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João Bosco Lodi* Estrutura da Diretoria

1. Introdução. 2. As funções da pre- Durante o ano de 1970 tive a 2. AS FUNÇõES DA


sidãncia. 3. O conselho de direção. oportunidade de fazer dois PRESID~NCIA
4. O desenvolvimento de futuros estudos de organização sôbre
diretores. 5. Anexo: Descrição padro- 2.1 Dificuldade para
nizada de funções da diretoria. a estrutura da diretoria em
duas grandes emprêsas generalizar as funções da
brasileiras, uma de energia presidência
elétrica e uma siderúrgica.
Nesses projetos realizei uma Em Business leadership in the
antiga ambição, a de investigar large corporation (University of
o fenômeno das diretorias no CaIiforn ia Press, 1966)o
Brasil e, para isso, eu vinha, Professor Robert A. Gordon
há tempo, recolhendo material. lembra que a liderança da
grande emprêsa de negócios não
O leitor sabe quanto é escassa é exercida necessàriamente
a literatura sôbre o assunto. por uma pessoa, mas por diversos
Parece que a administração, grupos:
de um modo geral, está sendo
bem pesquisada, mas 1. Os acionistas, que são
permanece nebuloso o estudo nominalmente responsáveis pela
seleção de diretores, mas que, na
da diretoria. Essa área mais
prática, não têm influência nem
importante da emprêsa é em sua escolha, nem em outras
relegada ao azar, a improvisa- decisões importantes.
ção e à informalidade.
2. Vários grupos externos -
~ste trabalho representa uma financistas, banqueiros, etc. -
tentativa de consolidar a cujo poder chega a ser tão
informação disponível no grande a ponto de lhes permitir
momento e orientar o leitor eleger diretores ou influenciar
interessado para a bibliografia os responsáveis pelas decisões.
essencial. Por isso, creio que o
artigo pode ser útil a muitos
diretores brasileiros conscientes * Professor contratado do Departamento
de Administração Geral e
da necessidade de uma estrutura Relações Industriais da Escola
de Adrninlstração de Emprêsas de
formal neste setor. São Paulo. da Fundação Getúlio Vargas.

R. Adm. Emp., Rio de Janeiro, 11(4) :29-45, out./dez. 1971


3. O Conselho de direção, que 2. Escolha do pessoal-chave. 111. Reorganização ou
pode ser inteiramente passivo, liquidação
escolhendo executivos, mas não C) Negociação para a
tomando decisões e não exer- contratação dos fatôres de A) Reorganização.
cendo poder de veto real. produção, principalmente o
capital. 1. Decisão de reorganizar.
4. Os altos executivos, que
são principalmente responsáveis 2. Determinação dos itens
pelas mais importantes decisões, 11. Existência como um
conjunto em andamento relacionados no ponto I.
pela escolha dos subordinados
e pela criação e manutenção de Liquidação.
uma organização adequada. A) Manutenção da organização B)
através da liderança pessoal
5. Outros executivos da média e do contínuo exercício da 1. Decisão de liquidar.
administração, que põem em autoridade.
prática as políticas estabelecidas 2. Decisão em têrmos de
pela cúpula e formulam B) Determinação das distribuição do patrimônio.
decisões. decisões mais importantes
A generalização das funções da
relativas a:
"Portanto", conclui Gordon, " a presidência é, pois, muito
função da liderança dos negócios 1. Volume e contrôle da difícil quando se sabe que a
fica dividida num processo situação que prevalece no
produção. tôpo das grandes organizações
vertical, chamado delegação.
O processo é ainda mais varia de emprêsa para emprêsa.
2. Preços. Duas companhias não
complicado pela divisão hori-
zontal que tem lugar". ~Ie se administram os seus problemas
3. Marketing (vendas,
refere à especialização entre os diretivos da mesma forma; pois
compras, propaganda). nelas são diversas a estrutura
diretores.
de poder e o equilíbrio da
4. Salários e problemas autoridade entre os indivíduos e
A forma como essa estrutura de
poder será definida determinará trabalhistas. grupos. As diferenças 'de
se teremos uma ditadura composição de propriedade do
5. Problemas financeiros, capital, de individualidades e de
presidencialista, um govêrno
de fora, um colegiado ou como as mudanças estruturais história das emprêsas, além de
qualquer outro tipo de do capital, manutenção do inúmeros outros fatôres de
estrutura de tôpo. capital de giro, novos distinção, tornam difícil
recursos, etc. generalizar ou prescrever uma
Supondo que a presidência, função de presidência para
como máximo poder executivo, 6. Mudanças no tamanho da tôdas elas.
venha a assumir a totalidade de emprêsa (expansão ou
sua autoridade, examinemos retração). Por isso, a descrição do cargo
quais são as decisões mais de presidente, que virá na
típicas e características 7. Mudanças na localização segunda parte, deve ser
dêsse poder. da firma ou de importantes considerada apenas como uma
filiais. vaga indicação teórica. Do
Gordon, no livro citado, indica contrário, o nosso pensamento
uma lista das decisões mais 8. Mudanças na organização seria deturpado e pouco
importantes que cabem ao interna e nos procedimentos. crítico.
executivo principal:
9. Mudanças nos produtos ou A divisão de trabalho entre o
I. Promoção e organização presidente do Conselho e o
nos métodos de produção.
inicial presidente da emprêsa varia de
companhia para companhia.
10. Relações da firma com os
A) Determinação dos objetivos Algumas vêzes o chairman
grupos externos, como os é um ex-presidente aposentado
principais.
consumidores, banqueiros, e o presidente efetivo tem um
B) Estabelecimento da govêrno e público em geral. papel ativo. Outras vêzes, o
organização inicial. presidente assume a direção
11. Distribuição dos lucros. do Conselho sem deixar de
1. Decisões quanto ao ser presidente executivo.
tamanho, organização legal, C) Escolha das pessoas que Quando Alfred Sloan se tornou
estrutura financeira, organi- tomarão as decisões acima e chairman da General Motors em
zação interna, produtos especí- das que serão primeiramente 1937, os estatutos foram modi-
ficos, métodos de produção responsáveis pela execução ficados para fazer o chairman o
e distribuição. das mesmas. executivo principal. Numa

30 Revista de Administração de Emprêsa8


emprêsa o presidente do Robert Gordon, professor da aos que necessitam ser
Conselho é apenas uma fachada Universidade da Califórnia, informados.
para o presidente enfrentar os apresenta com bastante matu-
acionistas, em outra êle está ridade e senso crítico a função 3. Imagem da emprêsa. O
subordinado ou sob o contrôle da presidência, sem prescrever presidente, como responsável
do presidente da companhia. regras e estruturas fixas, primeiro pela imagem da
sabendo que o ambiente emprêsa, deverá representá-Ia
o mesmo pode-se dizer, em concreto de cada diretoria em seus contatos com a
cada companhia, da grande determina condições específicas imprensa, autoridades e público
diferença de delegação de do trabalho do presidente. em geral. As notícias para
autoridade da presidência para a imprensa (press releases)
os níveis executivos. A 2.2 Presidente e serão distribuídas por êle.
presidência geralmente vice-presidente Além disso, também por meio
coordena a tomada de decisões dêle são feitos todos os contatos
dêsses executivos, freqüente- Anteriormente procurei dis- com as autoridades públicas,
mente as aprova e mais raramen- tinguir as funções de discursos e participação em
te as inicia. Se separarmos presidente do Conselho das atividades públicas.
as três funções (iniciação das de presidente da companhia.
decisões, aprovação das Passemos agora à distinção 4. Despesas. ~ necessária a
decisões e coordenação), entre presidente e vice- aprovação do presidente para:
veremos que em cada presidente executivo.
companhia e em cada função a) tôdas as despesas acima de
(finanças, vendas, fabricação, o presidente é o principal Cr$ ;
engenharia) é variado o grau de tomador de decisões. ~ o
delegação da atividade responsável último pelas ações b) todos os orçamentos;
decisória. da emprêsa e pelo resultado dos
seus esforços. O vice-presidente c) tôdas as aquisições ou
Sabe-se que as grandes decisões é o mais importante executivo vendas de propriedades;
são tomadas pela presidência, operativo, respondendo pela
mas o que elas vêm a ser execução do trabalho da d) tôdas as compras ou vendas
depende de cada caso concreto. emprêsa. Substitui o presidente, de equipamentos superiores a
Nos últimos anos tem-se na sua ausência, agindo sempre Cr$ ;
verificado uma tendência para dentro das políticas já
a descentralização, mas, estabelecidas. e) os aumentos de salários de
paralelamente, nota-se que pessoal ganhando acima de
alguns assuntos ficam retidos As duas descrições que seguem Cr$ .
para resolução da presidência. foram inspiradas nas que
Na American Tobacco Company Ernest Dale transcreve em seu 5. Relações trabalhistas.
a propaganda e o preço são livro Organization (American
Qualquer mudança nas práticas
fatôres tão importantes na Management Association, New
York, 1967). estabelecidas ou nas nego-
venda de cigarros, que a
ciações com os sindicatos deve
presidência decide diretamente.
Responsabilidades do ser comunicada previamente
~, pois, teórico dizer que a presidente: ao presidente.
presidência não se envolve em
decisões operativas, as quais 1. Relações com os acionistas. A contratação de pessoal no
O presidente é responsável nível dos diretores vice-
são descentralizadas. presidentes é conduzida
por todos os aspectos das
relações com os acionistas. pessoalmente pelo presidente.
Cabe aqui mencionar o livro de
Se êste delegar alguma parte
Robert Gordon, Business Examina tôda a correspondência
do processo, mantém-se
leadership in the large com êles e cabe-lhe aprovar informado sôbre as decisões
corporation (1. ed. 1945. tôdas as partes dos relatórios tomadas e os resultados.
University of California Press, para acionistas.
1966), que usei nesta parte do O presidente é apresentado a
trabalho. Apesar de ter sido 2. Relações com o Conselho
todo o pessoal da gerência e
de direção. O presidente é
concebido e escrito há quase superiores a esta, antes da
responsável pelas relações com
30 anos, em sua nova impressão o Conselho de direção. decisão final de contratação.
conserva a parte conceptual Deve manter-se informado e
válida até nossos dias. Reco- participar de todos os assuntos Precisa estar a par das
mendo para mais leitura, relacionados com os estatutos mudanças na estrutura da
especialmente os capítulos 3 da emprêsa e sua estrutura organização e autorizar
Business leadership in practice, financeira, comunicando tôdas todos os novos cargos a nível
e 4, The chief executive. as decisões e recomendações de gerência.

