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28/08/2017 Parecer N.

º E-21/04 - Ordem dos Advogados

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2006 (/advogados/pareceres-da-ordem/conselho-geral/2006/) Parecer N.º E-21/04

Parecer N.º E-21/04


30 DE NOVEMBRO, 2006

I. Consulta
O Senhor Dr. X solicitou o parecer do Conselho Geral da Ordem dos Advogados quanto à eventual existência de uma situação de incompatibilidade
ou impedi-mento entre a função de secretário de uma sociedade anónima e a de advogado da mesma sociedade.

A questão colocada subsume-se ao artigo 45º, n.º1, alínea d) do Estatuto da Or-dem dos Advogados, aprovado pela Lei n.º 15/2005, de 26 de Janeiro
(EOA), onde se comete a este órgão a competência para “deliberar sobre todos os assuntos que respeitem ao exercício da profissão”, conjugado com
o artigo 76º n.º 5 do mesmo diploma, que refere que as incompatibilidades e impedimentos são declarados e aplicados pelo Conselho Geral ou pelo
conselho distrital competente.

II. Da incompatibilidade do exercício do cargo de secretário da sociedade e as funções de advogado da mesma sociedade
Nos temos do disposto no n.º 2 do artigo 76º do EOA “o exercício da advocacia é inconciliável com qualquer cargo, função ou actividade que possam
afectar a isenção, a independência e a dignidade da profissão”. Podemos, assim, afirmar que “as incompa-tibilidades ou impedimentos absolutos
inibem o Advogado da prática da profissão” . O artigo 77º contém uma enumeração não taxativa das incompatibilidades, de onde não consta, no
entanto, o cargo de secretário de uma sociedade anóni-ma.

Assim, haverá que aferir da eventual incompatibilidade do cargo referido à luz da cláusula geral contida no já citado n.º 2 do artigo 76º, podendo
desde já adian-tar-se que não se afigura que o referido cargo de secretário possa afectar a isenção ou a independência do advogado, ou pôr em causa
a dignidade da profis-são .

De facto, verifica-se que à luz do disposto no artigo 446º-B do Código das Socie-dades Comerciais a competência do secretário se traduz
essencialmente em secre-tariar reuniões de órgãos sociais, assessorar os membros da Assembleia Geral na redacção de actas, expedir convocatórias
legais para reuniões de órgãos sociais, certificar documentos da sociedade, entre outras. Daqui não resulta nenhuma situação que possa pôr em causa
a isenção ou a independência necessárias ao exercício da advocacia, não existindo, pois, qualquer incompatibilidade entre o exercício de tal cargo e a
função de advogado da mesma sociedade.

III. Do impedimento para o exercício da advocacia resultante do exercício do cargo de secretário da sociedade
O pedido de parecer alarga-se à questão concreta de saber se um advogado, en-quanto secretário de uma sociedade, a pode patrocinar judicialmente.

Nos termos do artigo 78º, n.º 1 EOA “os impedimentos diminuem a amplitude do exer-cício da advocacia e constituem incompatibilidades relativas
do mandato forense e da con-sulta jurídica, tendo em vista determinada relação com o cliente, com os assuntos em causa ou por inconciliável
disponibilidade para a profissão” (sublinhado nos-so).

Podemos, assim, afirmar que os impedimentos “resultam de circunstâncias concretas que devem levar os Advogados a recusar mandato ou prestação
de serviços em função de conflito de interesses ou de decoro, já que o exercício da profissão deve ser livre, indepen-dente e adequado à dignidade da
função”(3) .

Tal como a consulta é posta, não se afigura que exista qualquer situação de impe-dimento ou de conflito de interesses na situação descrita, uma vez
que o facto de ser secretário da sociedade em nada afecta a liberdade ou independência enquan-to advogado dessa mesma sociedade (como
aconteceria, por exemplo, no caso de o advogado patrocinar determinada acção contra a referida sociedade).

Com efeito, entre as funções de secretário e a de advogado existe, de alguma for-ma, uma identidade de objectivos que se concretizam na garantia e
defesa da le-galidade dos actos societários. Ambos zelam pelos interesses da socieda-de.

Por outro lado, dada a natureza das funções cometidas ao secretário da sociedade, pode acontecer que o advogado secretário se veja impedido de
patrocinar a soci-edade quando estejam em causa actos por ele praticados nessa qualidade, desig-nadamente a validade dos actos por ele certificados.

Por isso, um advogado, simultaneamente secretário de uma sociedade, não sofre de qualquer limitação relativamente ao patrocínio judicial ou ao
aconselhamento jurídico dessa mesma sociedade.

IV. Conclusões

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28/08/2017 Parecer N.º E-21/04 - Ordem dos Advogados

a) O exercício da advocacia é inconciliável com qualquer cargo, função ou acti-vidade que possam afectar a isenção, a independência e a dignidade da
pro-fissão (artigo 76º, n.º 2 do Estatuto da Ordem dos Advogados).

b) O exercício do cargo de secretário de uma sociedade anónima não diminui a independência do advogado, nem a dignidade da profissão, pelo que
o exer-cício desse cargo não constitui incompatibilidade para a prática da advocacia.

c) O advogado que exerce o cargo de secretário de uma sociedade pode ver-se impedido de patrocinar, judicial ou extrajudicialmente, a sociedade em
actos em que tenha intervindo como secretário.

Porto, 29 de Novembro de 2006

Notas:
1- Fernando Sousa Magalhães, “Estatuto da Ordem dos Advogados – Anotado e Comentado”, 2ª edição, 2006, pág. 93.
2- Neste sentido veja-se o Parecer n.º 10/2003 do Conselho Distrital de Lisboa, de 07/05/2003
3- Fernando Sousa Magalhães, ob. cit., págs. 98 e 99.

Relator: José de Freitas

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