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Clube da Esquina

Amanda Torres
Larissa Spínola
Luciana Tanure
Maria Clara Sifuentes
Raphaela Ilmara
História

No início dos anos 60, jovens músicos se encontram em Belo Horizonte, capital
mineira, e começam a produzir um som que era formado a partir de influências
de diversas informações trazidas por:
• Bossa Nova (que realizava mudanças na ordem estética, tratando de
situações de maneira feliz e coloquial e resgatando aspectos rítmicos do
samba);
• elementos do jazz e do rock´n´roll (principalmente The Beatles, que estava
ligada à mudança comportamental social dos jovens, como o
descompromisso diante das responsabilidades e o rompimento de tabus);
• de música folclórica dos negros mineiros e alguns recursos de música erudita
e música hispânica.

O movimento conhecido como “Clube da Esquina” nasceu da impossibilidade


financeira que impedia alguns jovens de Belo Horizonte de frequentarem os
bailes e festas dançantes dos clubes da época. Assim, esses personagens se
encontravam no cruzamento das Ruas Divinópolis com Paraisópolis, do
tradicional Bairro Santa Tereza, na capital mineira. Ali, conversavam, cantavam,
tocavam e dividiam suas descobertas e anseios de vida.
O Brasil se encontrava, no momento, no ápice da Ditadura Militar e a repressão
das autoridades impedia os encontros do grupo. Ficou marcada a presença da
música que protesta ante a situação que se configurava.
Era comum entre os integrantes o grande interesse por assuntos culturais e
políticos e a disposição de privilegiar os temas sociais em detrimento do amor nas
letras.
Nos anos 70, esses artistas tornaram-se referência de qualidade na MPB pelo alto
nível de performance e disseminaram suas inovações e influência a diversos
cantos do país e do mundo.

A consolidação de uma linguagem própria se firma com o lançamento, em 1972, do


disco “Clube da Esquina”, assinado por Milton Nascimento e Lô Borges. Esse
álbum duplo traz a participação maciça de todos os membros do grupo de amigos
músicos conhecido internamente como Clube da Esquina.
A sonoridade obtida, o alto padrão de elaboração e a originalidade das
composições e arranjos fizeram deste um dos discos antológicos da MPB. A
música do Clube da Esquina trouxe diversos elementos novos à MPB, que, com o
passar do tempo, se tornaram matéria de uso comum.
Início do Movimento

A música que escolhemos como principal marco do início do movimento foi „‟Clube da
Esquina II‟‟ por ser escrita pelo três primeiros integrantes Milton Nascimento, Lô e
Marcio Borges, e interpretada originalmente pelo próprio Milton.

Curiosidade: O músico Flávio Venturini, integrante do clube, um pouco mais tarde


também gravou a música e teve a sua versão como a mais conhecida.

Música:

Porque se chamava moço E basta contar consigo


Também se chamava estrada Que a chama não tem pavio
Viagem de ventania De tudo se faz canção, e o coração
Nem lembra se olhou pra trás Na curva de um rio, rio...
Ao primeiro passo, aço, aço... E lá se vai mais um dia
Porque se chamava homem E o Rio de asfalto e gente
Também se chamavam sonhos Entorna pelas ladeiras
E sonhos não envelhecem Entope o meio fio
Em meio a tantos gases lacrimogênios Esquina mais de um milhão
Ficam calmos, calmos, calmos... Quero ver então a gente, gente,
E lá se vai mais um dia gente...
E basta contar compasso
A música foi escrita na época da ditadura militar em que jovens combatiam
as fatalidades impostas pelo governo, entre elas principalmente a censura.
Ela retrata o sentimento de esperança e a luta pela liberdade de expressão
principalmente na parte „‟...Porque se chamava homem, também se
chamavam sonhos, e sonhos não envelhecem...‟‟.

