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Caderneta Pessoal
Espelho da vida
Lembrando o
Ingresso FDJ Para toda Encontrando
na Argentina vida Corações
profeta de Tisbet
Sumário
4 relembrando
Armond / Há 30 anos
5 FDJ
Encontro espiritual
eSCOLA DE APRENDIZES
As regras na escola
iniciática II
Fraternidade dos Essênios
7 eSCOLA DE APRENDIZES
Caderneta pessoal e
O Espírito possui um sacrario no mais íntimo esforço
CONCEITO
vida
T
odos nós, que fomos despertos para a vida espiritual e seus
valores, ansiamos encontrar e disponibilizar o nosso melhor
à vida. Mais do que isso, queremos servir e ser úteis, quere-
mos amar e queremos ser amados. Deus, que não fica surdo e
imóvel aos rogos das almas, um dia nos reuniu no ideal espírita para
encontrarmos nossos anelos.
Na Seara Espírita, encontramos a gleba definida e as sementes
abundantes. Cabendo-nos limpar a terra, adubá-la, lançar as semen-
tes e cuidar da plantação. Da plantação que se faz em nós e nas almas
que o Senhor nos confiou.
Reflexionando a imagem do trabalhar a terra, identificamos como
Este é um dado seria dificultoso se não dispuséssemos de ferramentas adequadas e
cooperação amiga para tal. Foi assim que a bondade divina nos enca-
que deve ser minhou para a Escola de Aprendizes do Evangelho (EAE) e, por meio
dela, nos equipou de inúmeras ferramentas, dentre elas, a nossa pre-
trabalhado ao ciosa Caderneta Pessoal.
Todas as ferramentas que recebemos na EAE preenchem um espa-
fazer da caderneta ço específico de nossas necessidades no caminho do aperfeiçoamento
um instrumento espiritual: tratamento espiritual, elevação e oração, Evangelho no Lar,
Prece das Fraternidades, Caderno de Temas, exercícios de Vida Plena,
para toda a vida Caderneta Pessoal, leitura espírita, educação e trabalho mediúnico,
Caravanas de Evangelização e Auxílio, a Fraternidade dos Discípulos
de Jesus (FDJ) etc.
Qualquer uma delas é vital na expansão e manutenção de nosso
ideal espírita em algum momento de nossa vida pós-EAE.
Recente enquete, junto a 11 examinadores de Caderneta Pessoal de
várias regionais, em relação ao grau de adesão dos futuros membros
da FDJ à caderneta, apontou que somente cerca de 35% delas de-
monstram que seus donos fizeram deste instrumento um valor “para o
resto da vida”. Os demais a utilizam como mais uma tarefa da EAE.
Este é um dado que deve ser trabalhado ao fazer da caderneta um
instrumento para toda a vida. Temos vários companheiros que aban-
donaram, ou esfriaram em seu ideal de vivência espírita evangélica por
terem sido “feridos de morte” em seus sentimentos que, se bem tra-
balhados, utilizando a caderneta como registro, muito provavelmente
não teriam sido atingidos ou afetados.
Dedicamos assim esta nossa edição para que entendamos e usemos
mais e melhor nossa Caderneta Pessoal.
Indiferença
O
comodismo, vivido durante séculos, duz os homens, com segurança, pelos caminhos
deve ser agora substituído pela vivência sacrificiais da libertação espiritual.
desassombrada do Evangelho e não so- Além disso essa atitude de mornez é prejudicial
mente por seu conhecimento teórico. até mesmo à plenitude das realizações do Plano
Convém que recordemos as referências feitas Espiritual na Terra, pelo bem de sua humanidade,
pelo Divino Mestre, reafirmadas no Apocalipse de sobre a qual todos nós influímos por sermos parte
João, apontando as pessoas que não são frias nem dela.
quentes ante os esforços da redenção – “Por não E ainda mais: essa indiferença atinge certa-
serdes frio nem quente, por serdes morno, vomi- mente o coração do próprio Mestre, como um
tar-te-ei da minha boca”, diz o Senhor. reflexo negativo de eternização dos sofrimentos,
A Doutrina Espírita é liberal e a ninguém obri- suportados por Ele mesmo quando conviveu co-
ga, mas, no consenso íntimo e cada um, devem nosco na Palestina, na tarefa misericordiosa de nos
ressoar bem fortes essas palavras do Senhor, cla- mostrar o verdadeiro caminho que leva ao Seu Rei-
mando por atividades e atitudes abertas, francas e no Eterno.
desassombradas, sinceras e espontâneas da vivên-
cia evangélica a única, aliás, que na realidade, con- Do livro Falando ao Coração – Item 59 – pág. 80
O espírita acima
Há 30 anos...
do Espiritismo?
