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RESUMO
A narrativa origina-se de um questionamento sobre o papel dos grandes aeroportos contemporâneos
no contexto atual de urbanização, partindo do pressuposto de que os meios de transporte e estruturas
logísticas caracterizam-se como elementos primordiais no desenvolvimento das cidades. Foi elencado
como objeto de estudo o Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos, tendo em vista seu oportuno
histórico de desenvolvimento desarticulado e fragmentado junto ao contexto sócio-espacial e econô-
mico em que se insere, abrindo-se, assim, possibilidades de investigação e de especulação projetual
em seu território, culminando em uma proposta de intervenção hipotética baseada em uma releitura
do plano aeroportuário e de seu entorno limítrofe, o qual se propôe, aqui, como a ‘orla aeroportuária’.
As discussões e os resultados apresentados neste material aferem amplitude teórica à produção au-
toral constituída por fotografias, ilustrações e peças gráficas conceituais que buscam sintetizar ques-
tionamentos, reflexões e vivências tidas por parte do autor, no decorrer do processo de elaboração e
desenvolvimento deste ensaio.
Palavras-chave: Orla aeroportuária, aerotrópole, urbanismo, Guarulhos, São Paulo.
Agradecimentos
Desde criança, tenho um fascínio por transportes, especialmente trens de passageiros, aviões e embar-
cações, temas que, com o tempo, caracterizou grande parte dos inúmeros desenhos que sempre fiz.
Não podendo dar em outra, aqui estou finalizando minha graduação em Arquitetura e Urbanismo, em
São Paulo, uma metrópole detentora de um impressionante e, ao mesmo tempo, problemático, sistema
de transportes!
E, sem sombra de dúvidas, nada disso seria viável sem que eu pudesse ter tido contato com pessoas
incríveis, as quais gostaria de reverenciar a seguir:
À minha mãe, Sueli, minha avó, Lúcia, meu avô, Toshio: é imensurável minha gratidão pelo alicerce
afetivo, emocional, financeiro com que sempre pude contar!
A meus tios e primos, 'Malô' (Osmar), 'Midory' (Suely), Fábio, Hilton e Akyna: sou totalmente grato por
todo o apoio e, principalmente, por poder ter compartilhado meus momentos ao longo da faculdade.
À minha professora orientadora, Larissa Branco: não há palavras para descrever o quão enriquecedor
foi termos trabalhado em tantos momentos ao longo do curso… No Trabalho Final de Graduação, não
poderia ter sido diferente!
Ao meu último professor de projeto da graduação (Uau!), Valter Caldana: parabéns pelo modo como
orientou o desenvolvimento de minha proposta de intervenção projetual. Foi apenas um semestre, mas
com um enorme aprendizado!
Aos professores Afonso Castro, Caco Ramos, Dominique Fretin, Heraldo Borges e Paulo Olivato: foram
incríveis e bastante motivadoras as conversas que tivemos em momentos oportunos deste TFG!
Aos professores Carlos Arriagada, Célia Moretti, Flávio Marcondes, Nieri Araújo e Paula Jorge: além
de ótimos profissionais e pessoas, vocês foram peças-chave no desenvolvimento da minha linha de
pesquisa, na qual este trabalho tem seu ápice até o momento! Obrigado por tudo!
Aos amigos Alex Avelino, Bruno Andrade, Cleiton do Carmo, Cristiano Trindade, Daniel Ferreira, Di Xu,
Fernando Reis, Gabriel Oliveira, Gabriel Inácio, Gabriella Takauti, Leonardo Bellini, Marcus Galdino,
Rafael Queiroz, Rafael Sandrini, Samuel Rodrigues e Vitor Fregonesi: muito obrigado pela força e aber-
tura, e pela oportunidade de ter aprendido um pouco mais com vocês durante este percurso!
A todos os meus fabulosos amigos que, de alguma forma, sempre fizeram o meu dia-a-dia bem mais
interessante: vocês são ótimos!
de de Arquitetura ea Ur banismo
en tad o pa ra a Fa cu lda Ma ckenzie
ffff Trabalho apres biterian
da Universidade Prescer tificado de graduação
para ontenção do mo
em Arquitetura e Urbanis
.com
8 | kassiomassa@outlook
Mae da | MAE DA, Kas sio Massaiti | São Paulo | 201
Kassio Massaiti
Orientação: Profª. Ms . Larissa Ferrer Bran.co is Caldana Jr.
ão (e xe rcí cio pr oje tu al): Profº Dr. Valter Lu
Co-orientaç ntações): Profº. Dr. Domin
ique Fretin
Co-orientação (experime ções): Profº. Dr. Milton Vilh
ena Granado Jr.
Co-orientação (experimenta

adora
Aprovado pela banca examin _________________
___ ___ ___ ___ ___ ___ _____________________
_________
_____________________
Branco
Profª. Ms. Larissa Ferrer _____________________
_____
___ ___ ___ ___ ___ ___ _____________________
_____________________
Profª. Ms. Paulo Olivato _________________
___ ___ ___ ___ ___ ___ _____________________
_________
_____________________
Duarte
Profª. Dr. Gerson Moura
“[...] orla f. Filete, sob o ornato oval de um capitel. Bordo. Borda. Tira. Margem. Rebordo de uma cratera.
Cairel. Guarnição. Bainha. Cercadura. (Do lat. hypoth. orula, dem. de ora). [...]”

(Novo Dicionário da Língua Portuguesa)


“[...] orla [...] Significado de Orla [...] substantivo feminino [...] Borda ou beira de qualquer superfície; bordo, rebordo. Faixa de terra que cerca uma porção de água
(rio, lago, mar); beira. [Por Extensão] Região que se localiza ao redor da praia, ao lado do mar. Barra de saias ou vestidos; cercadura. [Arquitetura] Filete sob o
ornato oval de um capitel. [Geologia] Borda exterior da cratera de um vulcão. Etimologia (origem da palavra orla): do latim orula. [...]”

(Dicionário Online de Português)


Baía de Guanabara, ao longo da qual se originaram a cidade e a Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Fotografado pelo autor (2016).
Marginal do Rio Mapocho, Santiago, e a verticalização recente Fotografado pelo autor (2014).
marcada pelos usos mistos de alta sofisticação.
“[...] Originalmente, as cidades estabelecem uma relação natural com seu meio geográfico; desde os primórdios, a ligação entre cidades e água tem ocorrido
diretamente através dos portos, aspecto que se modifica qualitativa e estruturalmente pela implantação de novas infraestruturas. [...]”

(Carlos Andrés Hernández Arriagada, 2012)


Canal do Porto de Santos. A atividade portuária, uma das gênesis da cidade,
mantém-se como um dos principais geradores de economia local e regional
Fotografado pelo autor (2015).
“[...] as ferrovias promovem um crescimento urbano nucleado em função de sua condição de barreira, onde as estações, passarelas, viadutos e passagens de nível
funcionam como pontos de transposição, tornando-se importantes nodos, vetores de potencialidades. [...]”

(Flávio Villaça, 2001)


Tronco ferroviário no bairro da Vila Prudente (Linha 10-turquesa, da CPTM e Pátio Tamanduateí, Fotografado pelo autor (2014).
do Metrô), São Paulo, implantado em 1867 pela então São Paulo Railway.
Tronco ferroviário na região central da cidade do Rio de Janeiro. Fotografado pelo autor (2015).
Até a segunda metade do século XX, podia levar passageiros
à hoje chamada Estação Brás, em São Paulo.
“[...] A necessidade por acessibilidade determina o desenvolvimento das infra-estruturas. [...]”

(Flávio Villaça, 2001)


“[...] Cidades são sempre erigidas ao redor do mais avançado meio de transporte da época. [...]”

(Joel Gerreau, 2011)


Cluster empresarial e comercial do Alphaville, em Barueri, Fotografado pelo autor (2016).
município cortado e atendido pela Linha 8-diamante, da CPTM,
e pela Rodovia Presidente Castello Branco.
Marginal do Rio Pinheiros, São Paulo. Emergente eixo financeiro e comercial Fotografado pelo autor (2016).
por onde circulam os trens da Linha 9-esmeralda, da CPTM.
“[...] De modo muito similar e com a mesma força que as estações centrais influenciaram o crescimento e a forma das cidades, os Aeroportos estão agora
intensificando o movimento econômico das cidades até a periferia. [...]”

(Larissa Ferrer Branco, 2014)


“[...] Quando se diz que um determinado local de uma cidade é uma barreira física para seu desenvolvimento, refere-se ao arranjo espacial do crescimento, não
atribuindo a causa de um crescimento desordenado ao local em específico, e sim na organização espacial que a cidade seguiu a partir da locação deste espaço (seja ele
um parque, uma via, uma ferrovia ou uma área de preservação). [...]”

(Isabella Benini Lolli Ghetti, 2006)


Aeroporto de Congonhas, São Paulo. Implantado nos anos1930 em uma área então periférica, Fotografado pelo autor (2015).
foi absorvido e integrado à cidade em poucas décadas.
Processador de passageiros do Terminal 3 do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, Fotografado pelo autor (2014).
inaugurado em 2014 para operações exclusivamente internacionais.
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‘De_colagem’ do Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos | panorama de movimento.
Desenhado pelo autor (2017).
INTRODUÇÃO
Este ensaio traz uma sintetização teórico-prática fruto do processo de leitura e entendimento histórico,
urbano e social do Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos (André Franco Montoro) e sua ex-
tensão territorial limítrofe aqui aferida como a 'orla', ao longo e em razão da qual a cidade se estrutura
e se transforma.
Dentre os quatro capítulos que estruturam o trabalho, o primeiro apoia-se na noção de que a evolução
dos aeroportos está diretamente associada ao surgimento e aprimoramento constante da tecnologia do
voo, flertando sempre com o cenário da aviação brasileira e de suas primeiras estruturas destinadas
34
aos pousos e decolagens, com foco no contexto da metrópole de São Paulo e de seu sistema aéreo.
O segundo capítulo ocorre quase como uma continuação natural do anterior, focado em discutir os
desafios passados e presentes ao desenvolvimento do referido aeroporto internacional e do municí-
pio de Guarulhos, que o abriga, em um contexto em que, cada vez mais, se discute uma São Paulo
para além de sua região metropolitana, abarcando outros importantes aglomerados urbanos vizinhos e
cidades associadas em uma ideia sistêmica de macrometrópole. Por fim, o terceiro e quarto capítulos
lançam mão de conceitos e exemplos contemporâneas em torno de uma reflexão acerca do transporte
aéreo no século XXI, norteando metodologias de interpretação do território abordado e possibilidades
de ação por meio do exercício projetual.
Respaldado por uma diversificada bibliografia complementar constituída por trabalhos acadê-
micos, estudos técnicos, cartografias, iconografias e textos legislativos, este material conta,
sobretudo, com obras chave para a narrativa o texto corrido apresentado por Rubens Rodrigues dos
Santos, em seu livro “Aeroportos: do Campo de Aviação à Área Terminal” (SANTOS, 1985), o livro
“Identidade Urbana e Globalização: a formação de Múltiplos Territórios em Guarulhos”, de Carlos José
Ferreira dos Santos (SANTOS, 2006), os livros “Aerotrópole: o modo como viveremos no futuro”, de John
Kasarda e Greg Lindsay (KASARDA; LINDSAY, 20121) e “From the Airport to the Airport City”, de Mathis e
Michel Güller (GÜLLER; GÜLLER, 2002), a tese de doutorado “Cumbica, Guarulhos, São Paulo, Brasil:
35
Um Aeroporto Contemporâneo?”, de Gerson Moura Duarte (DUARTE, 2011), e as dissertações
de mestrado de Larissa Ferrer Branco (BRANCO, 2013), de Maria Cristina Romaro (ROMARO,
2007) e de Hermes da Fonseca (FONSECA, 2016) intituladas, respectivamente, “Aeroportos e o
Desenvolvimento Urbano e Regional: modelos internacionais e exemplos locais na
Macrometrópole Paulista”, “Os Aeroportos de Guarulhos e de Viracopos: Análise Crítica de
Planejamento e Projeto”, e “Desenvolvimento Orientado pelo Transporte (DOT) aplicado no novo
Marco Regulatório Urbanístico de São Paulo: ensaio de oportunidades no ‘HUB’ Bom Retiro”.
AVIAÇÃO E CIDAosD,ESão Paulo
lh
Uma leitura sobre Guaru ão do balão, apresentado por
Bartolomeu Lourenço
e ter ia sid o um em bri veis
a “passarola”, invento qu rimentos com balões dirigí
D de Gusmão à corte portu
realizados na virada entre
guesa, em Lis
os séculos XIX
bo
e
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XX
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planadores, a humanidad
e veio,
transporte
im en to do qu e ho je tem os como um dos meios de
desenvolv
desde então, a assistir ao
olvidos: o avião.
mais sofisticados já desenv

Aberto em 1936 como um campo de


pouso, o Aeroporto de Congonhas foi
a primeira grande estrutura a operar
voos de grande escala em São Paulo.
Vista a partir do terraço do Shopping
Ibirapuera.
Desenhado pelo autor (2014).
dos
ão , no ta- se ínt im a rel aç ão entre o aperfeiçoamento
olutivo da aviaç 1985) apon-
o decorrer do processo ev
N veículos voadores e sua es
ta para um uso primitivo de
trutura de
glebas, gra ma
ap
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s e
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gu es dos Santos (SANTOS,
vazias em cidades já no iní
cio do século
mais pesados que
me iro s ex pe rim en tos co ncretos com equipamentos
XX, quando se evidenciou
os pri mont, e
tru ído pe lo inv en tor bra sileiro, Alberto Santos Du
tável 14-BIS, cons ado como
o ar, dentre os quais o no Pa ris , no an o de 19 06, evento o qual foi registr
s de Bagatelle, em ão apenas da
apresentado nos gramado em qu e o pla na dor ganhou os ares em raz
ulsão da his tór ia,
o primeiro voo por autoprop em que os balões
se viu co ntr as tav a co m as experiências anteriores
força de seus motores. O
que mente assinala a conso-
ice do s ve ícu los vo adores. O autor cuidadosa
dirigíveis eram tidos como
o áp ir os céus
ion ári os qu e, alé m de Du mont, ambicionavam ating
tros tantos vis
nância, no período, de ou e o assunto ganhara.
ide nc ian do a im ine nte cu riosidade e entusiasmo qu
mundo afora, ev

