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Concausa relativamente independente preexistente
Ex. Caio, portador de hemofilia é vítima de um golpe de faca executado por Tício. O ataque para matar produziu
lesão leve, mas em razão da doença preexistente acabou sendo suficiente para matar a vítima.
Causa efetiva:
Causa concorrente:
Questão: E se o sujeito desfere o golpe para lesionar o hemofílico, mas este acaba falecendo?
Atenção! Para evitar responsabilidade penal objetiva, o Direito Penal moderno, em casos como a morte do hemo-
fílico, corrige essa conclusão, de maneira que somente seria possível imputar homicídio consumado ao agente caso
ele soubesse da condição de saúde da vítima. Do contrário, haveria tentativa de homicídio.
Ex. Tício dispara contra Caio. Este, ao perceber a ação do agente tem um colapso cardíaco e morre.
Causa efetiva:
Causa concorrente:
Relação de causalidade
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-
se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o
resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.
Art. 13, § 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu
o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.
Obs.
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Ex1. Tício atira para matar Caio. Caio é socorrido. Enquanto convalesce no hospital, seu quarto pega fogo e Caio
morre.
Causa efetiva:
Causa concorrente:
Ex2. Tício atira para matar Caio. Caio é socorrido, mas morre na mesa de cirurgia em face de erro médico.
Causa efetiva:
Causa concorrente:
Exemplo tradicional
Tício atira em Caio, que é socorrido por uma ambulância. No caminho do hospital o veículo se envolve em um
acidente e Caio morre de traumatismo craniano.
Causa efetiva:
Causa concorrente:
Obs1. Busca delimitar a imputação, sob o aspecto objetivo, evitando regresso ao infinito gerado pela teoria da
causalidade.
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Obs2.
Obs3.
Atenção! A solução para evitar o regresso ao infinito da causalidade simples foi acrescentar ao estudo da causali-
dade o nexo normativo.
Obs.
Nexo normativo:
Atenção!
Obs.
Questão: O lutador de UFC que causa lesão corporal no seu adversário durante a competição esportiva comete
crime?
- Teoria clássica:
- Teoria da imputação objetiva:
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Questão: Como deve ser analisado se houve uma criação ou um aumento de risco com a conduta do agente?
Prognose:
Póstuma:
Objetiva:
Prognose póstuma objetiva: Para se analisar se uma conduta produz um risco relevante e proibido, deve-se consi-
derar a existência de um observador hipotético objetivo visualizando-a como sendo geradora de risco. Do contrário,
a conduta será atípica. Deve-se considerar que o observador hipotético conhece as intenções do agente e seu dolo.
Questão: Tício conversava com Caio em frente a um prédio. Durante a conversa, Tício percebe que Mévio, do alto
do edifício, jogara um vaso mirando a cabeça do seu interlocutor. Assustado, e com o fim de evitar a possível morte
de Caio, Tício o empurra com força. Caio sofre uma queda e fratura o braço. Do alto do prédio, Mévio vê a cena e
fica irritado ao perceber que, pela rápida atuação de Tício, não conseguira acertar a cabeça de Caio.
Com base no caso apresentado, segundo os estudos da teoria da imputação objetiva, assinale a alternativa correta:
Gabarito:
São analisadas:
“causas imprevisíveis”;
“causas supervenientes relativamente independentes”
riscos que não tiveram nenhuma influência no resultado
Resultados não compreendidos no fim de proteção da norma
Ex. Dois ciclistas andam com farol apagado e o que vai à frente é atingido por um veículo, vindo a falecer. A morte
não pode ser imputada ao segundo ciclista, muito embora se comprove que se ele tivesse acionado o farol a evitaria
(Roxin).
O perigo gerado pelo comportamento do agente deve ser alcançado pelo tipo, modelo de conduta que não se destina
a impedir todas as contingências do cotidiano.
Ex1. Sujeito que mantém relação sexual com uma pessoa portadora de HIV e sem fazer uso de qualquer proteção.
Nesse caso, o parceiro que possui HIV não pode ter qualquer responsabilidade em caso de contágio venéreo.
Obs.
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Ex2. Sujeito pede carona a um motorista visivelmente embriagado e acaba se ferindo em razão de um acidente
automobilístico.
Obs.
Causalidade adequada:
Atirador:
Médico:
Imputação objetiva:
Ex.: Paciente, depois da cirurgia, durante sua recuperação no hospital, por negligência do médico, recebe remédio
em dose excessiva, causando sua morte.