N
aquela manhã, em um dos nossos en- Tudo o que dissemos foi muito bem aclarado
contros rotineiros das sete horas, enta- pelo nosso Cmt. Armond, naquela mesma tarde,
bulamos interessante conversação com quando expúnhamos as nossas inquietações dian-
o companheiro Flávio em torno do ca- te do complexo problema.
risma, esse halo misterioso de graça divina, que -“De um lado – disse-nos – estão os construto-
sutilmente se instala, envolvendo servidores de res do carisma, e a ação deletéria dos elogios e das
Jesus. lisonjas. Do outro, a aceitação do trabalhador, por
Em sua etiologia temos o público observador invigilância. São os dois componentes necessários
que, não compreendendo o trabalho consciente para esse processo de declínio espiritual com gra-
de humilde obreiro, vêem-no como grande missio- ves comprometimentos.”
nário possuidor de dons celestiais, esquecendo-se E concluiu: - “Basta não o aceitemos e nos
de enxergar, no companheiro, a alma em evolução coloquemos em nosso lugar como obreiros endivi-
que a duras penas cumpre rigoroso programa para dados em busca da redenção, e estaremos, assim,
seu erguimento espiritual, resgatando pesadas dí- livres desse fantasma que tem o desastroso poder
vidas no bem que faz ao próximo. de colocar o espírita acima do Espiritismo.”
Concluímos que, havendo invigilância, todos
Jacques Conchon
estamos sujeitos a esse despertamento da vaidade
O Trevo – Junho de 1983 -
e do orgulho.
FDJ
Espiritual Paulo Avelino
S
ão surpreendentes os potenciais de expansão da - Você já conhece excelente instrumento para sentir-
consciência que a experiência mediúnica nos re- se e organizar-se intimamente.
vela a cada dia no serviço espiritual. O transe me- Lembrei-me da minha Caderneta Pessoal e desejei
diúnico durou poucos minutos, mas mostraram-se tê-la novamente comigo e, qual não foi minha surpresa,
saturados de imagens, emoções, sentimentos e percepções quando no outro dia me trouxeram a velha caderneta da
espirituais diversas. Tudo junto como se numa explosão de EAE.
informações que depois tínhamos que juntar e traduzir. A primeira coisa que me surpreendi, tendo-a comigo
Encontramo-la sentada em um banco de mármore novamente, foi que ao me por a ler, de fato, as palavras
branco trajando uma jardineira xadrez de tons azuis e cre- ali escritas eram como chaves energéticas a me religar aos
me. Ainda que tranquila, sentíamos na sua postura ereta fatos, ideias, desejos e emoções que se passaram comigo
a ansiedade pelo encontro. Para nós que já a havíamos no momento em que as escrevi. Isso foi um fator marcan-
conhecido madura na vida física, ela estava muito mais te para eu rapidamente reencontrar meu caminho de har-
jovem e renovada. No rosto, meigo sorriso e, no geral, monia mais profunda e meus anseios espirituais. Dizem
uma comovente sensação de paz e leveza no ser. Para nós, os mentores amigos que o investimento que fiz na Terra,
um pouco parecido com seu estado emocional nos seus usando minha Caderneta Pessoal, fez com que eu pudesse
últimos dias, quan- ganhar muitos anos,
do a doença voraz
consumia-lhe a vita- Dizem os mentores amigos que o mesmo décadas, de
auto-encontro aqui
lidade. Estava muito
diferente da pessoa investimento que fiz na Terra, usando no mundo espiritu-
al, quando compa-
inquieta, impulsiva e
geniosa dos primei- minha Caderneta Pessoal, fez com rado com outros que
não dispõem deste
ros dias de aluna na
Escola de Aprendizes que eu pudesse ganhar muitos anos, recurso.
Feito um balan-
do Evangelho.
