Vous êtes sur la page 1sur 12

Revista Labor & Engenho L&E

ISSN:2176-8846 v.5, n.3, 2011

Museus e Ferrovias: estudo sobre a preservação do patrimônio


ferroviário paulista

Eduardo Romero de Oliveira


Professor Assistente Doutor. Universidade Estadual Paulista / campus de Rosana [Unesp]. Rosana [SP], Brasil.
<romero_eduardo@ig.com.br>.

Este trabalho teve o apoio financeiro da FAPESP e da UNESP.


CONPADRE´2010. Apresentado no 1º Seminário de Patrimônio Ferroviário [Conpadre n.04/2010].
Conferência Internacional sobre Patrimônio e Desenvolvimento Regional. Campinas e Jaguariúna [Brasil], 2010.

Resumo
Este artigo apresenta três exemplos de museus industriais ferroviários do Estado de São Paulo
(Brasil), seus acervos e ações de preservação efetuadas nos últimos anos. Estas instituições têm sido
objeto de nossa pesquisa atual: o Museu da Companhia Paulista, o Centro de Documentação da
RFFSA/Bauru e o Museu Ferroviário de Sorocaba. Todos estes museus estão em velhas áreas de
atividades ferroviárias, com diferentes problemas de preservação (das instalações, coleções,
visitação). Nosso objetivo é expor, por um lado, o estado atual do patrimônio ferroviário que veio a
compor o acervo destes museus; de outro lado, compreender a natureza das ações de política cultural
nestas cidades e as características dos museus nelas estabelecidas. Em termos metodológicos,
realizamos uma pesquisa histórica sobre a criação do museu; entrevistamos os responsáveis pelas
instituições, em relação a projetos e objetivos dos museus, das propostas expositivas e atividades
educativas

Palavras-chave
Patrimônio Ferroviário, Patrimônio Industrial, Museus Industriais, São Paulo [Brasil].

Museums and Railways: a study about preservation of railway heritage in


São Paulo Estate

Abstract
This paper presents three examples of museum of industrial heritage in Sao Paulo State (Brazil), their
archive and preservation actions in the last years. These institutions have been object of our research:
the Companhia Paulista Railway Museum in Jundiai, the Railway Museum and Center of
Documentation of RRFSA/Bauru, Railway Museum in Sorocaba. All these museums are in old railroad
area, with different problems of preservation (installations, collections, visitations). We aim to expose,
on one hand, the current state of the railroad heritage that came to be assembled in the collection of
these museums; and, on the other hand, understanding the nature of public cultural actions in these
cities and the characteristics of the museums established there. In the methodological aspect, we did
historical research on the formation of the museum, activities (the project and objectives, exhibitions
proposals and educational activities), and we interviewed officials.

Keywords
Railroad Heritage, Industrial Heritage, Industrial Museums, São Paulo [Brazil].

20
OLIVEIRA, E. R. de. Museus e Ferrovias: estudo sobre a preservação do patrimônio ferroviário paulista. Labor & Engenho,
Campinas [Brasil], v.5, n.3, p. 20-31, 2011. Disponível em: <www.conpadre.org> e <www.labore.fec.unicamp.br>.
Revista Labor & Engenho L&E
ISSN:2176-8846 v.5, n.3, 2011

Introdução

A expansão ferroviária em São Paulo (1868-1962)

O acervo dos museus que vamos apresentar é derivado de empresas ferroviárias


paulistas que atuaram no estado de São Paulo entre 1872 e 1930, originariamente
em cidades no interior (Sorocaba, Campinas, Araraquara e São Simão): E. F.
Sorocabana, Companhia Paulista E.F., Companhia Mogiana E.F., E.F. Araraquara e
E.F. São Paulo-Minas (MATTOS, 1990). Apesar de surgirem da iniciativa privada,
algumas foram assumidas pelo governo estadual, nas primeiras décadas do século
XX, (E.F. Sorocabana e São Paulo-Minas), enquanto outras se mantiveram
particulares até meados do século.

Em fins da década de 1960, todas aquelas empresas férreas citadas haviam sido
incorporadas e passaram para o governo estadual, formando uma única empresa: a
Ferrovias Paulistas S/A (FEPASA) – inclusive os 39 hortos das antigas empresas
férreas. No processo de liquidação das empresas públicas férreas e de energia,
projeto do governo federal e do governo estadual, durante a década de 1990, todo o
patrimônio da FEPASA foi incorporado à Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA), e
maio de 1998. Através de concessão, em dezembro de 1998, foi transferida a malha
férrea para grupos privados de transporte. Os bens entendidos como “ativos
operacionais” (infraestrutura, locomotivas, vagões e outros bens vinculados à
operação ferroviária) foram arrendados à concessionária Ferrovia Bandeirantes
(FERROBAN), depois adquiridos pela América Latina Logística (ALL). A RFFSA foi
dissolvida em 7 de dezembro de 1999 e deu-se início ao processo de liquidação da
empresa, em 17 de dezembro de 19991. A RRFSA acabou por ser extinta pelo
governo federal, em 22 de janeiro de 2007.O processo de liquidação da RFFSA
implicou a realização dos ativos não operacionais e o pagamento de passivos. Para
geri-los foi constituída a Inventariança da Rede, vinculada ao Ministério dos
Transportes, que faria os levantamentos e identificação dos bens, direitos e
obrigações da extinta Rede. Dentre as comissões que compõem a Inventariança, foi
estabelecida a Comissão de Bens Históricos. Esta cuida de coordenar e
supervisionar, no âmbito nacional, o inventário dos bens móveis de valor artístico,
histórico e cultural, bem como, os convênios firmados com entidades de direito
público ou privado que tenham por objeto a exploração e administração de museus
ferroviários e de outros bens de interesse artístico, histórico e cultural, oriundos da
extinta Rede Ferroviária Federal S.A., a serem transferidos ao Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) (INVENTARIANÇA DA RFFSA, 2009).
Conforme o texto legal, o IPHAN fica, assim, responsável pela gestão e perpetuação
da Memória Ferroviária (Lei 11.483, de 31/03/2007, art. 9º).

