as relações cósmicas divinas que construíram os edifícios medievais de
Deus.

"A reconstrução das cidades dos últimos séculos da Idade Média evidencia todo o percurso que o
homem medieval soube encetar; uma 'aventura' total, nos mais diferenciados âmbitos, que assegurou a
constituição de uma civilização e o retomar dessas formas paradigmáticas da civilização humana — as
cidades. A necessidade de superar as tão imensas carências dos territórios da Europa Ocidental desde a
queda do Império Romano do Ocidente até aos alvores do ano 1000, implicou a recuperação e
adaptação das heranças do conhecimento humano para construir um edifício de saber organizador da
sua unidade enquanto civilização; uma estrutura de conhecimento que pudesse informar todas as ações
humanas e estabelecer um caminho, uma orientação, para o difícil percurso destes homens para superar
o caos que os rodeava e conquistarem a ordem que souberam definir como fundamento teórico inscrito
na sua cultura como objectivo prático da sua ação. Foi na estrutura deste contexto que o homem
medieval desenhou a sua evolução, definiu os seus pensares, induziu as suas práticas, induziu a sua
prosperidade; foi com Deus e por Deus que a Idade Média informou todo o seu percurso de evolução
continuada, foi com Ele e por Ele que construiu um saber e com esse saber os edifícios com que
conquistaram o território e estabeleceram as regras da sua apropriação; foi este desenvolvimento do
saber e do pensar que permitiu o desenvolvimento técnico, a prática que definiu o âmbito do atuar e
possibilitou a recuperação das cidades como lugares de estabelecimento e de encontro do cada vez
maior número de pessoas que habitavam a Europa Ocidental naqueles tempos".[3]

Outro aspecto a destacar é que o florescimento do Gótico deve-se também a


um longo período de relativa prosperidade no norte da Europa, iniciando em
torno de 1050, sustentado pelo incremento da agricultura, das manufaturas
(principalmente têxteis) e do comércio. As classes superiores puderam gastar
mais em mecenato, financiando obras da envergadura das catedrais, cujo
custo era imenso, e que muitas vezes levaram séculos para serem concluídas
e decoradas, quando puderam chegar ao término — muitas só encerraram
seus trabalhos na Idade Moderna ou Contemporânea, como foi o caso das
celebradas catedrais de Colônia e de Florença, finalizadas somente no século
XIX.[6]

O estilo Gótico é afirmação de uma nova filosofia. A estrutura apresenta algo


O colorido e a exaltação da novo, uma harmonia e proporção inovadoras resultado de
luz nos vitrais da Basílica de relações matemáticas, de ordens claras impregnadas de simbolismo. O
Saint-Denis, Paris.
abade Suger, em Paris, fortemente influenciado pela teologia de Pseudo-
Dionísio, o Areopagita, aspira uma representação material da Jerusalém
Celeste. Para ele, a luz é a comunicação do divino, do sobrenatural, é o veículo para a comunhão com o
sagrado, através dela o homem comum pode admirar a glória de Deus e melhor aperceber-se da sua
mortalidade e inferioridade. Fisicamente a luz vai ter um papel de importância crucial no interior da catedral
gótica, vai-se difundir através dos grandes vitrais numa aura de misticismo, e a sua carga simbólica de busca
pelas alturas espirituais vai ser reforçada pela acentuação do verticalismo dos edifícios.[7][8]

No entanto, muitos ensaios anteriores vinham sendo feitos para possibilitar a maior verticalização das
estruturas. A catedral do período Românico, que precedeu o Gótico, era maciça, pesada, muitas vezes
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semelhante a uma fortaleza. Os românicos solucionavam o problema da altura


e da cobertura das naves construindo pilares e paredes cuja estabilidade era
produzida pela sua grande espessura, mas isso se fazia em detrimento das
aberturas, que eram pequenas e permitiam apenas uma fraca iluminação
interna.[1][8]