É um canto de jovens apesar de entenderem seus medos e realidade


„‟...Em meio a tantos gases lacrimogênios, ficam calmos, calmos, calmos...‟‟,
não desistem dos seus direitos „‟...E basta contar consigo, que a chama não
tem pavio, de tudo se faz canção, e o coração, na curva de um rio, rio...‟‟.
Principais Artistas

• Milton Nascimento: nasceu no Rio de Janeiro em 1942, mas se diz mineiro de


coração. Mudou-se para Três Pontas antes dos dois anos e aos treze já tocava
pela cidade. É reconhecido mundialmente como um dos melhores nomes da
música MPB brasileira. Em 1963 tinha acabado de se mudar para a Capital, onde
fez amizade com os irmãos Borges que viviam em um apartamento no mesmo
Edifício. Milton é também considerado a liga entre o grupo e produziu várias
músicas muito conhecidas em parceria com seus amigos.
• Lô Borges: nasceu em Belo Horizonte em 1952. É o filho do meio dos 11 filhos.
Ganhou o apelido “Lô” na infância. Aos 10 anos, mudou-se para o Edifício Levy,
no Centro de Belo Horizonte, onde aproximou-se do violão e fez suas primeiras
composições. Nessa época, conheceu duas pessoas que se tornariam grandes
parceiros e formadores do Clube da Esquina: Beto Guedes e Milton
Nascimento. Ainda na adolescência, compôs “Clube da Esquina” em parceria com
Milton Nascimento e seu irmão Márcio, a música que daria nome a toda uma
geração de músicos mineiros.
• Márcio Borges: nasceu em Belo Horizonte, em 1946, em uma família bastante
musical – seu pai tocava um pouco de violão e sua mãe cantava em corais e
tocava piano. A infância em Santa Tereza foi marcada por problemas de saúde.
Nessa época, iniciou-se na literatura e começou a escrever, o que mais tarde
culminaria em sua carreira de letrista. Na adolescência, mudou-se para o Edifício
Levy, no Centro de Belo Horizonte, e então conheceu os vizinhos Wagner Tiso e
Milton Nascimento, que se tornou seu grande amigo e parceiro musical. Márcio é
autor da letra de “Clube da Esquina”, sua primeira parceria com o irmão Lô.
• Beto Guedes: nasceu em Montes Claros, Minas Gerais, em 1951. Aos oito anos,
Beto Guedes já tocava pandeiro em um conjunto regional que o pai formara com
parentes e amigos. Aos nove, mudou-se para Belo Horizonte. Nessa época,
conheceu o amigo e parceiro musical Lô Borges. A vida de Beto começou a mudar
em 1969: sua música “Equatorial” (parceria com Lô e Márcio Borges) ganhou o
quinto lugar no Festival Estudantil da Canção de Belo Horizonte. Em 1972, mudou-
se para o Rio de Janeiro com Lô e Milton Nascimento e participou da gravação do
disco Clube da Esquina, no qual tocou baixo, guitarra, percussão e cantou.
• Toninho Horta: nasceu em Belo Horizonte, em 1948. Seu pai tocava violão e a
mãe, violão e bandolim. Paulo, um de seus cinco irmãos, foi quem mais o
incentivou para música. Aos 10 anos, Toninho começou a tocar violão e, aos 13,
fez sua primeira composição, Barquinho Vem… Aos 19 anos, iniciou a carreira de
músico profissional tocando na noite. Na adolescência, conheceu Milton
Nascimento, Márcio e Lô Borges e Beto Guedes, aos dois últimos ensinou
harmonia. Mas foi a partir do Festival de Belo Horizonte, em 1969, que começou a
união musical do grupo.
Músicas Clássicas

 Trem Azul
 Clube da Esquina II
 Tudo Que Você Podia Ser
 Nada Será Como Antes
 Cais
 Paisagem na Janela
 Cravo e Canela
 Um Girassol da Cor do seu Cabelo
 Me Deixa em Paz
Análise das Músicas

O TREM AZUL
(Escrita por: Lô Borges e Ronaldo Bastos / Interpretada por: Lô Borges)

