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Recebido em 27-12-2017
Aceito em 26-03-2018
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Licenciada em Letras com Habilitação em Libras - UFPB. Mestre em Saúde da Comunicação Humana -
UFPE. Doutoranda em Psicologia Cognitiva - UFPE. E-mail: daniele.veras@gmail.com
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Licenciada em Letras com Habilitação em Libras - UFPB. Mestre em Ciências da Linguagem - UNICAP.
Doutoranda em Ciências da Linguagem - UNICAP. izabelly.correias@gmail.com
Revista Trama | Volume 14 | Número 32 | Ano 2018 | p. 121 – 130 | e-ISSN 1981-4674
mesmos, e elencar dificuldade no ensino da
INTRODUÇÃO Libras. A base teórica utilizada para
fundamentar o artigo estará entrelaçada por
No mundo globalizado em que autores como, CAVALCANTI (2007),
vivemos, nada mais usual de que GOLDFELD (2002), SOUZA (2016),
encontrarmos uma diversidade de pessoas BRAYNER (2016), dentre outros.
participantes de uma mesma sociedade, e Essa pesquisa contribuirá para tanto para
que possivelmente não compreendidas. área acadêmica, no sentido de apresentar as
Nesse sentido, podemos falar da inserção da dificuldades encontradas pelos professores
pessoa surda na educação e também na que já realizam uma atuação profissional
sociedade, como participantes ativos. como professores de Libras, e nesse sentindo
Na tentativa de minimizar as minimizar esses efeitos negativos na
barreiras comunicacionais, a Língua formação dos novos profissionais (como,
Brasileira de Sinais – Libras foi reconhecida por exemplo, a incompreensão das
como meio de expressão e comunicação das particularidades da escrita do aluno surdo ou
comunidades surdas brasileira, através da o entendimento de que a Libras é a primeira
Lei 10.436/2002. Para regulamentar tal lei, língua destes sujeitos) e consequentemente,
foi instituído o decreto 5626 no ano de 2005, enriquecerá a formação dos professores que
o art. 3º do Decreto 5.626/2005 afirma que a irão atuar com os alunos surdos, o que
Libras deve fazer parte da grade curricular, contribui para uma melhoria na educação de
como disciplina obrigatória nos cursos de surdos do nosso país.
formação de professores para o exercício do
magistério e Fonoaudiologia. Assim,
estaremos formando novos profissionais que BREVE HISTÓRICO DA
já sairão das IES com conceitos acerca do EDUCAÇÃO DE SURDOS NO BRASIL
surdo, da surdez e da língua de sinais.
Além disso, o § 2º afirma que a Libras As leis que oferecem suportes aos
constituir-se-á em disciplina curricular direitos dos surdos são muito recentes.
optativa nos demais cursos de educação Durante muitos anos, a comunidade surda
superior e na educação profissional. esteve marginalizada da sociedade, sem
Portanto, as frentes em busca de uma qualquer participação educacional,
sociedade que acolha a diferença e equipare linguística, cultural e social. Segundo Silva
as oportunidades também está registrada (1998), o ensino formalizado para surdos,
legalmente. escolas regulares, no nosso país teve seu
Assim sendo, as IES, tiveram dez (10) início em 1857 através do Instituto Nacional
anos, após o Decreto 5.626 em 2015, para de Educação de Surdos – INES, e durante
adequar seus currículos e promover o ensino muitos anos a educação dos surdos esteve
da Libras. Nesse sentido, essa pesquisa versa ligada excepcionalmente ao INES,
investigar dificuldades enfrentadas pelos acolhendo, assim, surdos do Brasil inteiro,
docentes de Libras no ensino superior. Para como um internato.
atingir tal objetivo buscou-se verificar a Cavalcanti (2007) afirma que somente
formação dos docentes que atuam no ensino na década de 1930, na cidade de São Paulo,
superior e identificar dificuldades brotaram algumas iniciativas particulares e
encontradas pelos docentes no ensino da religiosas, para a educação de surdos,
Libras. através do Instituto Santa Terezinha3. A
A abordagem utilizada na pesquisa foi preocupação da rede municipal e de grupo de
qualitativa de caráter descritiva. Para tal, pais faz com que em 1950, fundam,
responderam ao questionário cinco (05) respectivamente, o Instituto Helen Keller e o
professores, afim de traçar o perfil dos Instituto Educacional São Paulo (atualmente
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O Instituto Santa Terezinha hoje é uma escola
especializada para o Ensino Médio de surdo em
São Paulo.
