Vous êtes sur la page 1sur 3

Questões

A Hora dos Ruminantes

1- Segundo Todorov (filósofo e crítico de literatura francês) o realismo fantástico em


literatura seriam aquelas narrativas que deixam o leitor em permanente suspensão
(sem saber se atribui a história à realidade ou a uma explicação sobrenatural).
Normalmente, nesse gênero literário, a alegoria tende ser a linguagem da subversão.
Essa afirmação se aplica à obra? Por quê?

A afirmação de Todorov é aplicável à obra. O livro é uma mistura de realidade e fantasia,


característica do Realismo Fantástico. O real funde-se ao imaginário, o que causa um certo
desequilíbrio na compreensão por parte do leitor. São descrições de um mundo que não
existe. Em A Hora dos Ruminantes, J.J Veiga faz uso de metáforas que remetem à opressão
da Ditadura Militar no Brasil, um modo de usar a linguagem figurativa para retratar a
realidade.

2- a) Esta obra é uma narração. Justifique.

“A Hora dos Ruminantes” é narração, pois é baseada na evolução de acontecimentos, além de


ter elementos básicos de um texto narrativo, tais como: o fato que será narrado (O quê ?), o em que o
fato ocorreu (Quando ?), o lugar onde se deu o fato (Onde ?), personagens - participantes ou
observadores do ocorrido (Com quem ?), a causa que determinou a ocorrência (Por quê ?), o modo
como se deu o ocorrido (Como ?) e as conseqüências que geralmente provocam determinado
desfecho.

b) Divida a obra nas partes constituintes da narração.

Estado de Equilíbrio – Manarairema, cidade interiorana e calma.


Complicação – Militares aparecem na cidade interrompendo o estado de equilíbrio e o
aparecimento de animais que invadem Manarairema.
Clímax – Os bois instalam-se deixando os moradores em estado de reclusão.
Desfecho – Inexplicavelmente os bois deixam a cidade, a qual retoma a rotina outrora
interrompida.

3- Qual é o tema desta obra literária?

A obra tem como tema a opressão. Veladamente J.J. Veiga utiliza-se da atmosfera
política do Brasil pós Golpe Militar, fazendo uso da literatura como instrumento de
expressão de seu descontentamento. Por meio de ferramentas da ficção o autor
posiciona-se como crítico da realidade social, debatendo a opressão que se instalou na
sociedade brasileira facilmente, uma vez que grande parte da população aceitou o
regime militar de forma acuada.
4- Na ficção:
a) Qual (quais) é (são) o (os) protagonistas e os antagonistas? Caracterize-os.

Os personagens que protagonizam a obra são:

Amâncio, homem de personalidade difícil, briguento e temido pela cidade, que acaba por
resolver o impasse com os homens na tapera. Amâncio representa a vertente capitalista:
“(...) Eles vieram trabalhar, trazer progresso. Se o povo não entende, e fica de pé atrás, a
culpa é do atraso, que é grande. Mas eles vão trabalhar assim mesmo, vão tocar para a
frente de qualquer maneira. Quem não gostar que coma menos.” (VEIGA, 2001: 59)

Geminiano, homem caracterizado pela simplicidade e honestidade que se opõe à


prepotência dos homens, mas em seguida age passivamente, como se não tivesse
escolha,conformando-se com a situação. “(...) a cabeça baixa, num conformismo
inconformado, parece que procurando no chão a justificativa para aquele trabalho absurdo,
idiota.” (VEIGA, 2001: 45-46)

Os antagonistas de A Hora dos Ruminantes são as opressões do Governo Militar e os


forasteiros.

b) Onde se passa a história? Justifique.


A história se passa na fictícia vila de Manarairema, um lugarejo interiorano e pacato.
A correspondência entre o Brasil pós-64 e os episódios passados no povoado transcriado por
Veiga nos pareceu indissociável.

c) Localize o tempo da narrativa, fundamentando-se em um fato histórico.


O autor faz correspondência com o Brasil pós-64.

d) Pode-se dizer que o narrados dessa obra literária é onisciente? por quê?  Essa
onisciência, porém, sofre limitações? Por quê?
O narrador é parcialmente onisciente, deixando de explicar ocorrências ao longo da história.

5- Transcreva do romance fragmentos que contenham verbos nos três pretéritos e


interprete-os, à luz do contexto em que estão escritos.
• Pretérito Imperfeito: “(...) À noite, quando iam fechar as janelas para dormir e davam com os olhos com
o clarão do acampamento “(VEIGA, 2001: 16)
• Pretérito Perfeito: ”(...) Os comerciantes ficaram de lojas abertas até mais tarde, mas por uma questão
de cortesia com os estranhos, caso eles precisassem de alguma coisa.” (VEIGA, 2001: 14)
• Futuro do presente: “Mas eles vão trabalhar assim mesmo, vão tocar para a frente de qualquer
maneira.” (VEIGA, 2001: 53)

6- Um texto sempre deve levar o leitor a uma reflexão e a um debate em escala mais
ampla. De quais recursos linguísticos J.J. Veiga se vale para provocar essa
transtextualidade? Justifique.

Os fatos ocorridos em Manarairema são indissociáveis da realidade do Brasil pós-64. Por


meio de metáforas J.J. Veiga narra algo mais que um romance fictício. É notável que para
que haja essa interpretação, o leitor deve ter conhecimento histórico prévio e o relacione com
o texto.

7- Descreva criticamente os personagens Amâncio, Geminiano e o padre e estabeleça


um paralelo com a história da sociedade brasileira. (Para responder a essa pergunta
não é necessário ser sociólogo, basta ter um mínimo de repertório).

Amâncio representa a opressão camuflada em progresso.


Geminiano caracteriza o conformismo do cidadão brasileiro diante da opressão.
O padre se omite, favorecendo o regime militar.

8- Relacione a descrição do padre (questão anterior) com a participação da Igreja


Católica na implantação e consolidação do regime militar no Brasil pós Golpe
Militar/1964.

A Igreja Católica não tomou papel ativo durante a implantação do regime militar, mas foi
instrumento importante para a consolidação desse poder. Anos após o Golpe Militar, a Igreja
reformulou-se ideologicamente e passou a fazer denúncias contra a tortura e a repressão.

9- Estabeleça intertextualidade entre A hora dos Ruminantes e o texto de Chico


Buarque de Hollanda que analisamos neste semestre.

“Dormia a nossa Pátria mãe tão distraída Sem perceber que era subtraída Em tenebrosas
transações.” Francisco Buarque de Hollanda.
Chico é ícone de contestação do Regime Militar. Mesmo sabendo do desfecho político, Chico
Buarque não se mostra muito confiante no processo de redemocratização. A Hora dos
Ruminantes, revela esse período e, por meio de símbolos relata que o povo foi oprimido, mas
da noite para o dia a normalidade se restabeleceu.

10- a) Como se comporta a população de Manairarema face ao fata da invasão? Por


quê?
A população se comporta de forma passiva diante dos invasores e, ainda que contrariados,
parecem não ter saída senão obedecer.

b) Pode-se dizer que esse comportamento é perfil frequente na maioria da população


brasileira? Por quê?

'' ... O conformismo é carcereiro da liberdade e o inimigo do crescimento ... '' John Kennedy

Sim, o conformismo tem raízes históricas, principalmente pelo não-patriotismo do povo


brasileiro. Enquanto em outros países a ideia de nacionalidade é mais arraigada, mais
participativa, a nossa é baseada conformismo. Nosso nacionalismo resume-se em em
disputas esportivas, mas não existe efetivamente entre os cidadãos brasileiros.

Vous aimerez peut-être aussi