*O conhecimento do próprio nome tem duas consequências
importantes para os alunos que estão se alfabetizando: •é uma escrita livre de contexto;
•é uma escrita que informa sobre a ordem não-aleatória dentro
do conjunto de letras.
A escrita do próprio nome representa uma oportunidade
privilegiada de reflexão sobre o funcionamento do sistema de escrita, pelas seguintes razões:
•tanto do ponto de vista linguístico como do gráfico, o nome
próprio é um modelo estável;
•o nome próprio é um nome que se refere a um único objeto,
com o que se elimina, para a criança, a ambiguidade na interpretação;
•o nome próprio tem valor de verdade porque se reporta a uma
existência, a um saber compartilhado por ambos, emissor e receptor;
•do ponto de vista da função, fica claro que identificar objetos
ou indivíduos com nomes faz parte dos intercâmbios sociais da nossa cultura;
•do ponto de vista da estrutura daquilo que está escrito, a pauta
linguística e o referente coincidem.
A escrita de nomes próprios é uma boa situação para trabalhar
com modelos de escrita, e isso é conveniente porque esse tipo de modelo oferece informação à criança sobre: •a forma e o valor sonoro convencional das letras; a quantidade de letras necessária para escrever os nomes; a variedade, a posição e a ordem das letras em uma escrita convencional;
•a realidade convencional da escrita, o que serve de referência
para checar as próprias hipóteses.
Algumas atividades no que se refere ao trabalho pedagógico,
têm se mostrado produtivas as situações sem que as crianças precisem:
•Consultar listas de nomes ou apelidos.
•Reconhecer a escrita dos nomes dos colegas.
•Identificar diferentes segmentos constituintes dos nomes
(sílabas, fonemas/letras), fazendo uso desse conhecimento em outras situações.
•Identificar, em fichas ou cartões, o próprio nome, o dos
colegas ou outros.
•Usar/ver a utilização de nomes para marcar desenhos,
objetos, utensílios, roupas, trabalhos de classe.
•Copiar nomes em situações em que isso é necessário e/ou faz
sentido.
•Montar um nome com letras fornecidas pela professora, em
número exato e sem modelo.
•Escrever nomes com letras móveis, sem modelo,
selecionando-as dentre um conjunto de letras.
•Escrever o nome do colega nos trabalhos feitos por ele.
entre os nomes e os respectivos números de telefone.
Participar de jogos dos seguintes tipos:
•“forca” com nomes; •jogo da memória (relacionando fotos e nomes); •bingo de nomes; •adivinhações, como por exemplo: “Tenho um cartão com um nome de seis letras, que começa com a primeira letra do nome do Fábio. Qual é?”.
Participar de outras situações desafiadoras, tais como:
•A professora coloca na mesa as letras dos nomes de quatro
alunos: cada um deve encontrar as que pertencem ao seu próprio nome e, depois, com o grupo, procurar quais são coincidentes com as dos outros nomes.
•Descoberta dos nomes que vão sendo escritos na lousa pela
professora, a partir das orientações que ela oferece: “Primeiro o S, depois o A... De quem será este nome?” (entre outras possibilidades).
•Utilização de cartões com o nome dos personagens das
histórias lidas, misturados a outros com os nomes das crianças, para classificar e analisar, por exemplo:
quais são os nomes que começam como o de Branca de Neve;
quais os que têm mais letras que o nome do Pinóquio;
quais são escritos como o de Chapeuzinho Vermelho.
IN: Programa de Formação de Professores Alfabetizadores- Coletânea de textos Módulo 2