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GUERRA, Luiz Antonio.

Sexo, gênero e sexualidade em


https://www.infoescola.com/sociologia/sexo-genero-e-sexualidade/ (acessado em
25/07/18)
Sexo x Gênero
As ciências sociais tem feito nos últimos anos uma distinção entre os conceitos de sexo
e gênero. Pode-se dizer que sexo está relacionado às distinções anatômicas e biológicas
entre homens e mulheres. O sexo é referente a alguns elementos do corpo como
genitálias, aparelhos reprodutivos, seios, etc. Assim, temos algumas pessoas do sexo
feminino (com vagina/vulva), algumas pessoas do sexo masculino (com pênis) e
pessoas intersexuais (casos raros em que existem genitais ambíguos ou ausentes).

Gênero é o termo utilizado para designar a construção social do sexo biológico. Este
conceito faz uma distinção entre a dimensão biológica e associada à natureza (sexo) da
dimensão social e associada à cultura (gênero). Apesar das sociedades ocidentais
definirem as pessoas como homens ou mulheres desde seu nascimento, com base em
suas características físicas do corpo (genitálias), as ciências sociais argumentam que
gênero se refere à organização social da relação entre os sexos e expressa que homens e
mulheres são produtos do contexto social e histórico e não resultado da anatomia de
seus corpos.

Se a expressão social de comportamentos de homens e mulheres é puramente baseada


na natureza dos órgãos genitais, nas quais uma mulher é quem tem um aparelho
reprodutor feminino, por que existem expressões como “isso não é coisa de mulher”?
No mesmo sentido, se ser homem é ter um pênis, por que existem tantas coisas que “não
são de homem”? Esses questionamentos apontam que ser homem ou mulher é muito
mais complexo do que nascer com um pênis ou uma vagina, extrapola os atributos
físicos, envolvendo diversas regras sociais de comportamento que são expressas através
de feminilidades, masculinidades e dos padrões de gênero.

As maneiras como homens e mulheres se comportam correspondem a aprendizados


socioculturais que nos ensinam a agir de acordo com prescrições de cada gênero.
Exemplo disso é que existem diferenças de comportamento entre mulheres de diferentes
países, do mesmo modo, os homens de séculos atrás não se expressavam do mesmo
jeito que atualmente. As representações de gênero são distintas de uma cultura para
outra, sendo um dos objetivos dos estudos de gênero e das ciências sociais analisar a
diversidade de expressões em diferentes grupos e locais, identificando e
desnaturalizando tais padrões.

Há uma grande expectativa social em relação às ações, atitudes e expressões de


mulheres e homens. Existem também modos e locais específicos de trabalho, cuidado
com a família, circulação, vestimenta, atração física, além de expectativas sobre quais
atividades devem ser desempenhadas por cada um dos grupos.

Identidade de gênero
Identidade de gênero é a experiência subjetiva de uma pessoa a respeito de si mesma e
das suas relações com outros gêneros. Não depende do sexo biológico da pessoa, mas
de como ela se percebe. Essa identidade pode ser binária (homem ou mulher), mas
também pode ir além dessas representações e rechaçar ambas as possibilidades de
reconhecimento, sendo assim pessoas não-binárias (todos os outros gêneros).

Um tema em evidência hoje nos meios de comunicação são as identidades das pessoas
transgênero, transexuais e travestis. Estas pessoas são aquelas cuja identidade de gênero
é diferente do gênero assignado no nascimento (gênero imposto).

Já as pessoas que se identificam com o gênero que lhes foi determinado no momento do
seu nascimento são chamadas de cisgêneras. Ou seja, da perspectiva social, política,
científica e jurídica, uma pessoa cisgênera é vista como “alinhada” dentro de seu corpo
e de seu gênero. Este termo foi criado para destacar politicamente quem é trans e quem
não é, e para jogar luz na estrutura social que invisibiliza as pessoas trans. A maior parte
das pessoas são cisgêneras.

Sexualidades
A sexualidade envolve as práticas eróticas do ser humano, suas escolhas de relação
afetiva e objetos de desejo. Do mesmo modo que gênero, a sexualidade é culturalmente
estabelecida e tem distinções em diferentes grupos e culturas. O conceito de
sexualidade, no ocidente, está intimamente ligado ao de gênero. Na hierarquia das
sociedades ocidentais em geral, a heterossexualidade ocupa a posição superior e, logo, a
homossexualidade é socialmente compreendida como inferior. Em outras palavras, na
sociedade em que vivemos, considera-se normal ser heterossexual. Podemos falar então
que a sexualidade é marcada por práticas heteronormativas.

A heteronormatividade é definida como um conjunto de normas sociais compulsórias à


heterossexualidade que orienta a sexualidade e as expectativas, possibilidades e
obrigações sociais e históricas formadas a partir do pressuposto da heterossexualidade
como natural. A heterossexualidade como padrão estabelece normas de poder e de
controle das condutas ditas normais e assim, qualquer desvio dessas regras é
considerado fora dos padrões de normalidade.

É importante destacar que qualquer forma de sexualidade é socialmente construída e diz


respeito à orientação sexual, ou seja, quais gêneros uma pessoa sente atração sexual ou
atração romântica. Existem algumas categorias principais que classificam algumas das
possibilidades de atração das pessoas, são elas: heterossexual (quem sente atração por
pessoas do gênero oposto), homossexual (quem sente atração por pessoas do mesmo
gênero) e bissexual (quem sente atração por pessoas de ambos os gêneros).

Movimentos feministas e movimentos LGBTTT


A partir da segunda metade do século XX, podemos observar o impacto de movimentos
feministas e movimentos LGBTTT (Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e
Transgêneros) no questionamento dos modelos socialmente esperados para homens e
mulheres, na busca pela igualdade de direitos entre os gêneros e na crítica das relações
afetivo-sexuais nos espaços públicos e privados.

Tais grupos questionam também a naturalização dos padrões de gênero e de


sexualidade. Neste sentido, destacam que as desigualdades estabelecidas entre homens e
mulheres, bem como entre heterossexuais e homossexuais são construídas socialmente
e, sendo assim, são passíveis de transformações e novas compreensões.
Organizações feministas e LGBTTT, sobretudo a partir dos anos 1960, fortaleceram
suas demandas, através do diálogo com a sociedade civil e da pressão junto ao Estado
visando a implementação de políticas públicas destinadas a assegurar os direitos das
minorias.

Atualmente, as demandas do movimento feminista são bem amplas e tem como foco a
descriminalização do aborto, o direito ao corpo, a igualdade de oportunidades e de
salários, o combate à cultura do estupro e assédio, o fim da violência contra as mulheres
e do feminicídio.

Por sua vez, os movimentos LGBTTT no Brasil vem exigindo a implementação de


políticas públicas que promovam a cidadania plena dessa população e lutando pelo fim
da violência e discriminação homofóbica e transfóbica.

Referências bibliográficas:

GROSSI, M. P. Identidade de Gênero e Sexualidade. Coleção Antropologia em


Primeira Mão. PPGAS/UFSC, 1998.

SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade.
Porto Alegre, vol. 20, nº 2, jul./dez. 1995, pp. 71-99.

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