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DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
UBERABA/MG
2017
Apresentação do caso
Maria é uma senhora de 76 anos. Viúva aos 74, há cerca de um ano tem tido
desanimada com a vida que teve, reclama da subserviência prestada ao falecido marido e
alega sentir-se sozinha e demonstra profunda tristeza. Apesar de desejar a companhia dos
filho e netos, quer que eles a visitem sem serem convidados e não gosta da reunião
semanal realizada na sua casa, diz que “faz sujeira, bagunça e barulho”. Contudo, quando
Diante sua dificuldade de locomoção desenvolve medo de situações nas quais ela
tenha que andar, evitando-as. Frente a obstáculos chega até mesmo a travar. No início das
fala sobre suas insatisfações em seus relacionamentos, tanto com seu marido quanto com
seus filhos. Alega não saber se os ama, mas acredita ter cumprido sua obrigação de esposa
neurologista trazia essas questões para o atendimento) em sua vida lhe dão a sensação de
que seu marido ainda a assiste, julgando e reprovando a maneira com que leva a sua vida.
Lida com esse delírio através de um amuleto protetivo (colar com crucifixo). Relata ainda,
em tom de remorso, ter seguido todos os caminhos “certos”, como casar e ter filhos.
Conduta psicoterapêutica
Frente ao relato do caso, nota-se na vida de Maria a questão colocada por Rogers
acerca de decisões tomadas sob pressão do juízo externo, uma vez que demonstra remorso
por ter feito “tudo certo” (como ela mesma apresenta), dizendo ter se dedicado demais ao
marido e cumprido seu “papel”. Contudo, Rogers destaca dois aspectos úteis do tema para
a clínica. Primeiramente, o ser humano está exposto e tem que lidar com os castigos e
recompensas que são os juízos dos outros durante toda a vida, deslocando a importância
elaboração desse conceito, a fim de amadurecê-la afetivamente para tomar decisões que,
apresentação de um psicólogo livre de preconceitos frente ao que será dito por Maria,
uma vez que essa seria uma reprodução indesejada do tipo de julgamento tratado (Rogers,
2009).
acompanhamento de Maria por outros profissionais da saúde, visto que frente à sua idade
Espera-se ainda que frente a melhora de sua capacidade locomotora haja também
impulso individual, com foco afetivo, para o desenvolvimento pessoal. (Moreira, 2010).
trazidos pela paciente (como dificuldades de locomoção; sua relação com o marido,
declarado por ela como machista; sua relação com os filhos; sua solidão).
normal” pode ser valioso para essa paciente, principalmente porque apresenta queixas de
Conclusão
Referências