A arquitetura gótica não é um momento de ruptura drástica com os ideais


anteriores, mas antes uma assimilação de alguns elementos independentes de
diferentes fontes, metamorfoseada com o novo conceito de interpretação da
arte religiosa. Os primeiros indícios surgem na Normandia do século XI com a
era de construção monástica incentivada pela Ordem de Cluny. Mas já neste
momento se aglomeram diversas influências que vão ser cruciais à tipologia
Vista externa da abside da catedral gótica: o arco quebrado de influência normanda, que suportava
da Catedral de Notre-Dame de pesos maiores do que os arcos redondos românicos;
Paris, onde são visíveis os
a plantabasilical modificada, composta por três naves, transepto e
arcos quebrados, os
contrafortes e arcobotantes três ábsides de influência carolíngia, juntamente com o deambulatório e
típicos da arquitetura gótica. as capelas radiantes já existentes em igrejas de peregrinação, e a abóbada de
arestas de origem lombarda e franca, que se desenvolveria como a abóbada
em cruzaria tipicamente gótica. O peso destas abóbadas vai ser recebido por um cinturão de colunas internas,
mas sobretudo por uma série de arcobotantes e contrafortes no exterior do edifício. Este sistema foi tão eficaz
que permitiu uma notável redução na espessura das paredes e colunas, uma grande ampliação das janelas e
um aumento na altura, dotando o espaço interior de grande leveza visual.[1][4][5]

Vários componentes adicionais, como as duas torresocidentais, o


sistema interior de divisão vertical em três áreas
(arcada, trifório e clerestório — zona dos grandes vitrais) —, a profusão
de pináculos e diversos elementos decorativos, vão formar uma
tipologia maleável de grandes dimensões, que não obedece a um
padrão pré-definido de número de partes e que varia de caso a caso.[4]

A primeira formulação reconhecível do estilo está presente na


reconstrução da Basílica de Saint-Denis, sob orientação do abade
Suger, que ocorreu entre 1137 e 1144.[1] Sua fachada ainda trai a
herança românica, mas sua abside e coro, as partes mais progressistas,
já mostram o Gótico nitidamente estabelecido.[8] Esta abadia beneditina,
situada nas proximidades de Paris, tradicional mausoléu dos reis
franceses, vai ser o veículo utilizado para a comunicação dos novos
valores simbólicos: por um lado a dignificação da monarquia, por outro a
glorificação da religião. Este empreendimento teve por objetivo
apresentar o maior centro patriótico e espiritual de toda a França,
ofuscando todas as outras igrejas de peregrinação, trazendo para si
mais crentes e restabelecendo a confiança entre a igreja e o seu
rebanho.[8][9]
O interior do coro da Catedral de
Comprovada a viabilidade das inovações estruturais, a partir de então Beauvais. Note-se a característica
os arquitetos franceses competiriam para criar edifícios cada vez mais verticalidade da construção gótica.

altos, cada qual tentando superar a conquista anterior. O limite foi


estabelecido pelo colapso do transepto e do coro da Catedral de Beauvais em 1248, que foi reconstruído mais
tarde com uma altura de 48 metros.[1]

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Expansão [ editar | editar código-fonte ]

O núcleo central do estilo resume-se inicialmente à zona da Île-de-France, que abarca a zona de Paris e
arredores, mas estende-se eventualmente a todo o território francês e transborda mesmo para lá das fronteiras
ramificando-se pela Europa Ocidental, principalmente a norte dos Alpes. A expansão do movimento alastra com
o tempo para Inglaterra, Alemanha, Itália, Polónia e até à Península Ibérica, embora aqui com menos impacto.[4]

Seguindo as rotas comerciais o estilo é exportado e vai permanecer por algum tempo como uma estética de
carácter estrangeiro e adaptado. Já no decorrer do século XIII impõem-se as influências regionais e o estilo
assume, dentro de um mesmo eixo condutor, diversas facetas demarcadas pelas diferentes culturas e tradições
europeias. Mas a corrente artística não vai permanecer imutável e, do mesmo modo que se ramificam, as
diferentes vertentes vão acabar por se influenciar mutuamente.[4]

Em geral verifica-se que, em termos de permanência temporal, o


movimento artístico difere profundamente de local para local, podendo-
se, no entanto, definir aproximadamente as diferentes fases que o
compõem.