38

de Janeiro.
tolomeu de Gusmão, no Rio
ão anc ora do no inte rior do hangar do Aeroporto Bar mV 8pe lrrI/AAAAAAACHDc/
Graf Zeppelin, dirigível alem ps:/ /lh3 .goo gleu serc onte nt.com/-Po0-IBTRxAM/VY 2BCruz.jpg>. Acessado
<htt %2Baerea%2Bde%2BSa nta%
ria des con hec ida (19 2?-193?. Disponível em: 2BH ang ar% 2Bd a% 2BB ase
Fonte: auto 6/Craft%2BZeppelin%2Bn
o%
GS-k0pZbP-g/w2048-h146 em 1 de Junho de 2018).
u ao longo dos
nto ac erc a do pa rad ox o a que a aviação se submete
estioname e aeroespacial se
Santos (1985) abre um qu sé cu lo, em que a indústria aeronáutica
nc iad os na qu ele rante
importantes conflitos prese me ira e a se gu nd a gu err as mundiais, bem como du
força durante a pri a Espacial,
desenvolveu com relativa do s av iõe s a jat o quanto da chamada Corrid
tanto no ad ve nto das Repúblicas
a Guerra Fria, culminando oc a, Es tad os Unidos da América e União
es potên cia s, à ép
protagonizada pelas grand indução tecnológica,
S). Pa ral ela e int erd ep en dente a este processo de
RS z, na
Socialistas Soviéticas (ex-U de so lo e de ge ren cia me nto o qual este capítulo tra
ma de estruturas importantes
demandou-se toda uma ga ma rco s tec no lóg ico s da aviação a exemplos
lógica que co ne cta
forma de uma linha crono
u tempo.
de estruturas de solo de se edificações altas nas
igí ve is pa ra o tra ns po rte comercial de passageiros,
Quando do auge do uso de
dir embarque e o desembar-
po nto s de an co rag em em seus topos para o
cidades por vezes dotavam
de icos, onde
se a ma nu ten çã o de ha ngares e campos aerostát
nsas, preferia-
que. Em áreas menos de (SANTOS, 1985). 39
operações de manutenção
também se fazia possível tipo de aeronave, o
a ma is av an ça da es tru tura construída para este
O autor destaca que, no
Brasil, se mantém preservada
sm ão , foi co ns tru ída no Rio de Janeiro, em 1936, e
Aeroporto Bartolomeu de Gu rea da Força Aérea Brasile
ira (FAB).
nd o co mo um a ba se aé
até a atualidade, servi aviões, durante
es tru tur a pa ra po us os e decolagens dos primeiros
s (1985), a s e áreas abertas
Conforme descreve Santo na ma ior ia das vezes, a campos, gleba
, se res um ia,
a primeira década do sécu
lo XX a Santos (1985), até a
ido s pa ra tai s fin s. Em São Paulo, como sinaliz
de usufruto variado, não co
nc eb utilizados
, o Ve lód rom o e o Pra do da Moóca foram bastante
mpo de Guapira
decorrente utilização do Ca a.
que de maneira improvisad
como pistas de voo, ainda do município de
(SA NT OS , 20 06 ) ap on ta para a origem do território
Santos mavam, ao lado de
Carlos José Ferreira dos dis tin tos que, em seu conjunto, for
de nú cle os jes uít as torno da
Guarulhos como uma teia , Pin he iro s e Fre gu esia do Ó, um cinturão em
, como Santo Am aro
outros agrupamentos afins
Piratininga.
então Vila de São Paulo de
meados do século XVIII,
E, 20 11 ) co nc ord a co m Santos (2006) que, até
Gerson Moura Duarte (DUA
RT berta de la-
em rel aç ão a es sa s ou tras áreas, devido à desco
m econômica
Guarulhos detinha vantage m na região.
su a ex ten sã o, atr ain do exploradores a se instalare
vras auríferas em io subordinado ao
on om ia pa sso u a se ba sear em um sistema agrár
sua ec características de solo
No fim do ‘ciclo do ouro’, nã o sendo propício, devido às
te ca pit al pa ulis ta, tempo, tal
abastecimento da emergen on om ia ca fee ira , es ta sim promissora para este
imento de um a ec io a se alterar
predominantes, o desenvolv es tad o (SA NT OS, 2006). O cenário só ve
direção ao Oe ste do
como vinha ocorrendo em tivo e extrativista de
rrê nc ia do po ten cia l da capital, de um setor produ
deco ns-
com a ascensão, ainda em e po nto s de ex tra çã o de pedra e minério para a co
ústria como olarias de que era
matérias primas para a ind s, já ele va da ao sta tus de município, a noção
ertou na Guaru lho o do Ramal de
trução civil, fato que desp pit al, cu lm ina nd o, em 1915, na implantaçã
roviária co m a ca
necessária uma conexão fer alidades servidas
Ca nta rei ra, o qu al fav ore ceu o crescimento das centr
Guarulhos, da Estrada de
ferro tre o núcleo central do
nfi gu ran do -se , co m su as 14 frequências diárias en
pelas estações de parada,
co pital, como
do Pa rqu e Do m pe dro II, próximo ao centro da ca
o e a região
município, o Norte paulistan , 2006).
nectividade local (SANTOS
um importante vetor de co mpo de aviação,
40 o Pa ulo viu su rgi r, alé m de seu primeiro grande ca
iram, Sã , o Aeroporto de Con-
Nas décadas que se segu ao de sague do Rio Tamanduateí
Rio Tie tê, op os ta político e
Marte, na margem norte do pis ta de po us o de ter ra batida, fruto do lobby
a partir de um a o direito de
gonhas, originado em 1935 tra da s So cie da de Anônima, que havia adquirid
oradora Au to- Es
midiático por parte da incorp ra seus empreen-
nto Am aro e bu sca va me ios de gerar atratividade pa
venda de terras na região
de Sa anunciada facilidade
mo po ten cia l arg um en to de propaganda, além da
dimentos, mirando a aviaç
ão co bouças,
do sis tem a de av en ida s Brigadeiro Luiz Antônio, Re
pital por meio ntava sobre as
de acesso ao centro da ca me sm o tem po , a empresa contra-argume
NTOS, 19 85 ). Ao
Nove de Julho e Brasil (SA as do Ibirapuera e
pú blic o da ép oc a, inc lina do a escolher entre as áre
poder ntes aos já existentes no
áreas então cotadas pelo do tan do de problemas semelha
nd o-s e a ela s co mo
do Brooklin Paulista, referi e sujeito a inundações.
rio Ca mp o de Ma rte , situ ado em terreno de várzea
precá
paulistana, a
en tre gu e ao Go ve rno Estadual e à Prefeitura
o técnic o convocou aviadores
Além do detalhado estud s de vin te dias, uma pista de pouso e
ter ren o, em me no tes, a
Auto-Estradas construiu no as inf lue nte s e a po pu lação para um evento de tes
autoridades, pesso a implantar o
consagrados, a imprensa, da s qu alid ad es do local onde a mesma visav
pública a res pe ito
fim de convocar a opinião rnador Armando de
Sã o Pa ulo . Ob ten do êx ito, foi escalada pelo gove
ão de
pretendido Campo de Aviaç Pra do pa ra construir e administrar a
estrutura.
to Fá bio da Sil va
Salles Oliveira e pelo prefei al, a saber, previa quatro pistas
dis-
su a ple nit ud e, o qu
al concretizado em ervalo de
Não tendo seu plano origin mi na nte s no pla na lto , veio a receber, em um int
s de vento pre do ionais do país,
postas conforme as direçõe s trá feg os aé reos domésticos e internac
dos ma is int en so
cerca de duas décadas, um pital fluminense entre
ne o Ae rop ort o Sa nto s Dumont, implantado na ca
orâ Baía
paralelamente ao contemp roa viõ es da Po nta do Ca labouço, em aterro sobre a
tiga Estação de Hid e contro-
1937 e 1940, a partir da an Pa rqu e do Fla me ng o como parte do ambicioso
egrar o complex o do Agache, que
de Guanabara, a fim de int iro , co nd uz ido pelo urbanista francês Alfred 41
ão do Rio de Ja ne
verso Plano de Remodelaç cidade que ainda se
mo nu me nta is, bu lev are s e frontes, a área central da ico”
os
demarcou, com grandes eix mi ssa s se me lha nte s às do “embelezamento estratég
Brasil, seguindo pre
destacava como capital do smann para Paris , em 18
* 53.
de Ge org es -Eu gè ne Ha us
ad ota da s no pla no

mont como símbolo


rtir da s leit ura s do tra ba lho “O aeroporto SantosSADu
VE NTO, 2015), e da
* Relação tecida a pa s anos 1950” de Sandra Jatahy Pesavento (PE NJAMIN, 1927-1940.
de modernidade no Bra sil do
njamin, “Paris, a Capital do Século XIX” (BE
ra tex tua l de Wa lte r Be , 20 07).
célebre ob lo Horizonte. UFMG (edito
ra)
in:______. “Passagens”. Be
do esta situação se agra-
uá rio bra sile iro en co ntrava-se já saturado, ten
Fato é que o sistema aerop
ort , de origem
s ae ron av es a jat o, co mo os icônicos Caravelle
pós-guerra, da m dimensões
vado com o advento, no ric aç ão no rte -am ericana, que, contando co
Boeing 70 7, de fab
francesa, e o tão difundido mandavam exten-
tra ns po rte de pa ssa ge iro s e velocidades maiores, de
físicas, capacidade de carga
e minais mais robustas, além
pa ra de co lag em e pouso, e instalações ter
sões também maiores de
pis tas por novas
o qu e de ma nd ou , em es cala mundial, uma busca
eis de ruído, ento do Tenente
de produzirem maiores nív era çõ es co me rciais e, conforme depoim
os destin ad os a op
tipologias para os aeroport o mais admitia meras
Ara rip e Ma ce do , pre se nte em Santos (1985), já nã que
de
Brigadeiro Joelmir Campos o em ae rop ort os int ern ac ionais, no recorte temporal
ra vigente, sobretud m aviões a
adaptações na infraestrutu iaç ão bra sile ira ", ma rcada pelas operações co
terceira fase da av a maior parte
o mesmo referiu como “a po rte do Do ug las DC-3, com base nos quais
ente apare lho s do
jato, substituindo gradualm idos.
até então havia sido conceb
da estrutura aeroportuária vo tipo de estrutu-
ine nte a ne ce ssi da de de construção de um no
Tornava-se cada vez ma
is im rimentado,
mu nd ialm en te co m o que já se via sendo expe
competitiva Nova Iorque, e
ra aeroportuária no Brasil, os int ern ac ion ais John F. Kennedy, em
aéreos do s ae rop ort
a exemplo dos terminais
ris.
Charles de Gaulle, em Pa
42
43

