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I E
SO
T L
ÓO
R G
I I
A A
P R O F. A R T H U R W. D Ü C K
1º Semestre de 2004
I. Introdução
1. O que é teologia?
Alunos do 1o. grau e alunos de grego do seminário logo sabem separar essa palavra em
duas partes e logo dizem orgulhosamente que teologia é o estudo (pensar/raciocinar)
de/sobre Deus. Apesar de que esta definição é correta, ela é simplista demais quando
se trata de alunos de seminário.
- quais são as nossas fontes de informação sobre Deus (Bíblia, livros, reflexões
humanas, experiência humana) e como elas se relacionam entre si – existe
autoridade, baseada em quê, etc.
- como é Deus, como ele nos trata, o que ele faz, ele é diferente das outras
criaturas, como?
Há muitas definições de teologia (ver Roldán 2001, 19). Uma definição de teologia
poderia ser: teologia é uma reflexão intelectual sobre as ações, sobre o conteúdo, e
sobre as implicações da fé cristã (Grenz and Olson 1992, 9) .
Como é uma reflexão intelectual precisamos estar constantemente alertas para a chance
de estarmos errados em nossa reflexão. A nossa natureza pecaminosa é tendenciosa e
t e n d e f a c i l m e n t e p a r a o e r r o . S o m o s m u i t o m e n o s o b j e t i v o s d o q u e g o s t a r í a m o s d e s e r.
Como é uma reflexão humana, usamos da nossa razão humana nesse processo. Sou
grato a Deus pela razão que ele nos concede, mas também reconheço que a minha
razão é limitada por muitas fatores: minha educação, minha história, meus
preconceitos, minha emoção, pela queda, etc. Quem nos diz que a razão de Deus se
baseia nos mesmos princípios que a nossa? A minha razão foi afetada pela queda e por
isso ela não é imparcial.
Por outro lado normalmente não estamos cientes de como a nossa emoção e
experiências passadas influenciam a nossa teologia. Por um lado isso é muito bom pois
nos faz pessoas únicas, que podem contribuir de forma singular para a teologia. Por
outro lado a minha emoção também foi afetada pela queda. A maneira como interpreto
minhas experiências passadas e a emoção atrelada a elas, também é parcial.
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Com isso não queremos dizer que tudo é relativo, mas que a nossa compreensão de
Deus e de como ele age é relativa.
Na época atual questionamos em especial a razão humana, afetada pela queda e muito
m e n o s a n o s s a e m o ç ã o e i n t u i ç ã o e s p i r i t u a l . Te m o s u m a a v e r s ã o à r a z ã o h u m a n a ( p o r
ser anti-Deus) e os sentimentos que temos (considerados a voz do Espírito). Esse é o
resultado da época em que vivemos. No passado houve épocas onde tínhamos
exatamente o contrário. Sem a razão e sem a emoção não podemos aprender nada. Não
consigo conectar idéias, e nem experiências e nem filtrar o que o texto está dizendo ou
não está dizendo. Precisamos questionar a minha interpretação dos fatos e das
emoções que sinto. Sem a razão isso é impossível.
Como ser humano caído, sou tendencioso. Muitas vezes tenho interesses pessoais em
jogo quando quero que certas “verdades espirituais” sejam ensinadas. Estamos em luta
pelo poder com outras pessoas e achamos que precisamos bater o pé para ser
diferentes do nosso próximo. Posso estar querendo erradicar a raiz de um ensinamento
muito perigoso, e isso faz com que eu exagere. Além de tirar as raízes, tiro muita terra
o redor e acabo destruindo outras árvores que se encontram nas redondezas (jogar fora
o bebê com a água do banho).
Isso deve nos levar a um bocado de humildade. Eu não tenho toda a verdade, nem
minha igreja. Somos falhos e precisamos uns dos outros. Gigantes na fé erraram,
mesmo com a melhor das motivações.
Devemos ter convicções fortes baseadas em nosso entendimento da Palavra. Mas isso
nunca deve tirar de nós a vontade de aprender e crescer com os outros. Essa humildade
nos ajuda a reconhecer que o nosso entendimento das Escrituras está sendo
influenciado por muitos outros fatores além da Bíblia. “Eu posso estar
enganado/errado”.
Reconhecer que precisamos dos outros = reconhecer que aqueles que se opõem a minha
teologia podem ser os meus maiores amigos – eles chamam a atenção para pontos
c e g o s d a m i n h a t e o l o g i a e a s s i m m e e s t i m u l a m a c r e s c e r. M a s p o d e s e r o c o n t r á r i o –
posso encarar eles como meus inimigos e assim pintá-los de hereges e com isso
somente me armar para atacar tudo o que fazem.