Gótico primitivo ou Proto-Gótico: a partir de c. 1130. Assumem-se as


ideias base e dão-se os primeiros passos com a reconstrução da
Abadia de Saint-Denis. Aperfeiçoam-se as inovadoras técnicas de
construção e entra-se na época das grandes catedrais, que
perdurará até a fase seguinte. A expressão nas artes visuais ainda é
austera, rígida e estilizada e muito dependente da herança
românica.[4]
Alto Gótico: a partir de c. 1200. Liberta-se da influência românica
anterior e adquire uma identidade própria. Iniciam-se as pesquisas
no naturalismo, sob influência do humanismoclássico, da laicização
da sociedade e da flexibilização dos dogmas religiosos.[10][11]
Gótico Pleno ou Gótico Internacional: a partir de c. 1350. O estilo se
espalha por quase toda a Europa, e embora se torne a linguagem
corrente, a diversidade de interpretações é grande. O naturalismo na
representação do corpo e da natureza está avançado e emerge um Catedral de Colónia, Alemanha.
senso de decorativismo e elegância influenciado pela cultura
cortesã, ao mesmo tempo em que na representação humana se explora um espectro emocional mais
amplo.[12]
Gótico Tardio ou Baixo Gótico: a partir de c. 1450 até c. 1550. A influência da religião começa a declinar,
expressão artística torna-se mais mundana e mais complexa, com acentuado gosto pelo decorativo e pelo
detalhe preciosista. Surgem diversas escolas regionais influenciadas pelo Renascimento italiano, articulando
uma linguagem híbrida que se chamou maneirista.[13][14]

Variantes decorativas:

Gótico lanceolado, de 1200 a 1300.


Gótico radiante, irradiante ou rayonnant (século XIV de 1300 a 1400, uso de linhas radiais na traceria).
Gótico perpendicular (Inglaterra, século XIV, uso de linhas perpendiculares).
Gótico flamejante ou flamboyant (França, de 1400 a 1500). Momento definido pela exuberância da
decoração escultórica nos edifícios arquitectónicos. A própria designação do momento (flamejante, por suas
decorações se assemelharam às labaredas de fogo) traduz a essência do novo gosto por uma

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ornamentação fluída e ondulante que cobre toda a superfície arquitectónica como uma teia. Neste momento
não existem, no entanto, evoluções estruturais.
Gótico manuelino, variante cultivada em Portugal no período do Gótico Tardio, com influências mouriscas e
renascentistas e elementos decorativos alusivos às navegações e ao mar, como cordas, redes, conchas e
correntes, bem como a tradições locais

A decoração interna e externa dos edifícios é bastante complexa e também um dos factores mais importantes. A
geometrização vai dominar e consequentemente encontra-se uma multiplicidade de elementos compostos por
círculos e arcos nos lavores de pedra (traceria) em remates de vitrais, arcos e gabletes. Estes ornamentos estão
principalmente ligados à estilização da flora, identificando-se também referências ao universo humano e
animal.[4]

O estilo Gótico é, para a sociedade da época, extremamente contagiante e persuasivo, ultrapassando por isso
as barreiras da arquitectura religiosa e transpondo-se para outras tipologias, como os palácios, moradias da
burguesia, câmaras municipais, hospitais e outras construções citadinas.[15] Ao mesmo tempo, elementos
característicos do estilo vão impregnar todas as artes visuais da época, incluindo o trabalho em metal, a pintura,
a escultura, o vestuário, a mobília e objetos utilitários decorados.[1]

A meados do século XV, quando o Renascimentoitaliano, de inspiração clássica, se difunde pela Europa, a área
de domínio gótica começa a reduzir, e está praticamente extinta um século depois. Em contato com tradições
góticas mais arraigadas em certas regiões, o classicismo em expansão criaria uma série de variantes regionais
híbridas, que tipificam o Maneirismo internacional. Contudo, em algumas áreas mais isoladas da Inglaterra,
Polònia, Alemanha e outros países, o Gótico nunca desaparecerá completamente, e tomará novo impulso no fim
do século XVIII quando começa o florescimento da escola neogótica, que no século XIX ganha enorme
aceitação internacional.[16][17]

Catedral de Bruxelas, Catedral de Burgos, Catedral de Milão, Itália. Catedral de Salisbury,


Bélgica. Espanha. Inglaterra.

Palácio dos Papas de Ca' d'Oro, Veneza, Itália Palazzo dei Priori, Casa de Perkūnas,
Avinhão, França. Perúgia, Itália. Kaunas, Lituânia.

Outras expressões [ editar | editar código-fonte ]

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Escultura [ editar | editar código-fonte ]


Ver artigo principal: Escultura gótica

Já na Abadia de Saint-Denis se observa uma maior importância dada


à esculturaque no românico, afirmando-se pela primeira vez como elemento
independente da arquitetura e com objetivos próprios na Catedral de Chartres.
De qualquer modo a escultura estará ainda intimamente ligada à catedral,
favorecida pela criação de grandes portais, fachadas e altares decorados,
mas, em oposição ao aspecto austero e dependente da arquitetura do
românico, desenvolve-se com maior riqueza, demonstra agora consciência do
seu próprio espaço e ocupa-o de modo mais ordenado e claro.[6]

