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Módulo
5 O Federalismo e as Transferências
Intergovernamentais
Brasília - 2017
Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
Ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
Romero Jucá
Secretário-Executivo
Dyogo Henrique de Oliveira
Secretário de Orçamento Federal
Francisco Franco
Secretários-Adjuntos
Antonio Carlos Paiva Futuro
George Alberto Aguiar Soares
Cilair Rodrigues de Abreu
Diretores
Clayton Luiz Montes
Felipe Dariuch Neto
Marcos de Oliveira Ferreira
Zarak de Oliveira Ferreira
Coordenador-Geral de Inovação e Assuntos Orçamentários e Federativos
Girley Vieira Damasceno
Coordenadora de Educação e Difusão Orçamentária
Rosana Lôrdelo de Santana Siqueira
Organização do Conteúdo
Munique Barros Carvalho
Revisão do Conteúdo
Karina Rocha Martins Volpe
Revisão Pedagógica
Janiele Cardoso Godinho
Revisão Gramatical e Ortográfica
Renata Carlos da Silva
Colaboração
Bruno Rodolfo Cupertino
Karen Evelyn Scaff
Nayara Gomes Lim
Informações:
www.orcamentofederal.gov.br
Secretaria de Orçamento Federal
SEPN 516, Bloco “D”, Lote 8,
70770-524, Brasília – DF, Tel.: (61) 2020-2329
escolavirtualsof@planejamento.gov.br
SUMÁRIO
Objetivo do Módulo........................................................................................ 5
1. Transferências Intergovernamentais............................................................ 5
Revisão do Módulo........................................................................................ 13
Referências.................................................................................................... 14
Módulo
5 O Federalismo e as Transferências
Intergovernamentais
Objetivo do Módulo
1. Transferências Intergovernamentais
5
Uma característica do sistema de transferências atual do
Brasil é o fluxo vertical de recursos, sempre de cima para
baixo. O governo federal transfere recursos aos estados
e municípios e, por sua vez, os estados transferem a seus
municípios.
Desequilíbrio Vertical
Apesar de cada ente possuir sua base tributária própria, na maioria das vezes o volume
arrecadado pelos entes subnacionais é insuficiente para que eles possam cumprir com todos
os seus encargos.
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Desequilíbrio Horizontal
Isso porque a capacidade fiscal dos governos locais, e também suas necessidades, podem ser
bastante distintas num mesmo nível de governo, principalmente em um país tão heterogêneo
como o Brasil, com enormes disparidades regionais, sociais e culturais, o que dá origem aos
desequilíbrios horizontais.
Tal desequilíbrio pode levar a existência de serviços públicos de
qualidade diferenciada entre os governos subnacionais ou a uma
disparidade nas cargas tributárias impostas aos cidadãos dos
diversos governos subnacionais, caso busque-se manter um
padrão uniforme dos serviços públicos prestados em toda
federação.
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Os fundos de participação são transferências de recursos financeiros da União aos
Estados (FPE) ou aos Municípios (FPM) com o objetivo de promover o equilíbrio
socioeconômico destes entes.
Veja a seguinte diferença:
50% do ITR arrecadado pela União é transferido para o Município em que o terreno
está localizado. Portanto, os Municípios receberão um retorno proporcional àquilo
que deu origem à arrecadação. Se, por exemplo, em algum Município não houve
incidência de ITR então ele não receberá essa transferência.
No FPM todos os Municípios recebem recursos de acordo com critérios fixados em lei.
Da mesma forma ocorre no FPE.
FPM (24,5% do IR + IPI): a fixação dos coeficientes individuais de participação dos
municípios no FPM é efetuada com base nas populações de cada município brasileiro
e na renda per capita de cada estado, dados informados pelo IBGE.
FPE (21,5% do IR + IPI): 85% do recurso do fundo é destinado para os Estados das
regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e 15% para os Estados das regiões Sul e
Sudeste.
Segundo essa visão, todo ato de tributar constituiria para o gestor público um “ônus” junto à
população, enquanto o ato de gastar representaria um “bônus”.
Diante disso, você consegue perceber o grande desafio do federalismo fiscal? É preciso modelar
adequadamente o seu sistema de transferências para que assim possa cumprir seus objetivos
de equalização fiscal e ao mesmo tempo conseguir atingir a eficiência econômica.
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Mas, ao se realizar uma transferência o ente central pode fazer alguma exigência? Ou será que
o ente pode deixar de realizar a transferência? Veremos que nem todas as transferências são
iguais, mas esse é o assunto que estudaremos em nossa próxima unidade.
Segundo essa classificação, as transferências podem ter sua aplicação condicionada ou não a
uma finalidade específica.
Transferências Incondicionais
As transferências incondicionais não têm sua aplicação vinculada a nenhum fim específico. O
ente transferidor repassa os recursos ao ente beneficiário, que poderá usar os recursos para
os fins de sua preferência.
Assim, quem transfere os recursos não pode exigir que o beneficiário gaste o dinheiro em
uma área específica como saúde ou educação. Ele recebe o dinheiro e aplica de acordo com
as necessidades da localidade. As transferências incondicionais podem ser redistributivas ou
devolutivas.
