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Escola Estadual Oswaldo Lucas Mendes

Avenida Amazonas, 164 - Sagrada Família / Taiobeiras - MG Fone: (38) 3845-1327


Disciplina: Língua Portuguesa ____º ano Ensino Médio
Professora: Sany Adriana de O R Simões Turno: __________
SIMAVE - 2017
TÓPICO IV - COERÊNCIA E COESÃO NO PROCESSAMENTO DO TEXTO
D16 - Identificar a tese de um texto
Em um texto argumentativo, seu autor procura convencer ou persuadir alguém daquilo que ele, o produtor, acredita. Por isso, defende uma
tese, utilizando vários recursos lógicos e lingüísticos para atingir sua intenção persuasiva ou de convencimento. Pretende-se, com essa
habilidade, que o leitor identifique a idéia defendida pelo autor.

Leia o texto abaixo. assim também. Não é que eu vá jogar todos os brinquedos dele
O ouro da biotecnologia fora, mas com certeza ele vai aprender a se divertir com muito
Até os bebês sabem que o patrimônio natural do Brasil é menos. Dá mais trabalho, faz mais bagunça, mas é infinitamente
imenso. Regiões como a Amazônia, o Pantanal e a Mata Atlântica – mais divertido.
ou o que restou dela – são invejadas no mundo todo por sua POMÁRICO, Veri. Revista Gol, Editora Trip: s/l. s/d.
biodiversidade. Até mesmo ecossistemas como o do cerrado e o da 02- A autora desse texto defende que
caatinga têm mais riqueza de fauna e flora do que se costuma A) as brincadeiras das crianças de antigamente eram divertidas.
pensar. A quantidade de água doce, madeira, minérios e outros B) as brincadeiras de antigamente eram mais criativas que as atuais.
bens naturais é amplamente citada nas escolas, nos jornais e nas C) as maneiras de as crianças de hoje brincarem devem ser aceitas.
conversas. O problema é que tal exaltação ufanista ("Abençoado D) as crianças devem brincar com parafernálias eletrônicas.
por Deus e bonito por natureza”) é diretamente proporcional à
desatenção e ao desconhecimento que ainda vigoram sobre essas Leia os textos abaixo.
riquezas. O mercúrio onipresente
Estamos entrando numa era em que, muito mais do que (Fragmento)
nos tempos coloniais (quando pau-brasil, ouro, borracha etc. eram Os venenos ambientais nunca seguem regras. Quando o
levados em estado bruto para a Europa), a exploração comercial da mundo pensa ter descoberto tudo o que é preciso para controlá-los,
natureza deu um salto de intensidade e refinamento. Essa revolução eles voltam a atacar. Quando removemos o chumbo da gasolina, ele
tem um nome: biotecnologia. Com ela, a Amazônia, por exemplo, ressurge nos encanamentos envelhecidos. Quando toxinas e
deixará em breve de ser uma enorme fonte “potencial" de resíduos são enterrados em aterros sanitários, contaminam o lençol
alimentos, cosméticos, remédios e outros subprodutos: ela o será freático. Mas ao menos acreditávamos conhecer bem o mercúrio.
de fato – e de forma sustentável. Outro exemplo: os créditos de Apesar de todo o seu poder tóxico, desde que evitássemos
carbono, que terão de ser comprados do Brasil por países que determinadas espécies de peixes nas quais o nível de contaminação
poluem mais do que podem, poderão significar forte entrada de é particularmente elevado, estaríamos bem. [...].
divisas. Mas o mercúrio é famoso pela capacidade de passar
Com sua pesquisa científica carente, indefinição quanto à despercebido. Uma série de estudos recentes sugere que o metal
legislação e dificuldades nas questões de patenteamento, o Brasil potencialmente mortífero está em toda parte — e é mais perigoso
não consegue transformar essa riqueza natural em riqueza do que a maioria das pessoas acredita.
financeira. Diversos produtos autóctones, como o cupuaçu, já foram Jeffrey Kluger. IstoÉ. nº 1927, 27/06/2006, p.114-115.
registrados por estrangeiros – que nos obrigarão a pagar pelo uso 03- A tese defendida no texto está expressa no trecho
de um bem original daqui, caso queiramos (e saibamos) produzir (A) as substâncias tóxicas, em aterros, contaminam o lençol freático.
algo em escala com ele. Além disso, a biopirataria segue crescente. (B) o chumbo da gasolina ressurge com a ação do tempo.