Estrutura da diretoria 31
6. Planejamento a longo prazo. fará recomendações para que O tempo gasto pelo presidente
O presidente precisa ser as unidades funcionais estejam nas funções administrativas é o
informado sôbre o progresso adequadamente lotadas de seguinte:
dessa área, novos desenvol- pessoal competente.
planejamento de 75% a 2%
vimentos, os desvios maiores coordenação de 54% a 15%
dos planos traçados e qualquer 3. Contrôles. Estabelecerá previsão de 3)% a 5%
problema importante relativo a contrôles para garantir que a organização 25%
direção do pessoal 20%
planos e políticas. Convocará operação da emprêsa progrida
reuniões sôbre os planos a na direção dos objetivos.
Instituirá relatórios e qualquer O número de executivos
longo prazo e tomará as subordinados ao presidente
decisões finais. sistema de informação relevante
para contrôle dos resultados. excede de muito o número
teórico recomendado para uma
7. Marketing. Participará boa amplitude de contrôle. Nas
nas mudanças sôbre política de 4. Planejamento. O vice-
presidente executivo é respon- 100 grandes emprêsas pesqui-
preços, política de relações com sadas, a mediana é de 8 a 9
os consumidores e na abertura
sável pelos planos operacionais
a curto e médio prazos (até 12 subordinados; em quatro, de 20
de novas áreas de marketing. ou mais. Nas emprêsas médias
meses).
Manterá contatos informais com o presidente tinha de 1 a 17
os clientes sempre que julgar 5. Manter o presidente subordinados, sendo a mediana
necessário ou, se êle concordar, informado. Cabe-lhe manter o de 6 a 7.
a pedido do departamento de presidente a par da situação das
vendas. operações e sôbre os planos. A análise dessas longas ampli-
tudes de contrôle, que vão até
8. Politica contábil. Têm que 2.3 Caracteristicas da 20 subordinados, revela que
lhe ser comunicadas as presidência elas não criam problema
transformações nas políticas especial a nível da presidência
de contabilidade e contrôle Em 1967 Ernest Dale publicou devido à informalidade, ao alto
antes que sejam feitas. a sua segunda pesquisa sôbre grau de formação do pessoal e à
práticas organizacionais ajuda dos vice-presidentes.
O vice-presidente tem as nos EUA. 1 Nela vamos
seguintes responsabilidades: encontrar dados bem recentes Convém agora observar quais
sôbre a presidência de em- as funções subordinadas à
1. Direção e coordenação das prêsas. O questionário foi presidência. As mais freqüentes
atividades. O vice-presidente respondido por 100 grandes são: vice-presidente executivo,
emprêsas e 66 médias. vice-presidente administrativo
executivo responde pela
e vice-presidente de um grupo
direção e coordenação-geral de O presidente é considerado o de divisões. As operações
tôdas as atividades que não executivo principal da internacionais, pesquisa de
sejam de responsabilidade organização e o presidente do produto e relações
específica do presidente. ~ sua Conselho a figura secundária. governamentais tendem a
função assegurar que sejam ~ste último provàvelmente foi crescer de importância e
conduzidas de acôrdo com as um presidente de emprêsa que também estar sujeitas à
políticas e objetivos da ao atingir a idade de 65-70 anos presidência.
companhia. foi elevado a chairman, afastou-
se do poder executivo e de certa Em 85 grandes emprêsas eram
Deverá assegurar que os chefes forma é um semi-aposentado. as seguintes as funções
funcionais compreendam as Em alguns casos o presidente reportando à presidência:
metas e políticas da companhia do Conselho é puramente
Função Freqüência
e que estejam consciente das honorário.
Vice-presidente executivo 24
atividades que afetam as suas Vice-presidente administrativo 35
Abaixo da presidência aparece Chefes de divisão 40
funções. um cargo importante, que é o Vice-presidente de grupo 16
Função financeira 84
de vice-presidente executivo, Finanças
Certificar-se de que o nos bancos vice-presidente Tesoureiro
Controller
desempenho dos chefes tesoureiro ou financeiro. Secretário e legal 43
funcionais contribua para os Suas funções são mais rela- Produção 27
Marketing 38
objetivos da emprêsa. cionadas com as operações do Pesquisa e engenharia 55
dia-a-dia, contrôle financeiro, Compras e materiais
Pessoal
25
41
Delegar responsabilidades planejamento de produto, Relações públicas 25
operacionais na máxima operações internacionais, Operações internacionais 37
Assistente do presidente 24
extensão possível. ligação do presidente com os
demais diretores executivos e,
2. Designação de pessoal. finalmente, substituição do
Dale. Ernest. Organization. American
O vice-presidente executivo presidente em sua ausência.
1
Management A~sociation, New York, 1967.

32 Revista de Administração de Emprêsa3


Ernest Dale fornece poucos Essa última pesquisa difere da sem data, feita pelo Centro de
dados mais sôbre a presidência, Fortune, indicada a seguir: 2 Relações Industriais da Uni-
de modo que eu precisei versidade de Minnesota, sôbre
Nivel Executivos Todos OI a divisão de tempo de um
sacrificar a atualização para educacional abaixa de executivos
50 anos presidente.
buscar trabalhos mais antigos,
Curso de p6s-graduaçBa 36% 22,1%
porém mais completos. Graduaçlla unlversit6rla <48% 42,9% A pesquisa da MEC citada
Colegial Incompleto
Nivel ginasial
11%
5%
16,0%
19,0%
anteriormente refere-se ao
Top management handbook foi tempo do presidente da
seguinte maneira:
uma publicação do o cargo precedente. O
Horas passadas no escritório 66%
Engenheiro Maynard, em 1960. levantamento da Fortune Fora do escritório, mas dentro da
Nessa enciclopédia da alta procura indicar o cargo que companhia 11%
Fora da companhia 23%
antecedeu o de presidente e os
administração vamos encontrar resultados são: Entrevistados pela mesma
referências a uma pesquisa da instituição, os presidente
AMA de 1957, outra sôbre 900 Cargos
NGmero de Total de
pessoas
Executivos
executIvos com menos
indicavam que dividiam o seu
presidentes feita pela revista de 50 anos tempo assim:
Fortune, em 1952, uma terceira J\.Tídico 63 8,2% 12%
Nos comitês
discussão
e grandes grupos de
12%
2<4,9%
da YPO (Young Presidents Vendas
Finanças
192
127 16,5%
34,7%
10,5%
Em pequenos grupos
SOzinhos
57%
20%
Organization) de 1957 e a Adm. geral
Produção
123
176
15,9%
22,8%
12,6%
18,9%
Com a secretária 11%

última da MEC (Methods Engenharia


quisa
e pes.•
84 10,8% 9,5% Ali, ainda, é apontada a
Engineering Council) de 1955, Outros 7 0,9% 1,1%
prioridade que os presidentes
com as quais precisaremos nos dão às diversas funções da
Distribuição do tempo. O livro emprêsa, sendo o resultado
contentar. Top management handbook, de como veremos:
Maynard, 1960, dá uma pesquisa
Idade dos presidentes. As "O presidente considera esta
diversas pesquisas indicam as GRAFICO 1 função a parte principal de
médias de idade entre 50 e 55 seu trabalho e está engajado
anos. A da Fortune (1952), nela:"
Média de todos
apoiada em 900 presidentes, ParticipaOlo em os presidentes
Vendas
fornece a seguinte freqüência: Produção
28%
6%
Finanças 8%
Organizaç!io 10%
Relações públicas 44%
Engenharia 10%

3. O CONSELHO DE
FreqUllncia DIREÇÃO
Idade de presidentes.
3.1 Atribuições
Abaixo de 40 3
4Oa5O 100 O Conselho de direção fixa
50 a 60 340
60 a 70 325
sensivelmente o grau e a
70 a 80 60 origem das pressões que afetam
80 a 90 5 a direção da emprêsa. Numa
organização onde ainda não se
Planejamento 9 horas deu a transferência de poder da
Supervisão 12
7
••
••
propriedade para a administra-
Coordenação
Avaliação 6 •• ção, tal como Galbraith
INVESTIGAÇAO 5 ••
descreveu em O nõvo Estado
Escolaridade.A pesquisa da Nelociação 5 ••
Dir. pessoal 2 •• industrial, o Conselho é muitas
AMA, já mencionada, mostra Representação 1 ••
vêzes fictício, servindo de
êste quadro quanto ao nível 47 horas semanais intermediário aparente entre o
educacional dos presidentes: proprietário e a direção
executiva em cumprimento de
um dispositivo legal. Aí aparece
Abaixo
nível
d'o Nível
ginasial
Colegial
incompleto
Nivel
colegial
Nivel
universit6rio
o Conselho composto
Idade
ginasial completo exclusivamente de familiares, ou
o Conselho de não-familiares
30 a 39
2
2
5
11
10
24
59
4
24
controlado pela família ou pelo
40 a 49
50 a 59 5 8 17 60 30 proprietário.
60 a 69 6 9 20 28 7
70 a 79 2 2

i Totol 13 24 58 173 67 • Educação formal de 900 executivos.


