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Fábricas do Seixal do século XIX

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Fábrica da Companhia de Lanifícios da Arrentela


Fábricas do Seixal do século XIX
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A Fábrica de Lanifícios da Arrentela – fundada em 1855 por Júlio Caldas


Aulete e, em 1862, estabelecida como Companhia de Lanifícios da Arrentela
– foi uma importante unidade industrial de grandes dimensões e prestigiado
fabrico que, durante vários anos, muito contribuiu para promover e
dinamizar a região do Seixal. Porém, a Companhia acabaria por entrar em
decadência e consequente desactivação, particularmente devido à falta de
renovação do núcleo populacional antigo.
1755. O Terramoto tinha-se feito sentir violentamente no Seixal e a
reconstrução da região revelava-se lenta. A povoação era antiga e, até aqui,
muito ligada às actividades ribeirinhas (no esteiro do rio Judeu pescava-se
em abundância e há, inclusive, notícias da existência de algumas marinhas
de sal que pertenciam aos frades Jerónimos de Belém). Também a
agricultura desempenhava, até então, um papel importante nas actividades
daquela população, sobretudo com o cultivo da vinha. O vinho, algum azeite,
produtos hortícolas e frutas e o peixe, claro, proporcionavam um importante
comércio com a cidade de Lisboa, através do Tejo.
É a partir da segunda metade do século XIX que se começa a registar,
no Seixal, um significativo desenvolvimento económico e industrial, com a
instalação de diversas unidades fabris (têxtil, vidro e cortiça). As condições
naturais propícias, sobretudo com a abundância de água, levam para a região
a indústria dos lanifícios – primeiro, um lavadouro de lãs; depois, em 1831,
uma fábrica de mantas para o Exército; e, em 1843, reedificada para
estamparia de algodão. Mas é com a implementação da Fábrica de Lanifícios
da Arrentela, em 1855, que esta indústria ganha projecção quer nacional,
quer mesmo internacional. E é também graças à fixação destes trabalhadores
que a região, sobretudo a freguesia da Arrentela, se vai consolidando
urbanisticamente.
Fábricas do Seixal do século XIX
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Ainda durante a edificação da Fábrica de Lanifícios da Arrentela foram
logo adquiridas diversas máquinas para trabalhar a vapor. Em 1858, a
unidade deu início ao fabrico e, logo nesse primeiro ano de trabalho, foram
produzidos 10.650 metros de panos pretos, azuis e mesclas. Em 1859,
Manuel Egreja entra para administrador da fábrica, dando-lhe novo
impulso: nesse ano, foram produzidos 21.475 metros das mesmas fazendas e
ainda diversas casimiras de cores. Dois anos depois, a produção quase atinge
os 40.000 metros destes vários tecidos, com os produtos a alcançarem tal
perfeição e fama que a fábrica envia para exposição industrial no Porto uma
série de panos aveludados, casimiras, castorinas e ainda várias amostras de
fio de lã das mais variadas cores – chegando mesmo a ser uma das
premiadas desta exposição.
Elevada a Companhia de Lanifícios da Arrentela, a unidade fabril
emprega, em média, 160 operários (homens e mulheres) por dia e possui da
mais moderna maquinaria da altura – com destaque, por exemplo, para uma
máquina a vapor, com a força de 48 cavalos, que trabalhava continuamente e
de fabrico nacional (foi, aliás, a primeira máquina deste tipo que se fez em
Portugal).

Vista aérea da antiga fábrica (2005


Fábricas do Seixal do século XIX
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Fábrica de Vidros de Amora

Vista aérea do local onde se localizava a fábrica (2005)


As instalações fabris da imagem são da fábrica de cortiça Queimado & Pampolim
Neste sítio localiza-se, hoje, um hipermercado
Fábricas do Seixal do século XIX
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Fábrica da Pólvora de Vale de Milhaços

Vista aérea (2005)


A antiga fábrica é, hoje, uma extensão do Ecomuseu Municipal do Seixal.
Fábricas do Seixal do século XIX
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Fábricas do Seixal do século XIX
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Tomás da Anunciação - Paisagem de Amora cerca de 1850 - Museu do


Chiado
Fábricas do Seixal do século XIX
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Fábrica de vidros da Amora

Desenho de Rafael Bordallo Pinheiro, na revista Pontos nos II, de


15.Janeiro.1891

Aspecto das habitações dos operários.


Fábricas do Seixal do século XIX
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Desenho de Rafael Bordallo Pinheiro, na revista Pontos nos II, de


15.Janeiro.1891

"Há pouco mais de um ano começaram os trabalhos para a completa


instalação e montagem da fábrica de vidros da Amora. Passado um ano, a
fábrica prospera a olhos vistos e em breve aquela indústria terá uma
verdadeira importância entre nós. Do esforço de poucos surgiu aquela
fábrica que hoje se acha quase em condições de abastecer o mercado
nacional, evitando a importação de garrafas estrangeiras.
A boa vontade e resoluto ânimo dos que dirigem esta fábrica pôde
conseguir natural em outros ramos de indústria com um desenvolvimento
maior e mais importante mercado, haver-se feito, há muito. Um bairro
operário, construído nas melhores condições higiénicas, uma escola para a
educação dos filhos dos operários e um clube, formam um modelo de boa
organização muito para ser imitado.
Os operários da fábrica, alemães na sua maioria, vão fazendo escola e
muitos dos aprendizes conhecem já os processos da indústria e trabalham
com relativa perfeição. Por esta prosperidade em que se encontra a fábrica
de vidros da Amora, merecem os maiores elogios os seus directores Justino
Guedes, Gomes e Guilmane, que têm sido incansáveis. Seria bom que o
governo, olhando para o estado florescente desta fábrica, protegesse diversas
outras indústrias que, em concorrência com os produtos estrangeiros, vão
definhando até morrer. E não seria sem tempo..."
(adaptado)
Fábricas do Seixal do século XIX
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