Até mesmo os índios deixam que plantas e animais sejam levados (C) o mercúrio apresenta alto teor de periculosidade para a natureza.
ilegalmente para o exterior, onde provavelmente serão vendidos a (D) o total controle dos venenos ambientais é impossível.
peso de ouro. Resumo da questão: ou o Brasil acorda onde
provavelmente serão vendidos a peso de ouro. Resumo da questão: Leia os textos abaixo.
ou o Brasil acorda para a nova realidade econômica global, ou O teatro da etiqueta
continuará perdendo dinheiro como fruta no chão. No século XV, quando se instalavam os Estados nacionais e
Daniel Piza. O Estado de S. Paulo. a monarquia absoluta na Europa, não havia sequer garfos e colheres
01- O texto defende a tese de que nas mesas de refeição: cada comensal trazia sua faca para cortar um
(A) a Amazônia é fonte “potencial” de riquezas. naco da carne – e, em caso de briga, para cortar o vizinho. Nessa
(B) as plantas e os animais são levados ilegalmente. Europa bárbara, que começava a sair da Idade Média, em que nem
(C) o Brasil desconhece o valor de seus bens naturais. os nobres sabiam escrever, o poder do rei devia se afirmar de todas
(D) os bens naturais são citados na escola. as maneiras aos olhos de seus súditos como uma espécie de teatro.
Nesse contexto surge a etiqueta, marcando momento a momento o
Leia o texto abaixo. espetáculo da realeza: só para servir o vinho ao monarca havia um
Brincadeira retrô ritual que durava até dez minutos.
Me lembro bem de quando era pequena e do quanto Quando Luís XV, que reinou na França de 1715 a 1774,
minha imaginação era fértil. Eu fui daquelas crianças que davam passou a usar lenço não como simples peça de vestuário, mas para
arrepios nos pais por conta das brincadeiras mirabolantes: a cama limpar o nariz, ninguém mais na corte de Versalhes ousou assoar-se
de casal que virava navio pirata, o sofá da sala que virava palco de com os dedos, como era costume. Mas todas essas regras, embora
teatro com direito a cortina de lençol e tudo mais... Toda vez que servissem para diferenciar a nobreza dos demais, não tinham a
começava a me animar minha avó dizia: “Lá vem essa menina petulância que a etiqueta adquiriu depois. Os nobres usavam as
inventando moda”. Hoje vejo que esse era o jeito de brincar das boas maneiras com naturalidade, para marcar uma diferença
crianças de antigamente. Não havia toda essa parafernália política que já existia. E representavam esse teatro da mesma forma
eletrônica, que toca música, anda, fala e não deixa nenhum espaço para todos. Depois da Revolução Francesa, as pessoas começam a
para a imaginação. Precisávamos inventar as nossas brincadeiras. aprender etiqueta para ascender socialmente. Daí por que ela
Criança moderna não sabe brincar sozinha, tem sempre a babá, o passou a ser usada de forma desigual – só na hora de lidar com os
computador, o DVD... Hoje tento incentivar meu filho a brincar poderosos.
Revista Superinteressante, junho 1988, nº 6 ano 2. anteparo de todas as dores e frustrações. Geralmente, esta carga é
04- Nesse texto, o autor defende a tese de que demais para o outro parceiro, que também enfrenta suas crises
(A) a etiqueta mudou, mas continua associada aos interesses do pelas próprias condições de adolescente. Entrar em contato com a
poder. outra pessoa, senti-la, ouvi-la, depender dela afetivamente e, ao
(B) a etiqueta sempre foi um teatro apresentado pela realeza. mesmo tempo, não massacrá-la de exigências, e não ter medo de se
(C) a etiqueta tinha uma finalidade democrática antigamente. entregar, é tarefa difícil em qualquer idade. Mas é assim que
(D) as classes sociais se utilizam da etiqueta desde o século XV. começa este aprendizado de relacionar-se afetivamente e que vai
(E) as pessoas evoluíram a etiqueta para descomplicá-la. durar a vida toda.