Essas novidades se deviam a uma busca por uma representação artística


mais naturalista, influenciada pelo crescente interesse pelo legado
da Antiguidade Clássica. A catedral românica, especialmente no final do
Estátuas colunares do portal período, já havia desenvolvido uma tradição de decoração expressiva,
oeste da Catedral de Chartres, reunindo os elementos essenciais de um programa didático para os
c. 1145-1155, Alto Gótico.
analfabetos, tornando o templo a "Bíblia dos pobres", povoando sua estrutura
de imagens simbólicas ou narrativas que transmitiam os elementos da fé e
doutrinavam o devoto. Os principais grupos temáticos apareciam nos portaisromânicos, consistindo em geral de
cenas sobre o Juízo Final, o Cristo em Majestade ou a Crucificação, rodeadas de figuras acessórias como
profetas, anjos e santos.[1][18][19]

O Gótico virá a expandir este repertório e multiplicar os locais de


instalação de esculturas, que povoam as ombreiras
(jambas), arquivoltas, tímpanos, nichos, pináculos, capitéis e colunas.
As estátuasnas ombreiras libertam-se progressivamente das colunas e
da sua forma irreal e alongada ganhando volume e vida. Partindo do
estático e estilizado modelo românico da representação do corpo, a
humanização e naturalização das posturas e gestos vai ser reforçada
pela utilização de um eixo próprio para a figura, eixo que com o tempo
vai se flexibilizando e emprestando à figura uma forma de acentuada
sinuosidade. Toda uma nova naturalidade vai determinar a composição
e envolvência física: os pés passam a estar numa
plataforma horizontal e não mais num plano inclinado; as roupagens e
todo o volume corporal cedem à gravidade; aumenta a atenção ao
pormenor transportado do quotidiano, e acima de tudo domina uma
atitude elegante e uma expressão realista, que estabelece comunicação
pelo olhar, pelo sorriso e pelo gesto, com alguns momentos de grande
Anônimo: Madonna de Krużlowej,
serenidade e ternura.[9][20] Cracóvia, Polônia. Exemplo
Com o passar do tempo, a temática intimidante dos portais românicos, da Madonna Graciosa, típica do Gótico
Internacional. Madeira policroma, c.
destinada a inspirar o temor da condenação eterna e fazer o pecador 1400.
fugir de um mundo vil, passam a dar lugar a visões mais positivas,
ilustrando a transformação do dogma: Deus se aproxima da
humanidade e mostra mais compaixão por suas falhas, o homem passa a ser mais dignificado como uma
imagem da divindade, e o mundo é novamente encarado como a "obra perfeita" de Deus, um lugar onde a
alegria de viver se tornava outra vez permissível e desejável.[21][22][23] Surgem então muitas cenas da Virgem
Maria, a advogada por excelência da humanidade junto à Justiça Divina, acompanhando a explosão do culto

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mariano que ocorre no período Gótico. Cenas do Juízo ainda são


comuns, mas são concebidas de modo a enfatizar a ordem, a
esperança e a justiça, mostrando os caminhos da salvação através do
arrependimento e da ajuda compassiva dos santos.[24][25]

Enquanto a imaginária se torna abundante no templo, ela se populariza


também no âmbito privado, sendo um período de grande proliferação de
estatuária devocional de pequenas dimensões e caráter portátil. A
evolução da temática é similar à da escultura arquitetural, mas diferindo
desta, que tem seu auge até cerca de 1250, entrando depois em relativo
declínio, a estatuária portátil continua em ascensão até o fim do Gótico.
Tornam-se especialmente apreciadas as tipologias da Pietà e
da Madonna Graciosa, a primeira por influência de correntes de Gil de Siloé: retábulo da Cartuxa de
Miraflores, Burgos. Madeira policroma,
revivescência mística e penitencial, e a segunda por um cultivo dos
1496-1499, Gótico Tardio.
aspectos jubilosos da fé, onde a doce maternidade de Maria se tornava
um tema predileto, e também pela influência da cultura cortesã de
elegância, sofisticação e moderação na expressão emocional, uma interpretação da temática do amor
cortêstransportada para o universo religioso. A exploração de aspectos psicológicos sutis dos personagens é
favorecida pelo maior naturalismo.[26][27]

No final do período, o chamado Gótico Tardio, o naturalismo da representação está bastante avançado,
prenunciando o Renascimento, e incorpora-se uma multiplicidade de influências de tradições regionais,
formando-se sínteses ecléticas. Nesta fase também se tornam populares os grandes retábulos narrativos,
compostos de várias cenas didáticas emoldurados por intrincado trabalho de talha, que adquirem um
refinamento técnico e uma riqueza decorativa inéditos.[28]

