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Abstract
Resumo
Contexto Anímico
Contexto Grego
1
Doutor em Geologia, Contador, professor do Mestrado em Administração Avançada
UNEB-UNIBANHIA, consultor do Projeto International Geological Correlation Program
(IGCP-UNESCO) e desenvolvedor De Sistemas na área da Tecnologia da Informação
UNIsaber – Lauro de Freitas – ano 2 nº 1jan/jun 2002 2
Contexto Exegésico
No ano de 313 o cristianismo é reconhecido como religião pelo Império
Romano através de Constantino. Em 529 é fechada a Academia de Platão em
Atenas e fundada a Ordem dos Beneditinos a primeira grande ordem religiosa,
portanto, aqui a Igreja cristã afasta de cena a filosofia grega e se apodera
através dos mosteiros da educação monopolizando a forma de gerar
conhecimento da época. Desta forma, transforma-se na grande autoridade
intelectual do ocidente até meados do século XVII. Segundo Pádua (2002) o
“teocentrismo medieval, de certo modo retomou os filósofos gregos, porém com
metodologia estruturada em torno do drama da "salvação" e das questões
teleológicas (explicações qualitativas e finalísticas), deslocando as
preocupações do saber-medir para a problemática da conciliação razão-fé, já
que o cosmos era a "expressão da vontade de Deus".
Este longo período de dominação da Igreja impôs uma forma de
construção do conhecimento a exegese que era baseada nas idéias contidas
no Velho Testamento, na Bíblia, textos sacros, interpretação das traduções e
cópias de originais gregos principalmente de Aristóteles e Platão (Filho e
Pietrocola, 2001).
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Contexto Moderno
Francis Bacon
Contemporâneo de Galileu, Francis Bacon (1561-1626) também criticou
o empirismo aristotélico. Bacon era tipicamente um empirista (doutrina contrária
ao inatismo). Os defensores do empirismo afirmavam que a razão, a verdade e
as idéias racionais seriam adquiridas por nós através da experiência. Antes da
experiência, diziam eles, nossa razão é como uma "folha em branco". O
empirismo foi uma corrente muito forte entre os filósofos ingleses dos séculos
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Galileu Galilei
Galileu (1564-1642) generaliza a concepção de perfeição do mundo a
todos os fenômenos físicos da natureza, abrindo caminho para a proposição de
que espaço é um todo homogêneo, e o que nele ocorre pode ser determinado
matematicamente. Além disso, estabelece “uma nova elaboração do conceito
de ordem, que será a motivação principal na elaboração moderna do método:
sem ordem não há conhecimento possível. Com isso, o método assume dois
elementos fundamentais da matemática: a ordem e a medida, a fim de
representar corretamente os seres (coisas, corpos, idéias, afetos etc.) do real,
e sem risco de erro, chegar ao conhecimento "verdadeiro". Este conhecimento
assume também o sentido da previsão, isto é, conhecer para prever, prever
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René Descartes
No mesmo século de Galileu e Bacon é publicada o “Discurso sobre o
método e Meditações metafísicas” de Descartes (1596-1650) que afasta-se do
método indutivo e caminha na direção do método dedutivo. Para este pensador
a razão seria o único caminho para se chegar à certeza e a razão,
caracterizado como o principal inatista do período moderno. Segundo
Descartes, as idéias inatas são as mais simples que possuímos (simples não
que dizer "fáceis", e sim não compostas de outras idéias). A mais famosa das
idéias inatas cartesianas é: "Penso, logo existo". Por serem simples, as idéias
inatas são conhecidas por intuição e são elas o ponto de partida da dedução
racional e da indução. Chauí (1998, p. 71) apresenta os preceitos do método
cartesiano:
"O primeiro era o de jamais acolher alguma coisa como verdadeiro que
eu não conhecesse evidentemente como tal; isto é, de evitar cuidadosamente a
precipitação e a prevenção, e de nada incluírem meus juízos que não se
apresentasse tão clara e tão distintamente a meu espírito, que eu não tivesse
nenhuma ocasião de pô-lo em dúvida".
"O segundo, o de dividir cada uma das dificuldades que eu examinasse
em tantas parcelas quantas possíveis e quantas necessárias fossem para
melhor resolvê-las".
"O terceiro, o de conduzir por ordem meus pensamentos, começando
pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir, pouco a
pouco, como por degraus, até o conhecimento dos mais compostos, e supondo
mesmo uma ordem entre os que não se precedem naturalmente uns aos
outros".
"E o último, o de fazer em toda parte enumeração tão completas e
revisões tão gerais, que eu tivesse a certeza de nada omitir" (Discurso do
Método, segunda parte).
O método cartesiano estabelece os preceitos do método racional-
dedutivo. O método trás consigo dois campo bem demarcados o empirismo e o
racionalismo que servem também de parâmetros para a afirmação que o
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Isaac Newton
Newton(1642-1727) conclui o programa racionalista de mathesis
universalis, ou seja, a busca de uma nova ciência matematizada, de
conhecimento perfeito, completo dominado pela razão.
