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Nesse contexto emergem personagens cuja realidade, embora não comprovada, não os
impede de tornarem-se populares, verdadeiros mitos contemporâneos. São eles,
especialmente, os reptilianos e os pleiadianos, que já têm uma "história" de serem
tradicionalmente rivais, protagonistas cósmicos do eterno conflito do velho Maniqueu
[Antigüidade, Pérsia]: o Bem contra o Mal, Treva contra Luz. Os ufólogos-exobiólogos
falam muito dessas Raças de alienígenas entre as quais ainda reconhecem sub-raças,
híbridos, mutantes diversos e tipos mais raros ou inexplicados [como os foofighters].
Enquanto se acumulam as hipóteses sobre os alienígenas, entre livros, ensaios, revistas,
fotografias, supostos"comunicados", textos e grupos de estudo, tudo disponível na
internet, nada se diz, todavia, sobre as "Raças" de Espíritos que se manifestam nos
diferentes corpos materiais dos seres inteligentes [animados com autoconsciência,
segundo o Livro Tibetano dos Mortos] que habitam os inimagináveis planos ontológicos
- que são ESTADOS de Ser e Estar - coexistentes, simultâneos no Universo. Os
habitantes das "muitas Moradas" do Criador.
Os Espíritos dos seres [vivos e brutos], embora sejam, em última instância os próprios
seres, em si mesmos, despidos de toda e qualquer adaptação e/ou "vestimenta"
ambiental, são, eles, os Espíritos, a realidade primeira e última mais misteriosa do
Universo, ao menos para os homens do planeta Terra. Ninguém - em nível de
conhecimento científico, comprovado - sabe do que são feitos, como surgiram no contexto
da Criação ou quantos são em todo o Cosmos.
Alguns crêem que Deus cria uma nova alma [termo que será utilizado aqui como
sinônimo de Espírito] a cada ser ou cada criança que nasce no mundo. Os Teósofos, ao
contrário, afirmam que todos os espíritos são contemporâneos ao Big Bang e cumprem
longa jornada de mudanças e aperfeiçoamentos ao longo da Eternidade [que, na verdade,
teria sim, um fim, quando toda a matéria universal se reúne e entra em estado de
latência/repouso [chamado PRALAYA]; ou seja, volta a Ser Uno e Só e muito quieto...
Sendo os Espíritos uma realidade ou ao menos possibilidade sempre renegada ou
desdenhada pela ciência objetiva contemporânea [embora aceita pela ciência da
Antiguidade], praticamente tudo o que se sabe sobre esta FORMA DE SER é
conhecimento herdado de culturas mágicas e religiosas muito antigas; e quanto mais
antiga a tradição, mais detalhado se mostra o panorama da existência além desta vida e
menos fantasiosos são os relatos que descrevem tanto o post-mortem quanto a "pré-vida-
planetária".
Enquanto os católicos falam de Paraíso, de uma Jerusalém cujas calçadas são feitas de
pedras preciosas; muçulmanos deliram com jardins cheios de árvores que se inclinam
oferecendo as frutas e numerosas virgens perpétuas para satisfazer os desejos sexuais
dos bons fiéis desencarnados e, ao mesmo tempo, enquanto tais religiões descrevem
infernos escaldantes repletos de carrascos incansáveis; enquanto isso, o velhíssimo
Bardo Thödol [Budismo Bhramânico-vedantino + religião Bön-Pá de tradição Tibetana],
conhecimento milenarmente mais antigo que as escrituras judaicas, cristãs e a farsa
islâmica do Alcorão, o Livro dos Mortos Tibetanos fala do ESTAR em um NÃO-LUGAR
experimentando diferentes ESTADOS MENTAIS e DISPOSIÇÕES PSÍQUICAS que
determinam as sensações e percepções do além túmulo e as condições de uma próxima
vida.
É uma situação na qual o Espírito, despido de todas as referências biográficas da vida
passada em determinado mundo, exceto as eventuais culpas, remorsos e/ou virtudes e
alegrias que permanecem em sua memória, acha-se em um estado livre de forma [exceto
aquela que ele crê possuir]: esta situação é chamada de Estado Intermediário, tradução
precisa dos termos Bardo Thödol [Estado de Bardo, Estado Intermediário]. Em estado
Bardo o indivíduo fica naquela condição que os kardecistas chamariam de "espírito
errante" - no sentido de sem rumo, sem orientação, sem padrões de modus vivendi,
sentido, significado para existir.