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ligado à PUC-SP). Ainda segundo a autora, uma redução no uso dos sinais apenas para
a rede estadual mostra seu interesse na apoio à fala. Desta forma, não existe o
educação de surdos em 1957, com a criação reconhecimento de uma língua sinalizada
de salas especiais (dentro das escolas tanto em termos de filosofia como de
regulares). A abordagem vigente implementação. Portanto, é diante desse
educacional que dava orientação sobre a panorama que a compreensão da língua de
educação dos surdos era o Oralismo4; nesse sinais, como língua e seu emprego deveria
sentido, a formação recebida pelos ser independente da língua oral, que surge a
professores estava diretamente ligada a partir dos anos 80, o Bilinguismo.
aspectos que valorizavam o ensino de Lacerda (1998) vem em defesa do
oralização, reabilitação da fala e leitura Bilinguismo por ser uma abordagem que
labial. propõe um espaço efetivo para que a Libras
Esses dados possibilitam a reflexão de possa ser inserida no contexto tanto
que a educação de surdos no século XX educacional, quanto social, e
estava ligada a uma visão clínica, que era, consequentemente crianças surdas deveriam
segundo Moura (2000, p. 26), “[...] adquirir a Libras como primeira língua (L1)
equivocada quanto aos seus, que procurava a e a língua oficial do país — no caso, o
todo custo acabar com aquilo que não podia português — como segunda língua (L2),
ser tratado, curado na maioria das vezes preferencialmente na modalidade escrita.
[...]”. Portanto, as sugestões seguidas pela
família, escola e sociedade eram em prol de Atualmente, o bilinguismo tem sido
aceito entre os especialistas e
‘reabilitar’, a vida do surdo, e isso só é viável
educadores como a forma de
através da fala, por meio da restauração da comunicação dos surdos que permite a
audição, pois se ela fosse restaurada, a fala integração do individuo ao meio
também seria. sociocultural a que naturalmente
pertence, ou seja, as comunidades de
A ação em favor da inclusão passou por surdos e ouvintes (FERNANDES, 1997,
diferentes etapas. O período de p. 309).
Oralização foi substituído no Brasil,
segundo Souza (1996), pela filosofia Sendo assim, ao vivenciarmos quinze
educacional Comunicação Total na anos da conquista da Lei no 10.436/2002 e
década de 70, e este método tinha como
doze anos do Decreto no 5.626/2005, o
objetivo a valorização da comunicação
por meio de qualquer recurso linguístico maior aprendizado é o do que não devemos
(BRAYNER, 2016, p. 03). fazer com os profissionais que atuaram na
educação dos surdos. Souza (2016), por
Para Goldfeld (2002) as comunidades meio do Plano Nacional de Educação e das
surdas brasileiras fazem uso de vários políticas locais para implantação da
auxílios, como: a Libras, a datilologia, o educação bilíngue para surdos, elenca alguns
cued-speech (sinais manuais que pontos negativos vivenciados nesse período,
representam os sons da língua portuguesa), o mostrando que o governo, com a alegação da
português sinalizado e o pidgin inexistência de educadores, pedagogos,
(simplificação da gramática de duas licenciados e outros profissionais formados
línguas). para a organização de escolas bilíngues,
Segundo Brito (1993) a abordagem era requer como formação mínima para a
uma artificialização da comunicação, por ser atuação na educação de surdos: cursos de
especialização, que não têm como objetivo a
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Cavalcanti (2007) refere que o termo relata que o Oralismo iniciou sua era a partir do
oralização deve ser entendido de maneira Congresso de Milão, em 1880, e segundo tal
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formação de professores bilíngues; cursos de Fonoaudiologia, de instituições de
Libras aligeirados de 80 a 120 horas; ensino, públicas e privadas, do sistema
contratação de profissionais com ensino federal de ensino e dos sistemas de
médio para a educação; entre outras medidas ensino dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios (BRASIL, 2005).
a serem atendidas de acordo com os editais
para a seleção de educadores.
Sendo esse ponto do decreto possibilita
Tais pontos nos permite a reflexão da
a formação dos novos profissionais que já
fragilização na formação docente dos
sairão das IES com conceitos acerca do
professores de Libras, a partir do recuo das
surdo, da surdez e da língua de sinais.