1
De acordo com o estabelecido no Decreto nº 3.277, de 7 de dezembro de 1999, alterado pelo Decreto nº 4.109, de 30 de
janeiro de 2002, pelo Decreto nº 4.839, de 12 de setembro de 2003, e pelo Decreto nº 5.103, de 11 de junho de 2004. Medida
Provisória nº 353, Decreto nº 6.018, de 22/01/2007 e Lei nº 11.483. Vide também RFFSA. Relatórios de Atividades da
Inventariança (2009).

21
OLIVEIRA, E. R. de. Museus e Ferrovias: estudo sobre a preservação do patrimônio ferroviário paulista. Labor & Engenho,
Campinas [Brasil], v.5, n.3, p. 20-31, 2011. Disponível em: <www.conpadre.org> e <www.labore.fec.unicamp.br>.
Revista Labor & Engenho L&E
ISSN:2176-8846 v.5, n.3, 2011

Museu da Companhia Paulista: Jundiaí [São Paulo]

Um caso emblemático da condição de preservação dos bens de valor histórico das


empresas férreas paulistas é o das oficinas da antiga oficina da Companhia Paulista,
em Jundiaí. Nelas, encontram-se hoje o Museu da Companhia Paulista, em Jundiaí.
O Museu foi inaugurado em 1979, subordinado à FEPASA, como Museu Ferroviário
Barão de Mauá (FEPASA, [s.d.].). Foi constituída, então, uma exposição permanente
de objetos, distribuída em cinco salas intituladas com os nomes dos presidentes
fundadores de empresas férreas: Matheus Maylasky, da E.F. Sorocabana; Saldanha
Marinho, da Companhia Paulista; Carlos Baptista de Magalhães, da E.F.
Araraquarense; Conde de Parnaíba (Cia. Mogiana); além do “Átrio São Paulo –
Minas (E.F. São Paulo – Minas Gerais) - correspondente às cinco empresas férreas
que foram incorporadas pela criação da FEPASA. A instituição foi renomeada, em
1995, como Museu da Companhia Paulista. No segundo semestre de 1999, após a
incorporação dos bens da FEPASA à RFFSA e sua extinção, o imóvel esteve sob
administração da Companhia Paulista de Administração de Ativos (CPA). Um
contrato de comodato foi assinado entre a CPA e a Secretaria do Programa de
Recuperação de Bens Culturais, em 27 de setembro de 1999, pelo período de dois
anos.

Desde a época em que estava sob a administração da FEPASA, o Museu era gerido
pelo Coordenador do Núcleo de Jundiaí (responsável geral da área oficinas), Edmar
de Stefano, que manteve esse cargo após a incorporação à RFFSA. Inserido num
conjunto de oficinas desativado, que servia de estoque de peças e documentação,
sob a administração de uma empresa extinta, o Museu se via à deriva. A manutenção
do acervo e das atividades do museu ficou ao encargo deste único funcionário. Além
dos problemas advindos desta situação, também por falta de pagamento, ele acabou
por demitir-se em novembro de 2001 (INVENTÁRIO..., 2002). A situação de
abandono do acervo foi denunciada em reportagens do ano de 2000 (ESTADO DE...,
2000); além dos boletins policiais sobre roubo de material. O Museu é assumido por
ex-ferroviários em dezembro de 2000, por meio da criação da Associação de
Preservação da Memória da Cia. Paulista, entidade sem fins lucrativos, sob a
presidência de Eusébio Pereira dos Santos, para “o resgate e preservação da
memória da Cia. Paulista” – esta Associação desenvolveu diversos projetos naquele
ano, inclusive um projeto de restauro de vagão pantográfico (CARTA DE..., 2001;
RELATÓRIO..., 2000; PROJETO..., s.d.). Outras ações foram propostas neste
mesmo ano por instituições civis e particulares à Secretaria do Estado de Cultura: um
projeto de ocupação cultural e convênios com instituições de ensino (PROPOSTA...,
2000; PROJETO..., 2001). Além disso, por iniciativa desta Secretaria, foram feitas
avaliações do estado de conservação dos bens e documentação depositados na área
das Oficinas.

Em 2001, o Museu recebeu a visita técnica da museóloga Beatriz Augusta Cruz, do


Departamento de Museus e Arquivos, da Secretaria de Estado da Cultura. Em seu
relatório, a museóloga declara que o acervo se constitui de 15 mil peças, contudo não
possui um inventário completo do acervo, nem documentação (CRUZ, 2001). O
acervo estaria, naquela ocasião, em bom estado de conservação, com exceção do

22
OLIVEIRA, E. R. de. Museus e Ferrovias: estudo sobre a preservação do patrimônio ferroviário paulista. Labor & Engenho,
Campinas [Brasil], v.5, n.3, p. 20-31, 2011. Disponível em: <www.conpadre.org> e <www.labore.fec.unicamp.br>.
Revista Labor & Engenho L&E
ISSN:2176-8846 v.5, n.3, 2011
acervo documental e fotográfico, que estaria precário. Anota também que o Museu
estava se especializando em eletrificação ferroviária.