SUPLICY, Marta. A condição da mulher. São Paulo: Brasiliense,
Leia os textos abaixo. 1984.
Os filhos podem dormir com os pais? 06- Para um namoro acontecer de forma positiva, o adolescente
(Fragmento) precisa do apoio da família.
Maria Tereza – Se é eventual, tudo bem. Quando é O argumento que defende essa ideia é
sistemático, prejudica a intimidade do casal. De qualquer forma, é (A) a família é o anteparo das frustrações.
importante perceber as motivações subjacentes ao pedido e (B) a família tem uma relação harmoniosa.
descobrir outras maneiras aceitáveis de atendê-las. Por vezes, a (C) o adolescente segue o exemplo da família.
criança está com medo, insegura, ou sente que tem poucas (D) o apoio da família dá segurança ao jovem.
oportunidades de contato com os pais. Podem ser criados recursos
próprios para lidar com seus medos e inseguranças, fazendo ela se Leia o texto abaixo.
sentir mais competente. O diabo e a política
Posternak – Este hábito é bem freqüente. Tem a ver com Sempre que leio os jornais, lembro uma historinha que
comodismo – é mais rápido atender ao pedido dos filhos que nem sei mais quem me contou. Naquela aldeia, todos roubavam de
agüentar birra no meio da madrugada; e com culpa – “coitadinho, todos, matava-se, fornicava-se, jurava-se em falso, todos
eu saio quando ainda dorme e volto quando já está dormindo”. O caluniavam todos. Horrorizado com os baixos costumes, o frade da
que falta são limites claros e concretos. A criança que “sacaneia” os aldeia resolveu dar o fora, pegou as sandálias, o bordão e se
pais para dormir também o faz para comer, escolher roupa ou mandou.
aceitar as saídas familiares. Pouco adiante, já fora dos muros da aldeia, encontrou o
ISTOÉ, setembro de 2003 -1772. Diabo encostado numa árvore, chapéu de palha cobrindo seus
05- O argumento usado para mostrar que os pais agem por chifres. Tomava água de coco por um canudinho, na mais completa
comodismo encontra-se na alternativa sombra e água fresca desde que se revoltara contra o Senhor, no
A) a birra na madrugada é pior. início dos tempos.
(B) a criança tem motivações subjacentes. O frade ficou admirado e interpelou o Diabo:
(C) o fato é muitas vezes eventual. — O que está fazendo aí nesta boa vida? Eu sempre pensei
(D) os limites estão claros. que você estaria lá na aldeia,
infernizando a vida dos outros. Tudo de ruim que anda por lá era
TÓPICO IV - COERÊNCIA E COESÃO NO PROCESSAMENTO DO TEXTO obra sua – assim eu pensava até agora. Vejo que estava enganado.
D17- Estabelecer relações entre a tese e o(s) argumento(s) Você não quer nada com o trabalho. Além de Diabo, você é um
oferecido(s) para sustentá-la vagabundo!
O ponto de vista de um autor sobre determinado assunto é Sem pressa, acabando de tomar o seu coco pelo
percebido por meio dos vários procedimentos que ele utiliza para canudinho, o Diabo olhou para o frade com pena:
expor seus argumentos. — Para quê? Trabalho desde o início dos tempos para
Pretende-se, com esse descritor, presente nas Matrizes de desgraçar os homens e confesso que ando cansado. Mas não tinha
Referência do 9º ano EF e no 3o ano EM, que o leitor identifique os outro jeito. Obrigação é obrigação, sempre procurei dar conta do
argumentos utilizados pelo autor na construção de um texto recado. Mas agora, lá na aldeia, o pessoal resolveu se politizar. É
argumentativo. Essa tarefa exige que o leitor, primeiramente, partido pra lá, partido pra cá, todos têm razão, denúncias,
reconheça o ponto de vista que está sendo defendido e relacione os inquéritos, invocam a ética, a transparência, é um pega-pra-capar
argumentos usados para sustentá-lo. A dificuldade será maior se um generalizado, eu estava sobrando, não precisavam mais de mim
mesmo texto apresentar mais de uma tese. Outro ponto que dificulta para serem o que são, viverem no inferno em que vivem.
a leitura é o fato de o texto apresentar, além de argumentos Jogou o coco fora e botou um charuto na boca. Não
favoráveis, argumentos contra a tese defendida. Em suma, quanto precisou de fósforo, bastou dar uma baforada e de suas entranhas
menos teses houver e mais diretos forem os argumentos favoráveis a saiu o fogo que acendeu o charuto:
ela, mais fácil será o item. Por outro lado, quanto mais teses houver, — Tem sido assim em todas as aldeias. Quando entra a
quanto mais indireta for a argumentação, mais difícil será o item. política eu dou o fora, não precisam mais de mim.