rnacional
n,para o Aeroporto Inte
(TW A), pro jeta do em 1962, por Eero Saarine
da Trans World Airways John F. Kennedy, de Nova York.
Terminal de passageiros 0aa818/resize/620x465/1c
4987a4b7b
/i/r/2 015 /10/ 19/a cf71 388 -c948-4239-bbbe-e1230a
o de 201 8.
news2.cbsistatic.com/hub . Acessado em 31 de Mai
Disponível em: <https://cbs 1bbd84a3a4cbc1f5d1da0/ap6209021184.jpg>
44
O que é um aeroporto?
Em razão da constante evolução do modal de transporte aéreo, sua interpretação ocorre de maneira
hierarquizada de acordo com o porte e importância da estrutura instalada para a localidade a que serve
e o espaço aéreo em que está inserida. Basicamente, confere aos aeródromos e os aeroportos, sendo
os primeiros definidos, no Brasil e segundo o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA)
(2012, apud. BRANCO, 2013) como “a área de terra ou água (que inclui todas as edificações, instala-
ções e equipamentos) destinada total ou parcialmente à partida, chegada e a movimentação de aerona-
ves na superfície”. Reitera o departamento que quando o aeródromo destina-se somente às operações
com helicópteros, recebe a denominação de heliponto ou heliporto. Branco (2013) e de Duarte (2011),
entendem que tais aeródromos passam a ser referidos como aeroportos (ou heliportos, no caso de
helipontos) quando também dotados de estruturas de apoio ao embarque e ao desembarque de passa-
geiros ou cargas. Para fins didáticos, o termo “aeródromo”, neste material, assume um sentido holístico,
podendo, portanto, também se referir aos aeroportos e heliportos - não podendo, entretanto, ocorrer
uma relação em sentido inverso, dadas às especificidades atribuídas aos últimos. O Código Brasileiro
de Aeronáutica (Lei Federal nº. 7565/86) (1986, apud. DUARTE, 2011) classifica os aeródromos como
de natureza civil e militar, estando os civis, por sua vez, definidos em públicos e privados. Duarte (2011)
traz que os aeródromos públicos se sujeitam a legislações específicas que determinam sua operação
45
e o ordenamento urbano de suas áreas de influência, por meio da definição das Zonas de Proteção do
Aeródromo (ZPA) e das Zonas de Ruído, e são regulamentados e fiscalizados pela Agência Nacional
de Aviação Civil (ANAC). No caso dos aeródromos privados, além de não estarem acobertados pelas
referidas legislações de ordenamento do uso e ocupação do solo de seus arredores, seu uso é restrito
ao âmbito particular de seu(s) proprietário(s), sendo vedadas a exploração comercial a estrutura, bem
como cobranças de taxas para sua utilização.
Um aeródromo civil, em vias genéricas, é constituído por três níveis de abrangência, sendo eles a área
de pouso, correspondente às pistas (em inglês, ‘runways’) destinadas à corrida, em solo, de aeronaves
em procedimento de pouso ou de decolagem, a área de manobras, que engloba tanto as pistas destina-
das a pousos e decolagens quanto as destinadas à circulação (taxiamento) em solo, e a área de movi-
mento, que corresponde a todas as abrangências anteriores acrescidas dos pátios de estacionamento
de aeronaves (BRANCO, 2013).
Como se planeja um aeroporto?
De acordo com o Manual de Implementação de Aeroportos (apud. BRANCO, 2013), o planejamento,
gerenciamento e expansão de um aeródromo parte da Coleta e Análise de Informações Básicas, que
constitui-se dos estudos de viabilidade técnico-econômica e social, e dos Estudos Preliminares acer-
ca do potencial de mercado e de demanda associado ao empreendimento, possibilitando-se definir
parâmetros sobre sua capacidade, horizontes e possibilidades de expansão mediante um Estudo de
Alternativas, por fim, chegando-se ao Planejamento Geral do Aeroporto (ou aeródromo), que envolve
a proposta para seu desenvolvimento, visando a alternativa adotada na etapa anterior, de modo a se
elaborar o Plano do Aeroporto e às Diretrizes Urbanas, Ambientais e de Acessibilidade. O primeiro trata
46
do estabelecimento de sua área patrimonial, da espacialização de suas atividades internas e do zonea-
mento de uso e ocupação do solo em seu território, bem como suas perspectivas de crescimento visan-
do um horizonte de máxima capacidade e utilização, e o segundo busca convocar os poderes públicos
locais (Estado e Municípios) em um trabalho de ordenamento e estruturação da malha urbana em influ-
ência do complexo aeroportuário, resultando, assim, na definição das referidas Zonas de Proteção do
Aeródromo (ZPA), baseadas em critérios de compatibilidade e conveniência das atividades urbanas e
econômicas com a operação do modal aéreo, e do Zoneamento de Ruído, obtido a partir das curvas de
ruído aeronáutico, aferindo-se aos parâmetros de incomodidade acústica em razão da movimentação
das aeronaves, sobretudo nos limites e abrangências das cabeceiras das pistas de pouso e decolagem
e ao longo dos cones de subida e aproximação.
O planejamento de um aeródromo também debruça-se na elaboração dos estudos e relatórios de im-
pacto ambiental (EIA/RIMA), também englobando, por parte do gestor aeroportuário, conforme a Norma
para Elaboração, Revisão, Aprovação e Tramitação de Planos Diretores Aeroportuários (NSMA), de
número 58-146, aprovada em 1994, a criação de um Plano Diretor específico (PDIR), no caso dos ae-
roportos internacionais e domésticos que operam aeronaves com mais de sessenta assentos ou com
peso máximo de decolagem acima de 45 mil quilogramas-força, além dos demais aeródromos públicos
considerados estratégicos para o desenvolvimento do Sistema de Aviação Civil (apud. BRANCO, 2013).

47

Espacialização tridimensional da Zona de Proteção do Aeródromo referente ao Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.
Disponível em: <http://blog.hangar33.com.br/wp-content/uploads/2015/09/superficies-virtuais-de-seguranca-do-plano-basico-de-zona-de-pro-
tecao-de-aerodromos-do-aeroporto-santos-dumont.jpg>. Acessado em 22 d3 de Maio de 2018.
jeto do Aeroporto Inter-
áu tica ins titu iu a Co mi ssão Coordenadora do Pro
Em 1968, o Ministério da Ae
ron o realizado
me ad o pre sid en te, e co ncluiu, a partir de um estud
Macedo foi no as canadenses
nacional, da qual Araripe s em pre sa s, a brasileira Hidroservice e
io forma do po r trê
por intermédio do consórc roportos interna-
se es tab ele ce r co mo me trópoles sede dos novos ae
cia de a Ilha
Acres e Parkin, a pertinên pe cifi ca me nte , o sít io de Cumbica, em Guarulhos e
Janeiro, mais es levando-
cionais São Paulo e Rio de em ple na Ba ía de Gu anabara (SANTOS, 1985),
e porção de ter ra
do Governador, uma grand dos respectivos
te, su a loc aliz aç ão e fac ilidade de acesso a partir
rdialmen
-se em consideração, primo ia.
de terreno e de meteorolog
centros urbanos, condições local desde 1945, pos-
a ex istê nc ia da Ba se Aérea de São Paulo no
Pesou para escolha de Cu
mb ica entes por
(ou po uc o ma is qu e 97 2 hectares) de terra pertenc
9.720.584 m
2
sível por meio da doação de Auto-Estradas,
Gu inle qu e pre ten dia , as sim como o fez a empresa
Ribeiro e l sucedida segunda
parte da família Samuel de de se jav a lotear. Ainda que uma ma
as qu ais se
em Congonhas, valorizar
terras à referida família para
de 8,5 mi lhõ es de me tros quadrados pertencentes
compra de terras, um adicio
na l ssária para
ha co ng ela do su a ex pa nsão, concluída como nece
, em 1947, ten s modernas ro-
a ampliação da base aérea de Ja ne iro e Belo Horizonte, por meio da
ligações co m o Rio
as correntes finalidades. As da de 50, também
o Dia s, res pe ctiv am en te, implantadas ainda na déca
Fernã has
dovias Presidente Dutra e atrativos indústrias (e manc
48
aé reo , já se nd o for tes
ao empreendimento incidência.
se mostraram vantajosos a se ins tal ar em suas margens com maior
mente) que pa ssa ram
residenciais, consequente e início já em
ernacional do Galeão tev
*

tru çã o do Ae rop ort o Int


iro, a cons o regular quase
Enquanto, no Rio de Jane , Cu mb ica só viria a ser aberto à operaçã
uraçã o em 19 76
1969, seguido de sua inaug estabelecidas em suas
en te em raz ão de en traves com populações já
uma década mais tarde, for
tem Aeronáu-
e de en tid ad es am bie nta listas, tendo o Ministério da
propriações, Estado de São
cercanias, que temiam desa po r me io do De partamento Aeroviário do
Estado pa ulis ta,
tica envolvido o Governo do que cogitaram novos
pla ne jam en to, res ult an do em estudos alternativos
Paulo (DAESP) no processo
de preferencial dada sua
ún a e Ca uc aia do Alt o, esta última tomada como
, Ibi
territórios como Viracopos
ente, teve seu nome altge erado para Aeroporto -
car ioc a, po ste rio rm ao cantor e compo
* O aeroporto internaci o/Galeão - Antônio Carlos Jobim, em homena m
on al
eir
Internacional do Rio de Jan
sitor brasile iro.
ade de área livre
mi ssa s lev an tad as , de ntre as quais a disponibilid
compatibilidade maior com
as pre nda para 1995 es-
a ae rop ort uá ria , em um a projeção futura de dema
estru tur arulhos
para se instalar 60 km de territorial cogitada para Gu
2

o, o do bro da ex ten sã o
ssageiros por an o recuo, por
timada em 43 milhões de pa tra ve s bu roc rát ico s e políticos ocasionaram
11). Novame nte , en
pela CCPAI (DUARTE, 20 , em 1979, uma
cis ão “ar bit rár ia” , co nfo rm e enfatiza o autor, decretou
uma de mínio público desde a
parte do ministério que, em iat am en te ao leste da gleba de do
qu ad rad os , im ed
área de 4 milhões de metro
s a patrimonial do agora
pú blic o, co ns titu ind o, assim, a totalidade da áre
década de 40, como de int
ere sse r oficialmente
uarulhos , como viria a se
*
ac ion al de Sã o Pa ulo /G
orto Intern da Aeronáutica
cada vez mais viável, Aerop iro Dé lio Ja rdi m de Mattos, o Ministério
Tenente Bri ga de
chamado. Sob a posse do rminal de São Paulo
ora do Pro jet o Sis tem a Aeroportuário da Área Te
instituiu a Comissão Coord
en ad cimento
a cri aç ão de um gra nd e aeroporto, mas o estabele
ava não apenas principal
(COPASP), que agora vis aé reo s, de ntr o do qual Cumbica atuaria como
pistas e ter mi na is
de uma rede integrada de Rio-São Paulo e
nd o Co ng on ha s co mo operador da Ponte Aérea 49
as, ma nte do sistema. O plano
ponto de partidas e chegad ra um ce ná rio projetado de saturação
to es tra tég ico pa e sua
Viracopos como equipamen o ae rop ort o int ern ac ion al carioca, pretendido desd
ação conjunta co m signado a
também considerou a atu e sa ída , po r ar, do país, estando Guarulhos de
l porta de en tra da
concepção como principa (DUARTE, 2011).
ais do chamado Cone-Sul
concentrar voos internacion o que se passou, a
en te co mp art ilha da en tre os autores já referidos,
im em a não
No entanto, conforme unan lho s, e de se us pri me iro s anos de operação, foi su
roporto de Guaru em escala
partir da inauguração do Ae rm ina l de co nfl uê nc ia e conexão de relevância
no principal hu b (te mente o tecido
pretendida transformação tra ns for ma nd o-se e transformando rapida
da Améri ca do Su l,
regional ou global) aéreo ou não relacionadas,
co mp lex a mi stu ra de ati vidades a ele relacionadas
urbano a ele lindeiro em um
a e logística contrastantes
um a ec on om ia, no mu nic ípio, baseada em serviços
sobretudo o surgimento de s na região.
m o pe rfil de ec on om ias historicamente vivenciado
co

Aeroporto Internacio-
Ga leã o, o ae rop ort o pa ulista foi renomeado para
* Tal como no caso do - André Franco Montoro, em 2004.
s
nal de São Paulo/Guarulho
50

s
brevemente, até 1982, voo.
rto Inte rna cion al do Rio de Janeiro/Galeão recebeu e Lon dre s, resp ecti vam ente
ais, o Aeropo Paris
para viagens internacionCon British Airways, vindos de
Com moderna estruturafeito s com o supersônico corde, pela Air France e a ssa do em 1 de Junho de 2018.
comerci ais reg ular es w=3 00& h=1 98> . Ace
ouy e.fil es.w ord pre ss.c om/2015/06/37529594.jpg?
Disponível em: <https://hin
51
De centro a centro pelo ar
52 A Ponte Aérea Rio-São Paulo foi um marco para a aviação comercial*

* Escrito com base na rica matéria, “Ponte Aérea”, escrita por Gianfranco Beting para a revista
Flap Internacional (BETING, 2012. Disponível em: <http://www.aviacaocomercial.net/flap/pontea-
erea.pdf>. Acessado em 31 de Maio de 2018).
Criada oficialmente em 1959, o serviço conectava os aeroportos centrais de São Paulo (Congonhas) e
do Rio de Janeiro (Santos Dumont) e consistia na alternância compartilhada entre voos das hoje extin-
tas companhias aéreas Viação Aérea Rio Grandense (VARIG), Viação Aérea de São Paulo (VASP) e
Cruzeiro do Sul, passando, gradativamente, a integrar novas concorrências. dentre as quais a Trans-
brasil e a Panair do Brasil. A entrada da Táxi Aéreo Marília (tão logo ressignificada como simplesmente
TAM) com seu serviço exclusivo, a Super Ponte TAM, contribuiu para uma desestabilização da atuação
das demais empresas operantes, comprometendo os serviços ofertados na rota. A mais movimentada
e lucrativa ligação aérea do país funcionou até 1999 seguindo o esquema original, quando a crise do
setor deu início a uma sequência de falências e fusões entre muitas das companhias. Atualmente,
a ligação entre as duas capitais não obedece o esquema original, mas mantém intenso movimento,
sendo servida pelas companhias Gol Linhas Aéreas Inteligentes, Azul Linhas Aéreas e LATAM Airlines
(surgida da fusão entre a TAM e a Lineas Aereas Nacionales, ou LAN Chile, em 2015). O jornal The
Economist* apontou que, em 2011, foram transportados quase 8 milhões de passageiros.

53

Aeroporto de Congonhas, em 1968. Autor não identificado.


Disponível em <https://hinouye.files.wordpress.com/2012/08/befc0-congonhas_1970_duck.jpg>. Acessado em 1 de Junho de 2018.