Fortuna, 1952.

Estrutura da diretoria 33
o estudo de Koontz 3 distingue remuneração dos diretores esclarecido que o objetivo
cinco tipos de causas do conselheiros, o perigo do básico dêsse órgão é a
anacronismo dos Conselhos, compromisso entre êles, a representação do interêsse dos
geralmente devidas ao contrôle notória ineficácia do ser acionistas, constituindo um
ou pressão exercida de fora humano tôda a vez que trabalha poder deIiberativo-Iegislativo
e sôbre êles: em comitê e, finalmente, precisa que estabelece normas gerais
ser salientado que o fato de e controla a sua execução pela
1. Conselhos fictícios. estarem juntos pode favorecer emprêsa. O Conselho de direção
à irresponsabilidade individual. não é e nem pode ser um poder
2. Conselhos familiares. executivo. A sua fôrça maior
Nos países de mais antiga consiste em exigir da direção
3. Conselho controlados pelo tradição organizacional que a executiva da organização uma
proprietário. nossa, o Conselho de direção apresentação dos planos e
nasceu como órgão protetor do compromissos maiores e uma
4. Conselhos com diretores
interêsse dos acionistas, como prestação de contas dos
externos, mas controlados de resultados.
órgão curador: Trusteeship.
dentro da emprêsa.
Seus membros são curadores
(trustees) do patrimônio de O livro de Juran e Louden,
5. Conselhos com diretores
outra pessoa e exercem uma citado nas referências
internos, mas controlados autoridade específica, dentro de bibliográficas dêste
de fora. regras ou políticas estabelecidas trabalho, oferece uma ampla
pelo proprietário ou testamen- explicação das funções do
No Brasil, de um modo geral, teiro. Com o crescimento da Conselho. O leitor interessado
os Conselhos de direção existem emprêsa, a função de guarda e poderá encontrar também nos
apenas como dispositivo dos vigilância sôbre o patrimônio apêndices do livro mencionado
estatutos. ~Ies são exumados
tornou-se mais complexa, pois algumas descrições destas
uma vez por ano antes da passou-se a exigir do funções, como resumidas aqui:
assembléia-geral dos acionistas conselheiro não apenas uma
para dar a impressão de que vigilância sôbre os bens, mas 1. Determinação dos objetivos
existem. Na emprêsa mista uma compreensão do da emprêsa.
nacional e na estrangeira desempenho empresarial.
radicada no Brasil êles são mais
2. Aprovação das pol íticas
atuantes do que na emprêsa As obrigações básicas do principais.
privada de capital nacional.
Conselho passaram a ser:
Nas nacionais, o Conselho é
3. Aprovação da organização
ainda menos operante nas 1. Trusteeship - custódia da companhia.
geridas pelo proprietário e
de interêsses dos acionistas.
naquelas com forte influência
4. Indicação de executivos da
da família do proprietário.
2. Determinação dos obje- alta administração.
tivos da emprêsa.
O Conselho de direção apresenta 5. Remuneração da alta
pontos fortes e fracos. Alega-se
3. Seleção de executivos. administração.
que é útil porque: o contrôle
não é exercido por uma única
4. Segurança de estabilidade 6. Aprovação dos orçamentos
pessoa, o julgamento e o arbítrio da companhia.
não dependem de um só e crescimento a longo prazo.
indivíduo e, finalmente, êle
5. Segurança de que os planos 7. Aprovação dos planos
representa em suas tensões
principais garantam o e compromissos principais.
internas os diversos grupos de
interêsses. Considera-se pois cumprimento dos objetivos.
8. Aprovação de auditores e
virtude do Conselho o fato de
6. Aprovação das decisões conselheiros externos.
haver vários pensando, decidindo
e vigiando juntos e ao mesmo maiores.
tempo; de haver entre êles 9. Nomeação de represen-
7. Contrôle dos resultados. tantes da companhia.
distintos interêsses, orientações
e lealdades. O Conselho deve
ser um órgão heterogêneo, 8. Disposição dos lucros, 10. Diversos assuntos
onde as divergências são capital e reservas. relacionados com acionistas.
freqüentes, pois refletem os
diversos interêsses externos. 9. Fusões e aquisições. As políticas citadas
anteriormente, na tarefa 2,
Por outro lado, as críticas que A extensão dêsses pontos
se fazem a êstes Conselhos básicos leva-nos a descrever
indicam suas limitações e a função do Conselho de uma 3 Koontz, Harold. The board of directors
and effective management. New York,
riscos: há o custo elevado da forma mais detalhada. Nela fica McGraw-Hill, 1967.

34 Revista de Administração de Emprêsas


são principalmente as se- O tamanho da companhia, dos diretores operativos, sendo
guintes: medido em têrmos de capital e seus porta-vozes no Conselho;
reservas, também é uma variável êles não se sentem bem ao
1. Novos produtos, pesquisa que influi no número de avaliar o desempenho do
e desenvolvimento; participantes do Conselho. presidente ou criticar as falhas
Companhias de 10 milhões da emprêsa.
2. Marketing (comerciali- de dólares têm 7 membros,
superiores a 100 milhões de Os diretores externos, como
zação). vantagens, apresentam maior
dólares, 12, superiores a 500
milhões de dólares, 15. independência quanto à alta
3. Preços. administração interna da
Em têrmos de racionalidade emprêsa, além de trazerem
4. Recursos de capital. uma "visão de fora", contrlbuí-
das reuniões de Conselho
prescreve-se um número não rem com uma faixa ampla de
5. Utilização de caixa. experiências empresariais e de
inferior a 6 membros, para se
conseguir boa deliberação, e estarem mais conscientes das
6. Disposição dos lucros, demandas da sociedade. Entre
dividendos, reinvestimentos. não superior a 15, para evitar a
dispersão nas discussões. as vantagens é preciso mencio-
nar a falta de conhecimento
7. Pessoal. íntimo das operações e práticas
O melhor estudo sôbre o
problema é encontrado em internas, sôbre as quais êles
8. Remuneração e desenvol- precisam ser freqüentemente
Corporate directorship practices,
vimento de executivos. doutrinados.
do National Industrial Confer-
ence Board (NICB), 1962.
9. Relações externas. O Professor Stanley Vance chega
(Studies in Business Policiy, 90
a estas conclusões:
3.2 Composição
e 103).
a) os Conselho com maioria
2. Diretores internos e de diretores internos são
Nesta seção examinamos
externos superiores em desempenho aos
diversos aspectos da compo-
Conselhos compostos de
sição do Conselho de direção: Stanley Vance, no melhor maioria externa;
tamanho, número de membros, trabalho feito sôbre o assunto,
idade e época de aposentadoria em Boards of directors: structure b) os Conselho externos com
e qualificação individual. and performance (University of boa representação de diretores
Oregon, 1964). Explica que de internos são superiores aos que
1. Tamanho do Conselho 1938 a 1961 observou-se uma não a têm;
tendência para aumentar o c) melhor ainda são aquêles
Estudos comparativos do número de diretores contratados com diretores externos locais e
período de 1953 a 1961, de fora da organização. Porém, familiarizados com a política
publicados pela National In- a maioria dos diretores do da ernprêsa:
dustrial Conference Board, Conselho provém de dentro;
mostram um mínimo de 3 e um somente em três ramos indus- d) os piores Conselho são
máximo de 20 membros, sendo triais (aviação, equipamento aquêles em que os diretores
a mediana 11. Os bancos elétrico e siderurgia) a maior externos não comparecem.
comerciais são a única parte é de externos.
3. Tempo de dedicação do
exceção: 46 bancos norte-
Os diretores internos oferecem diretor-conselheiro
americanos indicaram em 1961 as vantagens de mais familia-
uma média de 24 membros por ridade com o negócio, grande Um diretor-conselheiro em
Conselho. Emprêsas não-indus- disponibilidade de tempo para tempo integral traz o benefício
triais indicam u'a mediana de convocação para as reuniões, de dedicar todo o tempo às
15. Indústrias têm um número melhor orientação do interêsse funções do Conselho. t porém,
médio de 11. para o futuro da própria firma bastante caro. Dêste modo, a
onde êle fêz sua carreira. As melhor composição é combinar
A grande quantidade de mem- desvantagens do diretor diretores-conselheiros de tempo
bros nos bancos comerciais interno são, principalmente, integral e tempo parcial,
americanos indica um desejo a influência informal dos colegas internos e externos.
dessas companhias de obter de trabalho, dentro da emprêsa,
uma representação maior de sôbre as suas atitudes no 4. Idade dos membros do
Conselho, o que reduz a Conselho
interêsses geográficos, empre-
sariais e públicos. ~Ies dão capacidade crítica e desapêgo Martindell estudou e criticou a
muito valor às relações públicas de opinião. Os diretores internos média de idade dos diretores-
proporcionadas pela partici- têm a tendência de se alinhar conselheiros em The appraisal
pação nos Conselhos de direção. com a política do presidente e of management (New York,