Trazia nas mãos, mesmo décadas, de auto-encontro ço mais profundo
de minha última
juntos, dois peque-
nos cadernos. Um aqui no mundo espiritual romagem na Terra,
sentí-me motivada
mais escuro e outro pelas pequenas, mas
de delicada capa flo- sólidas conquistas
rida em tons laranja e amarelo com bordas em bege. que fiz em mim mesma. Comecei então estas novas ano-
Fitando-nos com carinho e consciente da exiguidade tações”, - mostrou o caderno de capa florida. “Agora, de
de tempo disponível nos comunicou: forma mais descontraída, constante e segura eu invisto
“- Aqui venho trazer meu testemunho de Aprendiz na minha nova Caderneta Pessoal consciente de seu con-
do Evangelho no uso da Caderneta Pessoal, após a vida tundente valor. Invisto, pois bem sei que para os enormes
física. Veja que tenho comigo uma cópia da caderneta desafios do futuro e recordações do passado necessito es-
pessoal da Terra. Foi um presente dos amigos da FDJ tar, no agora, ciente de mim e fazer, com Deus e Jesus no
(Fraternidade dos Discípulos de Jesus) deste novo plano coração, as melhores escolhas a cada passo, melhores para
de vida. todos os envolvidos na minha vida.”
Quando despertei junto a eles, após meu desencarne, O transe mediúnico se esvanecia, sugando-nos de vol-
já trazia muitas reflexões de vida que a doença fatal de ta ao campo mental físico. Ainda pudemos registrar um
longa duração me convidou a fazer. Trazia, então, a ne- beijo que ela lançava com a mão, endereçado aos filhos
cessidade de colocá-las em ordem junto a outras que o amados e ao esposo-amigo que ainda estão aqui.
processo de desencarne provoca em nosso mundo intimo.
Paulo é diretor da FDJ
Foi então que os amigos diletos me disseram:
As regras na
FDJ DE
ESCOLA
Escola Iniciática - II
GEESE
“Disse-lhe Pilatos: ‘Não ouves quantas coisas dizem contra ti?’ Jesus, po-
rém, não respondia a nada, de sorte que o governador se admirou muito.”
Mateus, 27:13-14
Regra do Silêncio Cada regra tem múltiplos objetivos, capará. As regras são difíceis de man-
Uma das regras aplicadas aos mem- mas nada podemos esperar exclusiva- ter porque, ao nos lembrarmos delas
bros novos dos grupos é que não de- mente delas. São apenas uma parte da ao obedecê-las, acumulamos energia
vem falar do que ouviram na Escola, Escola, uma ajuda. consciente. Essa é a principal razão da
às pessoas estranhas a ela. Só perce- O conhecimento adquirido, até co- existência das regras.
bemos a importância dessa regra (tirar meçarmos a trabalhar pela Escola (ter- É muito difícil guardar silêncio so-
vírgula) quando essa forma de falar se ceira linha), ainda não pode ser utiliza- bre as coisas que nos interessam. Gos-
volta contra nós. Ela nos ajuda a não do para ajudar outras pessoas porque, taríamos de falar a todos aqueles a
mentir – No sentido de falar coisas de se tentarmos fazer alguma coisa com quem temos o hábito de confiar nossos
que não conhecemos. Se após receber a pouca quantidade de conhecimento pensamentos. Este é o desejo mais au-
os primeiros ensinamentos, começar- que temos, o deturparemos. É necessá- tomático e o silêncio é a mais difícil
mos a falar sobre o que ouvimos e a rio ter mais, pois só então poderemos forma de jejum. Se compreendermos
exprimir opiniões, passamos a mentir. julgar se podemos utilizá-lo ou não. ou seguirmos esta regra, será um exer-
Somos impacientes, não nos damos o Tudo no sistema das Escolas deve cício de lembrança de si e de desen-
tempo suficiente, chegamos a conclu- ser explicado plenamente ou deixado volvimento da vontade. Só um homem
sões cedo demais. absolutamente intocado e, para expli- capaz de guardar silêncio, quando ne-
É um princípio da Escola não trans- car uma coisa, temos que explicar ou- cessário, pode ser seu próprio amo.
