Vous êtes sur la page 1sur 3

16.

Para Ricardo, o impasse dos preços das mercadorias resolver-se-ia quando aplicado
sua Teoria do Valor-Trabalho. Na perspectiva do autor, a utilidade da mercadoria não
conceberia valor à mesma - apesar da obrigatoriedade desta possuir utilidade para obter
condições para entrar no mercado - desse modo, expõe: “Possuindo utilidade, as mercadorias
recebem seu valor de troca de duas fontes: de sua escassez e da quantidade de trabalho
necessária para sua obtenção”. (RICARDO. Principles, p. 5.)
Ocupando-se das mercadorias livremente reproduzidas/ em massa, o autor considera
a quantidade de trabalho como principal medida de valor, assim como Adam Smith:
“Se, numa nação de caçadores, por exemplo, o trabalho de matar um castor,
habitualmente, custar o dobro do trabalho de matar um veado, um castor deverá,
naturalmente, ser trocado por dois veados. É natural que o produto habitual de dois dias ou de
duas horas de trabalho valha o dobro do produto habitual de um dia ou de uma hora de
trabalho.” (Ibid., p.6-7.).

Desse modo, a máxima que fundamenta a Teoria do Valor-Trabalho em Ricardo pode


ser assim definida:
“Se a quantidade de trabalho incorporada às mercadorias estabelecer seu valor de troca, todo
aumento da quantidade de trabalho terá de aumentar o valor da mercadoria em que ele for
empregado, e toda diminuição terá de baixar esse valor”. (Ibid., p. 7).

Mediante, então, a determinação dos preços: natural e de mercado, Ricardo se valia


das mesmas considerações de Smith. Sendo assim, o preço de mercado se daria pela lei da
oferta e demando, sempre gravitando em torno de um preço natural, o qual, entretanto, em
Ricardo, dar-se-ia da análise dos custos de produção, que poderiam se dividir entre salários e
lucro, visto que a renda da terra não era parte componente dos custos, mas um resíduo
determinado pelos preços.
O problema da teoria do valor-trabalho era mostrar como os preços naturais, cada um
sendo a soma dos custos dos salários e dos custos dos lucros, eram determinados pelo
trabalho incorporado à produção das mercadorias.

Excerto explicativo da teoria do valor-trabalho:


“No cálculo do valor de troca de meias, por exemplo, verificaremos que seu valor, em
relação ao valor de outras coisas, depende da quantidade total de trabalho necessário para
fabricá-las e trazê-las para o mercado. Primeiro, existe o trabalho necessário para cultivar a
terra em que se plantará o algodão; segundo, o trabalho de levar o algodão para o país onde
as meias serão fabricadas, que inclui parte do trabalho com a construção do navio em que será
transportado, cobrado no frete das mercadorias; terceiro, o trabalho do fiandeiro e do tecelão;
quarto, uma parcela do trabalho do engenheiro, do ferreiro e do carpinteiro que construíram os
edifícios e produziram as máquinas que ajudam a produzir as meias. O trabalho do
comerciante varejista e de muitos outros, que não é preciso particularizar. A soma agregada
destes vários tipos de trabalho determina a quantidade de outras coisas pelas quais estas
meias serão trocadas, e as várias quantidades de trabalho empregadas nestas outras coisas
determinarão, da mesma forma, a quantidade dessas coisas que terá que ser dada em troca
das meias.” (Ibid., p. 14-15.)

17. Na definição de Ricardo a renda da terra é: “a parte do produto da terra que é paga ao
seu proprietário pelo uso dos poderes originais e indestrutíveis do solo.” (Ricardo, Principles, p.
33).
A quantidade limitada de terras e a qualidade das mesmas atuam como fatores
ferradores da renda na medida em que:
1) O excedente de produção líquida que aparece quando uma terra de menor qualidade é
cultivada em comparação a outra de maior qualidade;
2) A necessidade da utilização da terra de menor qualidade para atender a demanda de
alimento expressa pelo crescente aumento populacional.

“É apenas… porque a terra não é ilimitada em sua quantidade nem uniforme em sua qualidade
e porque, com o aumento da população, é preciso usar terra de qualidade inferior, que se paga
renda (aluguel) pelo seu uso. Quando, com o progresso da sociedade, se cultivam terras do
segundo grau de fertilidade, a terra de primeira qualidade começa imediatamente a dar renda,
e o volume dessa renda dependerá da diferença de qualidade das duas terras.” (Ibid., p 35-36).

18. A lei dos rendimentos decrescentes garante a concorrência entre os fazendeiros


capitalistas, fazendo com que a renda se comporte de modo crescente em função do cultivo
das terras de menor qualidade. Isso ocorre até a taxa de lucro dos fazendeiros se igualarem.

Sobre a lei dos rendimentos decrescentes:


“À medida que mais terras forem cultivadas, a quantidade de terra que chamamos de lote se
torna arbitrária. Portanto, como estamos supondo que a terra vá ficando cada vez menos fértil,
podemos subdividi-la em lotes cada vez menores, cada um dos quais apresentando um produto
líquido menor do que o do lote anterior.” (E. K. Hunt. p. 146).