Conclusão:
Ex.: A falha médica ocorre durante a cirurgia para estancar hemorragia na vítima.
Conclusão:
Resumo: O finalismo de Welzel é adotado majoritariamente por sistemas penais nacionais e estrangeiros e
tem resolvido de maneira satisfatória as situações que lhe são apresentadas. No entanto, ao construir esse
sistema, Welzel deu grande atenção ao estudo da conduta, no qual inseriu os elementos subjetivos do crime (dolo
e culpa).
Welzel, contudo, não se preocupou com o estudo do nexo causal, mantendo-o tal qual encontramos nos sistemas
clássico e neoclássico. Com isso, o sistema finalista também não conseguiu evitar alguns problemas do nexo causal,
em especial quanto aos limites para evitar o regresso ao infinito. Nesse contexto, surge a teoria da imputação
objetiva que considera caracterizada a relação de causalidade quando ultrapassada 3 etapas.
1ª etapa:
2ª etapa:
3ª etapa:
1. Para que o agente seja condenado pela prática de crime culposo, são necessários, dentre outros requisitos: a
inobservância do dever de cuidado objetivo (negligência, imprudência ou imperícia) e o nexo de causalidade.
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2. No caso, a denúncia imputa ao paciente a prática de crime omissivo culposo, no forma imprópria. A teor do § 2º
do art. 13 do Código Penal, somente poderá ser autor do delito quem se encontrar dentro de um determinado círculo
normativo, ou seja, em posição de garantidor.
3. A hipótese não trata, evidentemente, de uma autêntica relação causal, já que a omissão, sendo um não-agir,
nada poderia causar, no sentido naturalístico da expressão. Portanto, a relação causal exigida para a configuração
do fato típico em questão é de natureza normativa (...).
5. Diante do quadro delineado, não há falar em negligência na conduta do paciente (engenheiro naval), dado que
prestou as informações que
entendia pertinentes ao êxito do trabalho do profissional qualificado, alertando-o sobre a sua exposição à substância
tóxica, confiando que o contratado executaria a operação de mergulho dentro das regras de segurança exigíveis ao
desempenho de sua atividade, que mesmo em situações normais já é extremamente perigosa.
6. Ainda que se admita a existência de relação de causalidade entre a conduta do acusado e a morte do
mergulhador, à luz da teoria da imputação objetiva, seria necessária a demonstração da criação pelo paciente de
uma situação de risco não permitido, não ocorrente, na hipótese.
7. Com efeito, não há como asseverar, de forma efetiva, que engenheiro tenha contribuído de alguma forma para
aumentar o risco já existente (permitido) ou estabelecido situação que ultrapasse os limites para os quais tal risco
seria juridicamente tolerado. 8. Habeas corpus concedido para trancar a ação penal, por atipicidade da conduta. STJ
– HC nº 68.871 – PR.
A) Imputação objetiva ou responsabilidade penal objetiva significa atribuir a alguém a realização de uma conduta
criadora de um relevante risco juridicamente proibido e a produção de um resultado jurídico.
B) O comportamento e o resultado normativo só podem ser atribuídos ao sujeito quando a conduta criou ao bem
(jurídico) um risco juridicamente desaprovado e relevante.
C) Para fins de responsabilização do agente, a análise do estado anímico (dolo) precede à análise da imputação
objetiva do resultado.
D) A teoria da imputação objetiva surgiu com a finalidade de limitar o alcance da teoria da equivalência dos
antecedentes causais. Por meio dela deixa-se de lado a observação de uma relação de causalidade puramente
normativa (jurídica) para se valorar outra de natureza puramente material.
Gabarito:
Tema: Tipicidade
Conceito:
Tipicidade material:
É aquele que não se contenta com a mera relação de causalidade física (causa e efeito), exigindo também a análise
do nexo normativo (imputação objetiva) e da tipicidade material, a serem aferidos pelos operadores do direito no
caso concreto.
1) Direito Romano:
Obs. A tipicidade possuía função meramente descritiva, completamente separada da ilicitude e culpabilidade.
Atenção! A fase da independência do tipo está relacionada com a teoria clássica da conduta. Com o advento do
sistema finalista e o descobrimento dos elementos subjetivos do tipo, essa fase da independência do tipo é aban-
donada.
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3) Fase do caráter indiciário da ilicitude
Obs1. A tipicidade deixa de ter função meramente descritiva, representando um indício de ilicitude. Para Mayer,
praticando um fato típico, a ilicitude é presumida.
Obs2.
Obs3.
Obs4.
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