Seres Auto-Conscientes
Uma daquelas coisas que ninguém sabe é quando, como e porquê este ou aquele
Espírito [que pode ser entendido com Unidade Egóica], criado em simultâneo com a
criação do Universo, encarnou-se ou materializou-se [atomizou-se e molecularizou-se?]
pela primeira vez.
Ninguém, sobretudo, sabe porquê, uma unidade Egóica de essência Divina, deixando a
realidade subatômica de SER energia PURA para entrar em uma relação de união
integrada com uma forma-corpo constituído de matéria planetária e sujeito a uma série de
limitações, ruins ou menos piores, dependendo da categoria de ser no qual ele se
converta em função de seus apetites e tendências.
Essa disposição de colocar a si mesmo em estado de impureza em troca de certas
experiências sensoriais é o que a mitologia de muitos povos entende como "a queda do
Homem [ou do Espírito na matéria que, absolutamente, não se confunde com a
mitológica Queda dos Anjos].
Apesar das incertezas e ignorância sobre as evoluções [a movimentação, a conversão, as
transformações] dos Espíritos em meios materiais, a ciência oculta tem preservado por
milênios o dogma que descreve esse fenômeno, pelo qual passam todos os Espíritos:
vivências/experiências, entre a materialização e a desmaterialização mais ou menos
densa e pesada:
O que antigo axioma está dizendo claramente é todo Espírito autoconsciente neste tempo
presente já foi, um dia, pedra, planta, animal, homem e será novamente Puro Espírito e
enfim, uno com Deus, "um deus". Outra forma de dizer isso é admitir que todos os
Espíritos experimentam todos os Reinos da Naturezas Física e Metafísicas [planetárias e
dimensionais] do SER: mineral, vegetal, animal em todas as suas manifestações
intermediárias.
* OsAnjos propriamente definidos são apenas uma entre essas nove categorias de seres celestiais, a
mais inferior por sinal, o que significa, mais distantes de Deus, segundo a teologia cristã. O termo
Anjo foi tomado como termo geral, para referência a qualquer ser de qualquer uma das categorias
daqueles seres que são considerados como uma espécie de equipe de trabalho do Criador, milícia
de Deus.
Sejam fantasmas, elementais, anjos ou demônios, até aqui, o senso comum concebe a
idéia de Espírito como algo que evoca o sobrenatural nas visões lúgubres e cadavéricas
das "assombrações" ou às imagens de seres etéricos, luminosos, vaporosos, "divinos".
Todavia, na esfera do conhecimento esotérico, onde a raiz das palavras e das realidades
últimas não se perde, nesse âmbito, Espírito se refere à Individualidade, seja do Único, do
Todo, antes do alvorecer da manifestação em Universo, seja Individualidade de cada um
dos seres manifestados em seus peculiares graus e qualidades de sensibilidade,
percepção, consciência e inteligência; em uma escala de evolução que, no caso dos
seres brutos [como as pedras, os minerais em geral], chega muito perto do grau zero. [Em
outras palavras, até onde se sabe uma pedra não sente dor nem fica "chateada" se
alguém da uma "bicuda" nela; isso não quer dizer que ali, naquele rocha, não habite um
Espírito aprisionado em virtude de um estágio evolutivo de Ser bruto].
O "Grande Arcano", que o ocultista francês Eliphas Levi resume na frase "É a divindade
no Homem"; a Verdade simples que poucas pessoas conseguem absorver apesar da
singeleza do enunciado é que o Espírito é Tudo ─ é o Todo, em tudo está e a tudo
permeia, perpassa, enquanto a tudo constitui na total configuração do SER de todas as
coisas, seja a estrela mais brilhante do Cosmos, seja um microorganismo menor que um
grão de talco ou, ainda, a energia que move fenômenos da Natureza como a trajetória de
um cometa ou uma corrente de vento.
O Espírito Unidade, quando em movimento, gera diversidade. O movimento é deflagrado
pelo pensamento do Um; palavra na mente do Um, pequena frase que diz EU SOU. Uma
afirmação que põe em movimento a vastidão indiferenciada do Ser primordial [o negro
"Abismo das Águas"] gerando, assim, a multiplicidade de seres. Cada ser, Espírito-
unidade [que os esotéricos chamam mônada] surge [porque não "nasce", resulta de uma
reação físico-química] tosca, insensível.
Mas a mônada bronca tem Eternidades para evoluir ao longo de sua existência,
conduzida pelo movimento universal, que consiste na interação dos seres em trajetórias
circulares, sejam esferoidais, elípticas ou espirais, girando a diferentes velocidades, em
diferentes condições de temperatura e pressão. É o caldeirão cósmico mexido pelo
primeiro pensamento de Deus.