A palavra teologia não é bíblica. Ela foi usada por 1o. pelos pais da igreja para se
referir a algumas crenças cristãs. Clemente de Alexandria no final do séc. II contrastou
a teologia cristã com a mitologia dos escritores pagãos. Ele defendia que a teologia se
referia “a afirmações cristãs verdadeiras sobre Deus” comparada com as histórias
fantasiosas da mitologia pagã. Nessa fase a teologia não foi usada para todo o corpo do
pensamento cristão, mas somente para aqueles aspectos que se relacionavam
diretamente com Deus (McGrath 1998, 1).
O Cristianismo cresceu num mundo politeísta. A tarefa dos primeiros escritores cristãos
era distinguir o Deus cristão dos outros deuses. Se existiam muitos deuses, precisaria
s e r d e f i n i d o s o b r e q u a l d e u s e s t a v a m f a l a n d o . A d o u t r i n a d a Tr i n d a d e p a r e c e t e r s u r g i d o
dentro dessa preocupação – tentando identificar de qual Deus os cristãos estavam
falando (McGrath 1998, 1-2).
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Com o passar do tempo o politeísmo ficou ultrapassado e foi considerado primitivo.
Presumia-se que havia somente um Deus que este Deus era o Deus dos cristãos. No
i n í c i o d a I d a d e M é d i a e r a ó b v i o q u e s ó e x i s t i a u m D e u s . To m á s d e A q u i n o t e n t o u p r o v a r
a existência de Deus, e nem se preocupou em dizer que este era o Deus dos cristãos,
afinal que outro deus havia? (McGrath 1998, 2).
A introdução da teologia das universidades nos séc. XII e XIII estimulou muito a sua
sistematização. Nessa época as universidades típicas tinham 4 áreas: artes, medicina,
direito e teologia. As artes eram o estudo introdutório que depois possibilitava os
estudantes a irem para cursos mais avançados (McGrath 1998, 2).
Inicialmente o estudo da teologia era feito nos mosteiros e se preocupava com assuntos
práticos tais como oração e espiritualidade, ao invés de assuntos teóricos. Mas com as
universidades o estudo da fé cristã gradualmente entrou na arena pública. Isso a levou
através dos séculos a ser vista como uma área teórica ao invés de prática, apesar de
críticas quanto a essa trajetória (McGrath 1998, 2-3).
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entender a sua situação atual e suas necessidades); e teologia prática (que se
preocupa com “técnicas” de liderança da igreja e prática). Mas com o advento do
secularismo e do pluralismo no Ocidente a validade dessa perspectiva foi questionada
fortemente (McGrath 1998, 3-4).
Nos países onde o secularismo ficou forte (como a França e Austrália) a cadeira de
teologia foi tirada da universidade e de qualquer ensino público em todos os níveis
(McGrath 1998, 4).
Mas agora no Ocidente o pluralismo é que tem banido a religião do ensino público. A
questão é não oferecer nenhuma vantagem de uma religião sobre a outra. Nas
universidades a cadeira de religião precisa ter pessoas que representam as diferentes
religiões. O Cristianismo pode ser ensinado, mas somente no contexto de ser uma entre
muitas religiões. O estudo mais aprofundado da teologia cristã passou a ser domínio
dos seminários. Mas mesmo nos seminários a questão se tornou um bocado
fragmentada. Discutimos a relação entre teologia sistemática e teologia bíblica,
teologia pastoral e histórica, etc. (McGrath 1998, 4-5).Cada uma tem o seu lugar no
estudo.
Sem uma reflexão teológica entre o povo de Deus podemos facilmente ter o Cristianismo
como uma “religião popular” [onde cumprimos os ritos mas não temos a mínima idéia o
que significam] “relegadas a esferas de total subjetividade e esvaziada de credibilidade
perante a opinião pública” (Grenz e Olson 2001, 10).
As pessoas mudam de igreja de acordo com a moda, sem ter a mínima noção da teologia
q u e e s t ã o a b r a ç a n d o . O s e n t i r s e t o r n o u m u i t o m a i s f o r t e q u e o s a b e r e r e f l e t i r. A s
pessoas perderam o discernimento porque conhecem muito pouco. Assim são presas
fáceis de “outros evangelhos” pregados às massas (Grenz e Olson 2001, 10).
3. “Feliz é o cristão que nunca se encontrou com um teólogo!”... “Quem é você para
dizer que minha interpretação da antropologia de Paulo está errada? Minha Bíblia é
clara e simples, e tudo que vocês exegetas fazem é complicá-la e torná-la
inacessível à compreensão de pessoas comuns. Pois bem, prefiro meu enfoque
popular à sua perspectiva acadêmica...” (in Grenz e Olson 2001, 13, 27). O que a
pessoa quis dizer com essas frases? Podemos concordar? Será que todo cristão
não é um teólogo? Precisamos então de teólogos profissionais? Comente.
Bem, respondendo à primeira pergunta, a pessoa, com essas frases, quis dizer que os
teólogos ou exegetas, apenas complicam a Bíblia, complicam o que é claro e óbvio.