Um acervo documental e bibliográfico da FEPASA havia sido transferido da Barra


Funda para os 8 galpões na área da antiga oficina da Companhia Paulista, em
Jundiaí. Trata-se do depósito de documentação da RFFSA. Uma comissão técnica
do Arquivo Público do Estado de São Paulo visitou o local, em Jundiaí, em novembro
de 2001 (SOBRINHO, 2001). Uma das especialistas relata as condições de
degradação da documentação: encontra-se espalhada em estantes, armários, caixas
e pacotes sem organização e numa “situação física alarmante”, com animais mortos,
infiltrações, sujeira. Seriam documentos do período de 1870 a 1997, da Cia. Paulista,
Mogiana, E.F. Sorocabana e da FEPASA; e na sua totalidade de caráter contábil e
administrativo. Avaliando que “são fonte para a recuperação da história econômica de
São Paulo e do Brasil”. Estimava-se que o acervo documental era de 9.500 metros
lineares. Além disso, arrolam a existência de 5 mil fotografias e 110 caixas de
negativos de vidro, mapas, plantas, esboços e desenhos2. Não havia instrumentos de
acesso, nem histórico de registro dos documentos. A transferência total daquela
documentação para o Arquivo do Estado era inviável, tanto devido ao péssimo
estado de conservação, quanto porque equivalia ao dobro da documentação já
existente no Arquivo.

No início de 2001, a prefeitura havia adquirido os prédios da oficina e assumia


também a administração precária do Museu3. Com a extinção, em fevereiro de 2002,
do Programa de Bens Culturais, cessam os estudos para gestão e preservação
destes edifícios, dos objetos e documentos pelo Estado de São Paulo, assim como a
colaboração da Associação de Preservação da Memória da Cia. Paulista na
administração do Museu.

Em 2004, aquele acervo documental depositado nos galpões das oficinas em Jundiaí
foi transferido para outro galpão no bairro do Bom Retiro, sob a responsabilidade da
Inventariança da RFFSA – Unidade Regional de São Paulo4. Mantiveram-se, em
Jundiaí, o acervo de objetos relativo ao Museu ferroviário e o acervo bibliográfico,
documental e cartográfico que compõe a biblioteca do Museu, sob a administração
municipal. A direção do museu está a cargo da prefeitura municipal, que procura
manter o seu funcionamento, mas não realizou investimentos (atualização da
exposição, contratação de pessoal técnico especializado e infraestrutura para
conservação adequada do acervo). Atualmente, a única intervenção no acervo, é um
projeto do IPHAN de digitalização do acervo fotográfico, seguido posteriormente por
outro para a restauração das fotos – isto devido à importância destes bens no
panorama do patrimônio ferroviário brasileiro e a atual responsabilidade legal do
órgão sobre este tipo de patrimônio. O acervo bibliográfico e os demais objetos do

2
Uma listagem de bens anexa ao Relatório de visita técnica de Beatriz Cruz indica, em valores aproximados: 8 mil livros, 5 mil
fotos em papel, 500 negativos em vidro; 10 álbuns de fotos; 16 obras de arte (na Biblioteca); além de livros históricos e
documentos da RFFSA
3
O conjunto de prédios foi comprado do Governo do Estado de São Paulo pela Prefeitura Municipal de Jundiaí, em 20/01/2001,
por um valor de nove milhões de reais (sendo oito milhões de reais da Secretaria da Educação e um milhão de reais da
Secretaria de Cultura). A atual gestão dos edifícios é compartilhada pelas duas Secretarias, em que o peso da decisão se dá
conforme o valor desembolsado para a compra. O que tem gerado conflitos na gestão do Complexo Cultural FEPASA – como
passou a ser denominado.
4
Observa-se que confrontando o tamanho do acervo estimado pelos técnicos do Arquivo do Estado com os valores estimados
no 4º Relatório de Atividades da Inventariança , anteriormente citado, é provável que a maior parte do que atualmente está no
galpão na cidade de São Paulo era a documentação que estava dos galpões em Jundiaí.
23
OLIVEIRA, E. R. de. Museus e Ferrovias: estudo sobre a preservação do patrimônio ferroviário paulista. Labor & Engenho,
Campinas [Brasil], v.5, n.3, p. 20-31, 2011. Disponível em: <www.conpadre.org> e <www.labore.fec.unicamp.br>.
Revista Labor & Engenho L&E
ISSN:2176-8846 v.5, n.3, 2011
Museu ainda se encontram no Museu e serão mantidos no local por conta da atual
política de preservação do patrimônio ferroviário adotada pelo IPHAN5.

