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Experimento 5:
Aterramento e Sistemas de Proteção Contra Descarga Atmosférica
Introdução
Um aterramento é uma ligação intencional com a terra, realizada por um condutor ou por um
conjunto de condutores enterrados no solo, que constituem o eletrodo de aterramento. Este
pode ser constituído por uma simples haste vertical, por um conjunto de hastes interligadas ou
pelas armaduras de concreto das fundações de uma eletrificação. A região do solo formada
por pontos suficientemente distantes do eletrodo e cujo potencial é considerado igual a zero, é
a terra de referência.
O principal parâmetro que caracteriza uma malha de aterramento é o seu valor ôhmico.
Este valor pode ser medido pelo “megger” (terrômetro) que utiliza uma freqüência perto de
100 Hz (geralmente 108 Hz). A utilização desta freqüência se deve ao fato de que ela é
suficientemente afastada de 60 Hz para se evitar interferências das correntes do sistema de
energia elétrica no circuito de medição.
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Aterramento de SPDA
As correntes de descargas atmosféricas têm a forma impulsiva e a forma de onda
característica é mostrada na Fig. 1.
Devido aos valores muitos elevado das correntes de descarga atmosférica ocorre no
solo um fenômeno de ionização. A corrente de descarga circulando nos cabos e hastes da
malha cria no solo um campo elétrico muito elevado o que provoca uma série de arcos
elétricos dos cabos e hastes para solo, tornando de certa maneira o solo em torno dos cabos da
malha um bom condutor. É como se o diâmetro dos cabos e hastes aumentasse, o que provoca
uma boa redução no valor da impedância da malha.
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qual cai uma descarga com uma corrente de 20 kA. Teremos uma tensão de 100.000 V
desenvolvida na malha e aplicada nos cabos. Esta tensão aparece da malha para um ponto
muito distante dela.
Pode-se traçar curvas mostrando como esta tensão é aplicada no solo. Usa-se valores
calculados para corrente contínua, porque isto facilitará os cálculos, mas as conclusões são
perfeitamente estendidas para correntes de descarga atmosférica.
Como nos caso de descarga atmosférica os valores de corrente são muitos elevados,
mesmo se a malha de aterramento tem um baixo valor de resistência, as tensões de passo e
toque sempre serão muito elevadas. Se a malha fosse constituída de uma placa metálica não se
teria tensões de passo perigosas desenvolvidas na malha.
Neste caso a malha seria uma equipotencial perfeita: todos os pontos da malha têm o
mesmo potencial. Portanto, se circular uma corrente pela malha nenhuma diferença de
potencial será aplicada entre os pés de uma pessoa sobre a malha. Mesmo a malha sendo uma
equipotencial quase perfeita pode-se ter alguns problemas de potencial de toque no caso de
descargas atmosféricas, pode-se tensões perigosas desenvolvidas.
O fato de se utilizar uma placa de cobre como malha praticamente elimina o problema
das tensões de passo, garantido segurança para pessoas sobre a malha e afastadas da
edificação. Porém, a utilização de uma placa como malha de aterramento é uma solução
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economicamente inviável. A solução usualmente adotada é a utilização de uma malha
compondo uma rede. Quanto menor for o afastamento entre os condutores da rede, mais esta
malha se aproxima de uma placa.
Outra solução adotada para minimizar os efeitos das tensões de passo e revestir o solo
por cima da malha com materiais tais como o concreto e a brita. Este material de cobertura
não diminui os valores das tensões de passo mas diminui o valor das correntes que
circulariam pela pessoa.
A Malha de Aterramento
A utilização de tratamento químico do solo com o objetivo de reduzir o valor da resistência da
malha de aterramento é uma alternativa polêmica. Algumas normas rejeitam tal solução e
algumas normas permitem o tratamento do solo com materiais tais como o concreto e a
bentonita (espécie de argila).
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Resistividade
Resistividade é numericamente igual à resistência entre duas faces opostas de um cubo
construído com o material e com aresta unitária (NBR - 7117:1981), conforme apresenta a
Fig. 03. São usadas para resistividade as unidades: Ω.m ou Ω.cm. Se o material for um metal
é fácil construir um cubo desse material. No caso do solo que é composto de materiais
diferentes, com graus de compactação e teor de umidade também diferentes é possível
determinar a resistividade média a partir de uma amostra do solo.