Ta l v e z o m e d o d e q u e o s t e ó l o g o s p e r c a m o s e u e s p a ç o , e l e s t e n t a m c o m p l i c a r c a d a v e z
m a i s a s e s c r i t u r a s p a r a q u e a s s i m , e l e s n u n c a f i q u e m s e m t r a b a l h o . E m s e g u n d o l u g a r,
se eu concordo ou não? Eu concordo e discordo, pois realmente alguns teólogos acham
pé em cobra, conseguem tirar idéias e mais idéias de textos que realmente não dizem
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nada além do óbvio que lá está escrito. Mas, na maior parte das vezes, os teólogos e
estudantes da Bíblia são fundamentais para que o verdadeiro teor da Bíblia seja
extraído. Para que textos sejam corretamente interpretados e aplicados.
Com relação à terceira pergunta, eu não concordo que todo cristão é um teólogo, mas
sim, todo cristão tem a sua teologia, pois teólogo se aplica ao estudioso da Bíblia, à
pessoa que lê e se aprofunda nas escrituras para de lá tirar conclusões, já a maioria
dos cristãos apenas retêem algumas idéias, da leitura ou na maioria das vezes apenas
d e o u v i r f a l a r, e e m c i m a d i s s o c r i a m a s u a t e o l o g i a , n a q u a l a c r e d i t a m e s e p o s s í v e l a
seguem (essa segunda parte é bastante incomum).
4. A reflexão teológica precisa fazer parte da vida cristã? “Afinal, não se presume
que os cristãos creiam como crianças e simplesmente concordem, mediante a fé
cega, com o que lhes prescreve a Palavra de Deus?” (Grenz e Olson 2001, 27);
Comente.
As próprias escrituras nos dizem que devemos meditar sobre elas de dia e de noite, ao
m e u v e r, m e d i t a r n ã o s i g n i f i c a a p e n a s s e g u i r e s s a f é c e g a , m a s s i m p e n s a r, r e f l e t i r,
e s t u d a r, i r a o f u n d o d e c a d a p a l a v r a q u e h á n a B í b l i a . E s s a f é c e g a , n o v a m e n t e i r i a d a r
a cada pessoa uma interpretação diferente de um texto. Sendo assim, novamente cada
um iria puxar para um lado, não haveria nenhuma unidade de pensamento.
Aos meus olhos, não consigo enxergar um cristianismo verdadeiro sem que hajam
lideres que se dediquem ao estudo e sem que cada cristão faça a sua parte nessa
reflexão teológica.
Nenhuma teologia nasce no vácuo. Ela precisa de alguma base que dê sustentação para
ela. Em se tratando de uma teologia bíblica ela se baseia em alguns pilares muito
concretos:
a) Escritura:
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b ) Tr a d i ç ã o :
T r a d i ç ã o = p a s s a r a d i a n t e . To d a v e z q u e p a s s a m o s a P a l a v r a a d i a n t e a t r a d i ç ã o e s t á e m
ação. Antes de termos a Bíblia escrita ela era passada adiante somente pela tradição.
Nos 1os. séculos era aceito que a Bíblia e a tradição eram idênticas – de modo geral
e r a v e r d a d e ( L a n e 2 0 0 0 , 11 ) . A ê n f a s e n a t r a d i ç ã o s e t o r n o u e s p e c i a l m e n t e i m p o r t a n t e
na época do Gnosticismo [idéias similares ao Cristianismo que surgiram da união do
Cristianismo com a cultura grega]. Os gnósticos interpretavam a Bíblia de uma forma
que assombrava os líderes cristãos. Nesse contexto o apelo à tradição foi muito
importante. Irineu insistia que a “regra de fé” foi passada dos apóstolos para os seus
seguidores e preservada pela igreja apostólica. Em outras palavras, a igreja tinha
proclamada fielmente o mesmo evangelho desde o tempo dos apóstolos até o presente
dia. Os gnósticos não afirmavam essa continuidade com a igreja primitiva. Eles
surgiram com novas idéias que afirmavam serem “cristãs”. Irineu enfatizou a
continuidade do ensino e do ofício de pregação dos líderes da igreja. Assim tradição
passou a significar a “interpretação tradicional das Escrituras” ou “a apresentação
t r a d i c i o n a l d a f é c r i s t ã ” c o m o a s e n c o n t r a m o s n o s c r e d o s d a i g r e j a . Te r t u l i a n o a f i r m a v a
que as Escrituras podem ser entendidas claramente, desde que lidas como um todo.
