Vous êtes sur la page 1sur 3

PERFIS PSICOLÓGICOS

1) O analítico: os altamente analíticos têm uma visão exata dos elementos que
compõem um acontecimento, mas não sabem gradua-los segundo sua
importância, de modo a organizá-los. Isto porque dão importância excessiva a
detalhes que acabam por desviá-lo de uma síntese compreensiva das
circunstâncias mais importantes. Compreendem, portanto, o conjunto, mas esta
compreensão não se confunde, de forma alguma, com a capacidade de julgar.

2) O sintético: o exagero do temperamento sintético tende a generalizar


situações, de molde a confundir analogias com identidades. O altamente
sintético muitas vezes é levado a impressões que não são resultado dos
elementos fundamentais do processo, guiando-se mais por seu temperamento,
sentimentalidade, casos análogos já julgados, que já revelaram anteriormente a
agudeza de sua crítica. Assim, prontos a se utilizar de suas ideais para aceitar
ou repelir de imediatos ideais ou sentimentos dos outros, descuidam-se de
pontos essenciais, não distinguem o sentimento geral e profundo do que
examinam, e correm o risco de se mostrarem injustos. Para entender os perfis
psicológicos derivados dos dois acima comentados, introduz o autor a noção
de subjetivismo, dizendo ser a "exageração egocêntrica, que se projeta sobre
os próprios juízos, porque em nenhum homem é possível desencarnar a sua
opinião de sua personalidade, sem infringir a imperiosa lei de causalidade".
Afinal, continua ele, "o julgamento não é produto do momento, mas é a
expressão final da nossa personalidade". Quer dizer que, no seu exercício de
elaboração intelectual, o Juiz sistematiza, coordena de maneira lógica as
ideais, imagens, percepções. Nesta coordenação, influem obviamente os
aparelhos sensorial e cerebral de cada um. Se esta influência for excessiva,
cair-se-á no subjetivismo. O subjetivismo é alimentado pela introspecção, que é
a tendência inconsciente que temos, ao proceder a um julgamento, de
fazermos uma comparação entre o nosso pensamento e o que guiou a ação
alheia. Se a introspecção é desejável do ponto de vista da humanização da
decisão, por outro lado tal recurso é imperfeito, por estabelecer-se uma
comparação entre elementos heterogêneos: o Juiz, quase sempre um homem
normal, e o acusado, quase sempre anormal ou premido por circunstâncias
anormais que determinam sua conduta. Seguindo na exposição dos perfis
estudados por Altavilla:

3) O perplexo: provém do analítico e caracteriza-se por um alto grau de


indecisão, que o impede de dar a determinadas circunstâncias o caráter de
prevalência decisiva que devem ter sobre outras. É o dubitativo, que não
consegue formar, dos argumentos que lhe são expostos, uma convicção
segura a respeito da questão.
4) O generalizador: o espírito sintético tende a generalizar, e muitas vezes é
levado a esquematizar a multiplicidade humana em fórmulas rígidas, nem
sempre justas. Se por um lado à capacidade de se enunciar uma lei geral da
constatação de um determinado fato, aplicando-se, assim, a uma classe de
indivíduos o que observado em alguns, é das mais altas expressões da
inteligência, por outro o fato de enunciar intimamente tal lei pode levar o juiz a
uma "inércia mental", fruto de sua experiência das decisões anteriores. Por
exemplo, "o reincidente é sempre culpado": cabe ao defensor fazer ver ao Juiz
que o caso posto a seu exame é diferente do anteriormente examinado, que o
Processo é algo vivo. Principalmente importante nesse processo é a presença
do acusado, que acaba por chamar sobre ele a atenção do Juiz, fazendo-o
descer da generalização ao caso concreto.

5) O instintivo: da fusão do subjetivo com o sintético resulta o instintivo. O juiz


instintivo deixa-se levar por vagas impressões, a ponto de julgar um homem
antes de estudar as provas contra ele obtidas e a sua defesa. O instinto é fator
obscuro e poderoso de qualquer julgamento, principalmente do juiz criminal. No
julgamento cível, o julgador tem presentes apenas elementos intelectivos, sem
que intervenham sentimentos para perturbá-lo. Já esta perturbação acontece,
em maior ou menor grau, no julgamento penal, onde elementos sentimentais e
emotivos dão uma orientação particular à personalidade do Juiz que procede
ao exame das provas. Mas o bom Juiz sabe evitar que sentimentos de simpatia
ou antipatia pela pessoa do acusado venham a influenciar na decisão final da
causa.

