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Hipóteses na construção da escrita

A psicolinguista argentina, Emília Ferreiro, desvendou os


mecanismos pelos quais as crianças aprendem a ler e a escrever, estudou os processos
de aquisição e elaboração do conhecimento e o modo como elas aprendem. Em suas
pesquisas, Emília Ferreira focou nos mecanismos cognitivos relacionados à leitura e
escrita.
O ambiente familiar e escolar têm muita importância para o desenvolvimento do
indivíduo. Crianças com mais estímulo e motivação têm mais chances de construir o
processo de escrita com qualidade. Segundo Emilia Ferreira, as hipóteses na construção
da escrita são:
* Pré-silábica: é produzida por crianças que ainda não compreendem o caráter fonético
do sistema. As hipóteses da criança são estabelecidas em torno do tipo e da quantidade
de grafismo, buscando:
- Diferenciar o desenho e escrita;
- Utilizar no mínimo duas ou três letras para poder escrever palavras;
- Reproduzir os traços da escrita, de acordo com as formas gráficas (impressa ou
cursiva), escolhendo a que lhe é mais familiar;
- Perceber que é preciso variar os caracteres para obter palavras diferentes.
* Silábica: nessa etapa a criança compreende que a escrita é uma representação da fala,
o que a faz sentir a necessidade de usar uma forma de grafia para cada som.
* Silábica-alfabética: é marcada por um momento de transição. Busca as formas de
fazer corresponder os sons às formas silábica e alfabética e a criança pode escolher as
letras ou de forma ortográfica ou fonética.
* Alfabética: fase em que a criança entende que:
- A sílaba não pode ser considerada uma unidade e pode ser separada em unidades
menores.
- A identificação do som não é garantia de identificação da letra, o que pode gerar
dificuldades ortográficas;
- A escrita supõe a necessidade da análise fonética das palavras.

Então, muitos se perguntam como se deve ensinar alguém a escrever? Mais que isso…
Como alguém aprende a escrever?

Norteadas por essas perguntas, Emilia Ferreiro e Ana Teberosky explicam que a criança
busca a aprendizagem na medida em que constrói o raciocínio lógico e que o processo
evolutivo de aprender a ler e a escrever passa por níveis que revelam as hipóteses
formadas pela criança. Foram definidos cinco níveis:

- Hipótese pré-silábica:

A criança não estabelece vínculo entre fala e escrita; demonstra intenção de escrever
através de traçado linear; usa letras do próprio nome ou letras e números na mesma
palavra; tem leitura global, individual e instável sobre o que escreve. Por exemplo:

- Hipótese silábica sem valor sonoro:

A criança começa a ter consciência de que existe alguma relação entre pronuncia e a
escrita; começa a desvincular a escrita das imagens e os números das letras; Conserva as
hipóteses da quantidade mínima e da variedade de caracteres; cada vez que pronuncia
uma sílaba, ela escreve uma letra, porém a lera não tem relação com o som.
- Hipótese silábica com valor sonoro:

A criança já supõe que a escrita representa a fala; tenta fonetizar a escrita e dar valor
sonoro às letras; supõe que a menor unidade da língua seja a sílaba; usa uma letra para
cada vez que pronuncia uma sílaba, mas faz elação com o som.

- Hipótese silábica-alfabética;

Esta é a hipótese intermediária, na qual a criança muitas vezes escreve silabicamente,


outras alfabeticamente. Aqui ocorre uma mistura da lógica da fase anterior com a
identificação de algumas sílabas. A criança compreende que a escrita tem função social;
compreende o modo de construção do código da escrita; não tem problema de escrita no
que se refere a conceito.
- Hipótese alfabética:

Nesta etapa a criança domina o código escrito, distinguindo letras, sílabas, palavras e
frases. Ela compreende que a escrita tem função social; compreende o modo de
construção da escrita; omite letras quando mistura as hipóteses alfabética e silábica não
tem problemas de escrita no que se refere a conceito.

O objetivo da avaliação nas escolas é diagnosticar o conhecimento já construído pela


criança. O educador deve realizar a sondagem diagnóstica, uma atividade essencial, que
o capacita a conhecer as hipóteses das crianças envolvidas no processo de alfabetização.

Para realizar essa sondagem, devem-se escolher quatro palavras, sendo uma polissílaba,
trissílaba, dissílaba e uma monossílaba, respectivamente, e uma frase de um mesmo
campo semântico (do mesmo assunto). Exemplo: dinossauro – cavalo – gato – rã, o gato
é meu.

O professor deve ditar as palavras sem pausas entre sílabas, para que a criança escreva
da maneira que souber. Se a criança perguntar como se escreve, devolva a pergunta,
incentivando-o sempre. A partir desse material, o educador pode refletir sobre o
pensamento da criança e perceber sua hipótese linguística. A sondagem diagnóstica
deve ser realizada periodicamente, assim o professor pode realizar um trabalho de
acordo com a hipótese da criança.

Por Anne Mascarenhas

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