Mas as discussões sobre a interpretação de algumas passagens são inevitáveis. Os
hereges podem fazer a Bíblia dizer qualquer coisa. Por esta razão a tradição da igreja é
tão importante, já que indica a maneira pela qual a igreja recebeu e interpretou as
Escrituras. A interpretação correta das Escrituras deveria ser encontrada onde a
verdadeira fé cristã e a disciplina se mantivera. Era um controle sobre a interpretação
das Escrituras. Dentro desse contexto surgiram os credos que são resumos da fé
comuns a todos os cristãos que serviam para manter a unidade doutrinária e para serem
usadas em cultos públicos (McGrath 1998, 29-30)
“É impossível para qualquer grupo por mais informal que seja, existir por um período de
tempo sem a t r a d i ç ã o , t a m p o u c o i s s o s e r i a a c o n s e l h á v e l ” ( L a n e 2 0 0 0 , 11 ) . P a u l o d i s s e
p a r a Ti m ó t e o q u e d e v e r i a p a s s a r a d i a n t e a P a l a v r a q u e r e c e b e u . G r a n d e p a r t e d e n o s s a
compreensão da Palavra vem a nós via outras pessoas = tradição.
To d o s somos escravos das tradições. Eles passam para nós como hábitos, como
maneiras de pensar e encarar o mundo. Isso é inevitável. O problema está quando não
questionamos mais o que é transmitido para nós (típico de pessoas de nossas igrejas)
(ex. cruzamos os braços de uma maneira, por quê não de outra? Quando escovamos os
dentes sempre começamos com o mesmo lado, por quê?).
U n s s ã o e s c r a v o s d a t r a d i ç ã o f a z e n d o t u d o c o n f o r m e o s e u c o s t u m e s e m q u e s t i o n a r.
Outros são escravos no sentido de que tudo o que foi ensinado ou transmitido é errado.
O certo é fazer exatamente o oposto do que estou acostumado.
Quando lemos a Bíblia e tentamos interpretá-la somos escravos da teologia que foi
p a s s a d a p a r a n ó s . Te m o s o m e s m o E s p í r i t o S a n t o e a f i r m a m o s q u e o E s p í r i t o n o s d e u
uma interpretação exatamente oposta à interpretação de nosso irmão. O Espírito não
nos traz a interpretação, mas quer nos ajudar a anular os efeitos nocivos da queda
sobre a nossa razão e emoção. A tradição nos passou uma maneira de interpretar os
assuntos da Bíblia que podem estar somente parcialmente corretos. Linhas teológicas
diferentes podem nos ajudar a corrigir as distorções.
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Historicamente a igreja Católica, Anglicana e Ortodoxa têm enfatizado muito a
interpretação da Bíblia baseada na tradição (Berkhof 1985, 21). Isso evita muitos erros,
mas também tende a colocar um cabresto sobre a interpretação da Bíblia.
“A atitude cristã para com a tradição é resumida no quinto mandamento: honra a teu pai
e tua mãe. A tradição é a fé cristã passada a nós por nossos antepassados espirituais.
Eles merecem o nosso respeito e honra. Desprezá-los e imaginar que podemos começar
tudo de novo como se eles nunca tivessem existido é arrogância e tolice. Mas honrar os
pais nem sempre é obedecer-lhes. Ouvimos humilde e respeitosamente a voz da
tradição, mas estamos sujeitos apenas à palavra de Deus. Há momentos que devemos
d i z e r à t r a d i ç ã o : ‘ D e v e m o s o b e d e c e r a D e u s e n ã o a o s h o m e n s ’ ” ( L a n e 2 0 0 0 , 11 ) .
Para não ser escravo das tradições e ao mesmo tempo aproveitar o que ela pode me
passar devo estar consciente das limitações que a minha tradição me impõe. Preciso
saber quais elas são e como me afetam. Assim posso tentar neutralizá-las:
“Normalmente olharia dessa perspectiva, mas será que estou perdendo algo em não
olhar da outra perspectiva?” Será que tem coisas que estão passando batido por causa
da minha tradição?
Isso pode nos ajudar a crescer na fé. Eu preciso dos irmãos da minha e das outras
igrejas para me tornar mais parecido com o que Deus requer de mim. Descubro isso
através da Bíblia.
Somos muito influenciados pelo mundo e de sua maneira de ver as coisas. Ela fornece a
estrutura de pensamento sobre a qual construímos a nossa teologia nos dias de hoje.
Essa forma de pensar pode ser melhor ou pior do que a visão de mundo que tínhamos
há alguns séculos atrás. O que não se pode fazer é ignorá-la, caso contrário ela nos
domina e nem estamos cientes disso.
A teologia ajuda a igreja em cada geração (que está inserida em um contexto cultural),
a refletir sobre, e aplicar a fé que está presente na igreja para o mundo (Grenz and
Olson 1992, 9).
Como conseqüência disso, a teologia precisa lidar com 3 pilares centrais: o evangelho
bíblico [que é imutável], a herança [tradição] da igreja, e a maneira de pensar do mundo
[que muda muito rapidamente]. Ela se utiliza desses 3 pilares na tentativa de articular
(expressar claramente) o evangelho imutável de Cristo dentro de um contexto que muda
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constantemente, e com isso ser relevante às questões do nosso mundo atual (Grenz and
Olson 1992, 9).