* THE ECONOMIST, “Top Flights”, 2014. Disponível em: <https://www.economist.com/graphic-


-detail/2014/08/15/top-flights>. Acessado em 01 de Junho de 2018.
U N IC ÍP IO , D U A S C ID A D ES
UM M ulo / Guarulhos
A er op or to In te rn ac iona l de São Pa
O uma década a implantaçã
o do polêmico, mas
retardaram em quase o de 1980 se-
encidos os impasses que
V esperado, Aeroporto Intern
guindo o Plano Piloto elabo
rad o
ac ion
pe la
al
Int
de
ern

ac
o
ion
Pa
al
ulo
de
, su a construção se iniciou no an
Enenharia S.A. (IESA), um
a das seis empresas
ação de toda a pretendida
Área
CO PA SP , pa ra a co ns olid
as, sob tutela da ag,
a desenvolverem consultori o do pro ce dim en to as firmas Internacional e Them
bém participa nd mo consta
Terminal de São Paulo, tam z e Pro mo n, pa ra Campinas (Viracopos), co
, Figueiredo Fe rra lhos selecio-
para Guarulhos, e Engevix o, so me nte um a empresa teria seus traba
, para ca da ae rop ort
em Santos (1985). No caso estatal. Estava,
se us es tud os inc orp ora dos ao acervo da comissão
teriam
nados, enquanto as demais o de ste grande sistema de aeroport
os.
po rta nte am plia çã
portanto, lançada a mais im

Obras de construção do Terminal 3 do


Aeroporto Internacional de São Paulo /
Guarulhos, a parir do edifício-garagem
anexo.
Desenhado pelo autor (2014).
ffff

85) e por Maria Cristina


tua is e ico no grå fica s pubicadas por Santos (19
partir das compilações tex no Piloto, do
A Romaro (ROMARO, 2007
complexo aeroportuário de
), observa
Guarulho s, de
-se
scr
qu
ito
e
s
o
co
pré
m
-pr
um
oje
ma
to, também referido como Pla
ior aprofundamento por am
bos os autores,
tando em importan-
va do ras à ép oc a, a pa r do que se vinha experimen
as ino tade do século, Cum-
recorria a ideias considerad m ter mi nais datados da primeira me
ntr as tan do -se co do como
tes economias da época. Co ada ‘era dos jatos’, toman
B

nc ia ae ron av es da ch am
nder com eficiê ião comercial
bica foi projetado para ate cio na l o mo de lo Boeing 747, então maior av
sua estru tur a fun
referência de concepção de área, do terreno
NT OS , 19 85 ). A de sp eit o das limitações físicas, em
o (SA , bem
de passageiros em operaçã tas de pouso e decolagem
E

ão sa tisf ató ria pa ra as pis


finir uma disposiç fase, duas
disponível, conseguiu-se de
A

em so lo) e pá tio s, pre vendo, para uma primeira


to (circulação manutenção,
como as vias de taxiamen de pa ssa ge iro s, de cargas e hangares de
área dos ter mi na is
pistas paralelas ao sul da 7L e 09L/27R, com
os e ori en tad as na dir eç ão nordeste/sudoeste (09L/2
espaçadas 350 m entre se
us eix stinada majoritariamente
te pa ra de co lag en s, e 3000 m de extensão, de
3700 m, destinada principa
lm en demanda,
o aumento progressivo da
D

se gu nd a fas e, co nfo rm e
ente). Em uma norte do eixo
para pousos, respectivam taç ão , se ria im plantada em área situada ao
00 m e me sm a ori en
uma terceira pista, com 18 ultâneas conforme
ma is pis tas , po ssi bili tan do, assim, operações sim
das de vidamente conectado ao
56 terminal, distante 1350 m co mp lexo aeroportuário seria de
ion ais vig en tes . O rton Senna,
regulamentações internac en te, tam bé m ao sistema Trabalhadores/Ay
o Dias e, poste rio rm cia de 28 km
sistema viário Dutra/Fernã ac es so de dic ad a, resultando em uma distân
Smidt, su a via de
por meio da Rodovia Hélio
o de São Paulo.
deste em relação ao centr
F
i-
mo vim en taç ão de ter ra se comparado às outras reg
sem relativa pouc a icamen-
Embora os estudos apontas nd e gle ba de Cu mb ica se configurava, geograf
ucaia do Alto, a gra
ões cotadas, tais como Ca quirivu-Guaçu,
rad as ho ra co rta da s pe lo leito sinuoso do Rio Ba
ra costu sul, do curso d’água,
te, como duas planícies ho gu ir, um a grande curva, na direção
ca rto gra fia a se
destacando-se, como se vê
na çava transversalmente
ráf ica ori un da da Se rra da Cantareira, que avan
em razão de uma elevação
top og ada e o
len ag em ex ec uta do s, es ta elevação veio a ser recort
balhos de terrap hoje estabelecida
pelo terreno plano. Nos tra on ial do ae roporto, criando, na região
norte do lim ite pa trim
rio deslocado para a borda e, com o passar dos
No vo Po rtu ga l), um pla tô que ganhou notoriedad
rdim
como bairro São João (Ja
ão que passaram a
rom o, ao se r fre qu en tad o por entusiastas de aviaç
aeród lação e fotografia de aero-
anos de funcionamento do inh o’, como local de contemp
orm alm en te de ‘M orr
usar o local, apelidado inf
como plane spotting.
naves, prática hoje referida o pleno, uma
Pla no Dir eto r Ae rop ort uá rio, prevendo, em seu estad
rovado o
Em 1981, deu-se como ap r ano (DUARTE, 2011).
de mo vim en taç ão de 30 milhões de passageiros po
capacidade número de empreiteiras
int en çã o do Po de r Pú blico abranger um grande
era , comple-
C
Romaro (2007) pontua que uiu as eta pa s fin ais de concepção e execução
para isso, dis trib de erguer os
nacionais no processo, e, pre sa s co mo a própria IESA, encarregada
la macro, en tre em
mentares ao plano de esca de controle e, junto
mo n, qu e en ca rre go u-s e da concretização da torre
terminais de passageiros,
a Pro solicitada quanto à con-
m os pro jet os ex ec uti vo s, enquanto a Themag foi
à Engevix, dos trabalhos co
e subestações de energia.
cepção das redes elétricas rizontal o con-
iro s, po r su a ve z, ad oto u como especialização ho 57
de passage endentes, embora
O projeto para o terminal o em for ma to de “Y”, idênticos e indep
mó du lo pa drã
ceito de pier-finger, toman
do um nte em cada módulo,
85 ), em qu e o pro ce ssa dor de passageiros, prese
interconectados (SANTOS
, 19 ções de
rio res da ref eri da ge om etria, é destinada às opera
aos braços supe gagens, en-
portanto, correspondente en tra da qu an to de saída de passageiros e ba
gurança, tan to de
check-in, inspeções de se riga as áreas de
ça em dir eç ão ao pá tio a partir do processador, ab
e avan embarque móveis ou
quanto o finger, porção qu ae ron aves, através de pontes de
ifíc io ter mi na l e as pecialidade
espera e acesso entre o ed ro (20 07 ) ac res ce nta que, deste modo, a es
a descrição de Ro ma
de salas remotas. A precis es com passa-
nív el su pe rio r on de oc orre a maioria das operaçõ
térreo e um meiro é efetuado a
vertical se distribui em um arq ue e Independentes entre si o pri
rqu e e de se mb
geiros sendo os fluxos de
emba mo um terceiro nível
nd o en tre o nív el su pe rior e o nível térreo bem co
partir do nível superior e o
se gu iros e vi-
es ad mi nis tra tivo s e se rvi ços de apoio aos passage
am tanto setor m vista para o
mezanino onde se acomod s e ter raç o ab ert o (este logo interditado) co
com ampla s jan ela
sitantes, além de deques is idênticos e fun-
em pro jet o a dis trib uiç ão de quatro módulos termina
pátio de aeronaves. Foi pre
vista is núcleos operacionais
bo ra int erc on ec tad os dois a dois por meio de do
s, em centro
cionalmente independente em ba sa me nto , tom an do a torre de controle como
nistrativos sobre o
dotados de edifícios admi
ci-
Cartografia de reconhertu-
mento da região aeropo
ária de Guarulhos.
al
Composição bidimension o
(Google Maps; WebGe
Guarulhos).
ndo
tem a viá rio ex clu siv o e interno do aeroporto, conta
ido, também, um sis sistema
do conjunto. Estava defin bo sq ue ori un da de reflorestamento, além de um
to e uma faixa de calçada térrea
com área de estacionamen ter mi na is, tam bém distribuído em uma
ída para os ed ifíc ios
de vias de chegada e sa foram devidamente
du los ter mi na is (de no minados TPS 1 e TPS 2)
e uma no nível superior. Do
is mó u a ser
çã o, em 19 85 , an o em que todo o complexo passo
ira fase de implanta sido concre-
construídos em uma prime ra Ae rop ort uá ria (INFRAERO), tendo nunca
ira de Infrae str utu vistos na carta
gerido pela Empresa Brasile ve rsa l da tor re de controle, inicialmente pre
leste do eix o tra ns
tizados os dois módulos ao
original do complexo.

58
ffff

Maquete física do plano


original para o Aeroporto
Internacional de São Paulo,
de 1981, com a torre de con-
trole centralizada entre os
quatro terminais previstos.
Fonte: Santos (985).
ffff

uitetônico dos módulos


plic ida de e rac ion alid ade com que o partido arq
Romaro (2007) sintetiza a
sim e tendiam
ida de op era cio na l qu e edifícios com essa finalidad
nte à complex ção de vigas
terminais foi encarada fre ma pa dro niz ad a formada por uma combina
Trata-se de um a tra
a assumir ano após ano. os de 10 m no sen-
nc ret o arm ad o ap are nte , dispostos entre si em vã
e pilares pré-moldados em
co sentido transversal, de
ud ina l en tre os ter mi nais, e espaçamentos, no
tido do eixo de relação lon
git virtude da
ce ssa do res de pa ssa ge iros. Para os piers-finger, em
guões dos pro trama com es-
17,5 m, para os amplos sa aç õe s, a mo du lação se configura em uma
entos ne sta s ins tal
menor quantidade de pavim hamento padrão, um
m en tre os eix os es tru tur ais. Foi adotado, como fec
paçamentos de 10 m por 8,7
5 suas funções estruturais
ret o e vig as de tra vamento que tanto servem
conjunto de anteparos de
co nc s espaços
tib an da s e afe rem am bie ntações características ao
a-corpos, pla s em fita con-
quando atuam como guard fac ha da s, co nju ntamente a contínuas janela
chos das ex ten sa s
internos e caracterizam tre rizontais de 1,25 m.
ja ca ixil ha ria de se nh a um a trama com distâncias ho
o cu
cebidas em vidro temperad m 8 escadas rolantes em
es sib ilid ad e ve rtic al, cada terminal conta co
No que tange a circulação
e a ac lização
( lan ds ide ou , tam bé m, lad o-terra), enquanto a espacia
acesso público duas grandes
sua extensão de área com am en te mo dif ica da ao longo de ao menos
lado-ar) foi dra stic
da área segura (airside, ou venção da qual a
tor a, pa ssa nd o a co nta r com uma passarela (inter
pela au dois níveis e acoplados
intervenções destacadas
60
mb ro da eq uip e de projetistas) distribuída em
mesma participou enquan
to me de 2014,
es tei ras rol an tes ho riz on tais conectaram, até o ano
nais, na qual em suas ex-
ao corpo principal dos termi ve z, também foram ampliados,
as salas de embarque dos
dois piers- fin ge r, qu e, po r su
eq
a
uipado com ponto comerci
al do tipo duty-free A
cada um , um gra nd e sa lão AL 2
tremidades, originando, em rcializados em moedas TERMIN
áre a fra nc a ou fro nte iriç a, cujos produtos são come
(loja geralmente situada em rga tributária do país) centr
alizada na planta.
ep en de nte me nte da ca
internacionalizadas, ind
61

al, em 1983.
inal do aeroporto internacion
sag uão de che ck-i n oes te do primeiro módulo term em 2 de Junho de 2018).
Obras de construção do 1/obras_fev.jpg>. Acessado
<htt p://w ww. aer oin. net/ wp-content/uploads/2015/0
ível em
Fonte: INFRAERO (Dispon
ffff

62 grandes jatos como o


idealizado para comportar
Pier-finger do primeiro mód
ulo terminal (pa rte do atua l Term inal 2) inaugurado em 1985,
Boeing 747 (no primeiro plan
o, à esquer da) .
to-
B ONIA
L
794-inauguracao-do-aeropor RIM
oru m.c onta tora dar. com.br/index.php/topic/113 AT
edição 032. Disponível em
<htt p://f
em 2 de Junho de 2018). BAP
Fonte: Revista AERO (1985, -de-guarulhos/>. Acessado GE

bretudo, me-
o de Cu mb ica em se u contexto regional e, so
do Aeroport o processo his-
Ao discutir a influência ra um qu adro de divergências entre
11 ) ap on ta pa
tropolitano e local, Duart
e (20 preendimento que, em
u en tor no urb an o e a evolução interna do em
tórico e socioeconômico
de se aindo eco-
pra tica me nte au tôn om o em relação à cidade, atr
um território s de elevado
sua visão, cresceu como s, tai s co mo red es internacionais de hotéi
iretamente vo lta da
nomias a ele direta e ind portadoras e fir-
em pre sa s de loc aç ão de veículos, logística, trans
saria is, ran-
padrão, complexos empre de ca tte rin g (se rvi ço gastronômico ofertado du
lizadas no mercado tabelecido
mas alimentícias especia to ao pa rqu e ind ustrial já mencionado e es
s), em comp lem en
te os voos de passageiro
grande gerador
tra e Fe rnã o Dia s, e, po r se caracterizar como um
ovias Du s áreas limítrofes do
ao longo dos eixos das rod lar oc up ação antrópica ao longo da
uziu int en sa e irre gu es-
de postos de trabalho, ind ida de , po r pa rte do Po de r Público, em todas as suas
issividade e vagaros para a ocu-
aeroporto, diante da perm da Fo ns ec a (20 13 ) chama a atenção do leitor
tão. Maria Cr isti na
feras, em lidar com a ques por Duarte (2011)
ae rop ort uá ria , da co mu nidade Malvinas, referida
onial uida em extensão
pação, em plena área patrim urb an a em direção ao aeródromo. Erg
avan ço da ma nc ha ira pista
como o ápice do contínuo ica do no s pla no s ori gin ais para a locação da terce
Norte do local ind erações
de brejo imediatamente ao a um ce ná rio ma is am plo de surgimento de aglom
lminou, soma do
de pousos e decolagens, cu nistro da Aviação
rte de fin itiv o de ssa es trutura, anunciado pelo mi
no desca te Luís Inácio Lula da
periféricas no município, nd o ma ndato federal do presiden
08 , du ran te o se gu rca de
Civil, Nelson Jobim, em 20 na op era çã o, qu e es tim ava a desapropriação de ce
sociais envolvidos as Malvinas.
Silva*, temendo os custos ba irro s gu aru lhe ns es, dentro dos quais estão
recimento de trê s
30 mil pessoas e o desapa ílias, como
mi l m 2
do Ja rdi m No vo Po rtugal, onde residiam 594 fam 63
área de 84 desapropriada sob
Mais tarde, em 2012, uma ud . FO NS ECA, 2013) foi efetivamente
o Pa ulo (20 13 , ap a circu-
apurou o jornal Folha de Sã çã o de pá tio s e pis tas para o estacionamento e
paço para a amplia renos altos.
a justificativa de liberar es s libe rad as se situ am majoritariamente em ter
samente, as gle ba
lação de aeronaves. Curio

iáv Disponível em
el, diz Jobim”. 2008. ira
da ter cei ra pis ta é inv -terce -pista-no-
AGÊNCIA BRASIL. “Co/ag nstrução 20 08-01-21/construcao-da
* en cia bra sil/ no tic ia/ de 20 18.
<http://memoria.ebc.c om.br Maio
rul ho s-e -inviave l-d iz- job im>. Acessado em 21 de
-aeroporto-de-gua
ffff