Instituições de Ensino Superior – IES em
Além disso, o § 2o refere que a Libras
formar profissionais para a educação de
constituir-se-á em disciplina curricular
surdos.
optativa nos demais cursos de educação
superior e na educação profissional. O que
FORMAÇÃO DOS PROFESSORES nos possibilita a seguinte reflexão,
proporcionar o conhecimento da Libras para
DE LIBRAS todas as áreas é um passo para uma
sociedade que respeite as diferenças e
As políticas públicas asseguram os equipare as oportunidades.
direitos dos surdos ao ensino regular, e a Condensando as informações
possibilidade de uma proposta pedagógica explanadas, a Libras deve constar nos
que respeitasse a comunidade surda se currículos de todos os cursos, ou como
tornou concreta a partir da sanção da Lei no disciplina obrigatória ou optativa. Então,
10.436/2002, e essa lei coloca um ponto final qual a formação que professores de Libras
ao período de ausência quase que total de leis deverão apresentar para atender tal
que defendessem os direitos linguísticos do demanda? Segundo Brayner (2016) o
surdo. Com o seu reconhecimento, os decreto, no capítulo III, expõe as
direitos linguísticos da comunidade surda recomendações para a formação do
estão certificados pelas políticas públicas, professor de Libras, em seu art. 4o, devendo
que asseguram o ingresso e permanência ser realizada em nível superior, em curso de
desse aluno dentro das escolas regulares. licenciatura plena em Letras: Libras ou em
Segundo Brayner (2016) a pergunta que Letras: Libras/Língua Portuguesa como
devemos fazer é a seguinte: através das leis segunda língua.
propostas, os surdos irão frequentar as Desse modo, a recomendação para a
escolas regulares e comunicar-se em Libras, formação dos professores de Libras deve ser
e os conteúdos serão veiculados através da o nível superior; no entanto, a execução de
Língua Portuguesa escrita; então, quem tal recomendação demanda tempo e preparo,
serão os profissionais que poderão atuar o que faria dela uma opção em longo prazo.
nessa estruturação da educação de surdos? Ao visualizar essa opção a longo prazo,
A resposta para essa pergunta está o decreto instituiu o prazo de dez anos para
pautada no Decreto no 5.626/2005. Ele a concretização da formação de professores
trouxe muitas mudanças para a educação, no nível superior, por meio da licenciatura
principalmente nas Instituições de Ensino em Letras/Libras. E os profissionais que já
Superior – IES, trazendo a Libras para o atuavam na área foram contemplados com o
ensino superior, como componente art. 7o — caso não exista docente com a
curricular, e o dever da mesma em usar e titulação em nível superior, a formação
divulgar a Libras. docente exigida deverá obedecer ao seguinte
Portanto, o art. 3o do Decreto critério: professor de Libras, usuário dessa
5.626/2005 afirma: língua com curso de pós-graduação ou com
formação superior e certificado de
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Anualmente, o Ministério da Educação
e as IES credenciadas deverão promover
o exame de proficiência em Libras, e
METODOLOGIA
esta certificação habilitará a atuação do
professor de Libras. O Prolibras não A escolha de uma metodologia que
oferece a formação à pessoa, ele apenas corresponda ao objeto pesquisado e sua
verifica/avalia os conhecimentos que os coerência com a referência bibliográfica
professores possuem, ou seja, a prova acerca da temática em questão constitui
foi criada com o intuito de atender a ponto determinante para o alcance dos
demanda dos profissionais que já objetivos inicialmente propostos para a
trabalhavam com surdos, e a realização pesquisa.
essa avaliação estaria certificando
legalmente essa atuação. O prazo para o
cumprimento das provas acabou no final
do ano de 2015 e foram realizadas sete
TIPO DE PESQUISA
edições do Prolibras (BRAYNER,
2016, p. 06). Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de
caráter descritivo,
No ano de 2006, surge um pioneiro
curso no nível superior, a licenciatura em A pesquisa descritiva observa, registra,
Letras/Libras na modalidade à distância, analisa e correlaciona fatos ou
mas com encontros presenciais a cada fenômenos, sem manipulá-los. Procura
descobrir, com maior precisão possível,
quinze dias. O curso foi criado pela
a frequência com que um fenômeno
Universidade Federal de Santa Catarina – ocorre, sua relação e conexão com
UFSC, distribuído pelo país polos outros, sua natureza e suas
presenciais em convênio com a UFSC. O características (CERVO, 2007, p. 61).
estado de Pernambuco recebeu uma turma
de licenciados em Letras/Libras na Esse tipo de pesquisa refere-se a um
modalidade à distância. Atualmente conta estudo da descrição das características
com o curso de licenciatura em existentes na comunidade pesquisada,
Letras/LIBRAS na modalidade presencial possibilitando um estudo que identifique o
pela Universidade Federal de Pernambuco – perfil e as representações da população
UFPE, e apesar de ser um curso recente e pesquisada.
ainda não ter nenhuma turma formada, essa
conquista traz ganhos visíveis para o estado,
pois proporcionará, além de tudo, um local
de pesquisa e expansão dos Estudos Surdos.