Os teólogos da história da igreja mostram como a igreja definia suas doutrinas bíblicas
e como enfrentavam as filosofias e heresias do seu tempo.
Te n d e m o s a r e p e t i r o s m e s m o s e r r o s d o p a s s a d o . Q u a n d o n ã o c o n h e c e m o s a h i s t ó r i a
tendemos a querer redescobrir a roda. Isso não é necessário e até ignorância. Se
agirmos dessa forma vamos cometer muitos erros que poderiam ser evitados no
processo.
Nenhum teólogo de destaque era “burro” – eles reagiam a uma situação específica e
tentaram de melhor maneira resolver o seu problema. A história tem consagrado essas
p e s s o a s p o r q u e t i n h a m o s e u v a l o r. P o d e s e r q u e d i s c o r d e m o s t o t a l m e n t e d e s u a s
idéias, mas precisamos tentar entender o que faziam e o que os motivava para chegar a
esta conclusão.
“ To d a c r e n ç a c r i s t ã r e l e v a n t e s u r g i u p o r r a z õ e s u r g e n t e s e p r á t i c a s ” ( O l s o n 2 0 0 1 , 1 5 ) .
To d a s e l a s t i n h a m r a z ã o d e s e r . A s p e s s o a s n ã o d i s c u t i a m o s a s s u n t o s s i m p l e s m e n t e
p o r q u e n ã o t i n h a m n a d a a f a z e r. C o m o h a v i a m u i t o s e v a n g e l h o s s e n d o e s p a l h a d o s p e l o
mundo, “as doutrinas foram propostas e desenvolvidas porque alguém percebeu que o
próprio evangelho estava em jogo” (Olson 2001, 16).
Por outro lado podemos também ver o exagero de algumas pessoas no passado que
deram o sangue e se degladiaram por questões muito secundárias da fé. Cristãos
mataram outros por alguns desses detalhes (Olson 2001, 17). Isso nos mostra que
devemos ter cuidado com as doutrinas que cremos. Podemos nos tornar tão fanáticos a
ponto de esquecer o que a Bíblia diz a respeito.
H á d o u t r i n a s c e n t r a i s e o u t r a s m e n o s c e n t r a i s . P e l a s c e n t r a i s d e v e m o s l u t a r e b a t a l h a r,
mas por aquelas que são periféricas devemos ter respeito e compaixão com as outras
pessoas. Se uma pessoa é batizada por imersão ou aspersão, não vai fazer tanta
diferença.
Houve épocas onde ter a doutrina correta tinha importância excessiva. Mas hoje parece
que estamos no outro extremos. Já não importa mais o que cremos. “O cristianismo está
correndo o risco de se tornar uma religião folclórica de culto terapêutico e sentimentos
pessoais” (Olson 2001, 17).
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Há alguns anos atrás a doutrina da perfeição humana estava na moda no Brasil.
“Cristão não peca mais”. Essa doutrina se baseou em 1 Jo 5:18. John Stott estava no
congresso da Vinde e lá alguém fez essa pergunta para ele. Stott respondeu que
lamentava que a igreja estava repetindo os mesmos erros que já haviam ocorrido
algumas vezes no passado.
É prudente termos muita humildade quando descobrimos algo na Bíblia que achamos
que ninguém antes de nós descobriu. Pode ser ignorância nossa pelo fato de que não
conhecemos os outros que já haviam visto isso, ou algo tão absurdo que nunca ninguém
mais vai ver o que você viu.
Na época dos pais da igreja, temos a perseguição aos cristãos. Muitos foram
martirizados por sua fé. Com o tempo criou-se uma teologia, de que morrer martirizado
era algo que dava muito status espiritual para a pessoa – era símbolo de uma
espiritualidade s u p e r i o r. Pessoas faziam questão de serem presas para serem
arremessadas às feras. Isso daria uma recompensa m a i o r. A s u p e r - v a l o r i z a ç ã o de
algumas doutrinas pode parecer muito santa, mas há interesses humanos muito fortes
atrás deles. Hoje podemos achar que ir a um culto é mais importante do que cuidar da
família; que orar e jejuar é mais espiritual que fazer festa; que certas palavras ou
expressões são mais poderosas na oração.
A discussão sobre as duas naturezas de Cristo – é algo que até hoje nos dá problemas
e não temos exatamente como solucioná-lo. Naquela época já lutavam com essa
problema e divulgaram um manifesto que vale até hoje. Não resolve todas as nossas
d ú v i d a s , m a s c o l o c a u m f u n d a m e n t o s o b r e o q u a l p o d e m o s c o n s t r u i r.