Nas não somente à representação do ser humano dedicou-se a escultura. Nas igrejas e outros edifícios a
decoração podia incluir uma série de elementos da natureza, com motivos vegetais e animais, incluindo animais
fantásticos como os grifos, basiliscos e gárgulas, além de padrões geométricos abstratos.[29][30]

A Árvore de Jessé na Portal do Juízo Final na Detalhe dos retratos de Gárgulas na Catedral de
Catedral de Beauvais Catedral de Notre-Dame Ekkehard II e Uta von Colônia
de Paris Meissen na Catedral de
Naumburg, c. 1240-1260

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Adão, atribuído a Pierre Tumba de Inês de Oratório portátil, França. Detalhe do portal
de Montreuil, Castro, Portugal. Marfim, fim do século esculpido do Mosteiro
originalmente na Mármore, c. 1358-1367 XIV dos Jerónimos, século
fachada da Catedral de XV, Portugal
Notre-Dame de Paris.
Mármore, c. 1260

Pintura [ editar | editar código-fonte ]


Ver artigo principal: Pintura gótica

A pinturaacompanhou em linhas gerais o desenvolvimento estético da


escultura. No final do Românico já estavam lançados alguns dos
principais núcleos temáticos que a nova escola transformaria e
ampliaria. A tendência de buscar uma naturalização das formas também
se verifica neste campo, com uma contribuição principal dos mestres
italianos, cuja tradição preservara muitos princípios da pintura bizantina,
a qual por sua vez era uma herdeira direta da pintura da Antiguidade
Clássica.[31][32]

A temática mariana também foi favorecida, influenciada pela tradição


das Madonnas ítalo-bizantinas, com predomínio das tipologias da Pietà,
da Madonna Graciosa e da Madonna em Majestade. Berlinghiero
Berlinghieri, Duccio e Simone Martiniforam grandes referências no
Gótico Internacional, e Giotto introduziu um novo senso de naturalismo
e dramatismo na figura humana e no movimento dos grupos, colocados
em cenários simples e eficientes, gerando grande escola. Muitos A Madonna Rucellai, 1285,
pintores importantes seriam ativos neste período, como Stefan de Duccio, Itália. É clara a influência
bizantina.
Lochner, Nicolas Froment, Nuno Gonçalves e uma legião de
outros.[31][32]

Outra tradição ítalo-bizantina que se irradiou pelo norte da Europa no


Gótico foi a do ícone, popular por ser portátil e por desenvolver um estilo
narrativo facilmente compreensível à população inculta. Sua temática
era variada, incluindo imagens de santos, mártires, anjos e personagens
bíblicos. Era muito apreciado o tipo chamado vita, um ícone em que um
personagem central destacado é rodeado por várias pequenas cenas de
sua vida. A popularização dos ícones exerceria grande impacto sobre a
produção gótica de retábulos, iluminuras e murais.[33][34]

A pintura no Gótico continua amplamente voltada para a religião, e


Fresco de Giotto, A Lamentação, c.
variados ciclos narrativos sobre a vida de Jesus, Maria e dos santos,
1305, Cappella degli
com cenas simples de cotidiano e momentos grandiosos e Scrovegni, Pádua.

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transcendentes, permitem a exploração de uma grande gama de


situações e emoções, de elementos da natureza, de maneiras de representar o corpo, mas o mundo profano
ganha mais espaço, diversificando bastante o repertório. Temas populares eram a representação de eventos
históricos, civis e militares, cenas inspiradas na poesia trovadoresca, nos romances de cavalaria, na tradição do
amor cortês. Também se encontram imagens simbólicas do "jardim interior", do labirinto, da Dança da Morte,
alegorias das Virtudes e das Artes Liberais.[31][32][35]

A grande novidade introduzida pelo Gótico foi a pintura a óleo, conhecida desde a Antiguidade mas
popularizada somente neste período, quando sua técnica se refina imensamente, permitindo a representação da
natureza, do corpo e do espaço com elevado grau de detalhamento e verossimilhança, além de possibilitar sutis
gradações de tonalidades. A retratística foi muito favorecida por esta evolução técnica. A escola flamenga, com
representantes da qualidade de Jan van Eyck, Petrus Christus, Robert Campin e Rogier van der Weyden, entre
outros, foi o principal foco de irradiação da pintura a óleo, que teve rápida e ampla aceitação internacional.[36][37]

