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Conclusão do Capítulo I
Vasconcelos aponta:
Saúde mental “Ser feliz e ser saudável” Cidadania
Concepção deCidadania: Historicamente incorpora a visão de novos temas e direitos
(emancipação do homem). Os temas emergem a partir de uma exigência decorrente das
condições de vida; das lutas, desejos e utopias das pessoas e dos grupos em cada época
histórica. Inicialmente, através de intelectuais, de lideranças e de movimentos sócias
específicos. Gradualmente vai ganhando adeptos em direção às grandes parcelas da
população.
Reforma Universitária de 1968: (a partir daí ocorre a proliferação de cursos sem o devido
planejamento de mercado de trabalho).
Crise Econômica: Segundo Vasconcelos, neste caso a Psicoterapia é um dos primeiros itens a
ser cortados do orçamento familiar. Crise do modelo liberal de atuação profissional (o
psicólogo ainda é visto como sendo um profissional liberal diante de um mundo globalizado).
Conforme Vasconcelos, verificamos então que a questão da promoção da saúde mental em
nossa sociedade ainda hoje na maior parte das vezes somente é assumida em apenas duas
situações.
1- Como questão individual, para aqueles que podem pagar por serviços especializados;
2- E quando o transtorno mental chega ao ponto de impossibilitar que o indivíduo continue a
produzir ou quando ele começa a criar dificuldades, riscos, para o meio social; justificando a
intervenção da psiquiatria nos prontos socorros psiquiátricos e através da internação em
hospital psiquiátrico.
Vasconcelos se questiona: “Que fatores específicos podemos identificar para que essa situação
se mantenha?”
Conclusão do Capítulo II
Inicialmente W. Reich ficou mais restrito a teoria freudiana, analisando a couraça muscular;
procurando um método cada vez mais direto que abreviasse o tempo de uma Psicoterapia e
analisava também a situação social em volta do paciente. Por exemplo, no caso de uma pessoa
que apresentasse uma dificuldade sexual, procurava mostrar que se essa vivia em um
quartinho com mais 10 pessoas, em uma situação miserável, trabalhando no mínimo 10 horas
por dia, em um trabalho muito desgastante e por fim encontrando um monte de crianças em
casa, somente podia ter uma relação sexual muito angustiante. Segundo Reich, é ridículo
querer analisar a situação como se o paciente estivesse isolado do seu contexto.
- A questão do alcoolismo:
Psicotrópicos: são substâncias químicas naturais ou sintéticas que possuem um tropismo
psicológico, isto é, são capazes de modificar de vários modos a atividade mental, excitando,
deprimindo ou provocando uma ação perturbadora no psiquismo.
Por que alcoolista e não alcoólatra?
Os estudiosos entendem que o sufixo “latra” indica adoração. Na realidade o dependente do
álcool é uma pessoa que usa o álcool por necessitar dele e não por adorá-lo.
A droga mais escolhida: A principal razão para essa escolha é a disponibilidade do álcool que
sempre foi muito grande na medida em que sendo produto da fermentação de açúcares pode
ser obtida em qualquer região. Também temos o baixocusto se comparado a outras drogas.
Segunda razão: a peculiaridade em fornecer energia (calorias vazias), pois não possui
proteínas, sais minerais. Cada grama de álcool contém 7 calorias. Ao fornecer energia as
bebidas alcoólicas fazem perder a fome.
Terceira razão: os efeitos farmacêuticos. O álcool é um depressor dos mecanismos cerebrais
responsáveis pelo controle inibitório, ou seja, produz uma inibição das inibições (levando a
uma aparente estimulação). O álcool faz com que os sentimentos que estavam sob controle,
aflorem.
Onde começa o alcoolismo?
Critérios: I) a quantidade e a freqüência de álcool ingerido, ou seja, o alcoolista é aquele que
bebe freqüentemente acima de determinado volume de álcool. Dessa forma os que bebem
diariamente em média acima de 4 doses de bebidas destiladas ou 4 garrafas de cerveja ou
mais de 1 garrafa de vinho de mesa, teriam ultrapassado o limite de beber normal. Da mesma
forma, pessoas que bebem esporadicamente grandes quantidades (por exemplo: nos fins de
semana) também são classificadas como alcoolistas (pressuposto: quem bebe a nível de sofrer
prejuízos físicos é um alcoolista).
II) Considera-se que ocorre o alcoolismo quando existe a perda da liberdade sobre o ato de
beber, ou seja, o indivíduo bebe independentemente das eventuais complicações para si
mesmo e para os outros.
Conceito de dependência do álcool: Esse conceito inclui além da dependência física, a
prevalência do comportamento de beber em detrimento dos aspectos da vida. “O dia passa a
ser planejado em função do beber”, portanto a percepção de que este comportamento causa
mágoa a outros não é levada em consideração.
- A etiologia do alcoolismo:
→ Determinação biológica: cientificamentepodemos dizer que fatores genéticos podem
contribuir para maior ou menor probabilidade do uso do álcool e não para o alcoolismo
propriamente dito.
→ Determinação psicológica: “Alcoolismo como sintoma (sinal de que algo não vai bem) de um
distúrbio psicológico”. Os alcoolistas diferem do restante da população por traços
característicos de personalidade, ou seja, são dependentes, deprimidos, inseguros, passivos,
introvertidos e, com tendência para a oralidade. Portanto o alcoolismo é secundário a um
distúrbio básico de personalidade.
→ Determinação sócio-cultural: “Culturas que ensinam crianças a beber responsavelmente,
bem como as culturas que seguem rituais estabelecidos de onde, quando e como beber, tem
menos taxas de uso abusivo de álcool quando comparados a culturas que simplesmente
proíbem as crianças de beber”. (As crianças hoje – Jandira)
Conclusão: a maior e menor probabilidade de uma pessoa tornar-se alcoolista vai depender da
interação entre os diferentes fatores citados (biológico, psicológico e sócio-cultural).
Considerações finais sobre o A.A.:
Atualmente em mais de 150 países os Alcoólicos Anônimos (A.A.) funcionam através de mais
de 100 mil grupos locais. No Brasil encontramos hoje em torno de 4 mil grupos espalhados
pelo país.
Segundo Vasconcelos, os grupos dos alcoólicos: “... funcionam automaticamente, e suas
reuniões manipulam técnicas simples de depoimentos de vida e reforçamento pelos períodos
de tempo crescentes que um integrante fica sem beber, além disso, elas criam laços de
solidariedade e amizade entre eles como suporte para a superação de seus problemas”.
O único requisito para ser membro é o desejo de parar de beber; não há necessidade de pagar
taxas ou mensalidades.“... somos auto-suficientes, graças a nossas próprias contribuições”.
Afirmam não estarem ligados a religiões e paridos políticos, bem como não entram em
controvérsias ou qualquer tipo de coisa.
“Nosso propósito primordial é mantermo-nos sóbrios e ajudar outros alcoólicos a alcançarem
a sobriedade”.
Vasconcelos aponta algumas limitações no trabalho desenvolvido pelos A.A., que são:
a) Trata-se de uma abordagem centrada na doença;
b) Trata-se de um tratamento moral “disciplina do espírito” para o alcoolismo;
c) Não leva em conta os condicionamentos sociais e políticos, como por exemplo, a política de
incentivo ao consumo de bebidas alcoólicas.
Princípios da proposta:
• Tratamento universal: pegar todas as classes;
• Regionalização (cada região com sua pirâmide);
• Descentralização (cada região tem sua equipe dirigente e cria sua verba);
• Hierarquização (níveis hierárquicos de prevenção: primário, secundário e terciário).