A interpretação newtoniana do método científico, de acordo com Duhem
(1914) apud Köche(2001), era indutivista e positivista, próxima à interpretação
de Bacon. Newton, dando uma interpretação diferente à de Galileu, se
recusava a admitir que trabalhava com hipóteses apriorísticas. No Scholium
generale, que está no final dos Principia Mathematica, Newton (1987, p. 705)
afirmava não aceitar nenhuma hipótese física que não pudesse ser extraída da
experiência pela indução. Afirmava que suas leis e teorias eram tiradas dos
fatos, sem interferência da especulação hipotética. Isto é: em física, toda
proposição deveria ser tirada dos fenômenos pela observação e generalizada
por indução. Esse seria o método ideal, o experimental, através do qual se
poderia submeter à prova, uma a uma, as hipóteses científicas. À ciência
caberia aceitar apenas as que evidenciassem a certeza confirmada pelas
provas empíricas produzidas pelo método experimental. Com esse método
estaria se propondo uma espécie de órganon experimental pretensamente
universal que substituísse o órganon aristotélico na lógica.
O modelo popularizado de método científico entre os diferentes campos
das ciências naturais, principalmente através dos manuais universitários foi o
indutivo-confirmável com influências do empirismo baconiano e da indução
confirmabilista newtoniana. Segundo Köche o padrão divulgado de uma forma
geral apresenta o seguinte formato: a) Observação dos elementos que
compõem o fenômeno; b) Análise da relação quantitativa existente entre os
elementos que compõem o fenômeno; c) indução de hipóteses quantitativas; d)
teste experimental das hipóteses para a verificação confirmabilista; e)
generalização dos resultados em lei.
Tal modelo requer que o pesquisador do conhecimento esteja com a
mente limpa, livre de preconceitos, para que receba e se impregne das
impressões sensoriais recebidas pêlos canais da percepção sensorial. As
hipóteses seriam decorrentes do processo indutivo da meticulosa observação
das relações quantitativas existentes entre os fatos e o conhecimento científico
seria formado pelas certezas comprovadas pelas evidências experimentais de
alguns casos analisados.
A Revolução Francesa (1789) simbolicamente marca o fim do contexto
moderno. O indutivismo e empirismo consolidaram o paradigma newtoniano
que seria o modelo ideal a ser copiado por todas as outras áreas do
conhecimento por trazer consigo a idéia de uma ciência confiável, com alto
grau de certeza e exatidão dos resultados das teorias obtidas por um
procedimento julgado perfeito. A física newtoniana, alicerçada no método
científico-experimental indutivista e confirmabilista, estava proporcionando ao
homem um conhecimento comprovado, confirmado e inquestionável, ou seja,
só poderia ser pensado como científico aquilo que estivesse diretamente ligado
à observação. De uma forma simplificada a concepção da construção do saber
científico nomeada pelo positivismo ficou vinculada às seguintes
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Contexto Contemporâneo
Empirismo Lógico
Racionalismo Crítico
As idéias de Einstein e Popper revolucionaram a concepção de ciência e
do método científico, eles desmistificaram a concepção de que método
científico é um procedimento regulado por normas rígidas que prescrevem os
passos que o investigador deve seguir para a produção do conhecimento
científico.
Popper ao reavaliar os conceitos do Círculo de Viena, faz a crítica da
indução como método para se chegar a um conhecimento definitivo do real;
propõe que o indutivismo seja substituído por um modelo hipotético-dedutivo,
ressaltando que o que deve ser testado numa hipótese não é a sua
possibilidade de verificação, mas sim a de refutação - o critério de
refutabilidade que possibilitaria distinguir a ciência da não-ciência
(pseudociência) isto é, especificar a cientificidade ou não de uma teoria.
De acordo com Chibeni (2002) a idéia central de Popper é a de substituir
o empirismo justificacionista-indutivista da concepção tradicional por um
empirismo não-justificacionista e não-indutivista, que ficou conhecido por
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Thomas Khun
Henry Lakatos
Conclusões
Evolução
da
Ciência
Contexto Contexto
Anímico Moderno
(Anterior ao (século XVI
século VIII aC) ao início do XX)
Contexto
Francis Bacon (1561-1626)
Grego
Empirismo
(século VIII aC
Galileu Galilei (1564-1642)
até início do século VI)
Indução experimental
Início da evolção científica
Filosófos da natureza Descartes (1596-1650)
Platão (429-348 aC) Racional-dedutivo(cartesiano)
Mundo das idéias Newton (1642-1727)
Dialética Indutivo-confirmável
Aristóteles Comte (1798-1857)
Método indutivo Positivismo
Marx (1818-1883)
Contexto Método Dialético
Exegésico W eber (1864-1920)
(século VI a XVI) Sociologia Compreensiva
Contexto
Contemporâneo
Sto Agostinho(354-430)
(século XX)
Sto Tomás de Aquino
(1227-1273)
Empirismo Lógico
(Neopositivismo)
Círculo de Viena
Década de 20
Popper
Racionalismo Crítico
Década de 30
Thomas Khun
Ciência Normal
Paradigmas
Década de 60
Lakatos
Programas de Pesquisa
Década de 70
Referências