Pietro Cavallini: Detalhe Mestre de São Simone Giovanni del


do Juízo Final, afresco, Francisco: Crucifixo Martini: Anunciação, Biondo: Vida de São
c. 1290 pintado, têmpera, c. têmpera, c. 1333 João, ícone no
1262-1270 estilo vita, têmpera, c.
1360

Fra Jan van Eyck: Homem Rogier van der Petrus


Angélico: Anunciação, de turbante vermelho, Weyden: Descida da Christus: Natividade,
afresco, 1442-1443 óleo, 1433 cruz, óleo, c. 1435 óleo, c. 1445-1450

Iluminura [ editar | editar código-fonte ]

A iluminurade manuscritos continua a assumir um papel destacado na


representação pictórica que vinha já desde o românico. O florescimento
se deve a uma classe burguesa enriquecida e ao patronato de nobres
poderosos, para quem a posse de livros iluminados, artigos sempre
caríssimos, eram um luxo e um sinal de distinção. Muitas vezes eram
oferecidos como presentes diplomáticos ou dotes de casamentos
dinásticos. O ensino nas primeiras universidades também criou uma
nova demanda por manuscritos de qualidade.[38][39]

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No seu repertório formal passam-se a encontrar referências à Iluminura da Bíblia Morgan, c.


arquitectura que até aqui eram muito limitadas. Por um lado as figuras 1240, Expulsão dos Israelitas de Ai.

estão integradas num ambiente arquitectónico de fundo onde são


evidentes os traços do gótico, por outro lado as figuras exibem um
tratamento volumétrico com as mesmas expressões graciosas e
posições sinuosas da decoração escultórica da catedral. Mas mesmo
neste enquadramento arquitectónico a profundidade e a perspectiva são
ainda muito básicos, em grande parte pela contribuição dos contornos a
negro das figuras que fazem lembrar as uniões num vitral e que as
remetem para um plano bidimensional.[40]
Páginas das Horas de Jeanne
Esta adopção dos elementos do Gótico dever-se-á em grande parte à d'Evreux, iluminadas por Jean Pucelle,
1325-1328. A página esquerda está na
transposição da produção da iluminura dos mosteiros para as oficinas
técnica de grisaille.
dos centros urbanos onde o Gótico habita. Na última metade do século
XIV a influência dos mestres italianos no norte europeu é forte e a
iluminura ganha um tratamento mais pronunciado dos volumes, aumentando a ilusão de profundidade do
espaço. Ao mesmo tempo, a iluminura foi o campo onde primeiro se desenvolveu a pintura de paisagem.[40]

As drôleries designam um tipo próprio de manuscritoilustrado típico do Gótico setentrional e que acaba por se
alastrar a outras regiões. Nesta tipologia as composições adquirem uma liberdade quase ilimitada reunindo o
humor grotesco com o fantástico e cenas do quotidiano descritas ao mais ínfimo detalhe, sendo um campo
preferencial para o exercício da fantasia gótica. Outro tipo comum é o grisaille, onde a cor está ausente. Livros
de horas, saltérios, bíblias, missais, antifonários e breviáriossão os veículos mais comuns das iluminuras, mas
também aparecem em tratados de história, música, direito e ciências, nas biografias, bestiários e crônicas.
Exemplares luxuosos para as grandes cortes e igrejas importantes podiam conter iluminuras de página inteira
com fundos e detalhes dourados e ser encadernados com capas cravejadas placas de metais preciosos ou
marfim e joias. Os principais centros de produção foram Paris, a corte da Borgonha, Inglaterra e Itália. Entre os
mestres iluminadores mais famosos pode-se destacar Jacquemart de Hesdin, os irmãos Limbourg, Jean
Pucelle, Jean Tavernier, Jean Fouquet, John Sifer, Herman Scherre, Giovannino dei Grassi e Lorenzo Monaco,
mas a maior parte da produção se deve a autores anônimos.[38][39][40][41]

Página das Cantigas de Inicial C decorada no Página de La Fleur des Fevereiro, página de Les
Alfonso el Sabio, c. Antifonário Cod. Cor. 7, Histoires, de Jean Très Riches Heures du
1250-1300 iluminado por Lorenzo Mansel, iluminada duc de Berry, ciclo dos
Monaco, 1406 por Philippe le Bon, c. Trabalhos e dos Dias,
1450-1458 iluminadas pelos irmãos
Limbourg, 1412-1416

Vitral [ editar | editar código-fonte ]