Coisas que a gente esquece de dizer Coisas que a gente se esquece de dizer
Frases que o vento vem as vezes me lembrar Coisas que o vento vem as vezes me lembrar
Coisas que ficaram muito tempo por dizer Coisas que ficaram muito tempo por dizer
Na canção do vento não se cansam de voar Na canção do vento não se cansam de voar
Você pega o trem azul, o Sol na cabeça Você pega o trem azul, o Sol na cabeça
O sol pega o trem azul, você na cabeça O Sol pega o trem azul, você na cabeça
Um Sol na cabeça Um Sol na cabeça

Na canção, Lô Borges fala do passado e relembra coisas do passado em que certas


vezes estão inacabadas como „‟...coisas que ficaram muito tempo por dizer...‟‟,
interpretamos a expressão „‟trem azul‟‟ como a imaginação,.
MARIA, MARIA
(Escrita por: Milton Nascimento / Interpretada por: Milton Nascimento)

Maria, Maria Mas é preciso ter força


É um dom, uma certa magia É preciso ter raça
Uma força que nos alerta É preciso ter gana sempre
Uma mulher que merece Quem traz no corpo a marca
Viver e amar Maria, Maria
Como outra qualquer Mistura a dor e a alegria
Do planeta Mas é preciso ter manha
Maria, Maria É preciso ter graça
É o som, é a cor, é o suor É preciso ter sonho sempre
É a dose mais forte e lenta Quem traz na pele essa marca
De uma gente que ri Possui a estranha mania
Quando deve chorar De ter fé na vida...
E não vive, apenas aguenta

Na música „‟Maria, Maria‟‟ esta evidente que „Maria‟ representa a mulher brasileira, em
que em muitos momentos da história, principalmente na época da escravidão, sofreu
com preconceitos, como o racismo, e exploração tanto sexual quanto no trabalho.
Milton cita os sentimentos da mulher brasileira de uma forma muito bonita, a
representando como força, gana e raça. Em seus shows, Milton cita que a mulher
„Maria‟ vive até hoje com os preconceitos, como os do machismo, mas diz que ela deve
permanecer como uma mulher de garra que não desiste nunca de seus direitos.
CAIS
(Escrita por: Milton Nascimento e Ronaldo Bastos / Interpretada por: Milton Nascimento)

Pra quem se soltar invento o cais Invento em mim o sonhador


Invento mais que a solidão me dá Para quem quer me seguir eu quero mais
Invento lua nova a clarear Tenho o caminho do que sempre quis
Invento o amor e a sei a dor de me lançar E um saveiro pronto pra partir
Eu queria ser feliz Invento o cais
Invento o mar E sei a vez de me lançar

Na música o eu lírico apresenta-se um sonhador, com a competência de inventar,


modalizado pelo querer, pelo saber e pelo poder. Ele se apresenta em um estado
indesejável, em que mostra sua propensão e competência para a mudança, ainda que
saiba „‟a dor‟‟ de encontrar aquilo que procura.
PASSAGEM NA JANELA
(Escrita por: Lô Borges e Fernando Brant / Interpretada por: Lô Borges)

Da janela lateral do quarto de dormir Cavaleiro e senhor de casa e árvores


Vejo uma igreja, um sinal de glória. Sem querer descanso nem dominical
Vejo um muro branco e voo pássaro Cavaleiro marginal banhado em ribeirão
Vejo uma grade, um velho sinal Conheci as torres e os cemitérios
Mensageiro natural de coisas naturais Conheci os homens e seus velórios
Quando eu falava dessas cores mórbidas Quando olhava da janela lateral
Quando eu falava desses homens sórdidos Do quarto de dormir
Quando eu falava desse temporal Você não quer acreditar
Você não escutou Mas isso é tão normal
Você não quer acreditar, mas isso é tão normal Um cavaleiro marginal
Você não quer acreditar, e eu apenas era Banho em ribeirão
Cavaleiro marginal lavado em ribeirão Você não quer acreditar
Cavaleiro negro que viveu mistérios

