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A Análise da Informação
Análise input-output
Modelos Econométricos
Análise de Regressão
Técnicas experimentais e quasi-experimentais
Estudos Delphi
SWOT
Modelos econométricos
Descrição da técnica
O objectivo da técnica
Circunstâncias em que se aplica
Os passos principais da sua implementação
Pontos fortes e limitações da abordagem
Bibliografia
Palavras-chave
Descrição da técnica
O modelo econométrico faz parte de um conjunto de ferramentas usadas para reproduzir e
simular os principais mecanismos de um sistema económico regional, nacional ou
internacional. Os modelos econométricos são geralmente definidos pelos dados utilizados na
sua estimação, nomeadamente para calcular os coeficientes do modelo através de uma
variedade de métodos de cálculo possíveis. Na maioria dos modelos que usam a denominação
"econométrico" existe, em geral, uma combinação de coeficientes livremente calculados por via
dos dados disponíveis e outros que são fixados, pressupostos ou restritos, devido a limitações
relativamente à quantidade e qualidade dos dados de uma amostra. Estas restrições ou
pressupostos podem, muitas vezes, ser feitos de acordo a teoria económica, ou usam, por
vezes, resultados de outras amostras / bases de dados, esperando que os mecanismos
económicos se apliquem de forma similar.
Existe uma grande variedade destes modelos, sendo que na verdade, poucos são construídos
especificamente para efeitos de avaliação. É mais frequente que, dados os seus elevados
custos de estimação, um modelo previamente existente seja adaptado como ferramenta de
avaliação. Tais modelos são adaptados para simular uma situação contrafactual ou um cenário
na ausência da intervenção, e, sendo assim, avaliar quantitativamente os efeitos líquidos sobre
a maioria das variáveis macroeconómicas influenciadas por políticas públicas, como por
exemplo, o produto (e seu crescimento), o emprego, o investimento, exportações e
importações, etc.
A teoria macroeconómica não é um campo particularmente estável, contendo muitas teorias
diversas e divergentes, sendo por isso que os diferentes modelos não só reflectirão diferentes
usos, mas também o ponto de vista/ideologia do analista que os construiu. De uma forma geral,
as componentes da procura destes modelos são normalmente similares, baseadas na
desagregação das componentes de despesa do PIB (ou seja, consumo interno privado,
consumo do governo, investimentos, exportações, importações e formação de stocks), havendo
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A Avaliação do Desenvolvimento Socioeconómico, MANUAL TÉCNICO II: Métodos e Técnicas
A Análise da Informação: Modelos Econométricos
O objectivo da técnica
Existem três objectivos principais quando se constrói um modelo econométrico, tendo cada um
a sua aplicação num contexto de avaliação.
1. Explicação
Um modelo pode ajudar a esclarecer as relações entre determinadas variáveis, uma vez que,
em economia, ou mais genericamente, nas ciências sociais, os factos não falam por si. Em
termos mais formais, um modelo é uma forma de testar se existe de facto evidência empírica
para uma determinada hipótese; por exemplo, se a variável X tem uma influência significativa
sobre a variável Y.
No âmbito de uma avaliação, o modelo ajudará a compreender como os mecanismos
envolvidos na transmissão dos efeitos de um determinado programa ou medida (p. ex., os
Quadros Comunitários de Apoio - QCA) se adequam entre si. O modelo oferece uma estrutura
em torno da qual os efeitos das intervenções podem ser analisados e integrados e, deste
modo, pode tornar mais transparente a quantificação destes efeitos. Um modelo econométrico
pode fazer uso dos dados para determinar medidas que ilustrem até que ponto o desempenho
passado do sistema económico está bem “explicado”; por exemplo, através do uso de testes
diagnósticos e medidas de “qualidade do ajustamento”. Apesar de estas estatísticas e
estimativas não constituírem uma orientação completa para a forma como um modelo irá
desempenhar o seu papel num exercício de avaliação, acabam por proporcionar um método de
análise.
2. Previsão
A previsão se um dado fenómeno não implica necessariamente a sua compreensão. É possível
prever sem, na verdade, compreender os processos envolvidos; ou seja, a previsão com base
na associação permite que os dados sejam associados sem se ter de compreender as relações
causais envolvidas.
A maioria dos modelos macroeconométricos baseiam-se em grupos de relações causais que
procuram compreender/explicar e proporcionar alguma capacidade de previsão. Com respeito
a muitas avaliações, os efeitos tendem a ser prospectivos, ou seja, ex-ante. Isto significa que é
necessário algum tipo de previsão de “referência”, em relação à qual se pode analisar os
efeitos de uma determinada política que esteja a ser avaliada. Obter uma previsão de
referência credível constitui um factor importante no uso de modelos econométricos para
efeitos de avaliação, visto que uma previsão instável pode ser indicativo de problemas de
especificação e de estrutura do modelo.
