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Guerra do Contestado – Causas e consequências.

A Guerra do Contestado foi um conflito que aconteceu em uma área territorial


de disputa de terras entre os estados do Paraná e Santa Catarina entre
outubro de 1912 e agosto de 1916, e envolveu cerca de 20 mil camponeses,
que se viram tendo que enfrentar as forças militares dos poderes estadual e
federal. Esse território sofreu com muitas disputas no decorrer dos anos, tanto
política quanto economicamente, pois nela era presente uma rica floresta e
uma região dedicada à plantação de erva-mate. Em geral as pessoas que
habitavam o lugar eram muito pobres, viviam sobre forte opressão e não
possuíam nenhuma terra, além de sofrer com a excessiva escassez de
alimentos.
Além disso a implantação da via ferroviária que fazia a ligação entre o Rio
Grande do Sul a São Paulo contribuía para o aumento de opressão sobre esse
povo carente. Além dos fazendeiros, essas pessoas ainda tinham que suportar
as duas empreendedoras americanas que operavam o local.

Causas da Guerra do Contestado


A Brasil Railway foi a empresa responsável pela implantação da via ferroviária
que fazia a ligação entre os dois estados, e como forma de remuneração pelos
serviços prestados o governo cedeu a mesma o equivalente a mil metros de
terras, um em cada margem da ferrovia, e essas deveriam ser,
obrigatoriamente, povoadas por povos estrangeiros. Porém, o interesse da
empresa ia além disso, o que ela queria na verdade era se aproveitar da
riqueza da floresta nativa e enriquecer ainda mais. Para isso ela utilizava
muitos imigrantes, que trabalhavam tanto na estrada de ferro quanto na
exploração da floresta. Isso deu início a expulsão forçada de inúmeros nativos
que ocupavam, mesmo que de forma legal, aquela parte da terra, e que
trabalhavam na terra para que ela pudesse ser fértil.
Como muitas famílias perderam suas terras para a construção da linha
ferroviária, o número de camponeses desempregados se tornou ainda maior,
pois agora eles não tinham mais onde trabalhar. Esse foi um dos primeiros
motivos para a revolta acontecer. Além disso, quando uma grande parte da
região foi comprada por uma empresa madeireira, ligada a um grupo de
pessoas da empresa ferroviária que tinham interesse na exportação da
madeira, muitas famílias foram expulsas de suas terras, o que deu a essas
pessoas mais motivos ainda para se revoltarem.
A situação ficou ainda mais difícil depois que a estrada de ferro se deu por
encerrada. Os trabalhadores que trabalharam em sua construção, oriundos de
diversas partes do país, se viram desempregados e sem nenhum apoio por
parte da empresa norte-americana. Sem saber o que fazer eles continuaram
por algum tempo na região esperando que a empresa ou o governo pudesse
lhes dar algum apoio, o que não aconteceu.
Essas atitudes resultaram no estopim do conflito, que colocou os nativos contra
as multinacionais, o governo e as oligarquias. Buscando por apoio, os
sertanejos se depararam com monges, religiosos que faziam peregrinações
pelo sertão pregando a palavra de Deus, eles eram respeitados pelo povo, que
os via como uma certa autoridade.

O líder da revolução
Em 1912 um desses monges viria a ser de grande importância para esta
revolução. Chamado de José Maria, ele juntou-se aos sertanejos revoltos, ele
ignorou qualquer ordem que viesse da República Velha e montou vários
povoados, onde havia igualdade social e autoridade própria. A esses povoados
deu-se o nome de Contestado, daí o nome do conflito. Agora essa passava de
uma luta de camponeses para algo além, com um ar messiânico, sendo
conhecida também como Guerra Santa, já que tinha a frente uma figura
religiosa. Os camponeses viam José Maria como uma alma bondosa, que
surgiu num momento difícil para ajudar aos necessitados. Ele sabia usar muito
bem as plantas da região, conhecendo os poderes medicinais de muitas delas,
usando para ajudar na saúde daqueles que porventura viessem a precisar.
A liderança de José Maria começou a preocupar os governos federal e
estadual, além dos coronéis da região. Todos percebiam como ele conseguia
aumentar cada vez mais o número de camponeses, e com isso o governo
passou a acusar o beato de ser um inimigo da república, insistindo em dizer
que o único interesse dele era em abalar a ordem da região e desestruturar o
governo. Com essa desculpa, foram enviados ao local policiais e soldados do
exército, que tinham como finalidade tentar desarticular o movimento.
Mesmo com toda a perseguição, os camponeses não desistiram, e enfrentaram
as forças policiais que estavam muito bem armadas. Isto acarretou em um
número médio de 5 e 8 mil mortos. Uma pequena minoria era de oficiais. Em
1912, em um dos conflitos, as tropas federais foram derrotadas, porém o líder
religioso acabou morrendo. Depois desse confronto os camponeses se
reorganizaram novamente, e no ano seguinte vieram a subjugar novamente as
autoridades republicanas.
Em 1914 e nos anos seguintes novas batalhas aconteceram, mas sempre as
tropas do governo saiam derrotadas. O conflito só teve fim quando o governo
manteve suas tropas em um confronto permanente por mais de um ano,
utilizando aviões e artilharia pesada. Em 1916, quando a luta teve fim, milhares
de sertanejos foram brutalmente executados, e as tropas prenderam um dos
chefes do último refúgio dos revoltosos, Adeodato, que foi sentenciado a trinta
anos de prisão.

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