P e s s o a s p o d e m f i c a r t o t a l m e n t e c e g a s p a r a o q u e a B í b l i a r e a l m e n t e q u e r e n s i n a r. A
igreja ensinou a salvação por obras durante muitos séculos. Isso não quer dizer que
não havia pessoas inteligentes estudando a palavra. Acontece que a teologia da época
determinava a interpretação. Será que é diferente hoje? Podemos ser cegos para
diversas coisas na Bíblia.
Os Anabatistas foram o lado mais radical da reforma. Eles foram basicamente cassados
por todos os outros grupos evangélicos. Hoje, basicamente as igrejas evangélicas
adotaram o seu padrão, as suas diretrizes básicas de igreja. Por outro lado, por serem
tão radicais, também achavam que somente eles seriam salvos.
A igreja vivia em dois mundos sem fazer conexão entre eles: o mundo espiritual nada
tinha a ver com o mundo racional. Deus fazia milagres, era algo espiritual. Cria-se
nisso mas na vida real, somente cremos no que podemos explicar racionalmente.
Apareceu um teólogo Bultmann, que disse que precisávamos parar com essa hipocrisia.
Ele tentou unir os dois mundos baseado na razão. Milagres não existem, etc. Ele foi
coerente, mas tomou a decisão errada. Se a liderança da igreja não ajudar as pessoas
da igreja a fazer essa ponte entre o espiritual e o material/racional, essas pessoas vão
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s e p e r d e r, p o i s v ã o t e n t a r r e s o l v e r a s c o n t r a d i ç õ e s i n f l u e n c i a d o s p e l o s p r o f e s s o r e s q u e
normalmente não têm uma fé bíblica.
Quando aparecem novas teologias elas mostram as lacunas que ficaram na teologia
a n t e r i o r. A t e o l o g i a d a l i b e r t a ç ã o m o s t r o u o s g r a v e s p r o b l e m a s d o c a p i t a l i s m o . A t é e s s e
ponto, poucos questionavam que o capitalismo era o método criado por Deus para a
sociedade. A teologia da libertação mostrou que as estruturas que controlam a
sociedade são corrompidas pelo pecado e que se não mexermos nelas, há pouca
esperança para uma sociedade m e l h o r. Ela também mostrou que a igreja estava
tentando cuidar da alma das pessoas e não estava interessada nas pessoas e na
sociedade como um todo. O nosso sal se resumia à parte espiritual. Achávamos que se
cuidássemos do problema espiritual das pessoas, todo o resto seria resolvido
automaticamente. Mas essa teologia nos abriu os olhos para ver que normalmente essa
conseqüência de termos encontrado a Cristo não faz a mínima diferença em termos de
nosso compromisso com os pobres.
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II. Formação do Cânon
A – C o m o a c o n t e c e u a c a n o n i z a ç ã o d o AT ?
Cânon significa regra ou padrão de medida – padrão, regulamento (Hörster 1996, 189).
Por canonicidade entendemos que a igreja foi dirigida pelo Espírito Santo para escolher
o s l i v r o s i n s p i r a d o s p o r D e u s d o N T e AT.
No processo de canonização a igreja não pretendeu impor sua própria autoridade sobre
alguns dos muitos documentos que circulavam entre as igrejas cristãs de sua época. A
igreja não criou o cânon. Ela aceitou a autoridade dos documentos que foram
diretamente ligados a uma fonte apostólica. A igreja queria se certificar de que os livros
canônicos davam testemunho direto e autêntico das grandes verdades centrais da fé
cristã.
D e n t r o d o p r ó p r i o AT j á h a v i a a i d é i a d e j u n t a r o s m a n d a m e n t o s d e D e u s p a r a o p o v o .
Inicialmente os 10 mandamentos sintetizavam a lei. Depois foram acrescentadas outras
palavras de Moisés na arca da aliança (Deut 31:24-26). Essas pessoas se viam
incumbidas por Deus para escreverem e incluir esses escritos na revelação de Deus.
Esse acréscimo aconteceu até por volta do ano de 435 AC quando os últimos profetas
morreram (Grudem 1999, 29-30).
P a r e c e q u e o c â n o n d o AT e s t a v a f e c h a d o n a é p o c a d e J e s u s . A L X X c o n t i n h a d i v e r s o s
livros apócrifos, mas em geral estes não eram aceitos pela comunidade judaica.
Parece não ter havido qualquer discussão entre Jesus e os rabinos de sua época quanto
aos livros que eram considerados inspirados por Deus. Jesus citou muitas vezes os
e s c r i t o s n o AT ( 2 9 5 v e z e s ) e n e n h u m a v e z u m l i v r o a p ó c r i f o ( G r u d e m 1 9 9 9 , 3 0 ) .
O pentateuco foi o 1o. a ser aceito, depois os profetas. A grande discussão centraliza
em alguns livros:
Ester – a palavra Deus não aparece e por causa da instituição de uma festa não
contida na lei de Moisés;
O c â n o n d o AT n ã o f o i f e c h a d o e m J â m n i a e m 9 0 A D c o m o m u i t a s v e z e s s e s u p õ e . E m
Jâmnia houve discussões sobre se alguns dos livros deveriam pertencer ao cânon
(Eclesiastes e Cantares). A controvérsia de Jâmnia sobre esses livros mostra que eles
eram aceitos como canônicos.