Estrutura da eiretoria 35
Harper, 1962). Descobriu que, Quadro1. NGmero de membros no
Conselho de IndGstrias
Quadro 4. Principais atividades dos
diretores externos
em 1950,57% dos diretores de (1953-1961) Amostra. 431 indústrias
Baseado em 244 companhias em 1953 e 331
75 grandes emprêsas tinham companhias em 1958 e 1961
acima de 60 anos de idade e N.O de N.o de
apenas 12% dêles menos de 50. Número de
Ocupaçao dlre-
tores
compa ...
nhios
Sua conclusão foi que os membros do
Conselho
195.3 1958 1961

Conselhos eram mais honorários Banqueiros


Advogados
416 256
330 258
do que ativos e que êles 3 0.8 0.6 1.2 Presldent. d. outras empr&sas 327 173
4 1.2 0.3 Homens de negócio aposentados
inevitàvelmente ficavam 5 9.4 4.5 2.7 Diversos homens de neg6cio
225
159
148
81
bloqueados pela diferença das 7
6 4.1
13.9
1.5
10.9
3.0
8.8
Funcion6rlos públicos a posenta dos
ou ex-funclon6rios públicos 154 86
gerações. 8 5.3 4.8 3.9 Industriais e fabricantes 150 78
9 M 17.6 14.2 13.0 Presidente de Conselho de empr'sas 129 87
10 6.6 7.3 9.1 Corretores (Investimentos, im6veis,
Um estudo na National 11
12
9.4
8.6
M 11.5
11.2
M:13.0
14.2
mercadorias)
Conselheiros financeiros
101 86
82 67
Industrial Conference Board 13 8.3 7.3 6.3 Consultores 75 64
14 6.1 5.7 6.1 Vice.presldentes de emprlsas
(NICB),4 de 1965, demonstra 15 6.6 7.9 8 •.8 Diretores de outros Conselhos
70
60
58
35
que a idade média dos diretores 16
17
1.7
1.7
4.2
3.9
3.6
3.3
Executivos de companhias de seguro
Educadores
56
31
52
29
de indústrias era de 58 anos e 18 0.8 0.6
1.5
1.2 Donas de casa 21 16
19 0.8 0.6 Curadores de fundaçl5es
dos diretores de bancos e 20 e seguintes 2.1 2.1 1.2 Fazendeiros
20
18
19
16
companhias de seguros 62. 100.0 100.0 100.0
Gerentes e outros executivos
Profess6res
17
16
16
15
37% de 218 companhias Militares e funclon6rios do gQvlrno 9 9
mencionavam a existência de M ~ Mediana 2 466
políticas de aposentadoria, que Fontes National Industrial Conference Board.
Corpora'. directorship procfie... Studies in Busin.s5
constituem um assunto Policy, n.· 90 e 103 (1959), p. 7, e n.· 103 (1962) Fonte. NICB. Corporale dir.ctorship praC#ice ••
difícil e delicado. Koontz sugere p.4. (Studies in Business Policy, 103).

um limite de idade para


Quadro 2. Número de membros no Conselho.
aposentadoria compulsória de Nao-Indústrias
diretores entre 70 e 72 anos.
Número Médio
Tipos de companhia no Conselho
5. Qualificação dos 1958 1961
membros do Conselho
Utilidade pública e companhias de
transporte (138 companhias em
A pesquisa feita pela NICB, em 1958,150 em 1961) 12 12
Bancos comerciais (43 companhias
1965, e já mencionada revela em 1958,46 em 1961) 24 24
que as qualificações mais Companhias de seguro (48 compa-
nhias em 1958,51 em 1961) 16 18
exigidas são honestidade e Companhias mercantis (37 compa-
11
nhias em 1958, 42 em 1961) 11
integridade, seguidas de expe-
riência, conhecimento e capa- Fonte. National Industrial Conference Board.
cidade extensivos sôbre Corporat. diredormip predica.. Studies in BUlines.
administração de emprêsas. Pollcy, n.· 90 ('1959), p. 13-4, e 103 (1962), p. 5-7.

Vêm depois: capacidade de


contribuir para o equilíbrio do
Conselho, sucesso demonstrado
na profissão, estatura moral na
comunidade, maturidade, inte-
Quadro 3. Relaslio entre diretores Internos e externos em 103 grandes indústrias
rêsse pela companhia, disposi-
ção para dedicar tempo à
Número de diretores
função de diretor. Porcentagem dos
diretores internos

A lista continua referindo: bom IndGstrla 1925 1950 1963

raciocínio comercial, objetivi- Int. Ext. Int. Ext. Int. Ext. 1925 1950 1963
dade, capacidade de trabalhar
Avll5es 60 62 62 60 64 67 0,490
harmoniosamente com os outros Autom6vel 42 32 57 27 53 36 0,567
0,510
0,678
0,490
0,596
membros e de contribuir para Qulmica
Equipamento elétrico
99
68
47
88
72
75
36
73
103
80
43
84
0,678
0,438
0,667
0,506
0,706
0,487
o progresso futuro da Equipamento
39 32 42 33 37 32 0,54' 0,560 0,536
companhia, ausência de inte- 47 28 53 25 58 31 0,627 0,679 0,652
Metais nao ferrosos 53 36 59 43 65 41 0,595 0,579 0,613
rêsses conflitantes, contatos Papel 58 38 72 39 78 45 0,604 0,648 0,634
Petr61eo 109 57 129 62 119
comerciais significativos, habi- Borracha 34 33 42 30 42
62
32
0,656
0,507
0,675
0,583
0,657
0,568
lidade para aconselhar e Aço
Tabaco
86
44
91
13
95
49
78
15
90
59
97
14
0,485
0,772
0,549
0,765
0,482
0,808
avaliar administradores e parti- Total 739 557 807 521 848 584 0,562 0,607 0,593
cipação como membro de
Total Interior mais total exterior 1 296 1 328 1 432
outras diretorias. M6dia do tamanho do Conselho 12,6 12,9 13,9

• Thompson & Walsh. Directors


compensation, fringe benefits and Fonte. Vance Stanley C., Boardl of directore •• ItrUC""" ond performance. Eugene, Oregon, Universiry of
retirement. Oregon Press, 1964. p. 19.