Os termos previsão, solução e simulação são frequentemente usados quase como sinónimos,
mas existem algumas diferenças subtis. A solução do modelo ou simulação é, geralmente, visto
como um output do modelo em bruto, quando os coeficientes estimados pelo modelo são
combinados com pressupostos futuros relativamente a variáveis exógenas e, em conjunção
com dados históricos como ponto de partida, os resultados do modelo são lançados para além
da dimensão da amostra. Uma previsão pode, em muitos casos, envolver algum ajustamento
ex-post, acabando por se tornar uma combinação dos resultados do modelo e do ponto de vista
do economista/analista. Uma técnica habitualmente usada é conhecida como o “ajustamento
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A Avaliação do Desenvolvimento Socioeconómico, MANUAL TÉCNICO II: Métodos e Técnicas
A Análise da Informação: Modelos Econométricos
1. HERMIN
Cada modelo HERMIN comporta três sub-componentes globais (o lado da oferta, a absorção e
a distribuição do rendimento) que funcionam como um sistema integrado de equações
multiplas. Um mecanismo de procura agregada keynesiano sustentando a componente de
absorção do modelo. O modelo possui algum grau de desagregação sectorial, com a
componente da oferta a determinar o produto industrial com base na competitividade or via
dos custos de produção e preços. As taxas de juro e de câmbio são variáveis exógenas ao
modelo HERMIN, em linha com o pressuposto geral de que as economias de coesão são de
“pequena” dimensão e abertas ao exterior. (ver Bradley, J. (1997), Aggregate and Regional
Impact: The Cases of Greece, Spain, Ireland and Portugal, publicado pelo Serviço das
Publicações Oficiais das Comunidades Europeias, para uma revisão recente dos conteúdos do
modelo).
2. QUEST
O QUEST é um modelo multi-países estimado para analisar os ciclos e o crescimento
económico de longo prazo, elaborado pela Comissão Europeia com o desígnio de analisar as
economias dos Estados-membros da União e as respectivas interacções com o resto do
mundo, particularmente com os Estados Unidos da América e com o Japão. A versão QUEST
II do modelo identifica variáveis de equilíbrio de stocks e fluxos a nível macro, incluindo o
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A Análise da Informação: Modelos Econométricos
capital físico, activos externos líquidos, divisas e dívida pública, que são determinados, de
forma endógena pelo modelo, sendo os efeitos de riqueza passíveis influenciar os fluxos de
poupança e as decisões relativas à produção e ao investimento de famílias, empresas e
governo. No modelo QUEST II, o lado da oferta da economia é explicitamente modelado com
base numa função de produção neo-clássica, cujo potencial se baseia em taxas de
crescimento a longo prazo determinadas pela taxa de progresso técnico (exógeno) e pela taxa
de crescimento da população. Os resultados das simulações podem ser apresentados na
forma de desvios em relação a um cenário de base.
As taxas de juros e de câmbio reais são determinadas endogenamente, o que permite
considerar eventuais efeitos de deslocamento (“crowding-out”) dos Fundos Estruturais sobre o
sector privado. Para mais pormenores, ver European Commission (1997), QUEST II. A Multi-
Country Business Cycle and Growth Model. Economic Papers. No. 123. October 1997,
também disponível no website Economic and Financial Affairs, Economic Papers.
3. E3ME
O E3ME, enquanto modelo para o estudo das interacções energia-ambiente-economia na
Europa, consiste num modelo econométrico dinâmico multisectorial e regionalizado. Não se
trata de um modelo de Equilíbrio Geral (Computable General Equilibrium - CGE), mas de um
modelo econométrico cross-section baseado em séries temporais desagregadas, que
beneficiou de algumas técnicas usadas na modelação CGE relacionada com a calibração por
via de dados recentes. O modelo foi desenvolvido para a Comissão Europeia no âmbito do
programa JOULE/THERMIE por uma equipa de institutos parceiros de toda a Europa liderada
pelo centro Cambridge Econometrics. Está concebido como um modelo de teor prospectivo,
especificamente desenhado para analisar políticas e intervenções ligadas à interacção entre
energia-ambiente-economia. O modelo combina assim componentes de ordem económica,
energética e ambiental. (ver Comissão das Comunidades Europeias (1995), E3ME: Um
Modelo de estudo das Interacções Energia-Ambiente-Economia para a Europa, EUR 16715
EN, Publicações Oficiais, Luxemburgo).
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A Análise da Informação: Modelos Econométricos
induzidas por estes investimentos. A análise procedeu com a comparação entre um cenário
(com política) de base, com base em dados históricos, e um cenário contrafactual (sem a
política), em que as contribuições dos Fundos Estruturais foram eliminadas.