Parece que o processo de canonização foi forçado por causa da luta entre os macabeus
e Antíoco Epifânio por volta de 160 AC (LaSor et al. 1996, 600)
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Ao que tudo indica em meados do séc. II AC o cânon já estava fechado. Existem
a l g u m a s d ú v i d a s s o b r e E s t e r, E c l e s i a s t e s e C a n t a r e s ( B r u c e 1 9 8 8 , 4 1 ) .
O s e v a n g e l h o s d o N T t o m a m c o m o c e r t a a a u t o r i d a d e d o AT e v ê e m J e s u s c u m p r i n d o o
AT. M u i t a s v e z e s e n c o n t r a m o s n e l e s q u e e s t a v a s e c u m p r i n d o a E s c r i t u r a . A i g r e j a s e
via como sendo o novo Israel e por isso herdeira da revelação e das promessas feitas a
I s r a e l n o AT ( K e l l y 1 9 9 4 , 3 8 ) .
Os livros apócrifos não eram considerados heréticos, mas não foram colocados no nível
dos outros livros inspirados. “Pelo menos durante os cem primeiros anos de sua
história, as Escrituras da igreja, no sentido exato da palavra, consistiram
e x c l u s i v a m e n t e n o AT. O s l i v r o s q u e f o r m a m o q u e m a i s t a r d e v e i o a s e r c o n h e c i d o
como NT obviamente já existiam; quase todos eles haviam sido escritos bem antes do
término de primeiro século, sendo conhecidos e usados pelos cristãos do segundo
século. Contudo, eles não haviam sido elevados à categoria especial de Escrituras
canônicas. Por outro lado, o judaísmo tinha sua coleção de livros sagrados, ou ‘santos’,
já bem antes do nascimento do cristianismo” (Kelly 1994, 38).
No período da igreja primitiva, a Bíblia hebraica circulava entre as pessoas. Mas na sua
maior parte circulava a LXX que continha diversos livros apócrifos. Nem sempre todos
os apócrifos estavam junto com os livros canônicos. A Bíblia dos judeus na dispersão
era a LXX. Dentro dos judeus que moravam na Palestina havia uma clareza sobre os
livros sagrados e os livros que eram edificantes do ponto de vista religioso. Fora da
P a l e s t i n a h a v i a u m a l i b e r d a d e m u i t o m a i o r. A s p e s s o a s t o m a v a m a l i b e r d a d e d e f a z e r
acréscimos e reescrever partes deles, inclusive anexando livros novos à lista. Parece
q u e n o s d o i s p r i m e i r o s s é c u l o s a i g r e j a a c e i t o u e s s e s l i v r o s a p ó c r i f o s d o AT c o m o
inspirados. No final de séc. II começou a haver uma certa relutância com relação a
alguns livros (Kelly 1994, 39-40).
O s j u d e u s d e h o j e q u e s e g u e m o AT n ã o c o n s i d e r a m o s l i v r o s a p ó c r i f o s c o m o E s c r i t u r a s .
A igreja não pretendeu impor sua própria autoridade sobre os livros. Ela reconheceu a
autoridade dos documentos que foram diretamente ligados a uma fonte apostólica. A
igreja queria se certificar de que os livros davam testemunho direto e autêntico das
grandes verdades centrais da fé cristã (McGrath 1998, 29).
As igrejas tinham muitas tradições orais circulando entre eles. Enquanto os apóstolos
estavam vivos eles mesmos eram o cânon. Os apóstolos no NT têm a mesma autoridade
q u e o s p r o f e t a s n o AT ( G r u d e m 1 9 9 9 , 3 3 ) .
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E s t r i t a m e n t e f a l a n d o o c â n o n d a s i g r e j a s n o s 1 o s . 1 0 0 a n o s d a i g r e j a e r a o AT ( L o h s e
1 9 7 2 , 2 9 ) . A i g r e j a c r i a s e r o n o v o I s r a e l e p o r i s s o a p l i c a v a o AT p a r a s i m e s m o . O
s i g n i f i c a d o d o AT n ã o s e e s g o t a v a n u m a c o m p r e e n s ã o l i t e r a l , m a s h a v i a u m s e n t i d o
mais profundo no texto por ser descoberto, que só era descoberto quando lido a partir
d o c u m p r i m e n t o d o AT n a v i d a d e J e s u s . P a r a i s s o u t i l i z a r a m a a l e g o r i a e a t i p o l o g i a
(Lohse 1972, 30-31).
O AT e o N T e r a m v i s t o s c o m o i n t e r l i g a d o s – o AT a p o n t a v a p a r a J e s u s e o N T c u m p r i a o
AT.