36 Revista de Adminitsração de Emprésas

----- .. _----
3.3 Funcionamento 2. Duração das reuniões ~ responsabilidade do presi-
dente do Conselho e de sua
Nesta parte será examinada Costuma-se considerar razoável secretária que tôdas as agendas
a freqüência com que o o tempo de duas horas para sejam distribuídas de antemão e
Conselho se reúne, a duração as reuniões do Conselho, quando as informações dadas com a
das reuniões, a agenda e a os diretores já foram indivi- devida precedência, clareza e
informação delas, o contrôle dualmente instruídos sôbre precisão. ~sse trabalho de
exercido sôbre a emprêsa, a detalhes operativos e relatórios assessorar bem o Conselho
da emprêsa. Não se deve usá-Ias para que êle preencha sua
assessoria dada ao Conselho, os
para infomações particulares ou função é da maior importância.
comitês, as funções de presi- como forum para discussões
dente do Conselho e suas prolongadas.
relações com a presidência da ~ provável que algum diretor
Todavia, sabe-se que é comum (especialmente os externos)
companhia.
durarem meio dia, chegando deva ser informado com maiores
1. Freqüência das reuniões algumas a um dia inteiro. detalhes. Essas briefing sessions
A solução para reduzir o tempo serão feitas fora e antes da
Nas pequenas emprêsas ameri- perdido é inteirar reunião do Conselho.
canas os Conselhos são quase individualmente cada diretor
sôbre os assuntos que êle 4. O contrôle que (, Conselho
totalmente (ou totalmente) exerce
compostos de diretores internos precisa ou quer saber.
convocados para reuniões Nisso a gerência geral de uma Uma das funções do Conselho,
que não são chamadas de emprêsa do grupo ou de uma como ficou dito antes, é
reuniões de Conselho. divisão pode chegar a gastar estabelecer padrões de desem-
até um dia inteiro, sendo aquêle penho, medi-los e corrigir os
Nas grandes emprêsas ameri- diretor levado a visitar a em- desvios. Nisso consiste a ta-
canas, o Conselho é uma prêsa em suas próprias refa de contrôle que o Conselho
entidade separada e em perma- instalações. exerce sôbre o poder executivo
nente atividade. da emprêsa. Sabe-se que a me-
3. A agenda e as informações lhor forma de contrôle é aquela
Calculando as emprêsas por prévias em que as variações são
volume de vendas, temos detectadas antes de acontece-
aquelas com faturamento Nenhuma reunião de Conselho rem, pela análise das tendên-
inferior a US$ 5 milhões que deveria ser convocada sem uma cias atuais.
agenda previamente elaborada
mantêm uma reunião anual do
e distribuída, de modo que A informação que vai ao
Conselho. As grandes, de todos saibam qual o seu
US$ 500 milhões, com vasto Conselho antes das reuniões
conteúdo para buscarem a deve, pois, não só cobrir a tota-
número de acionistas, têm informação precisa.
reuniões mensais e de comitês lidade das perguntas que os
de assessoria. Os assuntos dessa agenda diretores têm a fazer, como
necessitam ser escalonados em também apresentar as tendên-
Um estudo da NICB, de 1962, ordem de prioridade e interessar cias e suas implicações.
indica que a metade de 918 a pelo menos 50% dos presen-
tes, ficando os restantes para A informação regular ao Con-
companhias pesquisadas tinha
serem tratados fora do tempo selho consiste geralmente de:
uma média de 10 a 12 reuniões
da reunião.
regulares do Conselho, por ano. a) Resultados e planos
O mesmo estudo repetido em A informação prévia, principal- operativos
1965 confirma a média. Essas mente de natureza financeira
reuniões formais e regulares são e econômica, é da maior Informação básica sôbre vendas,
suplementadas pelas especiais importância para o sucesso do custos, mão-de-obra, materiais,
em que um ou mais diretores trabalho do Conselho. Pode custo administrativo, lucrati-
recebem e discutem informa- incluir: resumo da reunião
vidade.
ções mais detalhadas sôbre a anterior, balancetes mensais,
companhia, fornecidas por orçamentos, dados comparati- b) Planejamento de caixa e
assessôres ou pelos comitês vos diversos e minutas de atas
das reuniões dos comitês de resultados financeiros
designados pelo Conselho. Um
assessoria. Qualquer proposta
número considerável de a ser feita na reunião do Tendência dos inventários,
companhias dá maior impor- Conselho deve ser precedida de contas a receber, fluxo e
tâcia operacional a essas todos os dados necessários para cronograma das contas a
reuniões com os comitês, onde que a diretoria analise as pagar, outros recursos
o trabalho do Conselho parece alternativas. O contrário seria financeiros a serem obtidos fora
realmente ser executado. dispersão e perda de tempo. da companhia.

Estrutura ela diretoria 37


c) Plano de despesas Todavia, independente dessa 6. A função do Presidente
assessoria, digamos técnica, do Conselho
Além dos orçamentos e fluxos um Conselho normalmente
de caixa, indicar as previsões necessita de uma secretária Na pesquisa que a NICB fêz
de despesas contra os gastos que marque as reuniões, faça em 1962 está indicado que 65%
efetivos. circular agendas e atas e das 206 emprêsas industriais
forneça os serviços normais de tinham um executivo com o
d) Planos e resultados de um escritório. As atividades nome de "presidente do
novos produtos dessa secretária do Conselho Conselho". Nas outras emprêsas
podem ser realizadas pela havia apenas o título de
Revisão dos planos de pesquisa, secretária da presidência ou, presidente da companhia. Em
viabilidade, desenvolvimento quando se justifique, por uma 117, de 133 companhias, o
e lançamento de novos produtos. secretária própria. presidente do Conselho e o da
companhia eram duas pessoas
e) Planos e resultados de ~ possível criar os comitês do diferentes.
marketing Conselho pelos estatutos da
emprêsa, por disposição dos As razões para separar essas
f) Planos de pessoal acionistas ou por resolução do duas funções são as seguintes:
próprio Conselho.
g) Avaliação periódica do a) dividir a carga de
desempenho das Divisões Os comitês de Conselho mais trabalho;
indicados nas pesquisas são: o
h) Relatórios sôbre planos b) dirigir o Conselho como
comitê executivo, que cumpre
especlficos individuais da alta poder independente;
instruções gerais do Conselho, o
administração comitê financeiro, o comitê
orçamentário, o comitê de c) cumprir requisitos
i) Outros planos
salários e bonificações, o estabelecidos expressamente;
Plano a longo prazo, planos de comitê de auditoria e outros.
mudanças dentro da organi- d) dar continuidade
zação, plano de sucessão da A pesquisa da NICB, de 1962, administrativa;
gerência e planos de mostra que 3/4 das 307
processamento de dados. indústrias e 146 companhias e) manter contatos;
Em algumas grandes cornpa- não industriais tinham comitês
inhas norte-americanas é executivos assessorando os seus f) oferecer uma posição
costume o presidente escrever Conselhos. Os outros comitês honorária;
ao Conselho um informativo estavam assim mencionados:
periódico (quatro vêzes ao ano) g) manter uma fôrça estabili-
sôbre o estado da emprêsa. Comitês de salários e bonifica- zadora das tendências diversi-
~sse documento chama-se ções - 1/3 da amostra; ficadas do Conselho.
sumário do presidente.
Comitês de ações - 1/3 das As responsabilidades do
5. Assessoria dada ao indústrias e 1/5 das não- presidente do Conselho podem
Conselho indústrias; ser enumeradas do seguinte
modo, segundo Koontz:
Uma das formas de melhorar Comitês de auditoria - 1/6 das
a eficácia do Conselho é companhias; 1. preparar a agenda;
dar-lhe uma assessoria completa,
precisa e em tempo hábil. Comitês financeiros - 1/7 das 2. assegurar que as propostas
Para isso a assessoria do indústrias e 1/4 das não- ao Conselho sejam cuidadosa-
Conselho, quer pessoas indústrias. mente pesquisadas e convenien-
individuais quer comitês, pode temente apresentadas;
estar diretamente subordinada Os com itês executivos são
a êle, encarados como executores 3. garantir que-a informação
das instruções do Conselho que do Conselho chegue em tempo
Algumas das funções atribuídas não competem ao presidente antes da reunião;
ao Conselho podem requerer da emprêsa. Possuem de quatro
determinado conhecimento a nove membros e trabalham 4. dirigir as reuniões do
técnico, ficando um especialista numa média de 12 reuniões Conselho;
ou comitê especializado à anuais. Ressalta-se o perigo
disposição do Conselho. do comitê executivo dominar e 5. integrar a deliberação dos
Assuntos como remuneração da substituir o Conselho em suas comitês;
alta administração, seleção de atribuições, devido ao volume
novos diretores e problemas de trabalho ou à pressão para 6. controlar as dissensões ou
tecnológicos podem justificar que as decisões sejam mais divergências a nível de
a existência de tal assessoria. rápidas. Conselho;