Para a mônada, o importante é que pode demorar uma centena de Manvataras
[Eternidades de manifestações do Universo] porém, em algum momento, depois de muito
"sofrer" [no sentido de experimentar e ser provocada pelas experiências] - sofrer, com os
acidentes e intempéries na jornada de meramente existir, ela, a mônada, alcança uma
condição de sensibilidade. [E a partir daí "sofrerá" ainda mais intensamente].
O Espírito-mônada adquire percepções, consciência vaga e, enfim, consciência de si
mesma, germe da inteligência. Tornou-se uma "Individualidade Egóica", um "EU SOU" e
somente por ter chegado a esse tipo de consciência os Espíritos Egóicos já começam a
manifestar a condição divina que pulsa em suas origens. Não é mais mônada, é Manas.
Tudo É Mental
Raças de Espíritos
1.Devas
Os Devas são muito poderosos. Suas vidas em forma/condição e mundo dévico são muito
longas. Um Deva vive como Deva, em média, 30 mil anos terrenos [LOCHTEFELD,
2005]. Muitos deles se alimentam porém os mais elevados [espiritualmente elevados,
protagonistas de vida anterior justa e reta e, muitos, não todos, quase totalmente
desapegados das efêmera realidade da vida em estado de encarnação] ─ estes, já não
precisam comer ou beber ao modo físico. Grande parte deles não precisa [porque não
desejam] comer nem beber. Todos podem voar e, de todo modo, locomovem-se muito
rápido. No entendimento popular, os Devas correspondem aos anjos judaico-cristãos-
islâmicos. Em termos físicos-metafísicos-anatômicos os Devas podem ser:
Esq.: Devas, anjos sob o ponto de vista cristão, deuses para os hindus, como o pequeno Ganesha
[com aspecto de elefante] que se vê à frente, direita. Eles habitam o Reino dos Paraísos mas não
estão livres do carma e também os Devas precisam seguir os giros da roda do Samsara e, depois de
uma vida em Devakhan [lugar dos Devas], terão de renascer em um dos cinco Reinos dos Espíritos
de Deus.
Dir.: Asuras, eles são belicosos, orgulhosos e muito sensíveis aos apelos de seus devotos humanos.
A figura representa um Asura famoso: Varuna. Esse regente da arquitetura e da metalurgia é
considerado o responsável pelos ciclos do Sol, da Lua, das marés e pela estrutura topográfica do
planeta Terra. No reino animal, domina os crocodilos e as serpentes. Na religião comparada
corresponde ao Hefaistos [Hefestos] dos gregos; Vulcano, dos romanos.
2. Asuras
Boa parte da natureza revolta dos Asuras deve-se ao fato de eles [as] são profundamente
devotos, leais à Trindade Brahma-Shiva-Vishnu, leais aos seus amigos de outros mundos
e Reinos, leias aos seus Budas, suas divindades tutelares, um tipo de Espírito tão elevado
que transcende a pertença a qualquer Raça espiritual. Assim, qualquer atitude ou palavra
mal colocado pode ser considerada um ultraje despertando afúria, indignação, instigando
o amor próprio alimentado por um rígido conceito de dignidade. São vaidosos, orgulhosos
e beligerantes beirando, e muitas vezes mergulhando, no domínio da soberba e da
crueldade.
Sob o ponto de vista da religião comparada seriam, então, "semi-deuses". Também
podem ser identificados com os Heróis gregos ou, ainda, com os Titãs, os quais, muitos,
tornaram-se semi-deuses, como Hércules, por exemplo. No contexto judaico-cristãos,
seriam os "Anjos Caídos". De todo modo, seja qual for o nome pelo qual são identificados,
estes seres são regentes dos fenômenos sociais nos mundos de todos os Reinos. Sobre
os mundos Asura, o Livro dos Mortos Tibetano assim os descreve: "O que deverá nascer
comoasura avistará uma floresta deliciosa, com círculos de fogo girando em direções
opostas" [SAMDUP, 2003].
3.Homens
Assim como nos mundos infernais, os Espíritos da Raça Preta [no Japão, chamados Gaki]
expiam, purificam-se do peso de erros passados através do sofrimento. São
atormentados pelas misérias da fome e da sede insaciáveis, até porque, seus pescoços,
muito finos, "estreitos como o fundo de uma agulha" não permitem que se alimentem até
a saciedade. Em contrapartida, seus estômagos são "grandes como tambores"
[LOCHTEFELD, 2005]
Dir.: Inferno Budista ─ Os "Jardins do Inferno", na Tailândia, contraponto aos idílicos Jardins do
Edén. Fica no monastério Wang Saen Suk, 90 minutos de carro ao sul de Bangcok. Na entrada,
pictogramas coloridos informam: "Bem vindo ao Inferno!" O lugar é um tipo de "parque temático"
onde esculturas de madeira muito expressivas mostram os variados sofrimentos que Espírito
experimenta nos mundos infernais. Veja mais em Thai's Hell Garden.