CONY, Carlos Heitor, Folha online. 29 de nov. 2005.
Leia o texto abaixo. A política desgraça os homens mais que o diabo.
O namoro na adolescência 07- O argumento que defende essa ideia é
Um namoro, para acontecer de forma positiva, precisa de A) “Você não quer nada com o trabalho. Além de Diabo, você é um
vários ingredientes: a começar pela família, que não seja muito vagabundo!”
rígida e atrasada nos seus valores, seja conversável, e, ao mesmo B)“Trabalho desde o início dos tempos para desgraçar os homens e
tempo, tenha limites muito claros de comportamento. O confesso que andocansado.”
adolescente precisa disto, para se sentir seguro. O outro aspecto C) “Obrigação é obrigação, sempre procurei dar conta do recado.”
tem a ver com o próprio adolescente e suas condições internas, que D) “Quando entra a política eu dou o fora, não precisam mais de
determinarão suas necessidades e a própria escolha. São fatores mim.”
inconscientes, que fazem com que a Mariazinha se encante com o
jeito tímido do João e não dê pelota para o herói da turma, o Mário. Leia o texto abaixo
Aspectos situacionais, como a relação harmoniosa ou não entre os Amor à primeira vista
pais do adolescente, também influenciarão o seu namoro. Um Papel, plástico, alumínio. Modernas embalagens
relacionamento em que um dos parceiros vem de um lar em crise, é, industrializadas são essencialmente confeccionadas com essas três
de saída, dose de leão para o outro, que passa a ser utilizado como matérias-primas. Mas o resultado está longe de ser monótono.
Desde que os especialistas em vendas descobriram que a (Fragmento)
embalagem é um dos primeiros fatores que influenciam a escolha Maria Tereza – Se é eventual, tudo bem. Quando é
do consumidor, ela passou a ser estudada com mais atenção. sistemático, prejudica a intimidade do casal. De qualquer forma, é
Atualmente, estampa cores fortes, letras garrafais e formatos importante perceber as motivações subjacentes ao pedido e
curiosos na tentativa de chamar a atenção nas prateleiras dos descobrir outras maneiras aceitáveis de atendê-las. Por vezes, a
supermercados. Produtos infantis, por exemplo, apelam para criança está com medo, insegura, ou sente que tem poucas
desenhos animados ou super-heróis da moda para derrubar a oportunidades de contato com os pais. Podem ser criados recursos
concorrência. Provavelmente é o caso do achocolatado que você próprios para lidar com seus medos e inseguranças, fazendo ela se
toma de manhã, do queijinho suíço do meio da tarde e até mesmo sentir mais competente.
da sopinha da noite. Posternak – Este hábito é bem freqüente. Tem a ver com
Essas embalagens despertam o interesse dos comodismo – é mais rápido atender ao pedido dos filhos que
consumidores de tal forma que, muitas vezes, eles levam o produto agüentar birra no meio da madrugada; e com culpa – “coitadinho,
para casa mais porque gostaram de sua roupagem do que pelo fato eu saio quando ainda dorme e volto quando já está dormindo”. O
de apreciarem o conteúdo. [...] que falta são limites claros e concretos. A criança que “sacaneia” os
08- Um argumento que sustenta a tese de que “a embalagem agora pais para dormir também o faz para comer, escolher roupa ou
é uma forma de conquistar o consumidor” é que aceitar as saídas familiares.
A) a embalagem passou a ser mais bem cuidada. ISTOÉ, setembro de 2003 -1772.
B) a embalagem tem formatos muito curiosos. 10- O argumento usado para mostrar que os pais agem por
C) a embalagem objetiva vestir bem os produtos. comodismo encontra-se na alternativa
D) os produtos infantis trazem os super-heróis. (A) a birra na madrugada é pior.