38 Revista de Administração de Emprésas

---~~---
7. controlar os assuntos necessanos para o desenvolvi- 5. as distinções entre a des-
delicados ou contenciosos; mento, sua estratégia consistia crição de cargo e as qualidades
em explorar a carreira de cada pessoais desaparecem nos altos
8. explorar ao máximo a poten- um dos entrevistados ou com- níveis onde o homem se funde
cialidade de cada membro do preender como cada um chegou com as características do cargo
Conselho; à posição em que estava nesse e vice-versa. ~ o conceito do
momento. Para chegar ao homem no cargo. Muitos acre-
9. servir de ponte entre o objetivo da entrevista a comis- ditam que há mais de uma
Conselho, os acionistas ~ a são dos entrevistadores con- forma correta de fazer o tra-
presidência da companhia; cordou sôbre três premissas: balho nesse nível;
1. o grande número de livros
10. tornar o Conselho o mais e conferências sôbre desen- 6. o desenvolvimento de
eficiente e eficaz possível; volvimento de executivos criou executivos não deve concen-
uma "sabedoria convencional" trar-se somente na manipulação
11. manter o equilíbrio entre que parece ser inadequada como dos candidatos por meio da
a contribuição dos diretores guia prático para a decisão da seleção, avaliação e treinamento.
internos e externos; direção; 2. há um acervo de Muitas companhias tiveram de
piedosas afirmações na litera- fazer mudanças organizacionais
12. recrutar, dirigir e orientar tura administrativa popular para moldar as posições à
os diretores-membros do sôbre o que as emprêsas estão pessoa designada;
Conselho. fazendo, baseado no que elas
pensam que estão fazendo; 7. a descoberta e desenvolvi-
3. o desenvolvimento de execu- mento de um executivo
4. O DESENVOLVIMENTO depende de êle ser visfvel à
DE FUTUROS DIRETORES tivos é errôneamente conside-
rado como algo que se faz para direção-geral;
O jovem executivo que pretende o indivíduo, não como um
momento de processo adminis- 8. na formação de futuros
tornar-se diretor numa média ou diretores não se espera mudar
grande emprêsa deve avançar trativo global.
a personalidade. A formação é
depressa em vários cargos- mais dirigida para explorar a
chave, numa curta porção de 4.1 Resultado da pesquisa
capacidade de cada um, do que
tempo. ~ importante que êle em reparar pequenas limita-
acumule uma experiência ampla, As observações mais destacadas
ções individuais;
ainda numa idade em que dessa pesquisa são as se-
tenha tempo e vitalidade sufi- guintes: 9. a educação formal e os
ciente para trabalhar. O se- cursos de treinamento são
grêdo consiste em ser desco- 1. é um engano pensar que o raramente considerados como
berto mais cedo e perder o desenvolvimento de administra- bom instrumento de desenvol-
menor tempo em demoras no dores de alto nível (diretores) vimento e nunca como requisite
caminho. Estas são algumas seja bem conduzido mediante para a promoção.
observações extraídas de uma programas convencionais de
recente pesquisa sôbre desen- desenvolvimento de gerentes; 4.2 Fatôres de desenvolvi-
volvimento e sucessão da alta mento
administração, 5 patrocinada 2. no tôpo da emprêsa o grupo
pelo Committee for Economic de pessoas é pequeno e seus 1. Seleção de diretores
Development (CED), por meio de membros mantêm relação alta-
sua comissão de educação mente personalizada. I!les O desenvolvimento de admi-
administrativa. A amostragem funcionam mais como se nistradores de alto nível
escolhida foi um pequeno grupo fôssem uma pequena compa- parece não seguir o padrão e o
de 13 companhias afiliadas ao nhia, comportam-se mais processo usado no desenvol-
CED e pertencentes aos ramos informal do que vimento de executivos para os
bancário, varejo, fabricação e forma Imente; níveis intermediários da grande
serviços públicos. Foi conduzida organização. Por exemplo, rara-
em outubro de 1964 por entre- 3. a sucessão para uma mente a descrição de cargo foi
vistas de mais de duas horas posição executiva envolve uma considerada, nessa pesquisa,
com 71 executivos de alto série de decisões tomadas ao como um elo importante no
nível, dos quais 5 presidentes longo de anos, envolvendo processo de decisão ou na
de Conselho, 10 presidentes, variáveis individuais, grupais, seleção de candidatos. A
1 diretor e 38 vice-presidentes. e organizacionais; situação no tôpo da grande
emprêsa é muito semelhante à
O questionário das entrevistas 4. muitos executivos acredi-
baseou-se em estudos bibliográ- tam que haja uma falta de
ficos anteriores. Em vez de talento executivo e que no • Glickman, A., Hahn, C., Fleishman,
perguntar sôbre os programas ápice da organização sempre há E. & Baxter, B. Top management develop·
ment and sucession. New York,
que as pessoas consideravam lugar para um bom candidato; MacMillan, 1968.

Estrutura da diretoria 39
do contexto da pequena: infor- pessoa que o desempenha, de Um exemplo mostrou que, numa
malidade na seleção e tal modo que se torna difícil emprêsa, as definições de
colocação dos executivos, amol- distinguir um do outro. A pessoa tarefas foram deixadas vagas e
damento da pessoa e do cargo, torna-se mais livre para fluídas, de modo a criar lugares
ausência de rigidez na consi- desenvolver seu próprio estilo. para mais pessoas com
deração de especificações e Aceita-se a proposição de que potencial.
perfis psicológicos. Daí que há mais de uma maneira de
a dependência de arquivos, fazer bem um trabalho. As No atual movimento de conglo-
fichas e formalidades é funções são menos sujeitas à merados tem-se percebido que
menos importante. Parece que instrução e ao contrôle. A algumas emprêsas foram
a tolerância à individualidade competência é julgada como compradas ou associadas com o
aumenta nos altos escalões. eficiência em trabalhar com objetivo confessado de adquirir
pessoas de todos os níveis. talento administrativo.
Havendo sempre um lugar a
mais no tôpo para pessoas 4. Velocidade de avanço
realmente aptas, a seleção se Em alguns casos criam-se
faz menos por concorrência e posições consultivas de staff
~ importante avançar depressa,
comparação entre os candidatos, de alto nível para aproveitar a
de modo a ter tempo e vita-
do que pela preocupação em experiência de executivos
lidade suficiente para exercer
localizar o talento no lugar idosos e ao mesmo tempo abrir
as tarefas da direção. Isto sig-
certo. caminho para os elementos
nifica que a pessoa não pode mais jovens.
demorar no caminho, não deve
2. Avaliação permanecer muito tempo (acima
Uma alternativa importante nas
de quatro anos) num cargo
Não foi encontrada uma forma- decisões é saber se o executivo
intermediário, deve evitar deve ser mantido dentro de
padrão predominante na digressões e tentativas de ino-
avaIiação dos executivos. Con- uma emprêsa do grupo, ou
vação e não-conformismo ser requisitado para trabalho a
sidera-se mais a existência de podem levar a perigoso descar-
um amplo espectro de métodos nível de grupo. Há queixas de
rilhamento. A pessoa deve estar
de avaliação, que vão desde a que os executivos, que se
alerta para os atalhos mais
avaliação pelo superior imediato, movem dentro de subsidiárias,
curtos, que são situações que, divisões ou departamentos
revista num escalão acima, por outro lado, envolvem
até a feita por um painel ou especializados, quando chegam
grandes riscos. Um dêles
comitê de alto nível. a uma das vice-presidências
consiste em mudar de emprêsa.
são mais limitados em back-
Na aplicação mais clássica A cadeia de sucessos não pode ground, regionalistas e paro-
observada pelos pesquisadores ser quebrada com uma ativi- quiais em sua visão e já
notou-senão haver um sistema vidade pouco sucedida. Os avançados em idade. Parti-
geral de avaliação de desem- casos analisados revelam que cularmente certos profissionais
penho, mas uma revisão de as pessoas tiveram em comum tendem a ser mais dirigidos
necessidades de designação de uma cadeia de sucessos ininter- para suas profissões do que para
pessoal (review of management ruptos. A carreira bem sucedida, a organização.
staffing requirement) uma vez como padrão de desenvolvi-
por ano. mento, deixa algumas dúvidas: O resultado parece favorável
não seria melhor que ela tivesse a considerar o problema do
A avaliação nos níveis médio algum êrro para ser mais "príncipe herdeiro" como um
e inferior freqüentemente é humilde ou compreender melhor tema acadêmico. Considerou-se
orientada por uma lista de os outros? inevitável que os candidatos
fatôres abstratos, que servem escolhidos muito cedo em suas
de critério para avaliar uma 5. Fatôres estruturais carreiras produzirão reações
pessoa por vez. O defeito dêsse típicas do elitismo do "complexo
método é tornar-se persona- Uma boa filosofia de desenvol- do príncipe herdeiro". Torna-se
Iístico e não orientado para vimento de gerentes gerais não difícil voltar a dar chance
objetivos. Como conseqüência, deve consistir apenas na àqueles que já, uma vez, não
tanto os avaliadores como os manipulação dos candidatos foram considerados com
avaliados não ficam satisfeitos. pela seleção e treinamento. Ela potencial.
A única coisa que salva as envolve manipulação da estru-
avaliações é o fato de elas des- tura da emprêsa. ~ preciso 4.3 A identificação do
tacarem os melhores e os moldar a organização para talento executivo
piores indivíduos. conformá-Ia às pessoas
escolhidas; as organizações O ponto de partida de uma
3. A unidade homem-no-cargo são estruturadas em função carreira bem sucedida,
das pessoas, as quais são mais até o nível de direção,
No alto nível dá-se uma fusão difíceis de mudar que orga- é tornar-se visfvel à alta
entre a descrição do cargo e a nogramas. direção. Dada a dificuldade de

40 Revista de Adminitsração de Emprêsas


determinar as características de de linha dentro de uma orga- bem sucedidas começaram
sucesso, freqüentemente as nização, isto é, aquelas mais quando um talento promissor
diferenças triviais entre as pes- diretamente relacionadas com tomou uma decisão importante,
soas servem de ponto de o produto ou o resultado final. a qual chamou a atenção dos
visibilidade. Na falta de métodos Uma posição de staff nem dirigentes e marcou ou
ideais para a identificação de sempre é um lugar visível. Se distinguiu a sua individualidade.
talento diretivo, o diretor que alguém fôr designado muito
toma decisões é levado por jovem ou permanecer bastante 7. "O princípio da modéstia
impressões pessoais subjetivas tempo nela, deve preocupar-se localizada". A pessoa desenvolve
e discutíveis. Mas elas são, com o perigo de ser classificado discretamente sua visibilidade
inegàvelmente, o início do como especialista em tôda a ao pedir conselhos a pessoas
take off. sua vida. importantes, contribuir para
atividades voluntárias especiais;
Além dos testes, arquivos, 4. "O principio do new look". candidatar-se a missões
entrevistas e referências, a Uma atenção maior obtém espinhosas; contribuir com
sorte é um fator determinante aquêle que é designado para sugestões em assuntos onde
da escolha. Depende de cada uma tarefa diferente ou lncon- não foi solicitado.
um estar na hora certa, no lugar vencional. A falta de prece-
certo, no departamento ou na dentes, modelos e padrões 8. Finalmente, o "principio do
comissão certa. A descoberta levará a direção a preocupar-se destaque no desempenho". Sem
acidental é feita quando se e manter-se atenta sôbre o cargo dúvida, o desempenho excelente
criam comissões ou fôrças-ta- diferente. A crise cria heróis. e espetacular dá mais
refa para resolver problemas As pessoas envolvidas em visibilidade do que as relações
do momento, ou quando um situações problemáticas pessoais.
cargo deve ser subitamente certamente são mais visíveis.
preenchido pela doença, morte 5. ANEXO: DESCRiÇÃO
ou afastamento de seu titular. 5. "O princípio do contraste". PADRONIZADA DE
Provocam mais visibilidade os FUNÇõES DA DIRETORIA
Ainda se pode acrescentar, aos cargos anteriormente mal
métodos já mencionados, a desempenhados por um No organograma e nas des-
prática de designar pessoas por predecessor malogrado. crições que serão apresentadas
um período de tempo para foi simulado um grupo de
operar unidades, filiais, subsi- 6. "O principio das decisões emprêsas ligado a um tipo de
diárias ou posições de staff importantes". Algumas carreiras diretoria analisado no trabalho.
recentemente criadas. As
promoções são altamente
visíveis.