Conhecido deste a Antiguidade, o vitral chegou ao seu apogeu durante o Gótico.[42] Este método, de unir
pedaços de vidro colorido através de chumbo, foi o que melhor se adaptou à necessidade narrativa do interior

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da catedral gótica, alinhando-se também perfeitamente à "teologia da luz" proposta pelo abade Suger.
Desenvolvendo-se com as inovações técnicas de distribuição de peso das abóbadas, que permitiam a criação
de grandes janelas para entrada de luz, esta evolução desafia os mestres-vidreiros obrigando-os a um projecto
metodicamente planeado, distanciando-se progressivamente da influência românica e assumindo um estilo
pictórico próprio a partir de 1150 e com apogeu até 1500. Tornou-se nesta época uma das formas mais
disseminadas de pintura.[43][44][45]

A técnica empregada para sua confecção é, no entanto, muito diferente


de outras formas de pintura. Os próprios pigmentos são produzidos com
vidro colorido com óxidos e finamente moído, misturado a um meio
líquido. Com esta "tinta" os artífices pintavam suas cenas e imagens na
face do vidro que deveria permanecer voltada para o interior do edifício.
Detalhes sutis eram obtidos com a abrasão de certas áreas com
escovas ou com ponteadores, que permitiam criar áreas mais ou menos
Vitrais da Sainte-Chapelle de Paris. claras e efeitos de linha. Então a placa vítrea era submetida a calor
intenso, que fundia o pigmento com a superfície de suporte. Muitas
vezes no outro lado da placa de vidro era aplicada uma camada de
emulsão de prata para criar cores de fundo. Também podiam ser
aplicados detalhes em tintas convencionais depois da queima da placa,
e não eram raros vitrais na técnica do grisaille, com poucas ou nenhuma
cor, preferida pela Ordem de Cister e também popular na
Inglaterra.[43] Podiam ser ainda criados vitrais inteiramente com placas
de cor uniforme, mais usadas para decorações não-figurativas.[45]

Naquela época não era possível produzir placas de vidro muito grandes,
de maneira que os vitrais são elaborados a partir de uma série de
pequenas placas unidas entre si por uma grade de metal apoiada na
moldura de pedra das aberturas. Procurava-se que as linhas da grade
Detalhe de uma cena da vida de
evitassem cruzar áreas especialmente importantes da pintura, como as
São Tiago Maior na Catedral de
Chartres. faces e mãos, a fim de não prejudicar sua inteligibilidade e melhorar o
efeito estético, de modo que o desenho da grade acompanhava o perfil
exterior das figuras.[42][43][45]

Uma vez que o vitral conheceu seu apogeu nas igrejas, a temática mais comum é naturalmente sacra. São
populares as cenas da vida de Jesus, Maria e dos santos e passagens da Bíblia, mas também podiam aparecer
brasões, símbolos, alegorias, representações do Zodíaco e decorações com motivos vegetais e animais. Entre
os conjuntos de vitrais góticos mais importantes está o da Catedral de Chartres, frequentemente considerada a
obra-prima do período, mas se destacam também, por exemplo, os das catedrais
de Bourges, Auxerre, Sens, Soissons, Laon, Troyes, Reims, Notre-Dame de Paris, Lincoln e Salisbury, e o
da Sainte-Chapelle. Castelos e mansões da burguesia rica também podiam contar com algumas aberturas
decoradas com vitrais.[45][46][47] No que diz respeito ao estilo da representação, a evolução da estilização para o
naturalismo verificou-se também neste campo.[45]

A técnica tradicional de uso de pequenas placas de vidro começou a declinar no século XV com os avanços na
produção do vidro, permitindo a elaboração de grandes placas pintadas com uma variação da técnica do
esmalte. No século XVI, após a Reforma, a representação dos santos foi praticamente abolida nas igrejas
protestantes, e com a preferência da pintura do vidro em imitação da técnica do afresco entre os católicos, a
tradição gótica do vitral encerrou-se, revivendo, contudo, com o Neogótico.[46][47]

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Madonna e o Menino, Rosácea da Catedral de Janela leste da Catedral A ressurreição dos


Catedral de Troyes. Notre-Dame de Paris. de Lincoln. mortos, Sainte-Chapelle.