SUJEITOS DA PESQUISA
No art. 9º, o decreto 5.626/2005 Participaram da pesquisa cinco (5)
estabelece o prazo para que as IES professores, de Libras que atuam em
introduzam a disciplina Libras em suas Instituições de Ensino Superior na região
grades curriculares: em até três anos, vinte metropolitana da cidade do Recife-
por cento dos cursos da instituição deveriam Pernambuco, de ambos os gêneros e com
ter inserido a Libras nas grades curriculares idade variadas entre 25 a 50 anos de idade.
dos cursos; em até cinco anos, sessenta por
cento dos cursos da instituição; até sete anos,
oitenta por cento dos cursos da instituição; e
INSTRUMENTO
em até dez anos, cem por cento dos cursos
Os dados foram coletados a partir de um
da instituição. Não alcançamos a meta
questionário semiestruturado que foi
estabelecida pelo decreto, e um dos fatores
preenchido pelos sujeitos e enviados para as
determinantes é a falta de profissionais com
pesquisadoras via e-mail. A escolha deste
a formação requerida na lei para assumir os
instrumento deu-se pelo fato das vantagens
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O questionário apresenta uma série de juntos com o TCLE, os questionários estão
vantagens: economiza tempo, viagens e lidos e seguimos para análise de dados.
obtém grande número de dados; atinge
maior número de pessoas
simultaneamente; abrange uma área
geográfica mais ampla; economiza
ANÁLISE DOS DADOS
pessoal, tanto em adestramento quanto
em trabalho de campo; obtém respostas Após o contato inicial e a assinatura do
mais rápidas e mais precisas; há maior TCLE, os questionários foram respondidos
liberdade nas respostas, em razão do pelos sujeitos e enviados para a pesquisadora
anonimato; há mais segurança, pelo fato por e-mail. Em sequencia, a partir das
das respostas não serem identificadas; respostas os dados foram organizados essas
há menos riscos de distorção, pela não categorias e em gráficos ou numa tabela para
influencia do pesquisador; há mais
tornar visual e mais fácil a leitura dos dados
tempo de respostas e em hora mais
favorável; há mais uniformidade na objetivando a apresentação dos dados
avaliação, em virtude da natureza relevantes das dificuldades enfrentadas
impessoal do instrumento; obtém pelos docentes de LIBRAS no ensino
respostas que materialmente seriam superior.
inacessíveis (LAKATOS, 2010, p. 184
e 185).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Essa série de vantagens possibilitou a
escolha desse instrumento, portanto os A formação dos profissionais que
entrevistados receberem por e-mail o atuarão no ensino da Libras, ainda vem
questionário, e junto a ele o Termo de sendo consolidada pelas IES, e em
Compromisso Livre e Esclarecido - TCLE contrapartida pelas exigências das leis o
explicando a natureza da pesquisa, sua mercado de trabalho atualmente necessita da
importância e a necessidade de obter as atuação dos professores de Libras. E, apesar
respostas. do decreto 5.626/2005 determinar qual a
formação que o professor de Libras deve
PROCEDIMENTOS apresentar para assumir esse cargo, muitas
vezes se torna inviável, pois a oferta de
emprego, se torna menor que a demanda de
Para a concretização do objetivo profissionais. Os professores que
proposto, foram delineadas as seguintes participaram da pesquisa apresentam o
fases, que se completam: seguinte perfil para a formação profissional:
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No gráfico 01, temos a formação dos Gráfico 2 – Tempo de atuação dos docentes
professores de Libras, embora o art. 4ª do para o ensino da Libras no nível Superior
decreto 5.626 determine que
Com relação ao tempo de atuação dos Sendo assim, o tempo para inserção da
docentes de Libras no nível superior temos a Libras nas grades curriculares, foi de dez
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seguinte disposição dos dados: (10) anos, que foi expirado ao final do ano
de 2015. Esse tempo também se refere à
formação dos professores de Libras, o que se
torna uma missão a longo prazo, fazendo
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com que o tempo de atuação desse 4.Resistência dos alunos no aprendizado de uma
profissional seja mínimo. língua visoespacial.
5.Falta de conhecimento da Libras por parte da
comunidade acadêmica.
DIFICULDADES ELENCADAS NA
III - cursos de formação continuada
promovidos por instituições
ATUAÇÃO credenciadas por secretarias de
educação (BRASIL, 2005, p. 01).