E) os consumidores são atraídos pela embalagem. (B) a criança tem motivações subjacentes.
(C) o fato é muitas vezes eventual.
Leia o texto abaixo. (D) os limites estão claros.
O diabo e a política
Sempre que leio os jornais, lembro uma historinha que Leia o texto abaixo e responda as questões seguintes:
nem sei mais quem me contou. Naquela aldeia, todos roubavam de A ciência que explica porque se deve gastar o dinheiro em
todos, matava-se, fornicava-se, jurava-se em falso, todos experiências, e não em coisas
caluniavam todos. Horrorizado com os baixos costumes, o frade da A maioria das pessoas busca a felicidade. Há economistas que
aldeia resolveu dar o fora, pegou as sandálias, o bordão e se pensam que a felicidade é o melhor indicador para a saúde de uma
mandou. sociedade. Sabemos que o dinheiro pode nos deixar mais felizes,
Pouco adiante, já fora dos muros da aldeia, encontrou o ainda que depois das necessidades básicas serem atendidas, ele não
Diabo encostado numa árvore, chapéu de palha cobrindo seus incremente tanto assim nossa felicidade. Mas uma das grandes
chifres. Tomava água de coco por um canudinho, na mais completa questões é como usar o dinheiro, que (para a maioria de nós) é um
sombra e água fresca desde que se revoltara contra o Senhor, no recurso limitado. Há uma pressuposição lógica que a maioria das
início dos tempos. pessoas faz quando gasta dinheiro: que já que um objeto físico dura
O frade ficou admirado e interpelou o Diabo: mais, ele nos deixará felizes por mais tempo do que uma experiência
— O que está fazendo aí nesta boa vida? Eu sempre pensei temporária como ir a um show ou um pacote de viagem. Uma
que você estaria lá na aldeia, infernizando a vida dos outros. Tudo pesquisa recente revelou que essa pressuposição está
de ruim que anda por lá era obra sua – assim eu pensava até agora. completamente equivocada. “Um dos inimigos da felicidade é a
Vejo que estava enganado. Você não quer nada com o trabalho. adaptação”, disse o Dr. Thomas Gilovich, um professor de psicologia
Além de Diabo, você é um vagabundo! na Universidade de Cornell que tem estudado a questão do dinheiro
Sem pressa, acabando de tomar o seu coco pelo e da felicidade por mais de duas décadas. “Compramos coisas para
canudinho, o Diabo olhou para o frade com pena: ficarmos felizes, e isso funciona. Mas só por um tempo. As coisas
— Para quê? Trabalho desde o início dos tempos para novas são excitantes no início, mas então nos adaptamos a elas.” 57
desgraçar os homens e confesso que ando cansado. Mas não tinha Língua Portuguesa - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 Em vez
outro jeito. Obrigação é obrigação, sempre procurei dar conta do de comprar o último iPhone ou um BMW novo, Gilovich sugere que
recado. Mas agora, lá na aldeia, o pessoal resolveu se politizar. É obteremos mais felicidade gastando dinheiro em experiências tais
partido pra lá, partido pra cá, todos têm razão, denúncias, como visitar exposições de arte, fazer atividades na natureza,
inquéritos, invocam a ética, a transparência, é um pega-pra-capar aprender coisas novas ou viajar. Os resultados obtidos por Gilovich
generalizado, eu estava sobrando, não precisavam mais de mim são a síntese de estudos psicológicos conduzidos por ele e outros
para serem o que são, viverem no inferno em que vivem. cientistas quanto ao paradoxo de Easterlin, que descobriu que o
Jogou o coco fora e botou um charuto na boca. Não dinheiro é capaz de comprar a felicidade, mas só até certo ponto.
precisou de fósforo, bastou dar uma baforada e de suas entranhas (ANDOLINI, Luciano. Papo de homem, 11 abr. 2015. Disponível em:.
saiu o fogo que acendeu o charuto: Acesso em: 25 jan. 2016)
— Tem sido assim em todas as aldeias. Quando entra a 11-Assinale a alternativa que apresenta um argumento de
política eu dou o fora, não precisam mais de mim. autoridade:
CONY, Carlos Heitor, Folha online. 29 de nov. 2005. A política A) Teremos mais felicidade gastando dinheiro em experiências.
