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Mt 23,1-12 (// Mc 12,38-40; Lc 20,45-47)

– Jesus ensina aos discípulos olhando para os fariseus. Nestes constata duas atitudes: eles têm
competência, conhecimento que eles possuem de interpretar as Escrituras. Há sempre um fariseu –
escondido – em nós! Para mim o fariseu é sempre o outro! Aplicar aos outros o que não praticamos. Nossas
atitudes pode traduzir fardos para os outros: quando aplicamos os princípios aos outros, mas não os vivemos.
É um retrato de nossas atitudes: atar fardos para que os outros carregam e nós, sequer levantamos o dedo
mindinho para carregá-los.
O que Jesus constata nos fariseus e não quer ver nos seus discípulos: incoerência de vida: dizem e não
fazem: “atam fartos pesados e os impõem aos ombros dos outros” (23,4): a Lei tinha se tornado um fardo
muito pesado; a Lei era um dom que Deus deu a Israel para viverem como irmãos e manter a coesão
fraterna; ao multiplicar essa lei em vários preceitos: 613 preceitos, 365 (= os dias do ano), negativos + 248
(tantos quantos, assim se pensava então, os membros do corpo), positivos – tornando-a pesada à vida do
homem: proibições, restrições... Jesus convida a todos: “Vinde a Mim, todos vós que estais cansados e
oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde
de coração, e encontrareis descanso (conforto)..., pois o Meu jugo é suave e o Meu fardo é leve” (Mt
11,28-30). Jesus não abole a lei, mas vai ao seu coração: o amor e a liberdade. – Há um fariseu em nós!
– Os fariseus ao “cumprir” a lei, enchiam-se de si mesmos: vangloriavam. Isto porque as pessoas comuns
sequer conseguiam entender e viver os vários preceitos da Lei. Mestre traduz a palavra rabbī (= adjetivo ‫רב‬, ַ
muito + sufixo ‫־י‏‬, meu: meu muito; mestre: “muito para mim”/ hebraico clássico: ‫ר ִבי‬,/
ִ ribbī; moderno, ‫)ר ִבי‬.
ַ
“Vós, porém, não sejais chamados mestre-rabbî, pois, um [é], o Cristo, todos vós, porém sois irmãos” (23,8).
– Mestre é o Espírito Santo que nos ensina tudo; Pai é Deus: aquele que nos deu a origem; Doutor é o
Messias. Vemos aqui a Trindade Santa. Nós substituímos nossa relação com a Trindade Santíssima
transferindo-a para as pessoas, vivendo uma idolatria. Transferimos para o ser humano – inclusive os fariseus
– Nossa vocação-tarefa é ajudar as pessoas a se relacionarem com o verdadeiro Mestre, o Cristo Jesus! O
mestre, aquele que ensina como mestre – tem consciência que orienta o outro para Deus. Quem está no
exercício da autoridade deve-se servir os outros com humildade (23,11).

– Dos lábios de Jesus ecoa uma verdade e um mundo novo nestes dizeres: “Mas vós não vos façais chamar
por Rabbî (ῥαββί), literalmente “meu maior”, pois um só é o vosso Mestre (διδάσκαλος), e vós sois todos
irmãos” (23,8). A ninguém chameis “Pai”, a ninguém chameis “Guia” (καθηγητής), que é aquele que indica o
caminho, pois “um só”, “um só”, “um só” (três vezes surge esta expressão no texto de hoje) é o vosso Mestre,
o vosso Pai, o vosso Guia. Em consonância, no Evangelho de Mateus, o título de “Mestre” nunca é dado a
Jesus pelos seus discípulos, mas apenas pelos de fora; e o título de Rabbî só se ouve nos lábios de Judas,
depois da sua apostasia (Mt 26,25 e 49). Por sua vez, o termo “Guia” só aparece aqui em todo o Novo
Testamento, e é desconhecido no texto dos LXX. – Salta à vista que devemos proceder sempre com
simplicidade e verdade, sem protagonismo, ostentação ou ambição, e que, por detrás de nós, de tudo o que
fazemos ou dizemos, deve ver-se sempre o Senhor Jesus, de quem devemos ser pura transparência. Se
assim fosse, e assim deve ser, como seria belo e bem diferente este nosso mundo! – Sempre em linha com o
Evangelho, Ml 2,10 pergunta hoje de forma certeira: “Não temos todos um único Pai? Por que agimos então
com maldade uns para com os outros?”. Pergunta certeira, que nos obriga a depor as armas da violência e da
mentira e nos obriga a investir mais, muito mais, na luta (ἁγών) do amor (ἀγάπης).

– Exigentes conosco mesmo e compreensivos com os outros. O mestre é alguém intermediário – medianeiro
entre a verdade e a vida. Ele não se coloca no centro, mas aponta para a Verdade. Aprende com Jesus, o
caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6) – imitando-O! Assim é o educador cristão: pai, mãe, catequista, pároco,
bispo: serve – orienta – incansavelmente até que as pessoas tenham acesso a Deus! É uma missão-vocação
que se exerce – aprende a exercê-la com humildade. – O discípulo de Jesus é aquele que marca a diferença:
exerce a autoridade a ele confiada como serviço aos outros; está na direção, exerce-a como primeiro a servir
aos outros. O exercício de quem recebeu a responsabilidade principal no pastoreio na Barca de Pedro é
definido como alguém que “preside na caridade” toda a comunhão católica (Inácio de Antioquia, Aos
Romanos, prólogo, 1,1). – Mundanismo espiritual”: se esconde por detrás de aparência de religiosidade e até
mesmo de amor à Igreja, porém, seu objetivo é “buscar, em vez da glória de Deus, a glória humana e o bem-
estar pessoal” (Papa Francisco, Evangelii gaudium, n. 93). – Quem age assim, vive da simulação de
santidade, substitui a salvação ofertada por Cristo pela vanglória pessoal. – Vós são todos irmãos.
Independentemente da função que ocupamos na comunidade, na Igreja, na sociedade, somos todos irmãos!
Ter a consciência clara disso é um desafio e uma exigência cotidiana. – Lactâncio (cerca do ano 300, séc. IV)
“Entre nós não existem escravos ou senhores. Não fazemos distinções entre nós e chamamo-nos irmãos
entre todos, porque nos consideramos todos iguais. Servidores e senhores, grandes e pequenos, todos são
iguais pela modéstia e pela disposição do coração, que afasta todos da vaidade” (cf. Inst. Div., V,16)

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