Enumeremos alguns principias


de visibilidade:

1. "Engate seu vagão numa


estrêla". Se o seu chefe
"ORGANOGRAMA
anterior subiu na organização,
há mais chances de que você
faça como êle.

2. "O peixe grande no pequeno


lago". Entre duas pessoas de
igual capacidade, a que estiver
numa unidade menor ou numa
comunidade menos populosa
será mais visível a quem toma
as decisões. A êste ponto se
liga a participação em ativi-
dades cívicas e a proeminência
nas organizações profissionais.

3. "Prenda-se à linha". Os
votos estão a favor de quem
esteja mais ligado "às atividades

Estrutura da diretoria 41
5.1 Conselho de direção 5. Fixar prioridades nos planos fora dêle, perante os acionistas,
de investimentos de expansão. as autoridades, as associadas,
Objetivo: os consumidores e o público
6. Examinar e decidir sôbre em geral, podendo delegar tais
O Conselho diretor constitui-se novas atividades e/ ou expansão podêres aos diretores e ge-
no órgão deliberativo, repre- nos setores existentes, com rentes-gerais.
sentante dos interêsses dos base no planejamento a longo
acionistas, integrado pelos prazo.
2. Convocar e presidir as
membros citados a seguir. reuniões do Conselho de
Compete-lhe fixar e aprovar 7. Avaliar o desempenho das
direção, fixando com o mesmo
as políticas comercial, industrial, emprêsas, fiscalizando o
as diretrizes, políticas e obje-
financeira e administrativa das cumprimento das diretrizes,
tivos necessários ao bom
emprêsas do grupo. políticas e objetivos estabele-
desempenho das emprêsas.
cidos, acompanhando a execu-
Constituição: ção das medidas recomendadas
e estimando os resultados 3. Convocar e presidir as
obtidos. assembléias-gerais, ressalvados
Presidente
os casos estabelecidos em lei
8. Aprovar mudanças funda- nos estatutos.
Vice-presidente
mentais na estrutura das
emprêsas. 4. Apresentar o relatório
Diretor comercial
anual dos negócios sociais à
Diretor industrial 9. Analisar propostas e Assembléia-Geral Ordinária.
aprovar a criação e/ou extinção
Diretor financeiro de cargos e funções em nível 5. Orientar e controlar os
de gerência (primeiro nível diretores e gerentes-gerais na
Atribuições: abaixo do gerente geral de condução das atividades das
cada emprêsa). emprêsas, interpretando e
1. Cumprir e fazer cumprir aplicando as diretrizes, políticas
os estatutos sociais e as 10. Decidir sôbre a remunera- e objetivas estabelecidos pelo
deliberações da Assembléia- ção da alta administração Conselho de direção.
Geral dos Acionistas, verifi- (diretoria, gerências-gerais e
gerências). 6. Encaminhar para análise
cando se as atividades das
emprêsas estão de acôrdo com do Conselho de direção os orça-
as mesmas. 11. Examinar e aprovar a mentos das emprêsas, as pro-
indicação de pessoas para postas de aumento do capital
preenchimento de cargos de social, as estimativas de receita,
2. Fixar as diretrizes, políticas
e objetivos básicos, anuais gerência ou outros que o as dotações gerais de despesas,
e a longo prazo, para tôdas as Conselho julgar necessário, os planos de investimentos e
áreas principais de atuação autorizando a admissão, novos projetos propostos pelos
demissão e transferência de diretores e gerentes-gerais.
das emprêsas, especialmente
pessoal nesse nível.
quanto a políticas sôbre
desenvolvimento, pesquisa, 7. Submeter à apreciação
12. Deliberar sôbre a do Conselho os planos maiores
comercialização, produção,
preço, captação de recursos convocação da Assembléia-Geral e novos compromissos de maior
e do Conselho fiscal sempre volume e responsabilidade e,
financeiros, pessoal e relações
que julgar necessário. ainda, modificações nos planos
públicas, assegurando que as
mesmas sejam cumpridas nos traçados, sempre que as circuns-
níveis operativos.
5.2 Presidente tâncias o tornarem necessário.
Objetivo: 8. Estabelecer políticas e
3. Aprovar os orçamentos das
emprêsas, as propostas de objetivos e desenvolver
O presidente é o principal programas de relações com os
aumento de capital social, as
representante legal .da emprêsa acionistas. Deverá aprovar
estimativas de receita, as
dotações gerais de despesas e diante de seus acionistas, das tôda a correspondência oficial
autoridades e do público em e relatórios para acionistas.
os planos de investimentos
geral, sendo o responsável
propostos pelos gerentes gerais.
último pelas ações da mesma 5.3 Vice-presidente
e pelos resultados de seus executivo
4. Aprovar os planos opera-
esforços.
tivos principais e os novos
Objetivo:
compromissos de maior volume Atribuições:
e responsabilidade e ainda
O vice-presidente executivo é
modificações nos planos traça- 1. Representar ativa. e passi- responsável pela direção e
dos, sempre que necessário. vamente a emprêsa em juízo ou coordenação' de tôdas as
42
Revista de Administração de Emprêsa8
atividades operativas das colaboração dos diretores ge- 9. Negociar contratos de
emprêsas, as quais não constem rentes-gerais com os quais financiamento ou outros
como responsabilidades mantém contato em caráter instrumentos de crédito
específicas do presidente ou dos rotineiro. aprovados pelo Conselho de
demais diretores. t::le deve zelar direção, acompanhando e
para que as políticas e objetivos 9. Manter um clima organiza- controlando a execução dos
fixados pelo Conselho de cional sadio mediante o desen- mesmos
direção sejam adequadamente volvimento de boas relações
cumpridos pelos gerentes-gerais humanas e a motivação para 10. Assegurar esquemas de
nos respectivos níveis opera- o melhor desempenho. captação de recursos adicionais
tivos. É o mais alto nível junto ao mercado de capitais.
executivo da organização. 10. Analisar, diária, semanal
e mensalmente as operações 11. Controlar a política global
Atribuições: constantes dos relatórios das de investimentos do grupo,
emprêsas e tomar medidas analisando os níveis de
1. Supervisionar permanente- oportunas de caráter comercial, endividamento.
mente as atividades de cada econômico, financeiro e técnico,
gerente-geraI. para corrigir os desvios sôbre os 12. Formular, executar e
planos traçados. controlar a política de ações
2. Assegurar que os gerentes- das emprêsas do grupo.
gerais compreendam adequada- 11. Coordenar as atividades
mente as políticas e objetivos interempresaria is. 5.5 Diretor comercial
traçados pela direção da em-
prêsa, e os cumpram na medida 12. Assegurar a proteção dos 1. Elaborar e discutir em
necessária. bens móveis e imóveis do Conselho a política comercial
grupo, responsabilizando-se das emprêsas.
3. Assegurar que tôdas as pelos esquemas de segurança
na movimentação dos valôres. 2. Interpretar a política
posições de gerência estejam
comercial, em têrmosde normas,
preenchidas com pessoal
aos gerentes-gerais.
competente. 5.4 Diretor financeiro
3. Manter relações externas
4. Estabelecer e exercer 1. Planejar e coordenar com o
com autoridades na área federal,
contrôles operacionais de modo vice-presidente executivo a entidades de classes, outros
a assegurar que as atividades execução do orçamento produtores, nos ramos onde o
das emprêsas sejam adequada- financeiro das emprêsas.
grupo atua.
mente cumpridas, de acôrdo
com as diretrizes, políticas e 2. Propor e executar a
objetivos traçados pelo Conselho política econômico-financeira 4. Fixar políticas de estoques,
de direção. do grupo, mantendo o Conselho preços, transportes, compras e
de direção informado sôbre o matérias-primas.
5. Acompanhar os índices andamento da mesma.
físicos de produtividade e 5. Controlar e acompanhar a
eficiência, assegurando o me- 3. Supervisionar a gestão atuação das emprêsas junto aos
lhor desempenho em tôdas as executiva das reservas finan- atacadistas.
áreas de operações. ceiras.
6. Aprovar propostas para
6. Elaborar e coordenar a 4. Controlar e analisar o sis- atuação do sistema de distri-
execução do planejamento a tema contábil das emprêsas. buição e política de produtos.
curto e médio prazos, a fim de
cumprir os objetivos fixados 5. Elaborar o planejamento da 7. Analisar periàdicamente a
pelo Conselho de direção. sistemática de informações, política de preços das diversas
a nível de grupo, e o sistema emprêsas do grupo.
7. Manter a direção do grupo de processamento de dados.
(Conselho e presidência) 8. Tratar sôbre tarifas adua-
constantemente informada sô- 6. Propor e executar a política neiras e acôrdos da ALALC.
bre o estado das operações, de seguros das diversas
fornecendo as informações emprêsas.
9. Supervisionar a aplicação
com a rapidez e correção
7. Negociar a compra ou da política comercial, no que
necessárias, dentro dos prazos
alienação de bens patrimo- se refere à exportação.
fixados.
niais.
8. Manter uma supervisão 10. Contratar pesquisas de
continuada sôbre as atividades 8. Controlar o acervo mercado com referências
operativas das emprêsas com a patrimonial do grupo. a novos produtos.

