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1. O SURGIMENTO DA ONTOLOGIA: PARMÉNIDES DE ELÉIA; PLATÃO E O


MUNDO DAS ESSÊNCIAS ...................................................................................................... 3

1.1. Parménides De Eléia ........................................................................................................ 3

1.2. Platão E O Mundo Das Essências .................................................................................... 4

2. DIFERENÇAS ENTRE PARMÉNIDES E PLATÃO ........................................................... 5

2.1. Polémicas Contra Heráclito ............................................................................................. 7

3. CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 8

4. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................... 9
INTRODUÇÃO

O presente trabalho debruça-se em torno da metafísica I ou Ontologia e tem como tema o


surgimento da ontologia: Parménides de Eléia e Platão e o mundo das essências. Assim sendo,
com este tema, o grupo tem por pretensão fazer uma descrição crítica do pensamento
metafísico de Parménides e de Platão.

Este trabalho enquadra-se à tipologia qualitativa, pois com uma metodologia baseada na
revisão bibliográfica, procuramos compreender até que ponto tal abordagem contribuiu para o
nascimento e cientificidade da metafísica.

Como estrutura, a pesquisa comporta a seguinte: em primeiro lugar temos a introdução, onde
damos ao leitor a conhecer a estrutura, objectivos e familiarizar-se com a linguagem
empregada e modo de abordagem para a consecução dos nossos objectivos; em segundo
lugar, damos inicio ao desenvolvimento do tema destacando no paragrafo numero I um breve
percurso histórico da vida de Parménides de Eléia, a sua vida científica e os seus aportes para
o surgimento da metafísica; dando continuidade, temos os destaques filosóficos e conceituais
assim como polémicos de Platão e Parménides, onde a teoria do mundo das essências aparece
como resultado ou resposta mediática das dificuldades conceituais sobre a realidade e o ser-
ente-ontos; fazemos a seguir um cruzamento destas três ideias abordando sobre as suas
diferenças e no terceiro ponto concluímos o nosso trabalho, destacando a nossa espectativa e
resumindo em frases simples a teoria eixo do surgimento da Metafísica, finalmente
apresentamos a breve bibliografia do material usado para a realização deste trabalho.

Partimos do pressuposto de que a metafísica é cunho da filosofia, de tal modo que a sua
exclusão no campo filosófico constitui sufoco, suicídio e consequentemente morte da própria
filosofia. Ao longo dos tempos ou épocas da história da humanidade e sobretudo da ciência
filosófica, a metafísica, foi vista de diversas formas conforme o paradigma vigente de cada
época. Nisto, reside que actualmente fala-se da morte da mesma pois perdeu aquele sentido
crucial sob o qual todo o prisma da pesquisa às indagações do homem estava centrado.

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1. O SURGIMENTO DA ONTOLOGIA: PARMÉNIDES DE ELÉIA; PLATÃO E O
MUNDO DAS ESSÊNCIAS

1.1. Parménides De Eléia

Nasceu em Eléia, onde ensinou e fundou a escola eleática. Viveu na primeira metade do sec V
a.C. provavelmente teve como mestre Xenófanes. Foi filósofo e poeta de altíssimo engenho.
A sua principal obra é o poema “sobre a natureza”, dividida em duas partes: Da verdade e Da
opinião. Possivelmente foi da escola pitagórica, mas que teria abandonado para fundar a sua
própria escola.

A preocupação central do seu pensamento filosófico reside na distinção radical entre o ser e o
não-ser e pela afirmação da realidade exclusiva do ser, (MONDIM, 2005, p.31).

O Ser é, diz Parménides. Com isso, pretendeu dizer que o Ser é sempre idêntico a si mesmo,
imutável, eterno, imperecível, invisível aos nossos sentidos e visível apenas para o
pensamento. Foi Parménides o primeiro a dizer que a aparência sensível das coisas da
natureza não possui realidade, não existe real e verdadeiramente, não é.

Contrapôs, assim, o Ser (on) ao Não-Ser (me on), declarando: “o não-ser não é”, (ibidem).