Museu da Sorocabana: Sorocaba [São Paulo]6

A constituição do Museu Ferroviário Sorocabano foi iniciada em marco de 1997, no


governo Mário Covas, através de uma parceria entre a FEPASA, a Prefeitura
Municipal de Sorocaba e Instituto de recuperação do Patrimônio Histórico do Estado
de São Paulo, com apoio do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico de
Sorocaba e a Fundação de Auxílio ao Preso da Secretaria de Administração
Penitenciaria (FUNAP) (MUSEU..., s.d.). Foi cedida à prefeitura uma das casas de
engenheiro estação, que foi recuperada para abrigar a exposição permanente, o
acervo de objetos e pessoal administrativo. Em 29 novembro de 1997, o prédio sede
do Museu foi inaugurado pelas autoridades do Estado de São Paulo e do município
de Sorocaba (DIÁRIO..., 1997). Sua criação fazia parte do Programa de
Regionalização dos Museus Ferroviários do Instituto de Recuperação do Patrimônio
Histórico. As obras do Museu foram viabilizadas devido à parceria entre Fepasa,
Prefeitura Municipal de Sorocaba, Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e
Instituto de Recuperação do Patrimônio Histórico. Em 14 de novembro de 2004, foi
assinado um Protocolo de Intenções entre a Rede Ferroviária Federal S.A (RFFSA) e
a Prefeitura Municipal, que instituía a transferência para o município dos edifícios que
formam o conjunto arquitetônico da estação ferroviária da Estrada de Ferro
Sorocabana (EFS) (CRUZEIRO..., 2004). E no ano de 2006 foi celebrado um
convênio entre a Prefeitura e a Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA) através do
projeto de lei nº 7.956, que autoriza a Prefeitura de Sorocaba a receber o acervo de
bens do Museu Ferroviário (CRUZEIRO..., 2006).

Conforme o documento cedido pela direção, o Museu teria por objetivos: a


preservação do patrimônio ferroviário, expor a importância do transporte ferroviário
para a história da região, a sensibilização para o patrimônio ferroviário, o estímulo a
estudos sobre a Estrada de Ferro Sorocabana (a história da empresa e das cidades
da região) (MUSEU..., [s.d.]). O museu não apresenta legislação própria de criação e
não há proteção legal. Há apenas a legislação do patrimônio municipal, que consiste
na Lei do Patrimônio Histórico nº 4.619, de1994, a qual fora responsável pela criação
do Conselho do Patrimônio Histórico no município.

A exposição permanente que foi aberta então – e que ainda se encontra montada até
hoje - reúne uma coletânea de peças trazidas de museus da região e ex-funcionários
da ferrovia. O espaço do Museu é composto por 14 cômodos, sendo um porão e 12
salas ocupadas com objetos pertencentes à Estrada de Ferro Sorocabana e aos
membros que atuaram nesta (mobiliário, vestuário, fotos, objetos decorativos,
material de escritório, peças de sinalização e equipamento da estação); além de
imagens diversas (quadros, fotos, jornais). Não há um discurso expositivo claramente
definido (temático ou cronológico), mas uma exposição de material ferroviário,

5
Além disso, houve a transferência ao Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do convênio da RFFSA com a
Prefeitura Municipal de Jundiaí para a administração do Museu - conforme Lei federal de 11.483, de 31/03/2007, art. 9º.
6
Agradeço a bolsista Helena Camila Costa pelo auxílio na coleta de dados.
24
OLIVEIRA, E. R. de. Museus e Ferrovias: estudo sobre a preservação do patrimônio ferroviário paulista. Labor & Engenho,
Campinas [Brasil], v.5, n.3, p. 20-31, 2011. Disponível em: <www.conpadre.org> e <www.labore.fec.unicamp.br>.
Revista Labor & Engenho L&E
ISSN:2176-8846 v.5, n.3, 2011
conforme o antigo padrão de coleção: acúmulo de material pelos espaços, com
legendas de identificação das peças e reprodução de espaços de trabalho
administrativo ou da estação. Também não há boas condições de iluminação,
armazenamento e conservação. Enfim, a exposição tem evidente caráter elogioso e
nostálgico da empresa EFS.

Em relação aos acervos, grande parte foi retirada da sucata (mobiliário) da Rede
Ferroviária de São Paulo e do Museu de Jundiaí. Não há uma reserva técnica de
peças, apenas algum material documental (registro de empregados e fotos). Em
relação às condições de salvaguarda, o Museu não possui segurança necessária
entre o público e o acervo, o que pode muitas vezes comprometer a integridade física
dos bens e a segurança do visitante. Grande parte do material documental que fazia
parte do acervo, quando da constituição do museu, foi transferida para o Museu
Histórico Sorocabano (relatórios anuais da empresa e uma coleção incompleta da
revistas ferroviária “Nossa Estrada”). Há uma pequena biblioteca instalada em
conjunto com a recepção, onde é permitida a consulta dos livros, revistas, relatórios
das atividades dos ex-ferroviários e demais arquivos da época da ferrovia. Além da
biblioteca, uma das casas contidas ao lado do Museu abriga o laboratório de
arqueologia. Não há outros serviços de apoio aos visitantes (material informativo,
cafeteria e loja do museu).

O Museu da Estrada de Ferro Sorocabana está vinculado à Secretaria de Cultura do


município, de quem recebe as verbas para manutenção. Aliás, o museu possui
apenas duas funcionárias fixas. Algumas vezes há contratação de monitores, que
recebem alguma “orientação” (conforme observado por um dos funcionários) quanto
à informação a ser transmitida ou tipos de público. A atual diretora, Sonia Paes,
responde não apenas por este, mas também pelos demais museus e bibliotecas da
cidade; também participa na organização dos eventos na Secretaria de Cultura,
elabora atividades em conjunto com a biblioteca infantil de Sorocaba e é membro do
Conselho Municipal de Patrimônio da Cidade. Todas as atividades educativas são
concebidas em conjunto com os outros museus locais, apesar de haver a realização
de alguns eventos específicos do tema ferroviário durante o ano. Isto ocorre não por
coordenação de ações entre os museus, mas pela simples sobreposição de funções
da diretora. Os ex-ferroviários não auxiliam diretamente na elaboração destes
eventos, mas oferecem sugestões e também cedem materiais – sejam
individualmente, seja pela Associação de aposentados.