Artes aplicadas [ editar | editar código-fonte ]

A intensa religiosidade do período refletiu-se também na ornamentação dos objetos utilitários relacionados ao
culto: cálices de consagração, relicários, tocheiros, ostensórios, cruzes, tabernáculos, capas de missais e outros
objetos, especialmente os pertencentes a igrejas ricas, eram confeccionados em metais preciosos e cravejados
de joias, com uma elevadíssima qualidade artesanal e grande finura de detalhes, mas para determinados
objetos materiais como o marfim e a madeira também eram muito usados. Combinavam-se nesses objetos
características de vários domínios artísticos, como a ourivesaria, a pintura, a escultura e mesmo a arquitetura.
Sobrevivem numerosos exemplares de relicários e tabernáculos com o formato de pequenas igrejas, com
pináculos, arcos, estatuetas e outros elementos típicos das catedrais. Às vezes os relicários eram elaborados na
forma de partes do corpo do santo de onde a relíquia era retirada, como mãos, braços, bustos etc.
Paralelamente, é comparável a qualidade e riqueza de objetos dos grandes nobres, incluindo coroas e joias. Já
a mobília tendia a ser mais austera, mas em alguns casos podia ser ornamentada com ricos entalhes, como nos
cadeirais da grandes catedrais, tronos e grandes armários, mas é bastante escassa a mobília gótica que chegou
aos dias de hoje.[48]

Cálice da Coroação da Relicário em cobre Arca de Saint Taurin, Busto-relicário de Carlos


Catedral de Reims, ouro, esmaltado sobre núcleo relicário arquitetural, Magno, prata dourada e
esmalte, pérolas e joias, de madeira, c. 1200– ouro, esmalte e joias, joias, c. 1350, França.
fim do século XII, 1220, França. século XIII, França.
França.

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Pia batismal da Igreja de Coroa da princesa Cadeiral do coro da Capa dos Evangelhos
Santa Maria em Lübeck, Blanche, ouro, pérolas e Igreja da Assunção de da Coroação, parte do
bronze, século XIV, joias, c. 1370, Inglaterra. Maria em Torun, século tesouro do Sacro
Alemanha. XV, Polônia. Império, prata dourada e
joias, c. 1500, Alemanha

Neogótico [ editar | editar código-fonte ]

Ver artigo principal: Neogótico

Em alguns pontos da Europa, como por exemplo na Inglaterra, o estilo


nunca caiu em um esquecimento total.[1] Entre o século XVII e o século
XVIII Sir Christopher Wren ergueu uma torre gótica no Christ Church
College da Universidade de Oxford, e Nicholas Hawksmoor levantou no
mesmo estilo as torres ocidentais da Abadia de Westminster, mas
somente a partir de meados do século XVIII, quando se desenvolve
o Romantismo, vai ser revalorizada em larga escala a filosofia estética
do Gótico. A arte volta-se novamente para o passado, interessada pelo
que imaginava haver de misterioso e desconhecido da Idade Média,
mas também pela valorização de antigas tradições e folclores regionais,
e por uma nova atitude em relação à decoração sacra, entendendo-se
que o Gótico era um estilo espiritual por excelência, condenando a
opulência do Barroco e Rococó — correntes que estiveram em vigor
entre os séculos XVII e XVIII —, entendida como um sinal de excessivo
materialismo e sensualidade, uma condenação que também seria Fachada da Abadia de
Westminster, em Inglaterra, com as
expressa pelo surgimento concomitante do Neoclassicismo, que, porém,
torres neogóticas do século XVIII.
materializaria suas proposições de maneiras diferentes, recorrendo à
austeridade e economia formal classicistas. Goethe, também fascinado
pela imponência das grandes catedrais góticas na Alemanha, vai acabar por ajudar ao impulso desta
redescoberta da originalidade do período Gótico, exprimindo as emoções que lhe são despertas ao admirar os
gigantes edifícios de pedra. Neste momento nasce o Neogótico que define e expande o gosto pela utilização de
elementos decorativos góticos e que reconhece pela primeira vez as diferenças artísticas que separam o estilo
Românico do Gótico.[49]

Também a França assume uma posição representativa no Neogótico, liderada pela figura de Viollet-le-Duc e
pelo seu trabalho na área do restauro em diversas catedrais francesas góticas. Não só assumiu um papel
pedagógico no ensinamento das técnicas de aplicação deste gosto em construções modernas, como também
compilou na Encyclopédie médiévale as diversas variantes formais do estilo, desde a arquitectura
à indumentária da época.[49] Com mais ou menos intensidade o fascínio por esta época passada manteve-se
até aos nossos dias um pouco por todo o mundo ocidental, penetrando pelo século XX adentro nas diversas
vertentes artísticas ecléticas

https://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_g%C3%B3tica 14/14

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