A filosofia é chamada por Parménides de a Via da Verdade (Alêtheia), que nega realidade e
conhecimento à Via de Opinião (dóxa), pois esta se ocupa com as aparências, com o Não-ser.

A cosmologia buscava a explicação para o devir, isto é, para a mudança das coisas, para a
passagem de uma coisa a um outro modo de existir, contrário ao que possuía (o dia vira noite,
a saúde pode virar doença, o frio pode ir esquentando até tornar-se seu contrário, o quente, e
este por ir esfriando até tornar-se o seu contrario; o mesmo acontece com o húmido e com o
seco, com o grande que vai diminuindo até tornar-se pequeno e este, que vai aumentando até
tornar-se seu contrário.

Parménides tornou a cosmologia impossível ao afirmar que o pensamento verdadeiro exige a


identidade, a não-transformação e a não-contradição do Ser.

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Considerando a mudança de uma coisa em outra contrário o Não-Ser, Parménides também
afirmava que o Ser não muda porque não tem como nem por que mudar e não tem no que
mudar, pois se mudasse, deixaria de ser o Ser, tornando-se contrário a si mesmo, o Não-Ser.

Como consequência, mostrou que o pensamento verdadeiro não admite a multiplicidade ou


pluralidade de seres e que o Ser é uno e único.

Parménides afirmava qua há diferença entre pensar e perceber. Assim, para ele, percebemos a
natureza na multiplicidade e na mutabilidade das coisas que se transformam umas nas outras e
se tornam contrárias a si mesmas. Mas pensamos o Ser, isto é, a identidade, a unidade, a
imutabilidade e a eternidade daquilo que é em si mesma. Perceber é ver aparências. Pensar é
contemplar a realidade como idêntica a si mesma. Pensar é contemplar o tò on, o Ser.

Multiplicidade, mudança, nascimento e perecimento são aparências, ilusões dos sentidos. Ao


abandoná-las, a filosofia passou da cosmologia à ontologia. (ibidem).

1.2. Platão E O Mundo Das Essências

Nasceu em Atenas em 427. Foi filósofo e discípulo de Sócrates. Quanto às obras, Platão
escreveu muitas obras: Diálogos Socráticos (apologia de Sócrates); Diálogos da maturidade
(A República) e Diálogos da velhice (Teeteto: sobre o conhecimento; Parménides: defesa da
teoria das ideias;).

Antes de mais, salientamos que a maior força de trabalho de Platão foi dedicada à resolução
da dificuldade filosófica criada pela oposição dos pensamentos de Heráclito de Éfeso e o de
Parménides de Eléia e do fracasso dos primeiros filósofos da phisis, na pesquisa do arké de
todas as coisas.

Platão, movido pela problemática entre Parménides e Heráclito e pelo fracasso doa
naturalista, concebe dois mundos: sensível e supra-sensível. A primeira vista, Platão
considerou que Heráclito tinha razão ao referir ao mundo material e sensível, como mundo
das imagens e opiniões e portanto do devir. A matéria, diz Platão, é, por essência e por
natureza, algo imperfeito, que não consegue manter a identidade das coisas, mudando sem
cessar, passando de estado para outro, contrário ou oposto. O mundo material ou de nossa

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experiência sensível é mutável e contraditório e, por isso, dele só nos chegam aparências das
coisas e sobre ele só podemos ter opiniões contrárias e contraditórias. (Fédon, 404).

E por outro lado percebe a tese de Parménides, diz Platão, em consequência, Parménides está
certo ao exigir que a filosofia deva abandonar esse mundo sensível e ocupar-se com o mundo
verdadeiro, invisível aos sentidos e visível apenas ao puro pensamento. “Por isso, achei
necessário refugiar-me nos raciocínios (logoi) para eles considerar a veracidade das coisas
(…). Seja como for, encaminhei-me nessa direcção e, a cada vez, tomando por base o
raciocínio que me parece mais sólido, julgo verdadeiro o que com ele não concorda”, (Fédon,
404, p135).