64

aeroporto internacional.
tro da área patrimonial do
ade Mal vina s foi a prim eira ocupação irregular den 3).
A comunid SECA, 201
de Guarulhos (apud. FON
Fonte: Prefeitura Municipal
C 65

SÃO JO
ÃO

tugal.
tir do bairro Jardim Novo Por
no aeródromo vistas a par
Movimentação de aeronaves
Fonte: Fonseca (2013).
66
Operacionalmente deficitária
Cabe ressaltar que uma eventual terceira pista tenderia a impactar, também, o
dia-a-dia de porções mais ao oeste da própria Guarulhos, assim como bairros do
Extremo-Norte da cidade de São Paulo, criando, também, um potencial estrangu-
lamento do tráfego, por conta da presença relativamente mais próxima da Serra
da Cantareira, das aeronaves em procedimento de aproximação e decolagem.
Concluindo, ao se recapitular as plantas do Plano Diretor Aeroportuário de 1981 67
e os projetos seguintes que ainda previam a terceira pista, nota-se grandes limi-
tações em razão de seu comprimento, inferior mesmo aos 1940 m da pista prin-
cipal do Aeroporto de Congonhas, estando, se implantada, condenada a receber
apenas aeronaves de menor porte.
ffff

com finalidade de gerir


a tes e, a se qu ên cia de legislações aprovadas
Duarte (2011) apresenta,
em su mentação
lho s ao se u red or. Cit a que, alinhando-se à regula
rio de Guaru em 1990, a Lei
tanto o aeroporto e o territó ród rom o e de ruído, a cidade promulgou,
de proteç ão do ae
federal acerca das zonas ocupação do solo.
oro u tai s co nc eit os em novas premissas de uso e
incorp ortuário, de 1981, e as
Municipal nº. 3733/90, que a cri aç ão do Plano Diretor Aerop
ntr ate mp o en tre ento da ci-
observando, também, o co im eir a ve rsã o leg al das premissas de zoneam
l nº. 2360/80 (pr
aprovações da Lei Municipa de estruturar seu
9, qu e pa sso u a de leg ar aos municípios a tarefa
62766/7 neamento, sempre
dade) e da Lei Federal nº. ero u su ce ssi vamente as normas de zo
stão mu nic ipa l alt ipal
solo urbano. No caso, a ge o (SA NT OS , 20 06 ), co m destaque para a Lei Munic
olução do aeroport ruído esta-
buscando adequá-las à ev fia s um zo ne am en to considerando a curva de
rto gra
nº. 4818/96, que incorporo
u em suas ca
ad ora e tar dia da s aç õe s governamentais, em detrim
ento de uma D (BA
SP
)

eza mitig EA
belecida, denotando a natur AÉ
R
zo e com viés preventivo. E
política pública de longo pra entre as premissas, no BAS

co ntr as te en co ntr a evidente na comparação


No entanto, o mais emble
má tico no Dire-
Diretor de 2004 , e as do Pla
*
rio em qu es tão , do Pla no
to aeroportuá
que tange o desenvolvimen bstituiu.
egrado, de 1971 o qual su
**

tor de Desenvolvimento Int urbanista Jorge


68 iro pla no pa ra o mu nic ípi o, com forte participação do
Duarte (2011) explana que
prime ice, Acres e Parkin
rea liza do s an ter ior me nte pelo consórcio Hidroserv
Wilheim, considerou os es
tud os de 30 km²
áre a de int ere sse pú blic o, uma extensão territorial
reservou, como u a consonância
para Cumbica, e, portanto, ulo . Na me sm a linha, Wilheim recomendo
Aérea de Sã o Pa
na qual já se inseria a Base das margens das
e ind us tria l qu e vin ha se consolidando ao longo
o pa rqu pansão do aeródromo
do sítio aeroportuário com mo do que a área de domínio e ex
lm en te, Du tra , de territorial ma-
vias Fernão Dias e, principa de ind ús tria s, ten do um vetor de expansão
lindeiros desse eix o
acompanhasse os limites
a direção leste.
joritariamente voltado para

ttp://www.guarulhos.
de ) Lei Mu nic ipa l nº . 60 55/04 (Disponível em: <h 23 de Maio de 2018).
* GUARULHOS (cida do wn loa d/0 60 55 lei. pd f> . Acessado em
/leis_
sp.gov.br/06_prefeitura/leis (D isp on ível em: <http://www.g uarulhos.
Munic ipa l nº . 16 89 /71 io de 2018).
** GUARULHOS (cidade) Lei is_ do wn loa d/0 16 89 lei. pd f>. Acessado em 23 de Ma
/le
sp.gov.br/06_prefeitura/leis
69

1971, elaborado por


da cidade de Guarulhos, de ovia Presidente Dutra,
a par a o aer opo rto inte rnacional no plano diretor nôm ico ao long o da Rod
a da área previst mento eco
Esquematização cartogreáfic eixo potencial de desenvolvi
a as indicações acerca do logo ao Sul do território citado.
Jorge Wilheim. Destaqu par
E, 2011).
alvia (2006, apud. DUART
Fonte: Liliane de Souza Las
admitir o
ve rsã o do Pla no Dir eto r para cidade terminou por
autor, a segunda scimento do
No entanto, acrescenta o s en vo lvid os em garantir o horizonte de cre
e dos gestores aé reo
fracasso do poder público amento territorial,
ns ide rar, po r de fin itiv o, em suas diretrizes de orden
desco do processo histórico
complexo aeroportuário, ao co nfo rm ando-se com os resultados
no pla no ori gin al, ica,
a expressiva área indicada de int ere sse aq ui rel ata do s, de ordem política, econôm
putas e conflitos tos de uso
aqui relatado acerca das dis me nto s co ns tat ad os nos sucessivos zoneamen
correntes afr ou xa
social e ambiental, e dos de orto.
áreas de influência do aerop
e ocupação do solo para as
ffff
O crescimento do tecido urbano de Guarulhos acompanhou o processo de metropolização (e de periferização) da Grande São Paulo, refletindo, também, na ocupação do entorno do aeroporto internacional
Fotos aéreas de 1970, 1980, 1993 e 2000, da esquerda para a direita. Acervo da Prefeitura Municipal de Guarulhos.
Fonte: Liliane de Souza Lasalvia (2006, apud. DUARTE, 2011).
nto do aeroporto e da ci-
20 00 até o pre se nte mo mento, planos de crescime crônica
Prosseguindo pelos anos do s, ob ed ec en do , via de regra, à mesma relação
borados e ap lica
dade continuaram a ser ela rio, aprovado pela
em qu e o Pla no de De senvolvimento Aeroportuá
passo milhões de passagei-
analisada anteriormente. Ao ca pa cid ade do aeroporto para 41
alizou o ho riz on te de ndo a
INFRAERO, em 2004, atu ce ssá ria am plia çã o da estrutura terminal, prioriza
a cada vez mais ne des de
ros anuais, contando com ge iro s co mo áp ice do investimento, as possibilida
terminal de pa ssa no de seu proje-
construção de um terceiro ve z ma is rem otas, até o fatídico abando
ta tornava m- se ca da
implantação da terceira pis novo zoneamento
s an ter ior me nte cita da s. No âmbito do município, um
isódio sido incorporado, porém
to a partir dos fatores e ep ipa l nº. 6253/07), tendo a ele
de 20 07 (Le i Mu nic atualizada
foi regulamentado no ano (D UA RT E, 20 11 ), a carta da curva de ruído
ministerial espe cíf ica tituto Alberto
não validada por portaria nc ia da já hip oté tica terceira pista) pelo Ins
a presenç a e inf luê
(contando, inclusive, com neiro (COPPE), que
o e Pe sq uis a da Un ive rsi dade Federal do Rio de Ja
uaçã
Luiz Coimbra de Pós-Grad ER O, num quadro de insegura
nça jurídica.
so me nte pe la INF RA
permaneceu reconhecida de relevância datados deste
período,
gu ira m- se do is pro jet os
ssageiros, se de maior ca-
Para o novo terminal de pa na do s co nfo rm e os modelos de aeronaves
pier-finge r dim en sio
ambos seguindo o modelo iderado o maior avião
o en tão rec ém -di vu lga do Airbus A380, hoje cons
mo 07) e
pacidade até então, bem co os’ Boeing 747. Romaro (20
72
ran do me sm o os ‘Ju mb
já fabricando, supe escritório
comercial de passageiros a ge sto ra do ae rop ort o, em consonância com o
a partir de 20 05 , os desde a
Duarte (2011) trazem que, via ac um ula do ce rta experiência em aeroport
Ferraz, qu e já ha
de engenharia Figueiredo ssageiros, capazes
r pú blic o um pro jet o pa ra dois novos módulos de pa
torna
década de 1980, passou a ente.
er, jun tos , à de ma nd a má xima estimada no plano vig
de atend
ffff

Carta do Zoneamento de Uso


e Ocupação do Solo de 2007
para Guarulhos, editada por
Duarte (2011) de modo a re-
alçar as restrições impostas
ás cercanias do aeródromo
e a curva de ruído elaborads
pelo COPPE, em 2006, con-
siderando a possibilidade da
terceira pista de pousos e
decolagens posteriormente
descartada.
Fonte: Duarte (2011).
ffff

a para o terminal, acarre-


jud icia is, e um a iné dita estimativa de demand
Entretanto, entraves polític
os e & Katchbo-
jet o, de sta ve z, de se nh ado pelo escritório Biselli
segundo pro pelas empresas
taram na contratação de um , po r me io do consórcio MAG, formado
uiteta Gic ele Alv es
rian, com co-autoria da arq ação Arquitetônica.
nd e En ge nh ari a de Pro jetos, e Gabinete de Projet
Reze a área
PJJ Malucelli, Andrade e (20 14 ) qu e co nd uz iu o projeto, o projeto previu um
anista Mário Biselli milhões
Segundo o arquiteto e urb rqu e e um a ca pa cid ad e para atender, sozinho, 19
26 pontes de em ba o padrão pier-
construída de 230 mil m ,
2

um a tip olo gia ‘ríg ida ’ já estabelecida pelo cliente,


r meio de ofereceu “um potencial
de passageiros por ano, po ra o au tor , o problema apresentado
an ter ior es . Pa
-finger cultivado pelos projet
os aspecto predominante do E
a co be rtu ra de gra nde expressividade como
inegável para a definição
de um ificação,
te cu rva da co be rtu ra es pacial que abarca toda a ed TERMIN
AL 3
etria sutilmen inglês, ‘sob
edifício” marcado pela geom nc eit o ‘un de r on e roof’ (em tradução livre do
erna base ad a no co
por uma espacialização int lês, como ‘fácil lo-
‘ea sy fin d, ea sy flo w’ (qu e pode ser traduzido, do ing
um único teto’) e no racioc
ínio e intuitiva compreensão
nto ’), ca rac ter iza nd o uma arquitetura de rápida
calização para fácil deslo ca me adoção de
ac erv o ico no grá fico for ne cido pelo autor evidencia a
LLI, 2014). O nhos de partida
por parte do usuário (BISE o ve rtic al de flu xos que distingue os cami
nea de org an iza çã
uma tipologia contemporâ âmica espacial dos
nd ido pe lo fin ge r, qu e, em comparação com a din
e chegada já no setor comp
ree originais de Guarulhos feitos
ntre os quais os terminais
74
dé ca da s an ter ior es (de um nível
terminais construídos em an do na cri aç ão de um pavimento adicional, em
os obsoletos , res ult
nos anos 80), já considerad não construída,
s de se mb arq ue s da s ae ronaves. Embora, também
mente ao senvolvida, plástica
intermediário, destinado so de se r tid a como a mais ambiciosa de
órc io MA G po
a proposta entregue pelo
cons e, inclusive, contemplou
rad o ter mi na l de pa ssageiros, de maneira qu
e funcionalmente, para o
es pe esso em
es taç ão fer rov iár ia, ed ifício-garagem e vias de ac
exo, dotado de s viárias como o
um complexo intermodal an la me tro po lita na, importantes articulaçõe
r, també m na es ca
dois níveis, além da preve rodovia de acesso
rte do Ro do an el Má rio Covas, a partir da própria
cho No
acesso direto ao futuro tre
dos terminais.
75

RAERO.
consórcio MAG para a INF
tras te com o Term inal 3, à direita, desenvolvido pelo em 1 de Junho de
2 (antigo) em con 7/aero-04.jpg>. Acessado
Vista ilustrativa do Terminal p://w ww. bkw eb.c om.br/site/assets/files/115
n (2011. Disponível em: <htt
Fonte: Biselli & Katchboria 2018).