Não há planejamento de atividades educativas, nem estudos de público visitante.


Apesar disso, a participação dos ex-ferroviários na visitação é um fator de grande
relevância, no que condiz com a análise do público visitante. Conforme expôs a
diretora, “grande parte desse público apresenta alguma relação com a ferrovia, sejam
parentes de ex-ferroviários ou ex-funcionários da ferrovia. Nesse contexto de
visitação, nota-se a memória afetiva das pessoas”.

Foi realizada uma pesquisa de público, seguindo a metodologia desenvolvida pelo


Observatório de Museus e Centros Culturais, focada apenas no público espontâneo
(Koptcke, 2007, p. 68-94.). Devido ao fato do próprio Museu não ter informações
sobre o número de visitantes espontâneos e o baixo número de visitantes durante o
período em que foi realizada a pesquisa (de julho a novembro, em dias aleatórios da

25
OLIVEIRA, E. R. de. Museus e Ferrovias: estudo sobre a preservação do patrimônio ferroviário paulista. Labor & Engenho,
Campinas [Brasil], v.5, n.3, p. 20-31, 2011. Disponível em: <www.conpadre.org> e <www.labore.fec.unicamp.br>.
Revista Labor & Engenho L&E
ISSN:2176-8846 v.5, n.3, 2011
semana), os resultados obtidos acabaram por não ter representatividade estatística.
Entrevistou-se apenas 23 pessoas: 16 homens e 7 mulheres; 60% tinham idade
acima de quarenta anos, e 30% entre 25 anos e 40 anos; 90% tinham residência na
região. Resumindo os resultados obtidos, a motivação pode ser analisada através de
três causas explicitadas: curiosidade, afetividade, visto que muitos dos visitantes
apresentam vínculo com a ferrovia (ex-ferroviários ou parentes próximos), turismo e,
por último, foi constatado que a visitação pode partir de interesse nulo, ou seja, o
visitante permanece no local para descanso.

Centro de Memória Regional da RFFSA: Bauru [São Paulo]

A Noroeste do Brasil foi constituída em fins do século XIX como um projeto estadual
de expansão ferroviária, que se estenderia do centro do estado de São Paulo em
direção ao interior do Brasil, até a divisa com o Paraguai. Conforme estudos
desenvolvidos, um dos principais motivos seria em função da defesa do território
nacional, aliada à finalidade econômica de transportar a produção agrícola do interior
do país. A construção ocorreu de 1907 a 1916, a partir de projeto do Estado
brasileiro, mas associando tanto capital público quando investidores privados.

Em 1957, a empresa estatal Rede Ferroviária Federal SA, encampa a NOB. Nos
anos que se seguiram, lenta agonia: concorrência com os veículos automotores,
administrações desastrosas e desinteresse estatal em investimentos. Nos anos 1990,
os trens de passageiros são extintos. Nessa década a antiga RFFSA é privatizada,
assumindo sua concessão a empresa Novoeste. Desocuparam a estação central e
as oficinas, em Bauru, e houve o abandono de estações e das demais edificações,
ao longo dos trilhos. Apenas os trilhos e o meio rodante são mantidos, mesmo assim,
em precárias condições para utilização imediata. De 1998 a 2006, ocorreram
sucessivas fusões das empresas concessionárias dos bens da antiga NOB, que
acabou sendo transferida para a América Latina Logística (ALL).

Em 1992, num esforço pessoal do Professor João Francisco Tidei de Lima, da


Universidade Estadual Paulista (UNESP) com apoio desta instituição, foi recolhido
um grande volume documentação da empresa que tinha sido abandonada nos
prédios do escritório, em Bauru. Foi criado, então, o Centro de Memória Regional, a
partir de convênio celebrado no ano de 1992 entre a UNESP e a RFFSA, que ficou
vinculado ao Centro de Documentação e Memória da UNESP (CEDEM). O Centro de
Memória Regional UNESP/RFFSA passou a ocupar uma ala de prédios dos
escritórios da NOB, em Bauru. E tinha como objetivos, conservar, sistematizar,
gerenciar e difundir, a antiga documentação da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil,
bem como, as de outros acervos e fundos documentais, posteriormente a ele
anexados.