desgraça os homens mais que o diabo. B) Gilovich, um professor de psicologia na Universidade de Cornell
09- O argumento que defende essa idéia é que tem estudado a questão do dinheiro e da felicidade por mais de
A) “Você não quer nada com o trabalho. Além de Diabo, você é um duas décadas, sugere que obteremos mais felicidade gastando
vagabundo!” dinheiro em experiências, tais como visitar exposições de arte, fazer
B)“Trabalho desde o início dos tempos para desgraçar os homens e atividades na natureza, aprender coisas novas ou viajar.
confesso que ando cansado.” C) O dinheiro é capaz de comprar a felicidade, mas só até certo
C) “Obrigação é obrigação, sempre procurei dar conta do recado.” ponto.
D) “Quando entra a política eu dou o fora, não precisam mais de D) A maioria das pessoas busca a felicidade. e. Uma das grandes
mim.” questões é como usar o dinheiro.

Leia os textos abaixo. 12- Assinale a alternativa que apresenta um argumento ilustrativo:
Os filhos podem dormir com os pais? A) Dinheiro não traz felicidade.
B) O dinheiro é ilimitado para algumas pessoas. verdade é que o número de situações de abuso potenciadas pelas
C) Teremos mais felicidade gastando dinheiro em experiências. redes virtuais tem continuado a aumentar.
D) As pessoas ricas são mais felizes.
E) “Uma viagem me deixa mais feliz do que um celular novo”, disse Por tudo isto, parece-me ser do relevante interesse de todos que se
uma pessoa entrevistada na pesquisa exija uma maior regulação e um enquadramento legal na utilização
da Internet e das redes sociais. Tratando-se de um espaço onde se
Nessa atividade os alunos deverão, para cada um dos textos: reproduzem - em espelho - os mesmos mecanismos de desvio às
Identificar qual a tese defendida; normas e os mesmos comportamentos que, noutro local, são
Destacar no texto quais os argumentos que sustentam a tese considerados como fora da lei, é no mínimo espantoso que este
defendida; continue a ser um espaço sem lei. E se advogo uma maior atenção
Classificar os argumentos utilizados de acordo com a classificação da para esta matéria é porque estou bem ciente das vantagens para
Atividade 2 todos, mas sobretudo - e muito em particular - para os utilizadores
TEXTO 1 mais frágeis e propensos a situações de abuso. É que facilitar e
contemporizar com as utilização das redes virtuais equivale a dar um
automóvel ligeiro a um condutor menor e sem habilitação: este até
poderá conduzir uns quilômetros sem incidentes, mas quando estiver
numa situação mais perigosa a probabilidade de ser envolvido numa
situação de acidente aumentará de um modo exponencial. Como se
percebe, também nesta matéria da utilização livre das redes sociais
todo o cuidado é pouco e - infelizmente - até agora parece que não
tem sido nenhum…
Disponível em:
<http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1365417&seccao=Paulo%20Pereira%20de%20Almeida&tag=Opi
ni%E3o%20-%20Em%20Foco>. Acesso em: 18 jun. 2014. (Adaptado)

TEXTO 2
O mundo mão na massa
Rodrigo Vieira da Cunha*
Há algumas semanas, quebrou a tábua de passar lá em casa. Levei na
Disponível em: <http://cenariotocantins.com.br/principal/wp-
feira para o sujeito que vendia tábuas de passar, na esperança que
content/uploads/2012/03/Perigos-das-redes-sociais.jpg>. Acesso em: 18 jun. 2014. ele soubesse arrumar. Ele olhou, deu umas marteladas, tentou tudo
o que eu já tinha tentado e disse que não tinha conserto. Logo em
O perigo das redes sociais seguida, arrematou que a dele custava 99 reais e não estragava
Por Paulo Pereira de Almeida nunca. Papo de vendedor.

Existem milhões de pessoas em todo o mundo ligadas às chamadas Levei em uma ferragem na esquina, que não consertava. Pedi ajuda
redes sociais virtuais. Sendo um espaço virtual em que - por definição durante a semana para levarem em outras ferragens próximas.