.
io MAG para a INFRAERO
de ace sso ao Term inal 3 desenvolvido pelo consórc do em 1 de Junho de
Vista ilustrativa da fachada 1157/aero-03.jpg>. Acessa
ível em: <htt p://w ww. bkw eb.com.br/site/assets/files/
n (2011. Dispon 2018).
Fonte: Biselli & Katchboria
ffff

2014, e
do Bra sil pa ra se dia r a Copa do Mundo FIFA, em
10, com a escolha scimento
Na virada para os anos 20 iu a INF RA ER O, na iminência do esperado cre
rão, em 2016, de cid gaeventos es-
os Jogos Olímpicos de Ve qu an to ap ós o desfecho de ambos os me
o, tanto no pe río do
do tráfego aéreo doméstic dulos Operacionais
pro jet o-p ilot o pa ra a ins talação dos chamados Mó
um iros
portivos, de lançar mão de ca rát er tem po rár io, an ex as aos terminais de passage
de ampliações, com talada apro-
(MOp), que constituem-se om os . No ca so de Guarulhos, a estrutura ins
temporários au tôn e permanente,
operantes, ou de terminais ex tin ta co mp an hia aérea VARIG, tornou-s
nal de ca rga s da
veitando-se do antigo termi xto, a administrado-
do mé stic o até os dia s atuais. Neste mesmo conte
atendendo parte do tráfego
aéreo estatal
do ter ce iro ter mi na l de passageiros. Desta vez, a
jeto para o supracita uitetura
ra recorreu a mais um pro de Pro jet os (EB P), pa ra a concepção de uma arq
turadora Brasile ira de geometrias,
contratou a Empresa Estru cto pri ori tár io, visando, para tanto, o uso
ção fosse um as pe
cuja flexibilidade de amplia e operação a cargo
s rac ion aliz ad os , fica nd o os custos de construção
trutivo ssa
sistemas estruturais e cons al de São Paulo , uma premi
*

sã o do Ae rop ort o Int ern ac ion


leil ão de co nc es Natal (Sã o
da empresa vencedora do bé m, nu m pri me iro momento, os aeroportos de
ntemplando tam sília (Juscelino
do Governo Federal que, co os ), de Be lo Horizonte (Confins), de Bra
Campina s (Vi rac op
Gonçalo do Amarante), de investidores para
(G ale ão /To m Jo bim ), vis ava prover recursos e atrair
neiro Sede,
76 Kubitschek) e do Rio de Ja rni za r a red e ae rop ort uá ria das chamadas Cidades
de ampliar e mode um edifício
impulsionar suas intenções me ira fas e, es te pro jeto previu a instalação de F
, 2011). Em um a pri
no âmbito da Copa (ANAC pessoas. Todo o
píe r co m as áre as de em barque e desembarque de CECAP
s e um mente envidraçadas
processador de passageiro ret an gu lar, fachadas laterais ampla
volum es co m pla nta em ân-
conjunto é constituído por loc al. Um jog o de co be rturas espaciais inclinadas
ado moldada no terno. Para
e estrutura de concreto arm do r, es pe cia lm en te quando visto do lado ex
a forma do pro ce ssa
gulos modestos demarca túnel subterrâneo
çã o de um se gu nd o pie r, com acesso remoto por
constru uma revisão do dese-
2022, o projeto descreve a pre vis to, que, outra vez, envolveria
letan do o co nju nto bém
a partir do primeiro, comp 11 ) de scr ev e qu e, em bo ra a INFRAERO tenha tam
roporto. Duarte (20 a vencer o
nho do plano macro do ae tão co ntr ata do s, a critério do concessionário
o, dentre os até en
deixado a escolha do projet
o, susten-
lia Re gin a Mo ret ti. Ter mi nal 3 de Guarulhos: projet
LEONE, Camila; MEIREulo LLES, Cé ckenzie, 2014.
*
inova ção. Sã o Pa . Un iversidade Presbiteriana Ma
tabilidade e
por fim, foi de
sua predileção ao dese nvolvido pelo EBP, o qual,
leilão de co ncessão, a estatal sinalizou
fato construído. roporto, e a assinatura do
rei ro de 20 12 , do processo de licitação do ae
Com a concretização, em
Fe ve Internacio-
ed or, foi ins titu ída a Co ncessionária do Aeroporto
lo grupo venc upo Invepar e
Contrato de Concessão pe ro ac ion ári o pe rtencente às empresas Gr
m 51% de se u qu ad
nal de Guarulhos S.A., co a gestão inicialmente
os res tan tes 49 % de pa rticipação, constituindo um
O ional
ACSA, detendo a INFRAER e ad oto u a ma rca GR U Airport - Aeroporto Internac
administração, qu tadas para
de natureza mista. A nova ao inc rem en to de melhorias por ela apresen
fantasia, deu cu rso
de São Paulo como nome cial do aeroporto
ma is rel ev an tes , co nfo rme apurado na página ofi
eventos de estacionamento
o complexo, tendo como os ed ifíc io- garagem com 2644 vagas
em 20 13 , de um
na internet ,as inauguraçõ
* es, junto a um novo plano de
e em 20 14 , do Te rm inal 3 elaborado pela EBP
distribuídos em 8 pavimen
tos , inicial para
tór io Air po rt Co ns ult ing Vienna, com capacidade
ndado ao escri retrofit que cul-
desenvolvimento encome ais po r an o, be m como a intervenção de 77
geiros int ern ac ion
atender 12 milhões de passa rque e de transferên-
is 1 e 2 e na rep ag ina ção de seus fluxos de emba
minou na unificação dos ter
mi na , a nova
ofi cia lm en te ref eri do s como Terminal 2. A propósito
mesmos a serem ssageiros
cias internas, passando os ura e ide nti fica çã o de todos os terminais de pa
r mais intuitiva a leit
denominação buscou torna idt, sua via prin-
erê nc ia o se nti do as ce nd ente da Rodovia Hélio Sm
como ref rminal 1, mantendo,
do aeroporto, assumindo l 4 pa sso u a ser designado como Te
que o en tão Te rm ina mais.
cipal de acesso, de modo l int ern ac ion al, o ter ce iro , construído ao Leste dos de
nação do termina do Centro
no entanto, intacta a denomi pe la co nc es sio ná ria incluem as modernizações
s até o mome nto ndido no centro
Outras melhorias executada an da r do Ed ifício Administrativo compree
CO), situ ad o no 5º
de Controle Operacional (C ntraincêndio (SCI),
l de Ca rga s (TE CA ), a inauguração da Seção Co
Term ina ILS) e
do atual Terminal 2, e do po r ins tru me nto s (Ins tru ment Landing System, ou
a de aproximação iamento e
o aprimoramento do sistem vis ibil ida de CA T III, a abertura de pistas de tax
erações em nív el de
sua homologação para op das companhias
to o fun cio na me nto do s hangares de manutenção
tá previs iores 60 m para 75 m,
do pátio de espera onde es po r fim , o alargamento, dos anter
e LA TA M Air line s, e,
aéreas American Airlines
tucional/sobre-gru-
Dis po nív el em : <h ttp s:/ /www.gru.com.br/pt/insti
.
GRU AIRPORT, 2016 o em 30 de Maio de 2018.
* ad
-airport/historico>. Acess
das, possibilitando ao
s 09 L/2 7R , e da s pis tas de acesso a ela associa
da pista de pousos e deco
lag en A380-800,
ori a F, do po rte do s mo de los Boeing 747-8 e Airbus
aves de categ pela Lufthansa,
aeroporto receber as aeron ofi cia lm en te efe tuadas, respectivamente,
passaram a se r
cujas operações comerciais s Emirados Árabes
rço de 20 14 , e pe la Em irates Airlines, oriunda do
de Ma
de origem alemã, no final
.
Unidos, em Março de 2017

Paulo.
78 oporto Internacional de São
ced ente de Dub ai, aco plada ao Terminal 3 do Aer GR U-132-
da Emirates Airlines, pro s/2015/11/17002045/A380-
Aeronave Airbus A380-800, ps:/ /d24 rq5 wy8 60s ry.c loudfront.net/content/upload
(2015. Disponível em: <htt ssado em 1 de Junho de 201
8).
Fonte: Chicken or Pasta? -copy-1440x620.jpg>. Ace
ffff

Plano aeroportuário desen-


volvido pelo consórcio MAG
para a INFRAERO.
Fonte: ArchDaily (2011. Dis-
ponível em: <https://images.
adsttc.com/adbr001cdn.ar-
chdaily.net/wp-content/uploa-
ds/2011/09/situa%C3%A7ao-
-Large.jpg>. Acessado em 1
de Junho de 2018).

Terminal 3 do EBP contem-


plado no plano aeroportuá-
rio desenvolvido pelo Airport
Consulting Vienna para a
GRU Airport.
Fonte: Airport Consulting
Vienna (2011. Disponí-
vel em: <http://i63.tinypic.
com/2iv1jzm.jpg>. Acessado
em 1 de Junho de 2018).
r a
bé m for ne cid as pe la GR U Airport, pode-se sintetiza
e informações tam situado a
Em linhas gerais, conform de Sã o Pa ulo /G ua rulhos como um complexo
orto Internac ion al
atual configuração do Aerop s terminais de
rel aç ão do nív el do ma r, que engloba, ao todo, trê
metros em pontes de embarque
uma altitude média de 749 ra es tac ion amento de aeronaves, 45
3 po siç õe s pa
passageiros distribuídos em
12 , juntos, 41 milhões de
ssi bili tan do um a ca pacidade para movimentar
e 362 balcões de check-i
n , po m 37,816
ras po r dia , o ae rop ort o finalizou o ano de 2017 co
ionando 24 ho do controlada
passageiros por ano. Func em ba rqu es e desembarques, apresentan
ndidos, so ma nd o
milhões de passageiros ate orta cerca de 25 mi-
a ao lon go do s an os . En quanto o Terminal 2 comp
mand con-
taxa de crescimento da de co nc en tra r ap en as vo os domésticos, o Terminal 3 foi
is e caminha para 12 milhões
lhões de passageiros anua ac ion ais e, em su a primeira fase, comportar
as operações int ern r utilizado por
cebido para aglutinar todas res po ns áv el po r destinos regionais ou a se
ndo o Te rm ina l 1
de movimentos por ano, fica aeroporto mantém
sto ( low -co st ). Co m 20 5 mil toneladas processadas,
ixo cu u en-
companhias aéreas de ba e int ern ac ion al, co m co ntr ole alfandegário próprio. Se
cargas doméstico garagem e a
um setor com terminais de me nc ion ad as an ter iormente, como o edifício-
m das facilid ad es ção aeroportuá-
torno imediato engloba, alé ho s, da CP TM , empresas ligadas à opera
Aeroport o-G ua rul
recém-inaugurada Estação importantes hotéis se
óv eis . Ao lon go da rod ov ia de acesso, o menos três
ria, como de locação de au
tom o Hotel
80
ati on al Air po rt, o Sã o Pa ulo Airport Marriot Hotel e
n Guarulhos Intern inal 3, foi
fazem presentes, o Pulman em ba rqu e e de se mb arque internacional do Term
amente a ala de
Matiz, e, atendendo exclusiv de pernoite pela
red e Try p. Na áre a pú blic a do Terminal 2, há opção
de da a para raios mais
aberta, em 2015, uma unida em pre en dim ento aeroportuário se alastr
s, a inf luê nc ia do ras situ-
rede Fast-Sleep. Por veze Sh op pin g Gu aru lho s, importante centro de comp
plo, ao Internacion al da capital.
distantes, como, por exem nc ipa l co rre do r de ac esso ao aeroporto a partir
sidente Dutra , pri
ado em meio à Rodovia Pre em urbana e
do s int ern am en te ao ae roporto, articulações de ord
tos observa zo agravados pela
A despeito dos investimen stin do -se em raciocínios de curto pra
-se de fici tár ias , pe rsi jeções
metropolitana mantiveram ete u no s últ im os an os , frustrando também as pro
o Brasil se subm dimentos
situação econômica a que tud o no âm bit o da s concessões dos empreen
a investidores, so bre do. A seguir,
vendidas pelos governos es po rtiv os , no qu al a GRU Airport está inseri
dos mega ev en tos
aeroportuários no contexto ançaram seu êxito:
de gra nd e rel ev ân cia , qu e não necessariamente alc
ções
constam planos e inaugura
ffff

Vista aérea do Aeroporto Internacional de Guarulhos.


