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O líder da revolução
Em 1912 um desses monges viria a ser de grande importância para esta
revolução. Chamado de José Maria, ele juntou-se aos sertanejos revoltos, ele
ignorou qualquer ordem que viesse da República Velha e montou vários
povoados, onde havia igualdade social e autoridade própria. A esses povoados
deu-se o nome de Contestado, daí o nome do conflito. Agora essa passava de
uma luta de camponeses para algo além, com um ar messiânico, sendo
conhecida também como Guerra Santa, já que tinha a frente uma figura
religiosa. Os camponeses viam José Maria como uma alma bondosa, que
surgiu num momento difícil para ajudar aos necessitados. Ele sabia usar muito
bem as plantas da região, conhecendo os poderes medicinais de muitas delas,
usando para ajudar na saúde daqueles que porventura viessem a precisar.
A liderança de José Maria começou a preocupar os governos federal e
estadual, além dos coronéis da região. Todos percebiam como ele conseguia
aumentar cada vez mais o número de camponeses, e com isso o governo
passou a acusar o beato de ser um inimigo da república, insistindo em dizer
que o único interesse dele era em abalar a ordem da região e desestruturar o
governo. Com essa desculpa, foram enviados ao local policiais e soldados do
exército, que tinham como finalidade tentar desarticular o movimento.
Mesmo com toda a perseguição, os camponeses não desistiram, e enfrentaram
as forças policiais que estavam muito bem armadas. Isto acarretou em um
número médio de 5 e 8 mil mortos. Uma pequena minoria era de oficiais. Em
1912, em um dos conflitos, as tropas federais foram derrotadas, porém o líder
religioso acabou morrendo. Depois desse confronto os camponeses se
reorganizaram novamente, e no ano seguinte vieram a subjugar novamente as
autoridades republicanas.
Em 1914 e nos anos seguintes novas batalhas aconteceram, mas sempre as
tropas do governo saiam derrotadas. O conflito só teve fim quando o governo
manteve suas tropas em um confronto permanente por mais de um ano,
utilizando aviões e artilharia pesada. Em 1916, quando a luta teve fim, milhares
de sertanejos foram brutalmente executados, e as tropas prenderam um dos
chefes do último refúgio dos revoltosos, Adeodato, que foi sentenciado a trinta
anos de prisão.