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Sociedade de consumidores

Aula 01/08/18
"Não se pode
SOCIEDADE DE escapar do
CONSUMO consumo: faz
parte do seu
metabolismo! O
problema não é
consumir; é o
desejo insaciável
de continuar
consumindo".

Fontes: SIQUEIRA (2015).


O que é consumo?

“O consumo é um fenômeno que compartilha ao limite de uma cultura e sua tendência é


para uma extensão planetária, atingindo quase todas as culturas contemporâneas”
(ROCHA; BARROS, 2008, p. 188). O consumo cria múltiplas mensagens, aproximando e
diferenciando os indivíduos através das mercadorias e vice-versa. Até porque os bens de
consumo se articulam com grupos de pessoas, estilos de vida e desejos, abrangendo a
todos num sistema que envolve poder, prestígio e status (ROCHA; BARROS, 2008).

ROCHA, Everardo P. Guimarães; BARROS, Carla. Entre mundos distintos: notas sobre comunicação e consumo em um grupo social. IN: Comunicação e culturas do
consumo. BACCEGA, Maria Aparecida (org.) – São Paulo: Editora Atlas, 2008.
Por que consumimos?

Consumimos porque precisamos satisfazer nossas necessidades. Consumimos uma


determinada marca, um determinado produto porque esse produto, e/ou, muitas vezes,
por que tal marca e tal produto nos oferecem mais do que qualidade no seu material e do
que credibilidade na marca. Consumimos porque vamos obter status. Consumimos porque
nos identificamos. Consumimos para nos incluirmos. Consumimos para nos diferenciarmos.
Portanto, consumo não é apenas uma troca financeira. Consumo também é identidade e
não deixa de ser cultura, já que se relaciona a valores imbricados na sociedade
contemporânea, que têm sido passados de geração em geração.
No mundo moderno, a produção
do consumo se torna mais
importante do que o consumo da
produção (LUKÁCS apud CAMPBELL, 2001, p. 57).
É uma relação muitas
vezes simbiótica entre
consumo, prazer e
felicidade. Na
evolução do
comportamento dos
consumidores, o
consumo não é
apenas a partir de uma
necessidade “real",
mas sobretudo como
forma de recompensa
e merecimento.

Fontes: IPSOS (2013).


E a publicidade?
ESFERA DE ESFERA DE
PRODUÇÃO CONSUMO
Esfera de produção
O sistema capitalista determina que o homem coloque sua força de trabalho à venda, tornando-se um
sujeito assalariado, enquanto trabalhador das empresas e corporações, obedecendo a regras e
fabricando produtos não mais para a sua existência, mas para outros sujeitos indiferentes a ele. Assim,
“há um distanciamento do sentido do trabalho como realização plena, que representa a subsistência
que gera o trabalho estranhado” (CARRASCOZA; CASAQUI; HOFF, 2007, p. 68).

O valor do trabalhador varia de acordo com a procura e a oferta, e a sua existência física, a sua vida,
foi e é avaliada como uma oferta de mercadorias, parecida com qualquer outra mercadoria. O
trabalhador produz o capital, o capital produz o trabalhador. Deste modo, ele se produz a si mesmo, e
o homem como trabalhador, como mercadoria, constitui o produto de todo o processo. O homem não
passa de simples trabalhador, e como trabalhador, as suas qualidades humanas existem apenas para o
capital, que é para ele estranho (MARX, 2002, p. 123).
Esfera de produção
Na esfera da produção máquinas e trabalhadores concretizam o mundo. Disso, resulta um produto
impessoal, seriado e anônimo o qual não apresenta marca do sujeito, uma vez que as máquinas separam
o trabalhador do fruto de seu trabalho, deixando de fora a dimensão humana daquilo que se produz.
Assim, o modo de produção capitalista se estrutura e, apresenta um caráter desumano. Afinal, o
sistema não é definido pela potencialidade de um conjunto de trabalhadores, mas sim pelo desempenho
de um conjunto de máquinas adequadas para receber qualquer trabalhador. Logo, é extremamente
difícil determinar qual é o papel do trabalhador no produto final, pois, “tanto do ponto de vista lógico
quanto do ponto de vista sensível, [...] o “mundo humano” é o grande ausente” (ROCHA, 1995, p. 63).
Esfera do consumo
Em contrapartida, na esfera do consumo, esse produto “desumano” será consumido por sujeitos que
devem “ter face, nome e identidade para que tenham lugar no fluxo de vidas específicas” (ROCHA,
1995, p. 27). Neste sentido, vê-se a oposição entre a esfera da produção e a esfera do consumo.
Enquanto uma caracteriza-se, sobretudo, pela ausência do humano, a outra ratifica sua presença. Se de
um lado o homem é escravo, no outro, ele é soberano.

É aí que a publicidade entra para omitir os processos de produção e a história do produto e permitir que
o homem o encontre num lugar imaginário, lúdico no qual a realidade e seus percalços são
apresentados através do mundo do sonho. Além disso, a publicidade é a coroação do processo de
separação entre trabalho e produto, pois, a publicidade “cala o produto e fala do bem de consumo. O
produto calado em sua história social se transforma num objeto imerso em fábulas e imagens” (ROCHA,
1995, p.67).
Com efeito, o anúncio publicitário, ou melhor, o sistema
A publicidade publicitário como um todo, ao relacionar os produtos com
pessoas, relações sociais, possibilitando a interpretação
dos consumidores, perpetua um sistema de classificação.
Consequentemente, a oposição entre a esfera da produção
e a esfera do consumo é transcendida, porque é através da
publicidade que os produtos buscam se diferenciar uns dos
outros. Fabricados de maneira indiferenciada são
nomeados distintivamente no universo simbólico do
consumo. Neste, os “diferenciais de significação conotados
nos anúncios humanizam e pretendem individuar cada
produto, dele apagando a própria origem” (ROCHA, 1995,
p. 103).
Adotando o pensamento de Lévi-Strauss, Rocha (1995)
A publicidade afirma que a publicidade é o “operador totêmico” da
sociedade capitalista de consumo.
como operador
O totemismo, como sistema de classificação e organização
totêmico do mundo, transcende a natureza e a cultura. Na
sociedade contemporânea, porém, natureza corresponde
ao “não-humano” e, portanto, à produção. A cultura, por
sua vez, refere-se ao “humano” ou a “personalização”,
logo, ao consumo. E, organizando e classificando a
diferença e a complementaridade está a publicidade
desempenhando o papel de operador totêmico (CHACEL,
2012).
A publicidade agencia a união entre produtos e pessoas: os
A publicidade produtos antes indiferenciados são aliados aos “nomes”,
“identidades”, “situações sociais”, “emoções”, “estilos de
como operador vida”, “paisagens”, dentro dos anúncios. Tal como no
“totemismo”, as diferenças entre elementos de uma série
totêmico são articuladas com as diferenças da outra. O objetivo do
processo é a permanente recuperação da totalidade e da
complementaridade a partir de qualquer elemento do
sistema. O totemismo (ou a publicidade), por acionar a
mecânica da complementaridade, pode fazer a junção
entre domínios opostos. Num caso, natureza e cultura.
Noutro, produção e consumo (ROCHA, 1995, p. 107).

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