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de Ricardo-Cersósimo | trabalhosfeitos.com
Merdad Boss
Boss tinha uma visão humanista, mais voltada para o existir humano, o homem como
ser no mundo, do que as “ficções psicanalíticas” e o conceito de “Inconsciente” de
Freud, como Boss as considera. Faz críticas e elogios aos métodos usados por Freud,
mas usa das ferramentas da psicanálise como o uso do divã, a associação livre, o uso
da linguagem principalmente a fala, mas abandona uma visão mecanicista, para uma
visão humanista.
“Com excepção do próprio espírito humano, que não seria capaz de ter dúvidasquanto
à sua existência, todo o resto no mundo somente pode ser determinado com certeza e
só pode portanto existir realmente se é possível medi-lo, calculá-lo segundo as leis
exactas das ciências naturais, prevê-lo e inseri-lo sobretudo num encadeamento
impecável de causas e efeitos. (BOSS, 1974).”
“Sobre a mente (ou psique), Boss afirma que é “construída como um microscópio, um
telescópio ou um aparato fotográfico” (BOSS, 1963). Assim, aponta o caráter
mecânico da concepção freudiana sobre a percepção de objetos do mundo externo,
presa no modelo das ciências naturais.”
“a psique produz percepções do mundo externo tal qual ideias em geral, sendo o
material estímulos externos, traços de memória e impulsos inconscientes, pré-
conscientes e conscientes” (BOSS, 1963).
A dívida que o ser humano tem e sempre terá até sua morte com o mundo é de deixar
sua essência se realizar.
A esfera corporal é uma das condições fundamentais do existir humano. Quanto à sua
importância, Boss afirma que “não há manifestação da existência humana que não
seja corpórea” (BOSS, 1994).
O Dasein é, pois, abertura para o que se mostrou no passado, para o que se mostra
no presente e também para aquilo que aguarda do futuro, o que indica a
temporalidade primordial da existência. O Dasein é poder-ser, é lançar-se no aberto do
futuro – o que ainda não é mas pode ser – orientando o modo de ser no presente e re-
presentando o passado (o que já foi).
“Na morte”, diz Boss, “a existência enquanto ser-no-mundo corpóreo tem seu último
fim” (BOSS, 1994).
Boss menciona “as várias maneiras de presença de uma coisa” (BOSS, 1976): há a
presença sensorial de algo; a presença presentificada “como entendimento estendido
através de todo este alcance do mundo” (BOSS, 1976a “presença sonhada das coisas
sonhadas” que “estão presentes no sonho, de modo sensorial, edepois quando
acordamos estas coisas sonhadas continuam presentes, mas como presenças
sonhadas” (BOSS, 1976); a presença imaginada; e as presenças temáticas e
periféricas (não temáticas).
Boss, dentre os modos possíveis de presença das coisas está a presença temática,
que significa “dar-se conta abertamente do que acontece ou pode acontecer em volta”
(BOSS, 1976).
ReferÊncias Bibliográficas
BOSS, M. (1963) Psychoanalysis and Daseinsanalysis. New York. Basic Books.
__________ (1976) “Encontro com Boss”. In: Caderno Daseinsanalyse n.1, pp. 1-46.
São Paulo : Associação Brasileira de Daseinsanalyse.
_________ (1977/1912) Uma Nota Sobre o Inconsciente. In: Obras Completas, vol.
XII, pp. 327-334. Rio de Janeiro : Imago Editora.
LOPARIC, Z. (1998) “Psicanálise: Uma Leitura Heideggeriana”, In: Veritas, V. 43, no.
1, pp. 25-41. Porto Alegre: Edipucrs.
Site: www.fenoegrupos.com – acessado em 11/11/2013