O verdadeiro é o Ser, uno, imutável, idêntico a si mesmo, eterno, imperceptível, puramente


inteligível. Eis por que a ontologia platónica introduz uma divisão do mundo, afirmando a
existência de dois mundos inteiramente diferentes e separados: o mundo sensível, da
aparência, do devir dos contrários, e o mundo inteligível da identidade, da permanência, da
verdade, conhecido pelo intelecto puro, sem nenhuma interferência dos sentidos e das
opiniões. O primeiro é o mundo das coisas. O segundo, o mundo das ideias ou das essências
verdadeiras. O mundo das ideias ou das essências é o mundo do Ser; o mundo sensível das
coisas ou aparências é o mundo do Não Ser. O mundo sensível é uma sombra, uma cópia
deformada ou imperfeita do mundo inteligível das ideias ou essências.

2. DIFERENÇAS ENTRE PARMÉNIDES E PLATÃO

Notamos, aqui, uma diferença entre a ontologia de Parménides e a de Platão.

Para Parménides, o mundo sensível das aparências é o Não Ser em sentido forte, isto é, não
existe, não tem realidade nenhuma, é o nada.

Para Platão, porém, o Não Ser não é o puro nada. Ele é alguma coisa. Ele é o outro do ser, o
que é diferente do Ser, o que é inferior ao Ser, o que nos engana e nos ilude, a causa dos erros.
Em lugar de ser um puro nada, o Não Ser é um falso ser, uma sombra do Ser verdadeiro,
aquilo que Platão chama de pseudo-Ser. O Não Ser é o sensível.

Ainda nesta mesma linha de diferenças encontramos mais uma outra diferença importante
entre a ontologia de Parménides e a de Platão.

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Enquanto Parménides afirmava que o Ser, além de imutável, eterno e idêntico a si mesmo, era
único e uno. Ou seja, “Havia o Ser”.

Qual o problema dessa afirmação parmenidiana? Se, do lado o devir heraclitiano, havia uma
multiplicidade infinita de seres contrários uns aos outros e contrários a si mesmos,
multiplicidade contraditória que não poderia ser pensada nem dita, visto que o pensamento
exige a identidade do pensado, no entanto, do lado da identidade uma-única de Parménides,
que restava para a filosofia? Só lhe restava pensar e dizer três frases: “o ser é”. O “Não Ser
não é” e o “Ser é uno, idêntico, eterno e imutável”. Em suma, a filosofia (lógica) começa e
termina nessas três frases, nada mais podendo dizer ou pensar. Parménides paralisara a
filosofia. Se esta quisesse prosseguir como investigação da verdade e se tivesse mais objectos
a conhecer, era preciso quebrar a unidade-unicidade como parte da sua essência). Dessa
maneira, cada ideia, em si mesma, é como o Ser de Parménides: uma, idêntica a si mesma,
eterna e imutável – uma ideia é. Ao mesmo tempo, cada ideia difere de todas as outras pelo
conjunto de qualidades ou propriedades internas e necessárias pelas quais ela é uma essência
determinada, diferente das demais (a ideia de homem é diferente da ideia de cavalo, de
planeta, que é diferente da ideia de beleza, que é diferente da ideia de coragem etc.) Para
Platão, a tarefa da Filosofia é dupla:

1. Deve conhecer que as ideias existem, isto é, que ideias são;

2. Deve conhecer quais são as qualidades ou propriedades essenciais de uma ideia, isto é, o
que uma ideia é, sua essência.

As ideias ou formas inteligíveis (ou essências inteligíveis) diz Platão, são seres perfeitos e,
por sua perfeição, tornam-se modelos inteligíveis ou paradigmas inteligíveis perfeitos que as
coisas sensíveis materiais tentam imitar imperfeitamente. O sensível é, pois, uma imitação
imperfeita do inteligível: as coisas sensíveis são imagens das ideias, são Não Seres tentando
inutilmente imitar a perfeição dos seres Inteligíveis. Cabe à filosofia passar das cópias
imperfeitas aos modelos perfeitos, abandonando as imagens pelas essências, as opiniões pelas
ideias, as aparências pelas essências. O pensamento, empregando a dialéctica, deve passar da
instabilidade contraditória das coisas sensíveis identidade racional das coisas inteligíveis, à
identidade das ideias que são a realidade, o ser, o tò on.