Com relação as dificuldades na atuação
dos docentes de Libras no ensino superior, Apesar de estar referido no decreto,
montamos essa tabela, organizadas pelas infelizmente a formação não acontece, então
prevalências das respostas: professores precisam buscar suas próprias
formações, dos cinco (5) participantes da
Quadro 1 – Dificuldades dos docentes de pesquisa, dois dos participantes possui
Libras no ensino superior Mestrado na área de Educação, dois possui
especialização, e apenas um só possui a
Dificuldades encontrada pelos docentes em suas
graduação.
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visoespacial, assim como define Ferreira o que gera pesquisa e o estudo mais
(1993), e alguns alunos apresentam uma aprofundado dessa língua, tornando-a mais
certa resistência em aprender uma língua que conhecida e fortalecendo a formação do
executamos com as mãos, ou o oposto, profissional que atuará com ensino da
chegam tão empolgados com a Libras.
aprendizagem, pois acham que saíram da
disciplina fluentes, e com a carga horária
disponível, é praticamente impossível que REFERÊNCIAS
isso aconteça. Além da falta de
conhecimento da Libras por parte de toda BRASIL. Decreto nº 5.626, de 22 de
comunidade acadêmica, o que desconsidera dezembro de 2005. Regulamenta a Lei nº
os pressupostos do Bilinguismo defendido 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe
por Lacerda (1998). sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras,
e o art. 18 da Lei nº 10.098, de 19 de
dezembro de 2000. Brasília, 22 de dezembro
CONSIDERAÇÕES FINAIS de 2005, 184º da Independência e 117º da
República. Disponível em:
Trazer as dificuldades enfrentadas pelos <http://www.planalto.gov.br/ccivil03/_ato2
professores de Libras no ensino superior não 004-2006/2005/decreto/d5626.htm>.
se configura como uma solução para os Acesso em: 12/07/2017.
problemas de ensino da Libras, mas como
uma proposta para revisão das leis que BRASIL. Lei nº 10436, de 24 de abril de
regem o ensino dessa língua no nosso país, 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de
além da minimização dos efeitos negativos Sinais – Libras e dá outras providências.
das práticas de ensino. Brasília, 24 de abril de 2002, 181º da
O presente artigo teve como objetivo Independência e 114º da República.
investigar as dificuldades dos professores de Disponível em:
Libras no ensino superior, e diante das <http://www6.senado.gov.br/legislacao/List
respostas ao questionário, temos uma aPublicacoes.action?id=234606>. Acesso
formação que ainda não cumpre o que em: 12/07/2017.
determina o decreto 5.626/2005, que exige
para atuação, profissionais com a BRAYNER, I. C. dos S. A formação dos
licenciatura em Letras/Libras e Profissionais professores de LIBRAS: desafios a serem
com Determinadas licenciaturas + a percorridos. In: CINTEDI. 2016. Campina
certificação do Prolibras; apesar do dado Grande. Anais eletrônicos. Disponível em:
geral, dois dos participantes tem formação https//novaesocla.org.br/conteúdo/1533/o-
na graduação em Letras/Libras, o que torna desafio-de-ensinar-lingua-poertugesa-a-
o número significativo a partir do total de alunos-surdos. Acesso em 29 de setembro de
participantes da pesquisa. A carga horária 2017.
insuficiente, falta de diretrizes paras as
ementas e conteúdos a serem ministrados BRITO, L. F. Integração social e educação
nas aulas, falta de material didático para de surdos. Rio de Janeiro: Babel, 1993.
melhorar as práticas pedagógicas, também
foram pontos ressaltados pelos professores CAVALVANTI, M. C.; SILVA, I. R. “Já
como aspectos que dificultam suas práticas que ele não fala, podia ao menos
de ensino da Libras. E também, a falta de escrever...” o grafocentrismo
conhecimento da Libras por parte das IES, o naturalizado que insiste em normatizar o
que gera uma desvalorização dessa língua. surdo. In: KLEIMAN, A. B.;
Para concluir cabe considerar, para CAVALCANTI, M. C. (Org.). Linguística
aplicada: suas faces e interfaces. Campinas,
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CERVO, A. L. Metodologia científica / Carolino Santos. Campinas, SP:
Amado Luiz Cervo, Pedro Alcino Bervian, UNICAMP/FE, 2016.
Roberto da Silva. 6. ed. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2007.
LAKATOS, E. M. Fundamentos de
metodologia cientifica/ Marina de Andrade
Marconi, Eva Maria Lakatos. 7. ed. São
Paulo: Atlas, 2010.
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