Boa parte do acervo pertencente à NOB, e à sua sucessora RFFSA, encontrava-se


junto a um galpão na esplanada da ferrovia, área essa inundável. Segundo
informações do então diretor, o professor Nilson Guirardello, parcela desta
documentação foi trasladada para as atuais instalações do Centro, situadas ao lado
da estação central da NOB. O acervo constitui-se, especialmente, por arquivos e

26
OLIVEIRA, E. R. de. Museus e Ferrovias: estudo sobre a preservação do patrimônio ferroviário paulista. Labor & Engenho,
Campinas [Brasil], v.5, n.3, p. 20-31, 2011. Disponível em: <www.conpadre.org> e <www.labore.fec.unicamp.br>.
Revista Labor & Engenho L&E
ISSN:2176-8846 v.5, n.3, 2011
coleções de documentos, pertencentes inicialmente à NOB e à RFFSA7. O acervo
inclui ainda revistas e jornais antigos, documentos e fotos de ferroviários da NOB,
Paulista e Sorocabana8. Durante a década de 1990, foram incorporados também
outros acervos: como a Documentação do Serviço de Proteção aos Índios (SPI)9,
atual FUNAI; o Fundo “Sociedade Beneficente 19 de junho”10, e a Coleção Professor
Álvaro José de Souza11. Parte do acervo inicial foi alojada junto à esplanada da
ferrovia. Estes fundos documentais foram higienizados com auxilio financeiro de
agência estadual de financiamento à pesquisa científica (a Fundação de Apoio a
Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP) e com a colaboração técnica do
CEDEM, e estavam sendo catalogados para serem utilizados. Cerca de 30% do
acervo inicial, ainda não foi tratado, sendo, aos poucos, limpo e colocado à
disposição. O CMR possui e utiliza inclusive mobiliário advindo da NOB: armários,
cadeiras, mesas, bancos de jardim, estantes, arquivos, prancheta etc. Portanto, este
acervo precisa ser totalmente informatizado, os documentos microfilmados e as
imagens gráficas, bem como fotografias carecem de ser digitalizadas. Um processo
de higienização foi iniciado por uma funcionária cedida pela prefeitura.

Cabe observar que o complexo da NOB, em Bauru, possui edifícios construídos em


diferentes períodos e de características peculiares, conforme o seu uso e data de
edificação, sendo eles: escritórios (1905); oficinas (1920); estação central (1934-
1939); vila ferroviária (1905). Este complexo de construções está sob estudo de
tombamento pelo órgão paulista de preservação, o Conselho Estadual do Patrimônio
Artístico, Arqueológico e Turístico (CONDEPHAAT).

O conjunto dos antigos escritórios está sendo solicitado em concessão para a


Prefeitura de Bauru. Conforme Medida Provisória do Governo Federal, que extingue
a RFFSA, os edifícios históricos seriam transferidos para IPHAN, assim como o
acervo documental. Houve uma parceria entre Centro de Documentação e a
Prefeitura Municipal de Bauru, que possibilitou exposições conjuntas entre aquele e o
Museu Ferroviário – implantado pela administração municipal, em salas que estão
anexas. O Convênio entre UNESP e RFFSA, há muitos anos caducou, e nunca foi
celebrado outro, e aquela instituição retirou-se formalmente em 2009 da
responsabilidade da conservação do acervo documental. As estruturas e material
documental ficaram a cargo exclusivamente da prefeitura, que pretende assumir
frente à Inventariança da Rede, a responsabilidade pela preservação dos bens.

7
As informações e dados que se seguem foram cedidos pelo ex-diretor prof. Nilson Guirardello.
8
Boletim de pessoal (publicação mensal de informação sobre os trabalhadores ferroviários da NOB e RFFSA), Boletim
Informativo do Ministério da Viação e Obras Públicas (1911-1976), boletins estatísticos (1972), relatórios anuais (1906-1958),
correspondência geral (1920-1984), processos diversos (1942-1981), fichas de identificação do pessoal (1906-1950),
documentos de obras (1946-1983); fichas cadastrais das edificações (1950), processos de obras (1916-1975), orçamentos
(1908-1979) e projetos executivos de edificações (1905-1979); fotografias diversas (1906-1988) e a Coleção de Correia das
Neves (188 fotos, 1904-1938). O acervo é composto também um volume não catalogado de material bibliográfico ligado à
ferrovia e periódicos. Tais como: Diário da União (450 edições, de 1914-1945) e revistas ferroviárias (Brasil-Oeste, Correio dos
Ferroviários, Engenheiro Ferroviário, Ferrovia, Nossa Estrada, Railway Gazette International, REFESA, Revista do Club de
Engenharia, Revista ferroviária, Via Port of New York, etc.).
9
Livros encadernados e papéis com registros manuscritos e datilografados sobre a administração do SPI, em São Paulo e Mato
Grosso, nos povoamentos indígenas instalados desde o inicio do século XX. De 1910 a 1967.
10
Foi entregue ao Centro de Memória Regional devido à extinção da Sociedade. Trata-se de documentação administrativa da
sociedade que era uma entidade de auxilio mutuo para os ferroviários.
11
Ampla coleção de livros da área de geografia doados no ano de 2006, pela viúva do professor Álvaro, a Faculdade de Ciências
da UNESP/Bauru e a Associação dos Geógrafos de Bauru. A coleção, com cerca de 3.000 volumes, é considerada uma das
maiores coleções privadas da área, e foi montada em sala à parte, no CMR, tendo sido catalogada pela biblioteca central do
campus da UNESP de Bauru.
27
OLIVEIRA, E. R. de. Museus e Ferrovias: estudo sobre a preservação do patrimônio ferroviário paulista. Labor & Engenho,
Campinas [Brasil], v.5, n.3, p. 20-31, 2011. Disponível em: <www.conpadre.org> e <www.labore.fec.unicamp.br>.
Revista Labor & Engenho L&E
ISSN:2176-8846 v.5, n.3, 2011
Segundo ainda o ex-diretor, Nilson Guirardello, os ferroviários viam nesse resgate, o
resgate de sua própria história, de seu passado e de suas vidas laborais. Destaca
que há um sentimento coletivo da importância do resgate dessa documentação, em
uma cidade que havia se desenvolvido devido às ferrovias em seu solo. Durante sua
existência, o CMR, atendia a pesquisadores e ex-ferroviários.

