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SINAIS DA PRESENÇA DO RESSUSCITADO

“Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem
o Senhor” (Jo 20,20).

As Aparições são a maneira mais convincente de transmitir a vivência daquilo que Jesus Cristo significou
para os(as) primeiros(as) seguidores(as), depois da desoladora experiência de Sua paixão e morte. O que a
primitiva comunidade quis transmitir foi a experiência de que Jesus Vive e, além disso, continua comuni-
cando-lhes aquela mesma Vida da qual tantas vezes Ele lhes havia falado.
E, ao tomarem consciência de que possuíam a verdadeira Vida, o medo da morte não lhes preocupava
mais. A Vida que o Cristo Ressuscitado lhes comunicou, permanece. Esta é a mensagem de Páscoa.
Com o conceito de Ressurreição quer-se expressar, então, a mensagem de que a morte de Jesus não foi o
final. Sua morte não foi a meta, senão que sua meta foi a Vida, uma Vida em Deus, a mesma Vida de
Deus, como nos diz João: “O Pai que vive me enviou e eu vivo pelo Pai”.
Jesus não volta à vida. Está já na vida. Por isso os relatos pascais insistem em que Jesus não é uma
recordação do passado, mas que está vivo e ativo entre os seus.

S. João usa o verbo “soprar sobre eles” para expressar a comunicação do dom da Vida, através do
Espírito do Ressuscitado. É o mesmo verbo que aparece em Gen. 2,7: com aquele sopro o ser humano de
barro se transformou em ser vivente. Agora Jesus lhes transmite o Espírito que dá verdadeira Vida. Trata-
se de uma nova criação do ser humano. Sem essa Vida que vai mais além da vida, nada daquilo que diz o
Evangelho teria sentido.
O Espírito recebido é o critério para discernir as atitudes e as ações que derivam dessa Vida.
Essa nova Vida é capacidade de amar como Jesus amou; é “passar pela vida fazendo o bem” (At.
10,38); é força que arranca de tudo aquilo que desumaniza e oprime; é impulso para “estar entre os seus
como aquele que serve” (Lc. 22,27).
Dando seu Espírito, Jesus quer que seu Projeto seja também realizado por todos os seus(suas) seguido-
res(as). Ele desvela no ser humano todas as suas possibilidades: transcender-se a si mesmo e ativar todas
as potencialidades de vida ainda latentes.

“Viver como ressuscitados” implica esvaziar-nos do “ego”, para deixar transparecer o que há de mais
divino em nosso interior. É preciso destravar portas e janelas de nossos estreitos lugares para que o novo
Sopro do Ressuscitado areje nossa interioridade, ainda envolvida na sombra e no medo.
Todos nós temos de passar e superar o mesmo processo vivido pelos discípulos e discípulas, se quisermos
entrar na dinâmica da experiência Pascal. A fé no Ressuscitado não significa nada se nós mesmos continu-
amos vivendo uma vida atrofiada e sem horizontes.
Quem se experimenta a si mesmo como “Vida” é já uma pessoa “ressuscitada”.
Nós vivemos já ressuscitados porque o Ressuscitado está em nosso meio, através do seu Espírito que dá a
Vida. A Vida definitiva já está alentando nossa vida.
A Ressurreição de Jesus nos convida e nos convoca a um sentido maior de nossa existência e uma maior
qualidade de vida em nossas relações. Há “sinais” de Ressurreição perpassando todas as experiências
humanas. Da mesma forma como há sinais de morte, também há inúmeros sinais de vida saltando por
todos os lados. Cabe a nós, portanto, prestar atenção a esses “sinais” para deixar-nos impactar por eles.

Os sinais da Ressurreição não são diferentes daqueles da Paixão, mas os mesmos: os cravos e a lança.
Não nos enganemos, trata-se do Crucificado; Ele é o Ressuscitado. Não há outro modo de encontrá-lo e
verificá-lo a não ser tocando a marca dos cravos e o seu lado traspassado. Só que agora quem o vê e o
toca, sente a força que o Crucificado/Ressuscitado tem para libertar e curar, para sanar e levantar, para dar
vida e vencer a morte. Suas cicatrizes são curativas e sanam aqueles que O contemplam e O descobrem no
cotidiano da história. “Tocar” no Ressuscitado é “tocar” a carne dos feridos e excluídos de nosso meio.
Jesus Ressuscitado continua carregando em suas mãos, pés e lado, a ferida da história; não só as chagas
dos cravos e o corte da lança em seu próprio corpo, mas a chaga dos enfermos e expulsos, dos famintos e
oprimidos... e de todos aqueles que continuam sofrendo ao nosso lado.
Experimentamos a Ressurreição quando somos capazes de acreditar que a boa semente precisa morrer
para dar frutos, isto é, que a vida bem vivida é aquela que está a serviço e que deve ser bem cuidada.
A Ressurreição acontece quando alimentamos a pequena chama que ainda fumega nos corações desani-
mados, mas esperançosos; quando acreditamos no ser humano e em suas possibilidades de mudança;
quando transformamos escuridão em luz, choro em dança, sofrimento em crescimento.
Vivemos a Ressurreição quando ajudamos os outros a encontrar razões para viver e alimentamos os
sonhos por dias melhores, com pão na mesa de todos e com dignidade garantida.
A Ressurreição acontece nos pequenos e simples gestos de partilha, de perdão sincero e de confiança
alegre. Ela está presente nos corações que mantêm viva a novidade da vida. E se revela na capacidade de
ver o mundo e as pessoas com olhar de misericórdia, que reconstrói a existência fragmentada.
Eis por que é fundamental o exercício do olhar transparente, da escuta atenta, da sensibilidade antenada...
Importa contemplar o amor entre as pessoas, o cuidado do planeta, o sorriso das crianças, o sofrimento e
as limitações humanas, a festa e a alegria, os rostos marcados pelo desgaste do caminho, bem como as
lutas e as conquistas cotidianas. Tudo é mensagem, tudo se reveste de sentido.
A Ressurreição de Jesus toca nossa existência e nos possibilita experimentar o céu enquanto caminha-
mos pela terra, viver o divino misturado com o humano.
Assim, o bem, a bondade e a solidariedade nos colocam na perspectiva do paraíso.
A Ressurreição nos eleva e nos orienta para o Transcendente e para os valores mais altos, sem perder a
simplicidade e complexidade de cada dia.
Ao entrarmos no mistério das coisas, pessoas e acontecimentos, somos banhados pela onda vital que
emana de Deus. Dessa maneira, a vida nova resplandece e ilumina a escuridão da humanidade.
A perspectiva da Ressurreição nos permite, portanto, dar um salto em direção à vida plena, ainda que
marcada pela dor, pela cruz e pelos sinais de derrota.
Para os semeadores do bem, a vida é recompensa e fruto. E tem a última
palavra...

Texto bíblico: Jo 20,19-31


Na oração: * Preste atenção aos sinais de vida ao seu redor: gestos simples, iniciativas
de pessoas e comunidades, posturas éticas e coerentes na política e na
Igreja, solidariedade, perdão, acolhimento, voluntariado, cuidado de pessoas e do
meio ambiente, etc...
* Faça, diariamente, uma “leitura orante” dos acontecimentos pessoais, sociais, ecle-
siais...
* Quê mensagem de Ressurreição você encontra neles? Quê apelos você reconhece
nessas experiências?

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