Vous êtes sur la page 1sur 4

Nome: ________________________________________________ Nº:______

Série: 3ª Bimestre: 1º Data: 19/03/2018


Ensino Médio
Sistema de Ensino Objetivo Professor (a): Disciplina: Prova:
THIAGO PELOGIA FILOSOFIA ATIVIDADE COMPLEMENTAR

A FILOSOFIA NO PERÍODO MEDIEVAL

Já no fim do período helênico a filosofia ganha boa parte da Europa por


meio do Império Romano. Nos primeiros séculos da era cristã o estoicismo, o
platonismo e o aristotelismo ganham grande expressão entre os romanos e outros
povos. Mas não só no ocidente, como também no oriente, por meio do Império
Romano do Oriente (Constantinopla) e posteriormente com os impérios islâmicos –
e até mesmo na Ásia, como estamos descobrindo recentemente.
No ocidente a filosofia se desenvolveu em profunda relação com a
religiosidade cristã durante o período medieval. Isso se deu, principalmente, pelo
movimento geopolítico da época: os cristãos, fugidos do Império Romano e das
perseguições judaicas, se espalharam por grande parte da Europa e do norte da
África, onde pregaram sua crença, fazendo surgir ali novos cristãos. Nesse
movimento, o cristianismo encontra a filosofia, que também se espalhava nesse
período. Por isso podemos afirmar que a filosofia medieval é marcada pelo
O filme "Ágora" retrata bem a
condição geopolítica dessa época, teocenstrismo, pois Deus se torna centro das reflexões filosóficas.
mostrando os conflitos e relações
entre a filosofia grega e o
cristianismo

Patrística e Escolástica

Com o tempo, a filosofia passa a ser vista por alguns cristãos como uma
forma de conhecimento que possibilitaria uma melhor interpretação e explicação
das Escrituras. E após o imperador Constantino reconhecer o cristianismo e dar aos
cristãos a liberdade religiosa em 312, essa junção entre filosofia e religião ganhou
maior expressão.
É a partir desse período que um movimento dos primeiros padres cristãos
começa a ganhar força. Chamado de patrística, esse movimento marca o primeiro
período da filosofia medieval, pois é quando os cristãos passam a fundamentar
questões teológicas a partir da filosofia. Assim, os primeiros filósofos cristãos
começam a surgir, se apropriando das filosofias gregas e romanas, como o
platonismo e o estoicismo, e usando-as como fundamentação conceitual para a
teologia.
Lentamente, esse movimento foi dando uma grade solidez ao cristianismo,
não só pelo seu crescimento em número de fiéis e sua forte popularidade no
Fragmento da estátua de ocidente, mas principalmente por se tornar uma doutrina religiosa com
Constantino erguida na Basílica
de Constantino. Atualmente está fundamentação filosófica, racional e conceitual.
nos Museus Capitolinos
Com o tempo o cristianismo se espalhou muito por todo o ocidente e se
tornou a religião oficial de diversos Estados. Nesse período a Igreja Católica
passou a dominar grande parte do pensamento ético de toda a Europa e se expandia
cada vez mais. As relações entre política e religião, economia e religião, ciência e
religião, se tornaram muito fortes. Assim também a relação entre filosofia e
religião se tornou muito forte.

Coroação de Napoleão I e da imperatriz Josefina na Catedral de Notre-Dame, pitada por Jacques-Louis David. A imagem
mostra a forte relação entre o poder político e a religião cristã.

Desse modo, a filosofia produzida no ocidente medieval esteve


profundamente ligada ao cristianismo. Grandes escolas de filosofia foram abertas
pela Igreja na Europa, os padres foram obrigados a estudarem filosofia antes de se
tornarem sacerdotes e pregar a palavra de Deus. Assim, surge um segundo
momento da Filosofia Medieval: a escolástica.
No âmbito do conhecimento, os filósofos medievais tiveram como
principal questão a interpretação da revelação contida nas Escrituras. Ou seja, para
o cristianismo a verdade já teria sido revelada por meio da vida, paixão, morte e
ressurreição de Cristo, bastaria interpretar essa revelação. Porém, como fazer isso?
Como saber interpretar de maneira correta a mensagem de Deus, garantindo que
aquela é, de fato, a mensagem de Deus?
A essa reflexão sobre a revelação faz uso da hermenêutica, que é a ciência
que estuda a teoria da interpretação, e que busca o sentido e a intencionalidade do
texto, e a exegese, que é a análise crítica do texto, buscando estabelecer relações
com o contexto em que foi escrito. Assim, os medievais buscaram estabelecer a
relação entre Fé e Razão, sustentando que ambas são codependentes para o bom
entendimento da revelação.
No âmbito da dos costumes, a reflexão ética e política também teve
profunda influência do cristianismo. As noções e bem e mal, de justo e injusto, de
virtude e vício foram pensadas a partir da luz do cristianismo, fundamentadas pela
reflexão filosófica. Sobre isso, o filósofo contemporâneo Gilles Lipovetsky nos dá
uma ideia interessante ao descrever como se fundamentava a moral nesse período:

“No começo da moral era Deus. No Ocidente cristão, até o alvorecer


do século das Luzes, são raras as mentes que recusam este axioma:
Deus é o alfa e ômega da moral. Somente por sua voz é que as
derradeiras prescrições foram conhecidas e é somente pela fé que a
virtude impera. Sem o concurso das Sagradas Escrituras e sem o temor
a Deus, só pode haver vícios e extravios, pois a virtude meramente
profana é desprovida de consistência e autenticidade. Nas épocas pré-
modernas, a moral é essencialmente teológica: não se concebe como
uma esfera independente da religião. [...] No período anterior ao século
das Luzes, irradiava-se a ideia de que, sem o Evangelho e a crença em
um Deus que pune as faltas e recompensa as virtudes, nada seria capaz
Santo Agostinho, por Simone de frear o homem na senda dos crimes. Despojados de religião, as
Martini virtudes são algo ilusório: somente a revelação e a fé num Deus
justiceiro são capazes de assegurar eficazmente a moralidade. [...]
Todas as regras morais devem estar baseadas no ensinamento revelado
e só têm eficácia mediante a fé no Cristo redentor. Corrompido pelo
pecado original, o homem não é capaz de encontrar em si mesmo as
luzes necessárias para conhecer e praticar a justiça. Fora da Igreja, não
há moral” (LIPOVETSKY,G. A Sociedade Pós-Moralista. S. Paulo: Manole Ltda.,
2005, p.1-8).

Dentre os filósofos do período medieval destacam-se nomes como o de


Agostinho de Hipona e Tomás de Aquino – também conhecidos como Santo
Agostinho e São Tomás de Aquino, pois foram canonizados pela Igreja –,
Abelardo, Guilherme de Ockham e Nicolau de Cusa, entre outros – abordaremos
melhor o pensamento de alguns desses pensadores mais adiante.
Vale a pena levantar uma última reflexão: será que a Idade Média foi, de
fato, uma idade das trevas tal como se costuma pensar? A resposta é,
definitivamente, não! Essa visão é preconceituosa e foi produzida durante o
período do Renascimento e se propagou com o movimento Iluminista, que usavam
argumentos desse tipo para criticar o período medieval. Diziam que esse período
foi a era das trevas, mil anos em que não houve avanço na filosofia e nas ciências.
São Tomás de Aquino, por Fra Um período em que a filosofia foi esquecida e só o fanatismo religioso imperou.
Angelico
Porém, essa visão é errada. A filosofia não foi deixada de lado; a ciência
continuou evoluindo; as guerras não foram as mais violentas – na verdade o séc.
SAIBA MAIS XX é considerado a era mais violenta de todos os tempos. Portanto, embora
O termo “medieval” vem de
medíocre, e foi o termo usado houvesse o domínio do pensamento cristão, e isso tenha freado certos avanços que
pelos renascentistas para vieram depois, isso não significa que a Idade Média foi um período onde tudo
criticar esse período do qual esteve parado no tempo.
buscavam sair, deixando-o
para trás. A ideia de
modernidade é justamente a
tentativa de se libertar da
tradição, vista como medíocre,
e aprisionadora.
Com base na leitura do texto acima, responda as questões a seguir. As respostas devem ser
entregues em folha separada, com nome, número e série, na data informada.

1 – Explique o que é a patrística e a escolástica, demonstrando as fortes relações entre a Igreja e a


sociedade da época (0,5 pts).

2 – Apresente a relação entre religião e política nas sociedades europeias medievais (0,5 pts).

3 – Baseado na citação do filósofo Gilles Lipovetsky e nos conhecimentos apresentados em todo o


texto, apresente a influência do pensamento religioso cristão no comportamento dos indivíduos
Europa medieval (0,5 pts).

Vous aimerez peut-être aussi