6) O obstinado: O subjetivismo e a instintividade criam a obstinação. Todo


homem tem suas próprias tendências e crenças, e suas condições psicológicas
não mudam grandemente quando os resultados da realidade venham a se opor
a elas. Mas quando se exagera na imutabilidade psicológica a ponto de se
agarrar a uma ideia porque é a "nossa" ideia, surge a obstinação, que para
Altavilla é "uma verdade arbitrária, que tende a manter-se em oposição com a
verdade, unicamente porque ela está em oposição com a nossa opinião". O
Juiz deve ser capaz de modificações ou realizações de ideias e pensamentos,
conforme o exijam o caso concreto. O obstinado não é capaz de faze-lo: antes,
é levado a forçar o caso particular para o pôr de acordo com as diretivas de seu
sistema conceitual.

7) O misoneísta: é o que tem "espírito de contradição", guardando muitas


afinidades com o obstinado. O obstinado opõe-se à realidade porque ela é
contrária à sua opinião pré-constituída; já o que tem espírito de contradição
opõe-se a ela apenas por uma questão de antítese: uma atitude orgulhosa e
ofensiva, que se traduz na negação de tudo. O misoneísmo é o defeito daquele
que, geralmente na idade madura, opõe-se a toda e qualquer novidade.
Desconfia de novos produtos e descobertas científicas, agarrando-se ao
passado. O Juiz misoneísta é aquele tipo de obstinado que sentir-se-ia
humilhado em reconhecer que mudou de opinião, principalmente após externá-
la diversas vezes por meio de sentenças.

8) O desconfiado: do subjetivismo, com certa dose de instintividade, deriva a


desconfiança. Esta desconfiança que se comenta não é a do tipo saudável, que
mantém o homem afastado do erro, mas a que gera o receio de mudar um
ponto de vista, repudiando pontos de vista contrários. Principalmente o Juiz é
levado a isto, pelo contínuo risco que corre de ser enganado. Por isto, muitas
vezes desconfia de qualquer prova que, surpreendentemente, possa mudar o
curso do processo. Por exemplo, há que se desconfiar de testemunhas de
defesa presenciais ao fato e que trazem aos autos versão diametralmente
oposta à apurada desde a fase de inquérito. A saudável desconfiança, que
impedirá de ser enganado, não deve, no entanto, ser a ponto de fechar
arbitrariamente os olhos do Juiz a uma evidência que se lhe apresente.

9) O escrupuloso: a perplexidade gera o escrúpulo. O escrupuloso é um


sugestionável, que vê sua convicção sempre abalada pelos argumentos
alheios. É o Juiz cheio de hesitações, que nunca consegue convencer-se
plenamente e, por isto, prefere os meios-termos, as absolvições por
insuficiência de provas e as penas curtas, geralmente suavizadas por
benefícios. Se o obstinado recusa-se ao esforço de mudar de opinião, o
escrupuloso recusa-se ao trabalho de criticar as opiniões alheias. Ambas são
formas de inércia mental.

10) O intelectual: o Juiz do tipo intelectivo tem a preocupação principal de dar


aos fatos seu verdadeiro significado: é um rigoroso jurista, árido e
frequentemente severo, que retira do delito a carga emocional que o cerca,
para disseca-lo em todos seus elementos constitutivos.

11) O emotivo: o Juiz do tipo emotivo, ao contrário, vê o lado humano dos


acontecimentos, enxerga perfeitamente as circunstâncias emocionais que
integram o delito, e portanto tende para a indulgência. É raro entre juízes
experientes, já calejados pela profissão.

12) O lógico: na mente do Juiz do tipo lógico as ideais associam-se


sistemática e rigorosamente, levados os argumentos às últimas consequências.
Acontece que a lógica refere-se à normalidade, à harmonia, enquanto que na
mente do delinquente muitas vezes desenvolvem-se processos anormais de
raciocínio, não alcançáveis, portanto, para este tipo de Juiz.

Vous aimerez peut-être aussi