Conclusões

Neste contexto, observamos que o estudo do patrimônio industrial, particularmente


do patrimônio ferroviário paulista, coloca alguns pontos importantes sobre a
preservação no Brasil.

Em primeiro lugar, desde a dissolução da RFFSA, entre os anos 1999 e 2007, tornou-
se precária a gestão, fiscalização e manutenção de vários bens móveis e imóveis,
além dos acervos das empresas férreas incorporadas na FEPASA. Assim como há
edificações que não são utilizadas pela empresa concessionária e estão
abandonadas, como prédios de estações e oficinas. Apesar dos esforços dos órgãos
e pessoas envolvidas na liquidação da empresa, a partir de 1999, a sua desativação
deixou sem cuidados a parte da infraestrutura existente e não arrendada. As
iniciativas de preservação deram-se no âmbito local, no decorrer do
desmantelamento da estrutura administrativa, seja pelo governo municipal (Museu da
Sorocabana), ou deste em parceria com universidade (Centro de Memória Regional).
Mais do que uma política consistente e continuada de preservação, realizou-se uma
simples transferência dos bens ferroviários inativos da União ou do Estado de São
Paulo para a responsabilidade municipal.

Em segundo lugar, ao assumir a responsabilidade pelos museus ferroviários, as


prefeituras apenas os incorporam dentro da estrutura administrativa já existente, junto
com outras instituições culturais locais. Contudo, não estabeleceram nenhum projeto
consistente de gestão museológica ou que realizasse as funções esperadas,
atualmente, de um museu. Houve intervenções pontuais (como a restauração do
Museu Sorocabano ou cessão de pessoal ao Centro de Memória da RFFSA) e se
garantem algumas condições mínimas de funcionamento. Desde a criação do
Sistema Nacional de Museu, em 2005, e do Sistema estadual paulista de museus,
em particular, os órgãos federais e estaduais envolvidos com a preservação
patrimonial tem buscado dar apoio técnico a estas diversas iniciativas municipais.
Contudo, os problemas elencados não são apenas de caráter técnico, nem mesmo
específicos do patrimônio industrial, mas muito mais relativos às questões de política
pública cultural.

Em terceiro lugar, o processo de desmantelamento e transferências de gestão dos


bens ferroviários, colocou em confronto pessoas e entidades interessadas na sua
preservação. No Museu da Companhia Paulista, a associação de preservação do ex-
ferroviários divergiu das ações da prefeitura quando esta o assumiu, assim como
ambas são vistas com desconfiança pela Inventariança da Rede. Gerou-se, enfim,
uma disputa pelo espólio ferroviário com o objetivo de construir uma memória da
ferrovia paulista.

28
OLIVEIRA, E. R. de. Museus e Ferrovias: estudo sobre a preservação do patrimônio ferroviário paulista. Labor & Engenho,
Campinas [Brasil], v.5, n.3, p. 20-31, 2011. Disponível em: <www.conpadre.org> e <www.labore.fec.unicamp.br>.
Revista Labor & Engenho L&E
ISSN:2176-8846 v.5, n.3, 2011
Em quarto lugar, o processo de liquidação do patrimônio ferroviário da união gerou
um grande volume de edificações, documentação e objetos que forma uma lista pré-
selecionada pelo Estado. Com a lei 11.483, de 2007, o órgão nacional de
preservação acaba por partir deste conjunto patrimonial administrativo para eleger os
bens de valor cultural. O problema do inventário, avaliação e gestão dos bens
ferroviários dispersos por todo o Brasil tem uma escala que extrapola os limites de
funcionamento dos órgãos de preservação do patrimônio – sejam eles federais
(Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Instituto Brasileiro de Museus)
ou do Estado de São Paulo (Conselho de Patrimônio Histórico, Artístico,
Arqueológico e Turístico e a Secretaria Estadual de Cultura). De modo que, deve-se
considerar a necessidade de uma política de patrimônio para estes bens culturais em
particular.

Em quinto lugar, a atenção para o patrimônio industrial brasileiro, em particular o


ferroviário paulista, parece-nos via de entrada para algumas questões
contemporâneas importantes, pelo menos no âmbito brasileiro. Avaliar e atuar sobre
as condições atuais de preservação do patrimônio industrial ferroviário brasileiro e
sua gestão, é não apenas uma questão de ordem técnica (museológica ou de
conservação), mas exige pensar diretrizes para uma política de preservação do
patrimônio industrial. Neste sentido, é preciso considerar também que intervenções
na conservação dos bens ferroviários móveis e imóveis são de caráter de
conservação, mas também de planejamento urbano. Isto porque irão incidir tanto
sobre museus e centros de memória, nos quais estão imóveis, objetos e documentos,
quanto também sobre moradores das antigas vilas ferroviárias.

Por último, deve-se considerar as condições de conservação e organização de


documentação e objetos relativa à história da industrialização brasileira (o caráter da
expansão ferroviária, a política do Estado para as empresas ferroviárias particulares,
a importância da empresa pública para o transporte ferroviário). Assim, como a
precariedade da conservação do patrimônio ferroviário está muito associada ao
modelo de privatização da infraestrutura ferroviária, que de início descartou qualquer
valoração histórica. Acreditamos que a gestão do patrimônio industrial ferroviário não
pode ser dissociada da gestão do patrimônio sob concessão de grupos privados (em
operação ou não).