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2.1. Polémicas Contra Heráclito

Segundo Heráclito, resulta que uma coisa é e não é ao mesmo tempo. E que, o ser consiste em
estar sendo, em fluir, em devir.

Parménides, encontra pois, que dentro da ideia do devir de Heráclito, existe uma contradição
lógica; ou seja: que o ser não é; que o que é, não é; posto que aquilo que é neste momento, já
não é neste momento, senão que passa a ser outra coisa. Qualquer ponto de vista que tomemos
sobre a realidade, nos põe perante uma contradição lógica; nos situa perante um ser que se
caracteriza pelo não ser. E diz Parménides, que isto é inconcebível; a filosofia de Heráclito é
absurda, é ininteligível, não há quem a entenda.

Porque, como pode ninguém entender que aquilo que é não seja, e o que não é, seja? Não
pode ser! Portanto, isto é impossível!

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3. CONCLUSÃO
Finalmente, recalcar que a ontologia: é a investigação do ser enquanto ser, geralmente, além
de qualquer outra coisa particular, é ou existe. Assim mesmo, também como outros poucos,
podemos dizer que, é o estudo dos seres na medida em que existem, e não na medida em que
os factos particulares se apresentam neles como características. Muito mais concretamente, a
ontologia determina quais categorias do ser são fundamentais, questionando se os objectos
que destacam nessas categorias podem ser qualificados como “seres”, e em que sentido.

Parménides provocou um fenómeno não desejado, o homem fragmentado.

A contradição que viu na filosofia de Heráclito era que tudo o que captamos com os nossos
sentidos não é lógico e não podemos compreendê-lo com a inteligência.

Parménides, inicialmente refutou a tal teoria do contínuo movimento ou mudança alterna, de


Heráclito; e sem hesitação descobre o princípio da identidade. A realidade não pode ser uma
coisa e logo outra, porque esta afirmação está em contra de toda a lógica, concluiu.

A ontologia assume uma certa postura, pois na filosofia, encontramos que as diferentes ideias
filosóficas que são formuladas, ou fazem referência a conceitos ontológicos ou metafísicos,
ou são tomados como simples reflexões.

Parménides foi o primeiro a falar da teoria da identidade e diz: em virtude desse principio de
identidade, de que o ser é, e não ser, não é, principio que ninguém pode negar sem se declarar
demente (maluco), podemos afirmar acerca do ser uma porção de coisas. Podemos afirmar, o
primeiro, que o ser é único. Não pode haver dois seres; não pode haver senão que um só ser.

Em resumo, o ser é UM,

O ser é eterno,

O ser é imutável,

O ser é finito.

Portanto, fazendo um paralelismo com a ciência moderna, concluímos que assim como Kant
surge como intermediário entre o empirismo e racionalismo, através do criticismo e
restauração do apriorismo, assim, também Platão surge como intermediário entre Heráclito
(mutabilidade do ser) e Parménides (imutabilidade do ser) através do mundo das essências,
provando que os ambos estavam rodeados de juízos verdadeiros.
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4. BIBLIOGRAFIA

(CHAUI, Marilena. (2005): Convite à Filosofia. Editora Ática, p. 180-181. As indagações


metafísicas: O que é metafísica ou ontologia?

CHAUÍ, Marilena (1995): Convite à filosofia. Ática.

HIRYNIEWICZ, S. (2001): Para filosofar hoje. Rio de Janeiro, Santelena.

LOGOS. (1978) Enciclopédia Luso Brasileira de Filosofia. 5a Ed, São Paulo.

MONDIM, Bapttista (2005): Curso de Filosofia. vol. I, Editora Paulus, 13ᵃ edição, São Paulo.

PLATÃO, (1988): Fédon. Vol I, Editora Minerva Coimbra 2004, 2ª edição, Coimbra.

REALE, G., ANTISERI, D. (1991): História da Filosofia. Editora Paulinas,Vol. 1, 2 e 3, São


Paulo.

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