O modelo REMI tem sido usado para analisar os impactos económicos a nível regional dos
investimentos dos Fundos Estruturais nas regiões Objectivo 1 do Sul da Itália, num projecto
conjunto entre a REMI e Irpet para a Comissão Europeia (DG Regio). Os resultados do estudo
incluem os retornos (sob a forma de nível de PIB e multiplicadores do emprego) de vários tipos
de investimentos (equipamento, formação, infra-estruturas) e os subsídios projectam-se num
horizonte que vai de 2000 a 2024. Para determinar estes tipos de impacto, são necessários três
passos:
1. Examinar cada um dos planos operacionais em pormenor. Em particular, analisar os
efeitos directos sobre a economia a curto prazo (i.e., efeitos maioritariamente
relacionados com a procura) e a longo prazo (i.e., efeitos maioritariamente relacionados
com a oferta);
2. Integrar estes efeitos directos no modelo REMI para que todas as cadeias causais
através das quais os investimentos públicos exercem impacto na economia possam ser
contempladas;
3. Estimar o modelo e calcular a eficácia relativa da despesa executada com vista a
cumprir com os objectivos principais dos investimentos públicos.
O modelo HERMIN foi desenvolvido em colaboração entre vários países para proporcionar uma
abordagem ajustada que possa facilitar comparações a nível nacional e transnacional (ver a
Caixa: Desenvolvimentos de modelação do HERMIN).
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Actividade Económica,
Resto do mundo Preços
País fora da UE
Transportes e Output de Outros
Política UE, p.ex. QCA Distribuição UE Países
Custos e Exportações
Produtividade Importações
Dívida
Pública Investimento e
Consumo das Inputs na Produção
Famílias (input-output) Output
Impostos
Rendimento Emprego
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Também pode haver margem para alterar algumas das relações no modelo caso a política
pública em questão altere uma propriedade fundamental do sistema económico. Estas
mudanças são, no entanto, algo raras. É mais frequente ter necessidade de ajustar o modelo
aos desenvolvimentos mais recentemente observados e às estatísticas mais recentes. Na
prática, os modelos econométricos têm de ser regularmente re-estimados para permitir o seu
“reajuste” a dados e informação estatística mais actual.
Passo 3: Estabelecer uma projecção de base
Depois de o modelo ter sido “recalculado” e os pressupostos exógenos revistos, é possível
produzir uma projecção de base para se analisar o impacto da política em causa. A projecção
de base pode incluir a política a ser avaliada como parte de um cenário “business as usual”.
Isto é mais comum se a política já estiver em vigor há algum tempo e os pressupostos quanto
aos comportamentos futuros já tiverem em consideração alguns dos seus efeitos.
Passo 4: Estimar os principais impactos (exógenos)
Para avaliar do efeito de uma intervenção pública, ou seja, começar por construir um cenário
alternativo em que a política não exista, o analista deve ter em conta a forma como as
alterações serão introduzidas no modelo. A equipa de avaliação tem então de seleccionar
algumas variáveis ou coeficientes que façam parte do modelo e que serão directamente
afectados pela intervenção pública. Estes valores constituem "pontes de ligação" entre a
intervenção avaliada e o modelo. Os principais impactos das intervenções dos Fundos
Estruturais podem também aparecer sob a forma de investimentos em infra-estruturas
produtivas ou em capital humano.
Passo 5: Executar o cenário com política pública
Uma vez estimados os principais impactos (microeconómicos) da intervenção e introduzidos no
modelo para testar a sua interacção, o modelo pode ser executado para calcular o efeito final
sobre as variáveis (i.e., endógenas) de output do modelo. O impacto da intervenção pode,
então, ser estimado, estabelecendo a diferença entre as duas simulações, ou seja, execução
do modelo com a projecção de base versus o cenário sem política pública.
Passo 6: Analisar os resultados
A última fase consiste na formulação e apresentação dos resultados. Dada a complexidade da
ferramenta e do número avultado de variáveis que podem ser quantificados, é necessário
cumprir com passos específicos para apresentar os resultados de um modo simples e
acessível, dado que o público e os decisores políticos podem não ser (e em geral não são)
especialistas em modelação macroeconométrica. Consequentemente, esta fase tem de ser
considerada como uma das mais importantes na implementação da ferramenta.
Uma componente importante da análise dos resultados passa por apresentar de forma clara os
pressupostos e as escolhas feitas no exercício da avaliação. No caso de um leitor mais técnico,
também seria desejável incluir referências à estrutura/ideologia do modelo, o que pode ter uma
grande influência nos resultados. Será pois importante distinguir casos em, por exemplo, o
modelo assume que o mercado equilibra, ou permite, em contraste, a persistência de
desequilíbrios mesmo a médio e longo prazo.
Um teste final dos resultados da avaliação consiste em avaliar a importância das alterações
efectuadas no modelo (Passo 4) para analisar o grau de sensibilidade dos resultados a
pequenas mudanças nestes efeitos.
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Bibliografia
Bases teóricas
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Palavras-chave
Efeito sobre a oferta
Efeito sobre a procura
Exógeno
Modelos de Equilíbrio Geral (CGE - Computable General Equilibrium)
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