O processo de canonização foi muito complicado e começou quando alguns dos pais
apostólicos começaram a usar alguns desses escritos para defender seus ensinos
contra os hereges (McDonald in DLNT 134).
O tempo demorado (por volta de meados do séc. IV) que houve para o fechamento do
cânon se deveu por causa da distância entre as igrejas. Em 367 AD temos a 1a.
r e f e r ê n c i a d e A t a n á s i o f a l a n d o e m 2 7 l i v r o s d o N T. E m a l g u n s o u t r o s l o c a i s , n o e n t a n t o ,
o processo levou um pouco mais de tempo ainda, já que não eram tão rigorosos. O
critério que veio finalmente a decidir a canonicidade foi a autoria apostólica ou
aprovação da parte deles (Kelly 1994, 44). Houve em especial divergências entre o
ocidente e o oriente. Mas a grosso modo a forma básica do cânon já estava definida
muito antes dos pronunciamentos dos concílios a respeito (Dunbar 1995, 356). Alguns
e s t u d i o s o s a c h a m q u e p o r v o l t a d e 2 0 7 A D n a é p o c a d e Te r t u l i a n o o c â n o n j á e s t a v a
completo (Bruce in DJG 96).
A preocupação em preservar os ensinos sobre Jesus, mostra que o viam como enviado
por Deus. 2 Pe 3:16 mostra que as cartas de Paulo eram tidas como escrituras.
Apesar de que Ap 22:18s foi escrito para esse livro, já mostrava que havia diferentes
categorias de documentos. Mas a punição é a mais severa possível, dada a importância
que Deus dá à sua Palavra (Grudem 1999, 37).
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Diversos pais da igreja faziam distinção entre os seus escritos e os inspirados (Klein et
al. 1993, 60), mas nem sempre, pois há listas que contêm 1 Clemente, Pastor de
Hermas e Epístola de Barnabé (McDonald in DLNT 135).
Os livros disputados eram avaliados de acordo com os ensinos dos livros já aceitos
(Dunbar 1995, 354).
Precisamos aceitar que Deus cuidou de forma que tivéssemos no cânon somente os
livros essenciais. Assim como Deus cuidou da criação e da encarnação devemos dar
crédito a ele quando falamos sobre o fechamento do cânon (Grudem 1999, 37). O cânon
fechado nos permite provar os profetas (Hörster 1996, 192).
D – Deveríamos considerar o cânon como fechado nos dias de hoje? E como lidar
com novas revelações? E coisas que já eram consideradas pecado e não são mais?
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III – Os Pais Apostólicos (H 13-20; O 39-52)
B – Qual era o seu conceito de justiça? Por que optaram por aquele conceito de
justiça?
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E – Sobre a igreja?
G – Em que sentido a ênfase dos pais apostólicos sobre a lei era válida para
aqueles dias? Como deveríamos lidar com essa questão nos dias de hoje? Seria útil
para novos convertidos? Onde passamos a enfatizar a graça? Como resolver o
problema da liberdade/legalismo X vale tudo/libertinagem, nas igrejas?
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IV – Os Apologistas (H 21-24; O 53-66)
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V – Gnosticismo (H 27-34; O 27-30, 35-38)
A – O que é o gnosticismo?
1 – Dualismo
2 - Deus
3 – Salvação
4 – Cristo
7 – E x i s t e m m u i t a s d i s c u s s õ e s s o b r e o q u e é c e r t o e o q u e é e r r a d o . Vo c ê a c h a q u e
a Bíblia é clara nesses pontos? Como descobrir o que é certo/errado quando a
Bíblia não fala sobre o assunto (ex. aborto, engenharia genética, etc.)? Existe
como estabelecer uma linha divisória definindo o que é pecado? Uma linha
divisória seria útil? Seria melhor deixar cada pessoa decidir por si mesma? Como
“corrigir” alguém nesta situação? Como resolver esse tipo de problema na igreja?
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VI – Pais Antignósticos
A – Irineu
1 – Dados biográficos
P a s s o u q u a s e t o d a a v i d a n o o c i d e n t e . To r n o u - s e b i s p o e m L y o n s p o r v o l t a d e 1 7 7 A D ,
ali ficou até a sua morte em 202 AD;
Irineu se via numa posição especial por ter sido discípulo de Policarpo. Diversos
gnósticos achavam que João era do círculo mais íntimo de Jesus e por isso tinha
algumas informações especiais de Jesus. Irineu como 2a. geração de discípulos
afirmava que se houvesse essa informação especial, ele seguramente a teria recebido
de Policarpo (Olson 1999, 71);
Irineu mostrou como muitas das idéias gnósticas eram pura mitologia, sem fundamento
a não ser na imaginação das pessoas. Ele tentou mostrar como algumas de suas idéias
eram absurdas e incoerentes, cheias de contradições.
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