Digitalização tridimensional do Google Earth (2018).
82
Dos céus aos trilhos
A pertinência de uma conexão metroferroviária a partir do aeroporto
Inaugurada no dia 31 de Março de 2018, ano desta publicação, em regime de operação assistida, a
Linha 13-jade configura-se como o primeiro ramal construído e operado pela Companhia Paulista de
Trens Metropolitanos (CPTM), estatal fundada, como contam Geraldo Borghetti e Witold Zmitrowicz
(2009), a partir da unificação, na década de 1990, de uma rede de 270 km de trilhos remanescente do
tronco originalmente implantado pela São Paulo Railway (SPR), em 1967, pela Estrada de Ferro Soro-
cabana (EFS), em 1875, e pela Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB), em 1890, e também geridas,
ao longo do século XX, pelas operadoras de trens Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, Rede Ferroviária
Federal S/A (RFFSA), Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e Ferrovia Paulista S/A (FEPA-
SA), todas extintas.
Em sua primeira fase, a linha conecta, a partir da Estação Aeroporto-Guarulhos, as imediações do Ter-
minal 1 do complexo aeroportuário, e o Terminal Urbano Taboão, ao bairro Parque Cecap, onde se situa
o Terminal Turístico Rodoviário de Guarulhos e o Hospital Geral do município, através de sua parada in-
termediária, Guarulhos-CECAP; e á Linha 12-safira, também operada pela CPTM, por meio da Estação
Engenheiro Goulart. O Coletivo Metropolitano de Mobilidade Urbana (COMMU), em seu portal online,
tem publicado, desde 2015, artigos críticos ao descompasso entre os governos estadual e federal junto
à GRU Airport quanto ao local destinado para a estação de conexão com o aeroporto, que dista entre
83
2,5 km e 3 km de seus terminais principais. Como relata o idealizador do portal, Caio César Ortega*, a
configuração da linha resulta do impasse entre as intenções do Poder Público e da concessionária, que
detém o direito contratual e legal de explorar a gleba situada próxima aos limites entre os terminais 2 e
3, vizinha ao edifício-garagem, na qual a companhia de trens pretendia, de início, erguer sua estação.
Os planos da concessionária, no entanto, eram de inaugurar no mesmo local um centro comercial, con-
forme também salientado por Caio do Valle via Jornal Nexo**.

* Referência especificamente obtida de seu artigo “Por que a nova linha da CPTM para o
aeroporto internacional não chega diretamente nos terminais?” (sic) (ORTEGA, 2018. Disponível
em <https://medium.com/trens-metropolitanos/por-que-linha13-fora-aeroporto-d925126e6b02>.
Acessado em 30 de Maio de 2018).
** “Por que os trilhos não colocarão passageiros dentro de Cumbica?” publicado por Caio
do Valle no Jornal Nexo (VALLE,, 2018. Disponível em <https://www.nexojornal.com.br/expres-
so/2017/02/28/Por-que-os-trilhos-n%C3%A3o-colocar%C3%A3o-passageiros-dentro-de-Cumbi-
ca>. Acessado em 30 de Maio de 2018).
Ficou acordado, ainda que informalmente, que uma ligação gratuita, por sistema de trem-leve ou mono-
trilho, seria oferecido pela administradora aeroportuária, o que segue sem previsão de se concretizar.
Como medida imediata, porém, ineficiente, a empresa estendeu seus serviços de transfer por ônibus
convencionais até a referida estação, com intervalos entre os veículos estipulado em 10 minutos.
A ligação férrea em questão deriva, entretanto, de ideias cogitadas desde os primeiro estudos para o
aeroporto, quando o canteiro central e terrenos vizinhos às áreas dos terminais foram reservados para
os futuros trilhos, na medida em que o aumento gradual da demanda aérea respaldasse a criação do
modal. Em 2004, o Governo do Estado lançou o programa de incremento do sistema metropolitano de
trilhos, Expansão SP, de modo a respaldar as metas lançadas no Plano Integrado de Transporte Urbano
(PITU) 2020, dentro do qual deu-se início a uma sucessão de investimentos em obras de ampliação da
rede e na compra de trens, tanto na CPTM quanto na Companhia do Metropolitano de São Paulo (Me-
trô). Porém, não houve progresso no encaminhamento das duas linhas até então prometidas para Gua-
rulhos, sendo a 14-ônix um serviço direto que partiria da região da Luz, no centro da capital, apelidado
na época de Expresso Aeroporto, além da 13-jade, que constituiria um serviço parador, suprimindo-se
a linha expressa e transformando-a, conforme as metas mais recentes do governo, em um ramal me-
84
troviário a ligar os bairros ao Leste do aeroporto ao município de Santo André, constituindo um vetor de
mobilidade e conectividade para grande parte dos demais municípios do Grande ABC.
Uma segunda fase de ampliação da Linha 13-jade, que foi ratificada pela versão do PITU para 2025 e,
desde 2014, é também considerada pelos Relatórios de Sustentabilidade do Metrô, pretende levar seus
trens ao bairro de Bonsucesso, na periferia Leste de Guarulhos, bem como, em seu extremo oposto,
fazê-los chegarem até a estação intermodal Parque da Mooca/São Carlos, prevista para integrar uma
parada terminal da também segunda fase da futura Linha 16-Violeta do Metrô* (originalmente uma se-
gunda fase da Linha 6-laranja, em construção, cuja configuração atual deve se estender da Brasilândia,
no extremo-norte paulistano, à Estação São Joaquim, no centro-sul), e plataformas para os trens da
Linha 10-turquesa (que conecta a Estação da Luz ao município de Rio Grande da Serra). Espera-se
que esse grande conector metroferroviário impulsione, também no contexto das emergentes operações
urbanas consorciadas Moóca-Vila Carioca e Centro, o fortalecimento de uma nova centralidade local.

* Informação revisada conforme uma das alterações mais recentes realizadas pelo Metrô em
seu plano para a malha futura da rede, citado em matéria do portal Metrô/CPTM (Disponível em ,
https://www.metrocptm.com.br/metro-estuda-nova-linha-para-a-zona-leste/>. Acessado em 6 de
Agosto de 2018).
ffff

Mapa do Transporte Metropo-


litano, rede futura assinalada
para 2025, ainda prevendo a
Linha 6-laranja a passar pela
futura estação Parque da
Mooca.
Fonte: Companhia do Metro-
politano de São Paulo (2016.
Disponível em <https://cdn-
-images-1.medium.com/
max/2000/1*R7x-pKD0fUN-
1JL8C3DvrOA.jpeg>. Aces-
sado em 31 de Maio de 2018).

85

Projeção da rede de mobili-


dade de alta e média capa-
cidade para 2030, também
desatualizado quanto à con-
figuração conjunta entre as
futuras linhas 6 e 16 do Metrô.
Fonte: FONSECA, Hermes da
(2016).
Planos urbanos e ambientais na escala do município
No que confere o município de Guarulhos, a prefeitura encabeçou, na última década, propostas timi-
damente executadas até a presente data, no âmbito da mobilidade urbana e ambiental, que buscam
responder a gargalos historicamente negligenciados, como o déficit de conectividade entre os diversos
núcleos que o compõem, e a problemática da dos rios Baquirivu Guaçu e Cabuçu de Cima, tributários
do Rio Tietê que cortam a mancha urbana guarulhense, incluindo o território do aeroporto internacio-
nal, crescida desordenadamente ao longo de suas margens, à semelhança do processo de ocupação
de áreas de várzea e fundos de vale observado na escala macro do processo de formação da Região
Metropolitana de São Paulo (e de inúmeras aglomerações urbanas brasileiras que reproduziram tal
modelo). Segundo o Plano de Mobilidade Urbana de Guarulhos* previsto em 2013, com contribuição
do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade, contempla, entre melhorias viárias dis-
86 tintas, a criação de uma rede de corredores de ônibus ao longo dos eixos de avenidas estruturadoras,
aprimorando a ligação entre os terminais urbanos. Dentro desta rede, um corredor na modalidade Bus
Rapid Transit foi proposto para interconectar, por meio de um sistema formado pelas avenidas Monteiro
Lobato, Papa João Paulo I, Santos Dumont, Natália Zarif, Candéa, José Brunatti, pela Estrada Guaru-
lhos-Nazaré e pela Rua Bela Vista do Paraíso, os bairros limítrofes do aeroporto internacional, de modo
a ser alimentado por corredores secundários adjacentes, provenientes de bairros das regiões central,
Norte, Leste e além-Dutra. Por fim, o Plano Diretor de Drenagem (GUARULHOS. Prefeitura Municipal,
2008) propõe o controle das cheias dos rios anteriormente referidos através da criação, ao longo de
seus cursos, de uma sequência de lagos com finalidade de atuarem como bacias de contenção.

* O material está disponível online na forma de um vídeo institucional produzido pelo es-
túdio Unloop Filmes (GUARULHOS, cidade, 2013. Disponível em <https://www.youtube.com/
watch?v=N3u1KGRtxlM>. Acessado em 30 de Maio de 2018).
PVista da Estação Aeroporto-Guarulhos, da Linha 13-jade.
Fotografado pelo autor (2018).
87
O AEROPORTO
A D E C O N T E M P O R Â N E A
E A CID rasil e no mundo B
Reflexões e exemplos no o Int ern ac ion al de São Paulo denota sua fra
gilidade
lhos e o Ae rop ort
estudo do território de Guaru exemplos
O urbanística, a qual motiva
de grande êxito país e mu
a série
ndo afo ra,
de
ten
inv
do
es
em
tig
vis

ta
õe
su
s
a
co nti da s nesta seção, destacando
pertinência na elaboração
de metodologias
dem a qualificar
ulis ta alv o. Pro cu ra- se en tender os aspectos que ten
o pa o, metropolitano e
de intervenção no aeroport ind uto r de desenvolvimento urban
co mo um im po rta nte
o equipamento aeroporto
regional.

Movimentação de aeronaves no
Aeroporto Internacional de Guarulhos, a
partir da (extinta) janela do Pizza Hut.
Desenhado pelo autor (2014).
racteri-
ne ce ssi da de de de slo ca mento e acessibilidade ca
AÇA, 2001) a jus à afir-
egundo Flávio Villaça (VILL
S za e estrutura o espaço urb
mação de Joel Gerreau (G
ERREAU
ano desd
, 20 11
e
)
os
de
pri
qu

e as
rdi os
ag
da
lom
his tór ia da urbanização, fazendo
erações urbanas surgem e
se desenvolvem
(KASARDA; LINDSAY,
io de tra ns po rte ” de seu tempo. John Kasarda
em função “do mais avança
do me distân-
rim ora me nto do s me ios de transporte aproximaram
dida em que o ap temente,
2012), concorda que, na me se r me did as po r un ida de de tempo e, mais recen
cias passaram a passou a ser
cias geográficas, tais distân es pe cia lm en te da internet, a conectividade
telecomun ica çõ es ,
com a popularização das pacial.
râmetro de estruturação es
também um importante pa e, com as duas primeiras
r ab str aíd a de sse rac iocínio, ao se constatar qu
Uma síntese histórica pode
se mo para-
ias e su as im po ne nte s estações centrais, bem co
usão das ferrov ade anterior,
revoluções industriais, a dif an os do sé cu lo XX, ante um modelo de cid
m os ce ntr os urb
das intermediárias, originara Hermes da Fonseca
e tam bé m se gu ia os nó s entre estradas sinuosas.
l, qu rda-
portuário, litorâneo ou fluvia scê nc ia da ind ús tria au tomobilística e a relativa libe
que, com a eferve iu-se um
(FONSECA, 2016) mostra õe s, qu e nã o ma is dependiam de trilhos, segu
s, ônibus e ca mi nh ntre os quais
de de locomoção dos carro de em dir eç ão a subúrbios afastados, de
to de baixa de ns ida
urbanismo de espraiamen Ebenezer Howard
ad es -ja rdi m’ , pro mo vid a pelo urbanista britânico
de ‘cid os,
pode-se destacar a ideia erados satélites e autônom
90
do , co ns isti nd o em ag lom
e do século passa nostalgia do
ao longo da primeira metad ad es e a co ne ctiv idade do meio urbano e a
em entre as fac ilid
baseados em uma mesclag trouxe um novo
e o fim da Se gu nd a Gu erra Mundial, a ‘era do jato’
de 1950 tes, distâncias que
campo. A partir da década ns po rte , co nectando, como nunca an
dos me ios de tra rte aé-
horizonte para o universo sm o dia s. Ka sa rda (20 12) assume que o transpo
várias horas, ou me o como a
antes eram superadas em aç ão , sã o res po ns áv eis pelo que por ele é aferid
nologia da inf orm
reo, em conjunto com a tec
‘era da instantaneidade’. ram-se a infraes-
R; GÜ LL ER , 20 12 ) ate sta m que os aeroportos “torna
Mathis e Michael Güller (G
ÜLLE do que são “impulsio-
pa ra a tra ns for ma çã o da área metropolitana”, da
trutura de transportes mais
crí tica de trem
tég ico s, ten do as su mi do posições-chave em redes
trumentos estra s centrais”.
nados por uma série de ins trô , qu e até ag ora , só ocupavam as estaçõe
rte ferroviár io e me
de alta velocidade, transpo
e globais” e, em
os ae rop ort os co mo “po ntos de encontro regionais
nsideram s urbanas variadas,
Deste modo, os autores co de ati vid ades produtivas e dinâmica
de se nv olv im en to
virtude de seu potencial de
de ‘aeroportos-cidade’.
atribuem a eles a alcunha a onda de desenvolvimen
to”, em re-
da l aé reo co mo “a qu int
se referir ao mo embarcações,
Kasarda (2012; 2014), ao ns po rte , qu e já superou a tração animal, as
dos me ios de tra
lação à cronologia evolutiva o-cidade, cunhando
mã o de um co nc eit o am pliado da ideia de aeroport
lança . Para
os trens e os automóveis, ns ab ilid ad e so bre o de se nvolvimento metropolitano
aeroporto em respo o urbano,
a ‘aerotrópole’, e coloca o de m a se de se nv olv erem como um novo centr
contemporâne os ten sa consolida-
ele, os grandes aeroportos tra dic ion al po r me io de um corredor de inten
centro da cid ad e
conectado intimamente ao es de conectividade
de ste tip o de co nfi gu raç ão do território. Estes vetor
izada o-
ção, dada a natureza polar ae rop ort o’, e ge ral me nte se caracterizam pela multim
termo ‘corredor do empresas e
vêm sendo referidos pelo tru tur am , e pe la atr atividade para diferentes
nsporte que os es
dalidade dos meios de tra s, como centros
vo ca çã o fin al do s ae rop ortos a que estão atrelado 91
não à lmente, complexos
atividades, relacionadas ou nv en çõ es , redes hoteleiras e, especia
escri tór ios e de co
comerciais, complexos de modal aéreo em questão
e, qu an do vo lta do s às demandas e à dinâmica do
educacionais e industriais
qu ústria’.
rac ter iza m- se so b um a dimensão de ‘aeroporto-ind
nológico, ca
e ao seu aprimoramento tec am-se num
ort os , ao se as su mi rem como aerotrópoles, consolid
e os aerop a de ‘cidade-van-
Entende Kasarda (2011) qu urb an íst ico que Gerreau (2011) cham
emplo s do mo de lo
dos mais proeminentes ex es em subúrbios que, em
ge city ’), ou o de se nvolvimento de centralidad
guarda’ (adaptado do inglês
, ‘ed dernistas,
itó rio ’ de co rre nte da pe riferização das cidades mo
‘região-dorm tivas e, por ve-
contraste com o modelo de uip am en tos qu e as tornam fortes, competi
de empre go s e eq
concentram grande oferta
zes, autossuficientes. ento na perspectiva da
sa io se ce ntr a em pe ns ar a ideia de desenvolvim
en
Portanto, o escopo deste es entre territórios.
str utu ra de tra ns po rte s, na mobilidade e nas conexõ
infrae
requer a sincronia entre
ex pla na qu e o de se nvolvimento de um território
Neste sentido, Fonseca (20
16 ) entos que
me nto s o ad en sa me nto populacional e os equipam
es e desloca s parques e
além das redes de conexõ cu ltu rai s ce ntr os médicos comércios serviço
“escolas ce ntr os
as tornam “produtivas” como struturas de oportu-
na da s po r Vis ha an Ch ak rabartI (2014) como ‘infrae
nomi
áreas verdes em geral” de
nidades’. portes
os so bre o De se nv olv im ento Orientado pelos Trans
campo de estud (CATHORPE,
O autor recorre, então, ao D , em ing lês ), de finido por Peter Cathorpe
Developme nt , TO ve centralidades
(DOT, ou Transit Oriented ref erê nc ias , como um modelo que promo
s pri nc ipa is
1993), considerado como
uma da de transbordo multi e
, ten do co mo ele me nto articulador uma estação
multifuncionais de alta dens
ida de observa-
o ac es sib ilid ad e de , pa ra e entre áreas próximas. Na
xões, provend crescimento
intermodal, o ‘hub’ de cone de es tra tég ias que visam a organização do
ta-se de “um a sé rie
ção de Fonseca (2011), tra cidades e dos princi-
o do s co rre do res do sis tema de alta e média capa
próxim como áreas com fortes
regional de alta densidade tor , no rmalmente já se constituem
qu e, co mp let a o au
pais nós de centralidades” vidades.
co ns olid aç ão urb ana e diversificação de ati
ind ício s de l é a “estrutu-
ipa l ide ia atr ibu ída ao DO T como estratégia projetua
e a princ modal de trans-
Sintetiza Fonseca (2016) qu nte xto urb an o propício, “utilizando-se do
92
um de ter mi na do co
ração e transformação” de solucionador.
o co mo ind uto r de qu alif icação e não apenas como
porte públic
ffff