Sua aplicação no controle da taxa de rende da terra:


“Suponhamos que o fazendeiro da terra no 1, no exemplo de Ricardo, pagasse somente 15
quartos de renda após a terra no 3 ter começado a ser cultivada. N esse caso, ele estaria tendo
85 quartos de lucro (100 quartos de produto líquido menos 15 quartos de renda paga) sobre o
mesmo capital com o qual os outros dois fazendeiros capitalistas estavam ganhando somente
80 quartos de lucro. O s outros dois fazendeiros capitalistas poderiam aumentar seus lucros
dispondo-se a pagar mais renda ao dono da terra no 1 – digamos, 18 quartos – para poderem
cultivar sua terra. Contudo, enquanto a renda da terra no 1 estivesse abaixo de 20 quartos, os
capitalistas continuariam tendo um incentivo para fazer subir a renda da terra. Só quando a
renda atingisse 20 quartos é que eles não teriam mais esse incentivo. N esse ponto, a taxa de
lucro seria igual para todos os fazendeiros capitalistas. Ricardo acreditava que, em geral, a
concorrência tenderia a igualar a taxa de lucro de todos os capitalistas.” (E. K. Hunt. p. 145).

19. Quando a economia começa a produzir em terras menos férteis a renda da terra mais
fértil aumenta. Isso acontece pelo fato de o valor ser regulado pela quantidade de trabalho
necessária à produção da pior terra utilizada para gerar a oferta suficiente para a demanda
efetiva – a terra marginal que não aufere renda. Portanto, quanto menos fértil é o lote de terra
cultivado maior o custo de produção e seu preço de mercado, entretanto, o arrendatário da
terra de melhor qualidade, a qual possui menor custo de produção, ainda assim, vende seu
produto no mercado pelo mesmo preço daqueles que produzem em condições menos
favoráveis. O produto líquido criado de acordo com esse processo infere sobre a renda da
terra positivamente. Nesse contexto, o mesmo acontece com a renda total, pois, devido à
concorrência e a especulação gerada pela mesma entre os fazendeiros capitalistas para
usufruir da terra mais fértil, a renda da terra tende a aumentar até que as taxas de lucro dos
capitalistas se igualem, tanto na melhor quanto na pior terra. – desenhar a figura 5.2
Um excerto que faz alusão sobre essa tendência na relação de produção está contido
em o Ensaio sobre Lucros, de Ricardo:
“... se o desenvolvimento dos países, ao gerar riqueza e população, pudesse acrescentar novas
porções de terra fértil cada vez que aumentasse o capital, os lucros jamais decresceriam nem
aumentariam as rendas fundiárias.”
20. A renda da terra é um excedente sobre os salários e o lucro. Ricardo rejeita a noção de
Smith de que a terra é um fator de produção mais vantajoso, porque proporciona uma renda
(além do lucro e do salário) - observa que a terra só proporciona renda quando não é
abundante e fértil - cita Buchanan: “a ideia de que a agricultura gera um produto e, em
consequência uma renda, porque a natureza colabora a com a atividade humana no processo
de cultivo, é uma simples fantasia. A renda não deriva da produção, mas do preço ao qual se
vende o produto; e esse preço é alcançado não porque a natureza ajuda a produzir, mas
porque é o preço que ajusta o consumo à oferta”.

21. Tendo em vista que o preço do produto da última terra determina o preço de mercado
de certo produto em geral, pode-se inferir que o mesmo raciocínio aplica-se as taxas de lucro.
Mediante aos custos de produção, o preço mais barato advém do cultivo das terras mais
férteis. Entretanto, o preço de mercado sempre será aquele vinculado aos custos de produção
das terras menos férteis, e, portanto, será mais caro se comparado àqueles das terras férteis,
obtendo, dessa maneira, uma margem de lucro de um produto para outro. Diante disso, tem-
se que a taxa de lucro da última terra determina a taxa de lucro de toda a economia.
Obs.: Para o autor, essa tal “margem de lucro”, citada acima, tenderia a transformar-se sempre
em renda da terra. Logo, em última instância, a totalidade do produto líquido equivaler-se-ia a
renda da terra.

“Na primeira colonização de um país rico em terras férteis, que possam ser ocupadas
por qualquer indivíduo que deseje ocupá-las, o produto total, depois de deduzidos os gastos
correspondentes ao cultivo, será o lucro do capital e pertencerá ao proprietário do capital, sem
qualquer dedução para a renda fundiária. (...). Assim, ao passar a cultivar terras de pior
qualidade (ou situadas mais desfavoravelmente), a renda subiria na terra previamente
cultivada, e precisamente na mesma extensão declinariam os lucros.” (Ricardo, “Ensaio sobre
Lucros”).

Vous aimerez peut-être aussi