- o contato físico não existe, e tratando-se de um lugar onde é fácil Depois de cinco tentativas e uma pilha de roupas para passar lá em
cada um "inventar" uma personagem ou uma personalidade, todo o casa, miou a ideia de consertar a tábua. Fracassei. Cedi à pressão
cuidado é pouco. E não basta que as pessoas continuem a encarar doméstica e ao papo de vendedor do sujeito da feira, e comprei a tal
com boa-fé as tecnologias e a pensar que "do outro lado" encontram tábua de 99 reais. A pilha diminuiu, a paz voltou a reinar, mas o
alguém sério ou bem-intencionado: se a prevenção não é suficiente - sentimento de fracasso ficou.
e creio que se começa a perceber que não - então é urgente que se
regule a sua utilização. Vivemos uma era do desperdício. Tudo é fácil, líquido e "barato".
Meus filhos têm montanhas de carrinhos. Eles vão à banca e pedem
Por exemplo, ainda recentemente a Legal & General, uma empresa uma revista que já têm só porque estão viajando. E tenho de explicar
seguradora, alertava os seus clientes, a partir dos dados de um que não vamos comprar outra porque eles já têm uma... Em paralelo,
estudo, para um novo método de atuação de assaltantes: vejo ficar forte uma corrente de pensamento pregando a era da
percebendo que basta adicionar as pessoas no Twitter ou no abundância. Também sou otimista, mas não quero ser ingênuo. E por
Facebook como "amigos", e sendo estes pedidos muitas vezes isso acredito muito em outra corrente que está emergindo: a
aceitos, os assaltantes descobriram que os utilizadores acabaram dos makers ou doers (fazedores, em inglês), ou corrente "mão na
depois por contar o que vão fazer no feriado ou nas férias ou o que massa".
compraram de novo. O mesmo estudo concluiu - muito
surpreendentemente - que 38% das pessoas que usam redes sociais O tricô, algo que se passa de mãe para filha, já voltou a ser cult. Uma
publicam informações detalhadas sobre os planos para o feriado e espécie de massa époxi, o Sugru, está virando objeto de desejo. São
33% dão informações acerca dos seus hábitos de fim de semana, exemplos da inteligência coletiva mão na massa ganhando força.
designadamente se vão passá-lo fora de casa. Um outro dado - Podem até dizer que a blusa de tricô e um objeto consertado com
recente mas também alarmante - vem de um estudo da Opinion Sugru não são tão bonitos. A estética é um ramo filosófico que
Matters: tendo enviado cem convites a estranhos selecionados ao conjuga o belo, o bom e o verdadeiro. O papel reciclado, marrom,
acaso, concluiu-se que 92% das pessoas aceitaram os convites no com aspecto sujo, já foi belo anos atrás. Hoje, temos o papel branco
Twitter, sem qualquer verificação. Além disso, 13% dos homens certificado. Não se trata da estética rústica, mas de uma nova
facultaram o seu número pessoal de celular, contra apenas 7% das maneira de enxergar o mundo, que aceita a beleza da imperfeição
mulheres. Ainda no plano desta "nova criminalidade digital" importa como parte do processo. "Nossa sabedoria é o ponto de vista a partir
recordar que a Polícia Judiciária (PJ) considera preocupantes os do qual, finalmente, passamos a enxergar o mundo", escreveu
sequestros com abusos sexuais, ligados à Internet, que atingem Proust. Talvez seja um mundo em que os estímulos facilitem arrumar
sobretudo as mulheres entre os 12 e os 15 anos, os alvos uma tábua de passar mais do que comprar outra.
preferenciais destes predadores que muitas vezes são cadastrados. E
se em Portugal, em 2009, e também segundo os dados da PJ, foram *Rodrigo Vieira da Cunha é jornalista e embaixador do TEDx na
participados mais de três mil desaparecimentos e apenas dez - seis América Latina. O blog dele é o afichacaiu.wordpress.com
Disponível em: <http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/atitude/o-mundo-mao-na-massa-desperdicio-abundancia-
adultos e quatro crianças - continuam ainda desaparecidos, a vida-simples-752307.shtml>. Acesso em: 18 jun. 2014.

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