mitir ideias, mas preservá-las e só co- tra. Essa é a dificuldade. Para nós, mui- Para muitos, notadamente os habitu-
municá- las dentro de condições que tas coisas são fatos ou, deveriam sê-lo. ados a se considerarem sérios e sensatos
as protejam da deturpação, evitando Se as dissermos às pessoas que nun- ou silenciosos, com o gosto da solidão
que elas se deteriorem. A regra do si- ca passaram demoradamente por esse e da reflexão, é muito difícil reconhecer
lêncio é um teste, um exercício de von- estudo, será algo como fé cega. Elas que a tagarelice é uma de suas caracte-
tade, memória e compreensão. acreditarão ou não, e como essas coisas rísticas. Eis a importância do silêncio. Se
A Escola possui certas condições. normalmente, contrariam as ideias cor- um homem se lembra dele e toma a si
Uma delas é que não devemos falar dos rentes, será mais fácil não acreditar. Por a tarefa de observar-se, descobrirá lados
ensinamentos da Escola para pessoas que iríamos então criar mais descren- de si que nunca notara antes.
que não a freqüentam, e devemos nos tes? É impossível transmitir essas ideias
de forma clara às pessoas que não as Regra do Trabalho
lembrar disso. Devemos ter discrição.
Isso ajuda enormemente a lembrar de estudaram. Presume-se que os membros do gru-
É difícil discutir algo sem que isso po devam trabalhar. Ao contentarem-se
si, por ir contra o hábito de falar.
esteja impregnado daquilo que ouvimos em frequentar o grupo e não trabalhar,
Em uma Escola, nada se faz sem
na Escola. Porém, enquanto não se tor- mas apenas imaginar que trabalham,
razão. A regra do silêncio é necessária
nar fácil, nada podemos fazer; tudo se ou se considerarem a Escola a simples
pelo fato de que a conversa introduzi-
transformará e continuará sendo con- presença, ou se vierem às reuniões para
ria um fator novo, com resultado im-
versa. Somente quando pudermos nos passar o tempo, considerando o grupo
previsível. Se soubéssemos o que fazer um local de encontros agradáveis, en-
sem regras, estas seriam desnecessárias. manter em silêncio, conservando algo
tão sua “presença” se tornará comple-
É também uma espécie de educação para nós mesmos, acumularemos mais
tamente inútil. Quanto mais depressa
porque, ao obedecer às regras, criamos conhecimento. Se furamos uma bola, o
forem afastados, ou partirem por sua
algo em nós. Não haveria suficiente seu conteúdo escapa. Se fizermos um
própria conta, melhor será para eles e
atrito sem regras. furo em nós mesmos, tudo também es- para os outros.
ESCOLA DE
FDJ
Pessoal e Esforço
Marcelo Ricardo Lemes Rebocho
“A
ambição universal dos homens é viver co- vença os instintos egoístas, ou seja, os defeitos que ainda
lhendo o que nunca plantaram”. Esta frase estejam enraizados dentro de si.
é atribuída ao economista e filósofo es- Ao contrário do que possa parecer, somos, no presen-
cocês Adam Smith. Ela sintetiza o que vai te momento, seres privilegiados já que dispomos de um
dentro de todos nós, poupando um tempo valioso, para professor chamado Jesus, seguido por um racional e des-
quem a assimila e aceita, na autoconstatação de uma rea- temido auxiliar chamado Espiritismo, além é claro desta
lidade provinda do âmago de nossos desejos mais básicos. valiosíssima e um pouco mais lúcida encarnação a nos
O esforço, portanto, é necessário, mas poucas vezes proporcionar um recomeço mais firme no esforço da refor-
desejado (salvo por aqueles que já se conscientizaram de ma íntima. Assim, não deixemos para outra encarnação o
sua imprescindibilidade) e isso fica bem que podemos e devemos fazer agora.
evidenciado em qualquer mensagem es-
piritual séria, que sempre realça a neces- O verdadeiro Neste sentido, para encerrar, vale a pena
lembrarmo-nos da conversa contida no livro
Reencarnação no Mundo Espiritual, cap. 10,
sidade de perseverança.