Essa amostra deve ser de tamanho razoável e tratada com muito cuidado para poder
representar o solo local. Um método usado em laboratório consiste em construir um cubo de
madeira com aresta de 1m e com duas faces apostas cobertas por chapas metálicas.
Completadas todas as camadas, deve ser feita a medição da resistência entre as faces
metálicas opostas. O resultado da medição em ohms é a resistividade do solo em ohm.m. Por
essa descrição simplificada do método pode-se ver que o resultado obtido poderá apresentar
grandes variações de acordo com os procedimentos e cuidados seguidos. Além disso deve-se
tirar muitas amostras em um terreno para ter uma resistividade média, não só ao longo da
área, mas também a diferentes profundidades.
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os terminais de potencial correspondentes, ligados as hastes internas, como indicado no
croquis da Fig. 04.
O aparelho fornece uma corrente entre os terminais C2 e C1 que vai circular pelo solo e
produzir uma queda de tensão entre as hastes 2 e 3 que será detectada pelos terminais P1 e P2.
O terrômetro dispõe de um circuito em ponte que dividirá o valor da tensão pelo valor da
corrente fornecida e dará a resistência através da leitura no visor. A resistividade será
calculada por:
ρ = 2 ⋅π ⋅ R ⋅ a
onde: ρ é a resistividade calculada em Ω.m; R é a leitura em Ω do terrômetro e a é a distância
entre as hastes em metros.
Os pontos de referência são onde deve ficar o aparelho e a partir desse ponto vão
sendo cravadas as estacas com as distâncias a, em cada uma das seis direções. Os valores de a
recomendados (mas, não obrigatórios) são: 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, ... metros, de acordo com o
tamanho do terreno. Essa seqüência de razão 2 é conveniente mas, como dito acima não
precisa ser seguida. Quanto maior o número de medições feitas, mais precisa será a medida.
Resistência de Aterramento
A resistência de aterramento é a relação entre a corrente que circula entre a malha e um ponto
distante e a tensão aplicada entre esses dois pontos. A resistência de aterramento de um
eletrodo é a soma de três parcelas:
• Resistência do eletrodo;
• Resistência de contato entre o eletrodo e o solo;
• Resistência do solo em torno do eletrodo.
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A primeira parcela é muito baixa, tanto pelas dimensões com pela resistividade do
material, que é muito baixa. A segunda parcela, se o eletrodo for vertical e cravado sob
pressão no solo, também é muito baixa; se o eletrodo for introduzido solto no solo, é provável
que a resistência de contato seja elevada. A terceira parcela é que determina o valor da
resistência de aterramento, salvo no caso do eletrodo ter um mau contato com o solo.
No caso das descargas atmosféricas, a terra faz parte do circuito delas: a corrente do
raio sobe da terra para a nuvem em um canal (o raio) com uma densidade muito alta de
corrente e com uma temperatura também muito alta. Constitui a parte visível da descarga e
desce lateralmente em redor da nuvem com uma densidade muito baixa. A segunda parte, não
visível mas, é constatada pela alta densidade de cargas elétricas (elétrons e íons) na atmosfera
durante as tempestades.Em um curto-circuito fase-terra a corrente que entra na terra no ponto
de curto, retorna à fonte (transformador ou gerador) circulando pela terra.
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• Terra de referência: eletrodo ou eletrodos afastados da instalação que serve(m) de
referência para medição.
• TAP (terminal de aterramento principal) ou LEP (ligação equipotencial principal): é uma
barra de impedância baixa e de tamanho suficiente para receber todas as conexões
necessárias. É instalada isolada da parede ou de um quadro por isoladores de baixa tensão.
Uma barra de cobre de 50mm x 6mm e comprimento de 50cm a 1 metro ou mais em geral
é satisfatória. O comprimento a ser adotado depende do número de conexões que deverão
ser feitas.
• Elemento condutor ou massa condutora estranha: parte condutora exposta que não faz
parte da instalação elétrica mas que poderá introduzir um potencial, geralmente o da terra.
• Terminal de aterramento ou terminal de aterramento secundário ou suplementar (TAS): é
uma barra similar ao TAP instalada de maneira similar para aterrar os equipamentos de
uma sala ou de um andar.
• Massa: é a estrutura metálica de um equipamento.
