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• “Nova era de hegemonia das finanças”: capital fictício > capital produtivo;
• Entre a década de 1980 e 2010 houve um crescimento significativo dos ativos financeiros de
16,2 vezes, em contraponto, o PIB cresceu 5,0 vezes, gerando um desequilíbrio. Buscou-se
novos campos de aplicação rentáveis desses ativos, havia um desequilíbrio entre a poupança
e os mercados domésticos.
• As bolhas imobiliárias:
• No caso das políticas habitacionais (EUA e Europa): o Estado regulou tais ativos financeiros,
os cidadãos agora são considerados CONSUMIDORES e PLAYERS. Na verdade, tais políticas
habitacionais tratam-se de complexos urbanísticos, imobiliários e financeiros que trouxeram
profundo impacto para as populações: “[...] a própria habitação tornou-se uma mercadoria
fictícia quando foi tomada pelas finanças”(FIX, 2011 apud ROLNIK, 2015, p.29).
• Créditos subprime (crédito de risco para compradores com pouca capacidade de pagamento):
a partir da desregulação dos mercados financeiros, auxiliaram na construção de casas
próprias.
O SISTEMA DE HIPOTECAS
Reino Unido:
• 1945: 30 anos gloriosos.
• 1970-1980: Tatcher e mudanças de paradigma.
• 1990: “sistema de bem estar baseado em ativos”: consumo de ativos para a velhice.
• Hoje há uma crise habitacional no Reino Unido.
• Bedroom tax.
• Austeridade fiscal pós crise de 2007.
• Desmonte político-ideológico do bem estar, moradia social=lugar dos fracos.
EUA:
• 1913: tesouro nacional passou a permitir que os bancos emprestassem dinheiro para
comprar imóveis: surge o mercado de hipotecas.
• Crise de 1929.
• 1934: Federal Housing Administration criado para subscrever e assegurar hipotecas.
• 1937: Fannie Mal: comprar hipotecas dos credores para aumentar a liquidez.
• Política habitacional dual: subsídio para os pobres, facilidade financiamentos para classe
média.
• 1975: Housing and Community Development Act: decretou o fim do financiamento da
moradia pública.
Section 8: aumentou subsídios para proprietários privados (alugueis).
Permissão para instituições não bancárias securitizar hipotecas: agrupar várias hipotecas
e converter em um título lastreável e negociável para vender no mercado de capitais
(bolsa de valores): corretores de crédito, intermediários e agências de rating.
Passou a ser uma das grandes fontes de alavancagem de crédito (usar recursos de
terceiros como capital da empresa, multiplicar rentabilidade, montante da dívida para
financiar ativos).
[...] a crise hipotecária dos empréstimos subprime [...] foi fruto de uma
política clara e progressiva de destruição de alternativas de acesso à moradia
para os mais pobres. Tal política visava constituir, exatamente no setor
habitacional de mais baixa renda, uma nova forma de extração de renda - dos
mercados de hipotecas, assim como dos próprios proprietários endividados -
para os investidores financeiros. (ROLNIK, 2015, p.69).
• Não houve reação com mudança de paradigma, governos, tais como EUA, injetaram
dinheiro do Federal Reserve nos bancos que tinham dívidas com hipotecas.
• Tais recursos, seguiram a lógica financeira, não recuperando os mercados habitacionais
locais, mas procurando investimentos mais lucrativos.
Assim, dentre as medidas pós-crise resultante da financeirização da moradia,
mais finanças para a moradia tem sido a resposta mais comum dos países. A
crise não significou sequer um reforço para programas ou políticas de
habitação social não mercantilizada, muito menos a implementação de novos
modelos de provisão e gestão da moradia. (ROLNIK, 2015, p.106).
• Há, na verdade, austeridade fiscal: aumento das pessoas sem casa, aumento das taxas de
aluguel privadas, crise do subprime virou mercado, já que há um estoque de imóveis vazios.
Até mesmo Fundos de Investimentos Imobiliários (FII) entraram no mercado de aluguel de
casas e apartamentos.
• Europa, EUA, Canadá, Austrália: isenções fiscais, subsídios a taxas de juros ou bônus em
poupança. França: bônus em contas de poupança e empréstimos sem juros para primeira
casa.
• Contrato-poupança: contract-savings.
• Isenções fiscais, taxas de juros subsidiadas e bônus para poupadores beneficiam classes
médias que poupam, grandes quantidades de dinheiro público são mobilizadas sem
beneficiar quem NÃO PODE poupar, e que realmente precisa de moradia.