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Transferências incondicionais Devolutivas
Como já visto, a centralização da arrecadação tributária no governo central pode gerar ganhos
de eficiência para o sistema tributário, porém, gera um desequilíbrio vertical.
Estas são as transferências devolutivas: seu critério de distribuição determina que os recursos
sejam entregues ao governo subnacional onde ocorreu o fato gerador. Exemplo: as cotas-parte
do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e do Imposto Territorial Rural
(ITR), transferidas aos Municípios.
Esse tipo de transferência é indicado para os casos em que se quer preservar a eficiência
do sistema tributário, mediante centralização da arrecadação, e, ao mesmo tempo, garantir
recursos suficientes para que os governos subnacionais financiem suas despesas.
Deve ser empregada em casos em que não haja a preocupação com a redistribuição dos
recursos entre os diferentes governos subnacionais. Para ajudar você a compreender melhor
como funciona as Transferências Incondicionais, analise o exemplo a seguir.
Exemplo: Quando um cidadão de São Carlos - SP compra um aparelho televisor numa loja,
ele paga, entre outros impostos, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de
Serviços (ICMS). Assim, este tributo é arrecadado pelo Estado de São Paulo - SP. De acordo
com a Constituição Federal, parte deste imposto deve ser transferida ao Município de São
Carlos, local onde o negócio ocorreu.
Ressalta-se que os recursos transferidos poderão ser aplicados pelo referido Município em
políticas públicas de acordo com a suas prioridades. Portanto, essa é uma transferência
incondicionada, ou seja, não está vinculada a nenhum gasto ou condição específica.
Agora, estudaremos o que são as Transferências Condicionais.
Transferências Condicionais
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Classificação quanto à Contrapartida
Este ente pode receber uma transferência da União para que realize sua obra, mas a União
pode ou não exigir uma contrapartida. Assim, a União pode financiar R$ 95 mil e o Município
R$ 5 mil, ou então, pode arcar com o valor integral.
Bem, agora que reunimos algumas informações essenciais para o entendimento do Federalismo,
sobretudo em âmbito fiscal, propomos aplicar o conhecimento assimilado por meio de um
exemplo cotidiano: a compra e o uso de um automóvel.
Assim, com base no modelo de Federalismo adotado no Brasil, vamos entender, de forma
simples e ilustrativa, quais as implicações que esta ação – compra e uso de um veículo – tem
em relação à Administração Pública e à sociedade. Preparado para o último desafio do curso?
Então vamos lá?
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Na retirada do dinheiro investido houve incidência do Imposto sobre Operações de Crédito,
Câmbio e Seguros ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF), recolhido em favor da
União.
Cabe destacar que, de acordo com a repartição tributária definida pela Constituição Federal,
parte do IPI arrecadado será direcionada: ao Fundo de Participação dos Estados; ao Fundo de
Participação dos Municípios; à aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo
das Regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, etc.
Portanto, o tributo foi pago à União que transferiu parte desse recurso para os estados e
municípios. Ressalta-se que estas destinações caracterizam-se como formas de reduzir
desequilíbrios entre os entes da Federação.
Para utilizar o seu veículo, o Sr. Pedro tem de realizar algumas despesas, tal como o
abastecimento de combustível, que também é tributado. Com o tempo outras despesas são
necessárias como, por exemplo, a revisão preventiva do carro.
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No exemplo em questão, com os tributos recebidos, por meio do IOF e IPI, a União poderá
alocá-los para as políticas públicas de sua competência, em ações tais como: manutenção do
ensino superior, investimentos na área de infraestrutura, garantia da defesa nacional, etc.
O Município de Foz do Iguaçu também recebeu parte dos recursos arrecadados pelo Estado
por meio do ICMS e IPVA, cobrados tanto no ato de compra do veículo, quanto dos pneus,
respectivamente.
Além disso, o Município recebeu recursos decorrentes do IPI que incidiram sobre a fabricação
do veículo, cobrados pela União no ato da compra feita pelo Sr. Pedro.
Com estes recursos, o governo Municipal promoverá ações para a manutenção do ensino
fundamental, melhoria das pavimentações públicas, entre outras ações necessárias ao
desenvolvimento e à qualidade de vida no município, em consonância com o que dispõe a
Constituição.
Revisão do Módulo
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a obrigatoriedade do governo receptor complementar os recursos recebidos do outro nível
de governo. Já as transferências com contrapartida, o governo receptor deverá fazer aportes
proporcionais à transferência recebida do governo doador.
Por meio do exemplo utilizado, buscamos ilustrar, no tópico, a dinâmica do Federalismo Fiscal
no Brasil, demonstrando de forma simplificada como os recursos públicos são arrecadados,
repartidos e aplicados pelos entes federativos, de acordo com o modelo instituído pela
Constituição Federal de 1988.
Aqui concluimos o curso. Acreditamos que por meio dele você tenha compreendido um pouco
mais sobre a importância do modelo de estado Brasileiro e suas implicações no desenvolvimento
socioeconômico do país.
Boa sorte!
Referências
OLIVEIRA, Vitor França Dias: Introdução ao federalismo fiscal brasileiro. Disponível em:
<http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12642>.
Acesso em: 20/01/2014.
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