Como a Caderneta Pessoal não é fim homem de pag. 107, psicografado pelo médium Carlos
ou objetivo, mas, sim, o meio pelo qual
a pessoa se condiciona a perseverar no bem é aquele A. Baccelli, ocorrida entre os espíritos Dr. Iná-
cio Ferreira, autor espiritual do livro e um dos
“conhece-te a ti mesmo”, implica em es-
forço não só nas anotações periódicas, que estuda as responsáveis pelo Hospital Esperança existente
na erraticidade, e Rosendo, este paciente do
mas também e principalmente no es-
forço de desnudar-se com a frequência suas próprias hospital e mais um dos diversos espíritas de-
sencarnados e desiludidos consigo mesmos ao
necessária diante do tribunal da própria
consciência. Graças a isso, a utilização imperfeições, se depararem com a realidade de falta de luz
interior, embora muitos com extensa ficha de
não apenas mecânica e forçada, mas sim
espontânea e mais focada na vivência e trabalha trabalhos meritórios dentro da doutrina:
“- Bendita seja a Reencarnação! - excla-
das propostas de mudança ali registra-
das, leva o aprendiz a uma plena sintonia sem cessar em mou. - Mas devo, antes, me preparar um pou-
co mais... Se optasse por imediato regresso ao
com uma das qualidades de “O Homem
de Bem” (O Evangelho Segundo o Espi- combatê-las corpo, correria o risco de reincidir, o senhor
não acha?
ritismo – cap. XVII) que, dentre outros - Acho! [...] Você está certo: fortaleça-se
ensinamentos, nos alerta que: “O verdadeiro homem de primeiro! Trabalhe, estude e, sobretudo, medite, quanto
bem é aquele que estuda as suas próprias imperfeições, e puder, nos insucessos e frustrações em sua derradeira ro-
trabalha sem cessar em combatê-las. Todos os seus esfor- magem no corpo. Efetue, você mesmo, um balanço do que
ços tendem a permitir-lhe dizer, amanhã, que traz em si fez e do que deixou de fazer. Há uma técnica que, talvez,
alguma coisa de melhor do que na véspera”. possa lhe ser útil – ela tem sido utilizada por muitos de
Oh, mas como é difícil estudar imperfeições e traba- nós: escreva, nas páginas de um caderno, uma espécie de
lhar sem cessar em combatê-las! Estudar imperfeições é diário de auto-análise, procurando transferir para o papel,
reconhecer equívocos na forma de conduzir nossa vida; com toda a honestidade, os seus pensamentos a respeito
e combatê-las sem cessar é praticamente nadar contra a de si... Chega, não é? De avaliar a vida alheia. Já fizemos
correnteza dos impulsos a que estamos acostumados. doutorado em julgar os outros!”
Um exemplo de esforço não só de, digamos, anotação Assim, esforcemo-nos para fazer a caderneta desde já e
(no caso, em uma carta), mas também de reforma íntima, com honestidade, como diz o Dr. Inácio, para que, quando
são as sinceras palavras de Paulo, na Epístola aos Roma- do outro lado, não nos surpreendamos por estarmos mui-
nos, 7:14-20. Ali, quando diz que a lei que está em seus to atrasados na tarefa essencial das nossas vidas: a nossa
membros luta contra a lei da sua razão, Paulo deixa bem evolução espiritual.
claro o esforço que o ser humano terá que empreender
Marcelo é da Regional SP-Norte
para que a razão, embasada nos exemplos de Jesus Cristo,
O TREVO • JaneirO 2011 • 7
CAPA
Caderneta
ESCOLA
A
renovação íntima é processo contínuo que se amizade e amorosidade com a Caderneta.
inicia na Escola de Aprendizes do Evangelho 3. Entender que a vida é regida por sentimentos
(EAE), e deve permanecer constante em nossa e o modo pelo qual a Caderneta ajuda a identificar os
vida. Não existem transformações repentinas. sentimentos. Há diferença entre sentimento e compor-
Para mudar comportamentos, nos forçamos a enca- tamento e há relação entre eles.
rar dores e sentimentos. A EAE ensina o controle de si
4. Esclarecer-se sobre o lado “Sombra” e o lado “Luz”
mesmo, o esforço na renovação interior, o treinamento
em nossa personalidade e que Reforma Íntima é fazer
progressivo da vontade, começando pelo combate aos
brilhar a “parte luz” e aceitar sua “parte sombra”. Ajudar
vícios mais comuns para alcançar depois a transforma-
a interiorização com oração em muita sintonia com o
ção dos defeitos morais, o cultivo das virtudes, o exercí-
Anjo da Guarda e com o Plano Espiritual.
cio do amor ao próximo e da caridade desinteressada.