Os compositores de uma forma singela faz uma representação da Ditadura Militar,


criticando de uma forma sutil os símbolos de um regime cruel e nefasto que assolou a
liberdade das pessoas, e da qual todos, principalmente os artistas, já estavam fartos,
por uma das suas características ser a „‟censura‟‟ e eles, os artistas, queriam a
liberdade de expressão. „‟...Quando eu falava desses homens sórdidos, quando eu
falava desse temporal...‟‟ representa a ditadura e os seus militares.
NADA SERÁ COMO ANTES
(Escrita por: Milton Nascimento e Ronaldo Bastos / Interpretada por: Milton
Nascimentos)

Eu já estou com o pé nessa estrada Ventania em qualquer direção


Qualquer dia a gente se vê Sei que nada será como antes, amanhã
Sei que nada será como antes, amanhã Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão dos amigos? Que notícias me dão de você?
Que notícias me dão de você? Sei que nada será como está
Alvoroço em meu coração Amanhã ou depois de amanhã
Amanhã ou depois de amanhã Resistindo na boca da noite um gosto de sol
Resistindo na boca da noite um gosto de sol
Num domingo qualquer, qualquer hora

O eu lírico se caracteriza com um certo tipo de melancolia, na qual sente saudades da


sua antiga vida, antigos costumes e antigos amigos.
Essas características se dão nos versos „‟...Sei que nada será como antes...Que
notícias me dão dos amigos? Que notícias me dão de você?‟‟
O eu lírico também sente falta de alguém em especial, podendo ser uma mulher ou
mesmo um parente/amigo muito próximo.
Características

O grupo apresenta uma especialidade sonora diferente dos demais grupos da


época; ele se difere de grupo como Bossa Nova e Jovem Guarda. É possível
identificar procedimentos musicas como:

•Repetição de material melódico;


•Variedade na utilização do compasso (musica com vários ritmos e não um só);
•Quadrantes assimétricas;
•Forte presença instrumental, às vezes sobressaindo a voz do cantor;
•Regionalismo (dialetos regionais, sotaque);
•Religiosidade;
•Jazz;
•Rock;
•A utilização variada de compasso é trazida no disco pelo emprego das fórmulas
2/4, 3/4, 4/4, 5/4, 6/4 e 6/8;
•Características de músicas brasileiras e internacionais (como os Beatles).
A percussão não faz mais o papel de acompanhante rítmico: agora é a de
criadora de um evento que corre concomitantemente à voz e ao violão e com um
volume maior que o usual das gravações. A sonoridade obtida, o alto padrão de
elaboração, a originalidade das composições e os arranjos, marcaram esse
movimento da MPB. As músicas do Clube da Esquina trouxeram diversos
elementos novos, que, com o passar do tempo, se tornaram matéria de uso
comum.

Milton Nascimento inaugurou uma inusitada forma de utilizar o violão: como um


instrumento ao mesmo tempo harmônico e percussivo. Em Milton, poderíamos
dizer que o violão passa a ser um instrumento arrítmico e de cordas percussivas.
Milton desenvolve músicas em compassos quinários (em cinco tempos), além de
trabalhar com compassos híbridos (pulsações diferentes numa mesma música).
E também a execução de um samba, originalmente binário, em ritmo ternário.

A voz, no Clube da Esquina, deixa de ser apenas o elemento que canta os


melopoemas e passa a ser um instrumento que canta sem letra, que produz
sons pouco usuais. O falsete, por exemplo, torna-se alternativa tímbrica. Criam
uma sonoridade orquestral própria que diferia da forma como a Bossa Nova
utilizava a orquestra, mais como uma moldura sonora, e da forma como a
Tropicália também a utilizou, de forma mais narrativa. No Clube da Esquina
temos uma orquestração de caráter mais impressionista, criadora de ambiências
sonoras, e que às vezes corre à parte do evento musical que se apresenta.
Instrumentos:

•Violão
•Baixo
•Piano
•Bateria
•Guitarra
•Percussão
•Orquestra

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