• Condutor de aterramento: é o condutor de cobre que vai interligar o TAP ao eletrodo
de aterramento. Sua dimensão, se não for entrar em contato com a terra será de 35 mm², e
se for ficar enterrado, 50mm².
• Condutor de equipotencialidade principal: é o condutor de cobre de 16 mm² que interliga
o TAP a um condutor ou massa estranha, como uma estrutura metálica ou a ferragem de
reforço do concreto armado.
• Condutor de proteção principal: condutor de cobre que interliga os TAS ao TAP.
• Condutor de proteção: é o condutor PE que interliga as massas dos equipamentos aos
TAS ou ao TAP da instalação. O dimensionamento é dado pela NBR-5410 em função da
bitola dos condutores do sistema de força. Para S seção do condutor dos condutores das
fases até 16 mm², usa-se S; para condutores entre 16mm² e 35 mm² usa-se 16 mm², para
S > 35 mm², usa-se a metade da seção usada nas fases.
• Condutor de equipotencialidade suplementar: é o condutor que interliga a massa de um
equipamento à estrutura metálica ou à ferragem do concreto armado de uma estrutura.
A resistência de aterramento de um eletrodo pode ser medida ou calculada; o cálculo
dificilmente pode ser feito através das fórmulas teóricas encontradas nos manuais, por que
essas fórmulas só se aplicam a solos de resistividade uniforme, o que raramente se encontra
na prática. O método de cálculo mais moderno e mais preciso é usar um programa de
computador que depois de fazer a estratificação como indicado acima, calcula a resistência de
aterramento do eletrodo.
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Quando se vai utilizar um só eletrodo, ou quando a área é pequena pode-se fazer uma
aproximação: mede-se a resistência de aterramento do eletrodo e calcula-se a resistividade
média ou equivalente do solo entrando-se na fórmula com o valor medido da resistência e
calculando-se o da resistividade.
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• Tipo B ou em anel – em que todas as descidas são ligadas a um condutor horizontal
em forma de anel em torno do prédio. É costume em cada descida instalar uma
haste vertical.
• Pela fundação – em que é usada como aterramento a ferragem de uma fundação
em concreto armado ou a ferragem de uma estrutura que serve de fundação a um
edifício em estrutura metálica. Este tipo, em geral, é uma variação do tipo em anel.
A fundação é constituída por uma viga baldrame e/ou pelas bases das colunas. Se não
houver certeza da manutenção da continuidade da ferragem estrutural das vigas baldrame e
das fundações dos pilares deve-se instalar durante a construção um condutor (sob a forma de
um cabo de aço galvanizado ou de barras soldadas ou fortemente conectadas) com saídas do
concreto para interligação às barras ou terminais principais de aterramento (TAP). Esta
ultima solução (aterramento de fundação) é indicada como preferencial pelas normas
brasileiras citadas acima.
Se não for possível ou desejável fazer o aterramento pela fundação, podem, ser usados
os eletrodos não naturais ou convencionais, indicados a seguir:
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resistividade é considerada muito baixa quando é menor ou igual a 30 Ω.m; é considerada
baixa quando é menor ou igual a 100 Ω.m.
Relatório
• Aspectos Teóricos
1. Explique o que á aterramento e qual a sua finalidade.
2. Qual a relação da resistência de terra com o comprimento da haste de
aterramento? Qual o valor ideal, estabelecido por norma, para a resistência de
terra.
3. Explique com suas próprias palavras o que é tensão de passo e tensão de toque
(ou contato). Cite possibilidades, economicamente viáveis, para reduzir a
tensão de passo.
4. Cite três aspectos que acarretam na necessidade dos cabos de uma malha de
aterramento serem de diâmetro grande.
5. Não dispondo de um terrômetro, apresente uma experiência prática para se
levantar a resistividade de um solo.
6. Qual o fator preponderante que leva a conseguir uma baixa resistência de
aterramento?
7. Faça uma figura ilustrando onde se concentra a principal parcela da resistência
total de aterramento.
8. O que é um solo bom condutor e o que é um solo ruim?
• Aspectos Práticos
1. Utilizando o terrômetro obtenha a resistência de terra do solo do laboratório
para cada uma das três barras de tamanho diferentes. Anote os valores e teça
comentários.
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2. Classifique o solo medido em função do valor de sua resistividade, que pode
ser obtida utilizando a expressão a seguir.
2 ⋅π ⋅ L
ρ=R
(ln 4 L / a − 1)
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