Estrutura da diretoria 43
11. Estudar e propor ao dades, aquisições, fusões e 3. Elaborar índices e padrões
Conselho projetos de viabilidade joint-ventures. (standards) que permitam medir
de novos empreendimentos, as operações das emprêsas em
aquisições, fusões ou joint- 2. Acompanhar os projetos de tôdas as áreas, especialmente
ventures. expansão até sua aprovação quanto à produtividade e
pelas autoridades. eficiência.
5.6 Diretor industrial
3. Elaborar estudos econô- 4. Coordenar o planejamento
1. Controlar a eficiência da micos de viabilidade de inves- e contrôle de caixa a curto
operação industrial. timentos em novas atividades prazo.
ainda não enquadradas no ramo
2. Desenvolver e aperfeiçoar em que o grupo opera. 5. Acompanhar e informar
tecnicamente as operações sôbre planos e resultados de
industriais. 4. Formular e propor a seu planejamento e despesas.
superior, para discussão em
3. Supervisionar a pesquisa nível de Conselho, políticas de 6. Acompanhar a execução de
tecnológica e a engenharia investimento, aquisição e di- novos planos ou o desempenho
industrial, a nível de grupo. versificação. de novos produtos nas diversas
emprêsas, zelando pelo
4. Elaborar e discutir, a nível 5. Recomendar medidas cumprimento das políticas e
de Conselho, a rentabilidade visando a aproveitar oportuni- objetivos traçados.
dos investimentos na produção. dades comerciais.
7. Acompanhar com estatísti-
5. Elaborar e discutir, a nível 6. Manter seu superior infor- cas ou coordenar com as
de Conselho, as políticas de mado sôbre fatos relevantes gerências de vendas as esta-
investimentos industriais e de na área de novos investimentos tísticas necessárias ao acom-
aperfeiçoamento técnico. e atividades. panhamento da rentabilidade,
faturamento e entregas dos
6. Supervisionar o planeja- 7. Coordenar os planos de produtos.
mento técnico da expansão. caráter estratégico elaborados
pelas diversas emprêsas e 8. Acompanhar a execução
7. Colaborar no planejamento periodicamente conjugá-los de políticas e práticas de
global da emprêsa e na prepa- num plano geral, mantendo o pessoal.
ração de projetos específicos. acompanhamento adequado.
9. Avaliar mensalmente o
8. Supervisionar a execução 8. Oferecer sugestões e res- desempenho das diversas
dos projetos de obras de ponder às consultas dos plane- emprêsas.
expansão, cuidando que se jadores de cada emprêsa do
cumpram seus cronogramas e grupo. 10. Controlar a execução dos
prazos de execução. planos de objetivos nas diversas
9. Preparar planos financeiros emprêsas.
9. Acompanhar os investi- do grupo a médio e longo
mentos industriais, comparan- prazos. 11. Acompanhar o desem-
do-os com os orçamentos penho da concorrência, espe-
aprovados. 10. Planejar a aplicação das cialmente em relação às suas
reservas financeiras do grupo. vendas, preços, custos e
10. Fixar normas técnicas balanços.
sôbre processos de produtos, 5.8 Contrôle operacional
padronização de equipamentos, do grupo 12. Acompanhar a execução
instalações e matérias-primas. local de planos específicos, de
1. Fornecer, com regularidade, acôrdo com indicação do supe-
11. Coordenar o intercâmbio rapidez e segurança necessá- rior imediato.
técnico-científico entre as rias, as informações que per-
diversas emprêsas do grupo. mitam à direção, por meio do 13. Realizar análises econô-
vice-presidente executivo, tomar micas por indicação do superior
5.7 Planejamento medidas corretivas oportunas. imediato.
estratégico do grupo
2. Apresentar, na forma reque- 14. Emitir parecer sôbre
1. Coordenar as informações rida pelos diretores, os resulta- processos e consultas rela-
e supervisionar a execução dos operativos tais como orça- cionadas com as atividades
de planejamento a longo prazo, mentos, vendas, custos, operacionais das emprêsas,
projetos de expansão e estudos despesas administrativas e que não sejam da área espe-
de viabilidade de novas ativi- lucros. cífica dos demais assessôres.
44 Revista de Administração de Emprêsas

~
---- ~-----~-------~
15. Manter seu superior 2. Supervisionar as cobranças REFER~NCIAS
imediato informado sôbre qual- de curso normal, tomando BIBLlOGRAFICAS
quer fato relevante interno ou medidas executivas de acôrdo
externo ao grupo. com a orientação do diretor Dale, Ernest. Organization.
financeiro. American Management
Association, New York, 1967.
16. Manter um constante
3. Supervisionar a execução
contrôle sôbre os custos das Gordon, Robert A. Business
da política de cadastro e
diversas emprêsas. leardership in the large
cobrança das emprêsas do
grupo. corporation. University of
5.9 Assessorias especializadas Minnesota Press, 1966.
dos diretores 4. Assumir assuntos de
natureza financeira, por Juran, J. M. & Louden, J. K. The
A) Assessor administrativo indicação do superior imediato. corporate director. American
Management Association, New
5. Estudar e sugerir política York,1966.
1. Elaborar o planejamento
referente às ações do capital
organizacional e administrativo Koontz, Harold. The board of
do grupo. das emprêsas do grupo, super-
visionando o esquema de bom directors and effective manage-
relacionamento com os acio- ment. New York, McGraw-Hill,
2. Analisar o sistema contábil nistas, inclusive avisos e convo- 1967.
das emprêsas com vistas à cações pela imprensa, circula-
padronização e aperfeiçoamento Maynard, H. B. Top management
res, elaboração das atas das
constantes. handbook. New York, McGraw-
assembléias-gerais e sua
HiII, 1960.
publicação.
3. Planejar a sistemática de
informações e de processamento Vance, Stanley C. Boards of
6. Supervisionar os paga- directors, structure and perform-
de dados do grupo. mentos de dividendos e ance. University of Oregon
subscrição dos aumentos de Press, 1964.
4. Orientar a política de capital das emprêsas do grupo.
pessoal a nível do grupo.
7. Supervisionar as operações
5. Elaborar o planejamento e movimento das emprêsas
salarial das chefias e gerências, associadas (holdings).
a nível do grupo.
8. Sugerir e executar a política
6. Estudar e orientar de seguros das emprêsas do
programas de benefícios sociais grupo.
para os empregados nas
diversas emprêsas do grupo. 9. Coordenar os assuntos de
natureza jurídica do grupo,
respondendo ou obtendo
7. Planejar as atividades de pareceres sôbre consultas,
relações industriais e coordenar junto a juristas especializados.
a execução, a nível do grupo,
nas diversas emprêsas. 10. Supervisionar os advoga-
dos contratados pelo grupo,
8. Preparar planos de recur- em ações ou processos perante
sos humanos para os novos a Justiça Comum ou Instâncias
projetos em coordenação com Administrativas, sem prejuízo
os órgãos de planejamento e para as comunicações diretas
execução. de iniciativas da área executiva.

9. Assegurar um constante 11. Elaborar minutas de con-


aperfeiçoamento das comuni- tratos e escrituras que versem
cações dentro e entre as sôbre compra e venda, locação,
diversas emprêsas do grupo, fianças, hipotecas etc., assim
elaborando estudos específicos. como procurações, sempre que
que os assuntos recomendem ••• e o nosso
ministração da Produção, em

precauções especiais. ireta, com objetividade e rigor


dOI mal, graves problemas que
B) Assessor financeiro empresirlos e administradores
trolar • ;impllar a quantidade
para con .•
e a qual/da .•
de da produção industrial. Obra da res-
12. Realizar tarefas e rmssoes ponsabilidade
comenda-se
de viÍrlos especialistas,
aos economistas,
re .•
administra .•
1. Propor e executar política especiais de interêsse do dor ••• estudanta.o
VARGAS, Serviço
FUNDAÇAo
da Publicações.
GETULIO
Praia
1aS, C.P. 29 ZC-02, Rio, GS.
sôbre captação de recursos
de Bolafoio
grupo e sob orientação dos
no mercado de capitais. membros do Conselho diretor.

Estrutura da diretoria 45

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