Ney Prieto, no Manual Prático do Espírita, diz que 5. Compreender que a Caderneta é um instrumento
“precisamos trazer aos níveis do nosso consciente as de apoio à “vigilância constante” e que anotar na Ca-
manifestações características da nossa natureza animal: derneta nos amplia a capacidade de vigilância, e que a
os vícios e os defeitos que denotam a predominância vigilância nos mantém no foco da evolução.
corpórea, material, sobre a espiritual, para que possamos 6. Trazer a si um melhor entendimento do “Reco-
cumprir a meta de elevarmo-nos. Depois que temos co- nhecer e Aceitar”. Vigiar para não cair no “perfeccionis-
nhecimento das virtudes que nos libertam, pelo seu cul- mo” e/ou no “derrotismo”.
tivo, das futilidades humanas, e nos predispõem a exer- 7. Identificar os pontos de dificuldades no uso da
cer o amor ao próximo, desenvolvemos nossa natureza Caderneta no curto, médio e longo prazos; valorizar os
espiritual. Há a necessidade imperiosa de nos tornarmos resultados objetivos: o que eu já melhorei.
úteis em todos os sentidos, levando nossa contribuição 8. Sempre lembrar que as anotações devem tanto ser
ao próximo, cultivando o verdadeiro espírito de caridade de sentimentos “positivos” bem como dos “negativos”.
desinteressada.” Motivar-se ao uso da caderneta com ênfase no auto-
Nossa acomodação dentro deste processo deve ser amor para que o autoconhecimento não resvale para
gradual, mas exercida de forma constante e firme. Pela não aceitação ou culpa. Valorizar seus pontos positivos
excelência dos resultados, o uso da Caderneta Pessoal para usá-los no aperfeiçoamento dos demais, anotando
deve ser mantido ao longo de nossa vida. uma lista de virtudes.
No último Encontro de Dirigentes surgiram várias di-
9. Aprender a colocar-se no lugar do outro; ser “exi-
cas para atingirmos este fim, que reproduzimos abaixo:
gente” consigo mesmo, mas com amor.
1. Reafirmar a si mesmo o valor do instrumento
10. Estudar, pertencer a grupos de estudo sobre sen-
também como fortalecedor do crescimento espiritual,
timentos, usando livros de reforma íntima como base.
mantenedor do compromisso de renovação, registro de
conquistas e caídas, estímulo ao crescimento. 11. Buscar o trabalho espiritual e o intercâmbio me-
diúnico como oportunidades de auto-conhecimento e
2. Motivar-se a escrever mais, ter a Caderneta como
fraternização.
“Amiga Diária”, com liberdade de expressar-se da forma
Um sábio da antiguidade nos disse: CONHECE-TE A
como melhor ajude ao processo de reforma. Expressar
TI MESMO!
seus “sentimentos” em relação à caderneta. Verificar a
FDJ
à ferramenta
Companheiro da Regional São Paulo Centro, Ricardo Sasso apresentou
a caderneta desde o Curso Básico
Lembrando o
profeta de Tisbet
Marlene Nogueira
O
rei Acasias mandou que um que ainda reside em nós mesmos, com
oficial fosse com cinquenta o uso sistematizado dos instrumentos
soldados prender o profeta oferecidos pela EAE, e pelas palavras de
Elias. O oficial o encontrou Jesus em Mateus 10-20, “Porque não
sentado no alto de um morro e disse: sois vós quem falarão, mas o Espírito
“Homem de Deus, o rei mandou você de vosso Pai que habita em vós”.