Enfim, entendemos que no patrimônio ferroviário se coloca atualmente e de forma


premente algumas das principais questões relativas à preservação e política do
patrimônio cultural brasileiro. Contudo, a partir dos exemplos dos museus aqui
apresentados e do panorama histórico em que foram constituídos e se mantêm,
acreditamos que a proteção do patrimônio ferroviário necessita ser trabalhada em
conjunto, seja na esfera pública (federal, estadual e municipal e da comunidade), seja
privada (das empresas ferroviárias particulares). Assim como é premente estabelecer
diretrizes mínimas para uma política de preservação do patrimônio ferroviário
brasileiro.

29
OLIVEIRA, E. R. de. Museus e Ferrovias: estudo sobre a preservação do patrimônio ferroviário paulista. Labor & Engenho,
Campinas [Brasil], v.5, n.3, p. 20-31, 2011. Disponível em: <www.conpadre.org> e <www.labore.fec.unicamp.br>.
Revista Labor & Engenho L&E
ISSN:2176-8846 v.5, n.3, 2011

Referências

Legislação

Decreto nº 3.277, de 07/12/1999.

Decreto nº 4.109, de 30/01/2002.

Decreto nº 4.839, de 12/09/2003.

Decreto nº 5.103, de 11/06/2004.

Medida Provisória nº 353, de 22/01/2007.

Decreto nº 6.018, de 22/01/2007.

Lei nº 11.483, 31/06/2007.

Periódicos
“ESTADO DE abandono do acervo”. O Estado de São Paulo, 12/2000.

DIÁRIO de Sorocaba, 20/07/1997.

CRUZEIRO do Sul, 14/02/2004.

CRUZEIRO do Sul 21/10/2006.

Documentação
CARTA DE Eusébio P. Santos à Fundação do Patrimônio Histórico do Estado de São Paulo
(11/09/2001). Acervo da Secretaria Estadual de Cultura.

RELATÓRIO de atividades do Museu da Cia. Paulista (2000). Acervo da Secretaria Estadual de


Cultura.

PROJETO de Restauro de vagão pantográfico (s.d.). Acervo da Secretaria Estadual de Cultura.

PROPOSTA de convênio entre a Universidade São Francisco e a Secretaria de Recuperação de Bens


Culturais para revitalização do complexo da antiga oficina (19/07/2000). Acervo da Secretaria Estadual
de Cultura.

PROJETO de ocupação cultural e social dos prédios das Oficinas da Cia. Paulista (06/03/ 2001).
Encaminhado pela Sociedade Amigos da Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico e
Arqueológico de Jundiaí. Acervo da Secretaria Estadual de Cultura.

CRUZ, Beatriz Augusta. Relatório de visita técnica ao Museu da Companhia Paulista. (2001).
Manuscrito. Depositado na Secretaria do Estado da Cultura. Está em anexo a este Relatório uma

30
OLIVEIRA, E. R. de. Museus e Ferrovias: estudo sobre a preservação do patrimônio ferroviário paulista. Labor & Engenho,
Campinas [Brasil], v.5, n.3, p. 20-31, 2011. Disponível em: <www.conpadre.org> e <www.labore.fec.unicamp.br>.
Revista Labor & Engenho L&E
ISSN:2176-8846 v.5, n.3, 2011
listagem de bens patrimoniais do Museu da Cia. Paulista, datada de 12 de novembro de 2001, com
condições de restauro, local e origem do objeto. Acervo da Secretaria Estadual de Cultura.

SOBRINHO, Fausto C. Relatório de visita da equipe técnica do Arquivo Público. (2001). Manuscrito.
Acervo da Secretaria Estadual de Cultura.

MUSEU da Estrada de Ferro Sorocabana. Manuscrito disponibilizado pela secretaria do Museu. [s.d.].

INVENTÁRIO do Acervo do Museu da Estrada de Ferro (22/04/2002). Reunido por Edmar de Stefano,
coordenador do Museu e endereçado ao Departamento de Museus e Arquivos, da Secretaria Estadual
de Cultura, em. Acervo da Secretaria Estadual de Cultura.

RFFSA. Relatórios de Atividades da Inventariança. Disponível em: <http://www.rffsa.gov.br>. Acesso


em: 17 março. 2009.

FEPASA. Catálogo do Museu Ferroviário Barão de Mauá. São Paulo: FEPASA, [s.d.].

Livros
MATTOS, Odilon. Café e ferrovias. Campinas: Pontes, 1990.

KOPTCKE, Luciana S.; CAZELLI, Sibele; LIMA, José M. (2007). Os museus e seus visitantes: uma
análise do perfil dos públicos dos museus do Rio de Janeiro e de Niterói. In: ABREU, Regina;
CHAGAS, Mário de S.; SANTOS, Myrian S. Museus, coleções e patrimônio: narrativas polifônicas.
Rio de Janeiro: Garamond, 2007. p. 68-94.

31
OLIVEIRA, E. R. de. Museus e Ferrovias: estudo sobre a preservação do patrimônio ferroviário paulista. Labor & Engenho,
Campinas [Brasil], v.5, n.3, p. 20-31, 2011. Disponível em: <www.conpadre.org> e <www.labore.fec.unicamp.br>.

Vous aimerez peut-être aussi