Centro.: Râkchasas ─ quanto à aparência, alguns descrevem os machos como extremamente feios,
ao contrário das fêmeas, consideradas belíssimas apesar de alguns traços zoomórficos presentes
em sua constituição física.
Esq.: O mundos dos Pretas ou Gaki, no Japão: fome, sede, tristeza, infindável insatisfação, é a
realidade criada em torno dos seres dominados pela avareza.
5. Râkchasas: Reino de Naraka
O Espírito de essência, "raça" râkchásica constrói seus próprios mundos como ambientes
onde imperam os reflexos de seus próprios pensamentos [como de resto, em todo o
Universo, ambientes são criados por agregados de pensamentos da mesma natureza]:
ódio, violência, inveja, luxúria, cobiça. Fome, sede, sensação de estar sofrendo torturas
terríveis, como o desmembramento que dói mas não mata, agonias, aflições
inimagináveis caracterizam a vida nos mundos infernais.
A vida de sofrimento infernais pode ser muitíssimo longa, até 60 mil anos terrenos. Os
sofrimentos do inferno incluem experimentar vida e morte em um mesmo dia. Dos
mundos infernais é dito que o inferno de Avici é o pior deles. Segundo texto "Os Reinos
do Dharma", traduzido [de fonte não mencionada] por Sérgio Pereira Alves:
Miscigenação Espiritual
Nunca é demais enfatizar que a classificação é somente didática, serve apenas para
organizar o pensamento na compreensão do tema. A realidade cósmica não obedece a
nenhum limite intransponível.
As cinco "Raças" de Espíritos transitam, em suas muitas vidas, pelos cinco tipos de
mundos. Um espírito do tipo Asura pode "nascer" em um mundo de Homens ou em um
mundo Râkchásico, por exemplo. Essas cinco Raças, têm, portanto um elemento
existencial em comum: são, necessariamente Espíritos Egóicos [Eu Sou] reencarnantes.
Os Devas, que segundo o estudo de religião comparada, correspondem tanto ao Anjos
judaico-cristão ─ mais específicamente, aos Serafins, Querubins, Tronos, Dominações,
Virtudes e Potestades ─ quanto aos deuses dos panteões dos pagãos [como os gregos],
este Deva pode "encarnar", "nascer" em mundo humano embora não seja um Ser
essencialmente humano.
Nos mundos habitados por Espíritos Egóicos as populações ─ do ponto de vista da
essência, natureza ou Raça de dos Espíritos ─ são, mais ou menos miscigenadas e,
possivelmente, os mundos Humanos são os mais miscigenados espiritualmente porque
oferecem uma diversidade assombrosa de experiências ontológicas.
Nos mundos Humanos, virtudes e vícios coexistem em ralações complexas que exigem
uma alta capacidade de discernimento de todas as Inteligências que um Espírito Egóico
possui [inteligência analítica, emocional, matemática etc.]. Nestes Mundos sofre-se muito
porém aprende-se muito mais. Às vezes sofre-se tanto quanto no pior dos Infernos [pois
existem muitos mundos infernais]. Por isso, a condição humana é um estado de ser que
exige uma boa dose de heroísmo entre outras "habilidades".
Um ser humano, antes de ser humano é Espírito Egóico, um Ego, um Eu Sou. O mesmo
Espírito Egóico que hoje se manifesta como ser humano, daqui a um Eón, pode estar se
manisfestando com um Asura; ou, o contrário, um Asura pode perder a harmonia [da sua
unidade de Ser] e manifestar-se em uma vida rakashika [como um demônio habitante do
inferno] ou, na via contrária, alcançando um estado de paz e bem estar, conquistar uma
vida como Deva; e um preta, um dia consegue cultivar em si mesmo uma centelha de
esperança e morrer e renascer como um ser humano; talvez um ser humano chato, triste,
resmungão, sempre arrastando correntes de insatisfação, porém, humano! Melhor que o
estado deprimido e recalcado-invejoso e, sobretudo, insoluvelmente faminto, na infindável
fome e sede dos pretas. E assim evoluem, progridem, retrocedem e, muitas vezes,
trabalham as populações dos mundos dos cinco Reinos do Ser ao longo de uma
Eternidade [Maha-avatara, período de manifestação de Deus em Universo].
Bibliografia