descer daí”. Ele respondeu: “Se eu sou E assim teremos compreensão da
um homem de Deus, que venha fogo nossa missão mediúnica, colocando à
do céu e mate você e seus soldados”. disposição dos espíritos superiores os
PRÉ -MOCIDADE
Corações Carla Betta
E
m nosso II Encontro de Dirigentes de Pré-Moci- independente da realidade em que esteja inserido e dos
dade (Piracicaba, 2010) discutimos “O Papel dos atos ou atitudes praticadas até então. Quem somos nós
dirigentes de Pré-Mocidade” enquanto motiva- para julgar quem se transformará ou não? Lembremo-nos
dor e catalisador do encontro entre os corações que Santo Agostinho e Francisco de Assis foram jovens de
dos jovens da Pré-Mocidade: consigo próprio, com o ou- equivocados comportamentos em suas respectivas juven-
tro, com a sociedade. tudes, ANTES de se decidirem pela reforma íntima, pela
Durante o evento, encontramos nossos próprios cora- mudança de seus valores, até que a luz de Cristo-Jesus
ções e os de nossos companheiros de ideal e de trabalho resplandecesse em seus corações.
na seara do Mestre. Confraternizamos. Crescemos. Na história acima referida, um dos personagens - ao
Ouvimos uma história que consta do livro (págs. 150 a se arrepender sinceramente- busca a redenção no isola-
167): Remotos Cânticos de Belém, do autor Wallace Leal mento. Uma solução que nos incomoda, mas, segundo o
V. Rodrigues. livro Mananciais no Deserto, do autor Lettie Cowman, no
Refletimos que, ao caminharmos rumo ao nosso de- capítulo “22 de janeiro”, é preciso lembrar que a pausa
senvolvimento espiritual, nossos corações encontram Je- faz parte da música e enriquece a melodia :
sus e, com isso, o amor e a alegria de servir. Concluímos “Na melodia da nossa vida, a música é interrompida
que seguir o exemplo do personagem “abade Hans” é im- aqui e ali por “pausas”, e nós, sem refletir, pensamos que
prescindível: a melodia terminou (...) Mas, como é que o maestro lê a
• Relegar a segundo plano os prazeres da vida mate- pausa? Ele continua a marcar o compasso com a mesma
rial em função de um BEM MAIOR, para que o nosso gé- precisão e toma a nota seguinte com firmeza, como se
lido coração se transforme em luz e cor, flores e harmonia, não tivesse havido interrupção alguma (...) Deus segue
paz e felicidade. um plano ao escrever a música de nossas vidas. A nossa
• Perseverar em nossa estrada, transpondo os obstá- parte deve ser aprender a melodia, e não desmaiar nas
culos do caminho, as adversidades da vida, pois o que pausas.”
nos espera é a exuberância do milagre do nascimento de Portanto, nosso papel também pode ser, em alguns
Jesus em nossos corações, que aquece a nossa alma e a momentos, nos recolhermos para melhor avaliarmos o
nossa existência. nosso trabalho de servidores do Cristo, repensando-nos,
• O nosso esforço para, por meio do nosso exemplo possibilitando que a evolução se esboce, se desenhe e se
de fé e perseverança, tocar os corações endurecidos pela materialize em nós.
vida e pela ignorância, para que também descubram as Do mesmo modo, nossos jovens podem por vezes pa-
alegrias legítimas do Caminho do BEM, da VERDADE e recer estagnados, mas –como jardineiros de JESUS - plan-
da VIDA. temos as sementes da autoconfiança, do amor próprio,
• Ter FÉ no homem e na sua possibilidade de trans- dos ensinamentos de AMOR do meigo rabi da Galileia,
formação. Acreditar na centelha divina existente em cada que essas sementes florescerão.
um de nós. Nós podemos ser a faísca que acende esse E, como na história, nos regozijaremos, pois brotarão
fogo divino naquele que precisa, e recebe um voto de rosas de Natal inusitadas, ainda que nos invernos da vida,
confiança para que caminhe rumo ao bem. nos corações dos dirigentes e dos jovens da Pré-Mocida-
• Compartilhar resultados e problemas, não se po- de, das formas mais surpreendentes.
sicionar sozinho: consultando nossos companheiros, as Em nosso trabalho, é importante que tenhamos a
coordenações e a diretoria do trabalho de Pré-Mocidade perspectiva e a crença no esplendoroso Jardim que a luz
e da Aliança. de Cristo fará em nós, e em todas as criaturas que consi-
• Amar incondicionalmente a todos (parece fácil...) e gamos emocionar com a nossa fé.
visar o bem comum de todos indiscriminadamente.
Carla é coordenadora regional da Pré-Mocidade de
• Acreditar no poder autotransformador do jovem,
Piracicaba.