Modelo esquemático de um
desenvolvimento orientado
ao transporte aéreo, a aero-
trópole.
Fonte: John D. Kasarda (Dis-
ponível em: <http://www.aero-
tropolis.com>. Acessado em
3 de Junho de 2018).
Uma ideia não tão recente
É sabido que, desde que a aviação ganhou destaque no cenário mundial, como
prodígio meio de transporte regular, projetistas e entusiastas passaram a rascu-
nhar possíveis maneiras de se criar aeródromos, aos seus olhos, eficientes e me-
lhor integrados ao tecido urbano das metrópoles pulsantes e aos demais meios
de transporte.

94

A “Cidade de três milhões de habitantes”, conceituada por Le Corbusier, em seu ensaio “The City of To-morrow and it’s Planning” (1922), previa
o adensamento urbano ao redor de um aeródromo.
Fonte: Claudio Nieto Rojas/Architectural Association School of Architecture (Disponível em: <http://pr2017.aaschool.ac.uk/Claudio-Nieto-Ro-
jas>. Acessado em 5 de Junho de 2018).
Embora muitas destas ideias soem hipotéticas, mesmo para os dias atuais, tais provocações assumem-
-se realistas quanto à importância que vinha ganhando, em pouco tempo, o transporte aéreo no funcio-
namento das cidades.
Em 1939, Nicholas DeSantis publicou, na revista americana Popular Science, sua ilustração a qual in-
titulou “Skyscraper Airport for the City of Tomorrow”, um conceito de um grande arranha-céu, com 200
andares, para a ilha de Manhattan, em Nova York, equipado com uma robusta estrutura de pousos e
decolagens em sua cobertura, capaz de receber aviões e dirigíveis operantes na época. Embora utópi-
co, a peça artística pende para uma noção de cidade compacta e multifuncional, servida e conectada
pelo sistema de transporte.

95

Conceito de edifício-aeroporto publicado pelo artista Nicholas DeSanchis, em 1939. No canto inferior direito da imagem, o edifício Empire State
Building denuncia a escala proposta para ideia.
Fonte: Nicholas DeSanchis (Disponível em: <http://www.leighfisher.com/sites/default/files/free_files/emergence_of_airport_city_us.pdf>. Aces-
sado em 5 de Junho de 2018).
pe-
T vã o ao en co ntr o do pa pel cada vez mais assumido
e premissas do DO a teia de
Em essência, os conceitos se po rta r co mo im po rtantes nós, ou hubs, em um
s, que passa m a
los complexos aeroportuário centro e periferia
glo ba l, ex tra po lan do , po rtanto, a noção vigente de
escala tido por Rem Koo-
cidades interconectadas em is im po rta nte, socioculturais, quadro
s fís ica s e, ma
urbanas, e superando fronte
ira por ‘cidade genérica’,
em bri ão de um tip o de urbanidade por ele afere
lhaas (KOOLHAAS, 1995)
co mo nsiderá-lo,
rio co nte mp orâ ne o co mo seu maior símbolo, por co
l aeroportuá a “cidade real”.
colocando o próprio termina nti tár ias co m o meio local que o acolhe,
ido de rel aç õe s ide
em sua natureza, desprov por consequência,
nd era e ad mi te qu e o su cesso de um aeroporto, e
z, po e, de como seus aeropor-
Kasarda (2012), por sua ve , po r parte dos atores da cidad
nd e da pe rce pç ão nta de que
de uma aerotrópole, depe o loc al. Em bo ra experiências reais dêem co
vamente no âm bit
tos podem corroborar positi is pioneiros de
ma ne ira tar dia , ex em plo s internacionais e naciona
ocorre de nvolvimento e de in-
tal percepção geralmente , as sim co mo de propostas em dese
mente ne ste se nti do nar-
aeroportos atuando solida co mo os ca so s, se lec ion ados para o escopo desta
dem ser mapeados , s mais bem
tervenções específicas, po Am ste rdã , Pa íse s Baixos, tido como um do
acional Schip ho l, de hn Kasarda,
rativa, do Aeroporto Intern em cu rso , qu e tev e participação do próprio Jo
rópole, e o pla no
sucedidos modelos de aerot onte, no Brasil, na
ern ac ion al Ta nc red o Ne ves/Confins, de Belo Horiz
orto Int
96 de transformação do Aerop
érica Latina.
primeira aerotrópole da Am
ffff

Projeto de aeroporto-cidade desenvolvido pelo escritório Stuchi & Leite Urbanismo para o Aeroporto Internacional Viracopos, em Campinas, no contexto de desenvolvimento de uma aerotrópole a partir
do chamado Triângulo de Ouro Paulista, que comporta as áreas metropolitanas de Campinas, de São Paulo e de Sorocaba.
Fonte: Stuchi & Leite Urbanismo (Disponível em: <http://stuchileite.wixsite.com/stuchileite/urb-09-b-viracopos>. Acessado em 3 de Junho de 2018)
Aeroporto Internacional Schiphol*
Amsterdã, Países Baixos
98 Uma aerotrópole pioneira
O principal aeroporto do país foi fundado em 1916 como uma pequena base aérea e passou a operar
comercialmente a partir dos anos 20, induzido pela instalação da Fokker, que veio a se tornar uma im-
portante fabricante de aeronaves nas décadas que se passaram.

* Este estudo de caso consta na dissertação de Branco (2013).


99

Vista aérea do complexo aeroportuário de Schiphol, em contraste com a cidade de Amsterdã, ao fundo.
Fonte: Edwin Khemer (Disponível em: <http://www.xinu.nl/aviation/schiphol/spl.html>. Acessado em 3 de Junho de 2018).
Na atualidade, o aeroporto é a base administrativa da Schiphol Group, empresa gestora de aeroportos
que, dado o sucesso de sua atuação, tem angariado contratos de gestão aeroportuária em outras loca-
lidades mundo afora. A gestão, de natureza mista, é fruto da parceria firmada na década de 1980 entre
a Província da Holanda do Norte e os governos das cidades de Amsterdã e Haarlemmerneer, através
da criação de um fórum governamental (Bestuurforum Schiphol) em conjunto com a Schiphol Area
Development Company (SADC) e o Banco Nacional de Investimentos, com a finalidade de impulsionar
o desenvolvimento logístico entre o aeroporto internacional e o porto de Roterdã, culminando em um
complexo multimodal que, com o tempo, se mostrou altamente conectado, local e globalmente, referido
como Mainport Schiphol, que também engloba aeroportos secundários de abrangência regional, e tam-
100
bém com alta demanda, como o Eindhoven e o da própria Roterdã.
Em 2012, o Aeroporto Internacional Schiphol, que é o hub operacional do braço holandês do grupo
AirFrance/KLM, companhia aérea de bandeira do país, e da aliança internacional de empresas aéreas,
Skyteam, movimentou 51 milhões de passageiros e 1,5 milhões de toneladas de cargas por meio de
101 linhas aéreas regulares entre a cidade e mais de 317 destinos domésticas e internacionais. Tais
números explicam o grau elevado de consolidação do corredor estabelecido ao longo do Mainport, que
conta com ligação ferroviária própria e capilarização com demais modais de mobilidade. O complexo
veio a atrair mais de 500 empresas que geram cerca de 290 mil empregos em toda a sua extensão,
movimentando cerca de 29% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
101

Ao lado do Aeroporto Internacional Charles de Gaulle, de Paris, Schiphol é o principal hub do grupo AirFrance/KLM na Europa.
Fonte: Lex van Lieshout/ANP/AFP (Disponível em: <http://www.arabnews.com/sites/default/files/styles/n_670_395/public/main-ima-
ge/2018/04/29/1172231-7803546.jpg?itok=Wh_Oi68c>. Acessado em 2 de Junho de 2018).
Consolidando uma aerotrópole no Brasil
O Aeroporto Internacional Tancredo Neves/Confins e a cidade de Belo Horizonte*
Em 2004, quando começou a dialogar com o Poder Público local e com a INFRAERO, então gestora
do Aeroporto Internacional Tancredo Neves/Confins, que serve a Grande Belo Horizonte, John Kasar-
da se deparou com um complexo de voos bastante deficitário e com difícil acesso a partir dos centros
102 urbanos.

* Foram extraídas informações a partir de John Kasarda, que trabalhou junto ao governo local
no desenvolvimento da aerotrópole, em entrevista ao portal Hoje em Dia (Disponível em: <http://
hojeemdia.com.br/primeiro-plano/economia/aerotr%C3%B3pole-de-confins-come%C3%A7a-
-a-atrair-novos-neg%C3%B3cios-1.263066>. Acessado em 3 de Junho de 2018), do vídeo ins-
titucional do Plano Diretor aeroportuário de 2009 (Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=91hd59hQosU&t=10s> . Acessado em 3 de Junho de 2018), do site oficial do aeroporto
(Disponível em: <http://www.bh-airport.com.br/>. Acessado em 3 de Junho de 2018), e do docu-
mento elaborado pela Associação de Desenvolvedores do Vetor Norte (AVNORTE) (Disponível em:
<http://www.avnorte.com.br/wp-content/uploads/2015/03/Flyer-Aerotropole.pdf>. Acessado em 3
de Junho de 20118).
Os esforços conjuntos para a criação de uma pioneira aerotrópole no país se iniciaram, desde então,
por meio de uma sucessão de consultorias prestadas pelo economista, as quais resultaram no aperfei-
çoamento de um plano macro para a metrópole mineira. Um sistema de corredores de ônibus expres-
sos, denominado Move, concebido na modalidade Bus Rapid Transit (BRT), foi estabelecido de modo a
articular o centro da capital Belo Horizonte, suas estações principais de metrô e a Estação Rodoviária,
com importantes subcentros metropolitanos, por meio de eixos de mobilidade, dentre os quais o con-
junto viário formado pela Linha Verde, que agrupa as avenidas Cristiano Machado, Presidente Antônio
Carlos e Dom Pedro I, e pelas rodovias Papa João Paulo II e LMG-800, que constitui o ‘corredor do
aeroporto' internacional, atendendo, também, o aeroporto da Pampulha, menor e mais central. Kasarda
destaca que o aumento progressivo dos voos realizados de e para Confins fez crescer substancialmen-
103
te a instalação de empreendimentos ao longo desse eixo viário. Só no entorno do aeroporto, viu-se
surgir dois grandes hotéis dedicados, um da rede Linx, a menos de 500 metros dos terminais, e outro
da antiga rede Confort, atual Confins Suites Hotel, situado a cerca de 5 km do complexo aeroportuário.
Ambos os estabelecimentos oferecem transporte gratuito aos seus hóspedes, 24 h por dia. Em 2014,
Kasarda estimou que o entorno do aeroporto oferecia, ao todo, cerca de 1,5 mil leitos de hospedagem.
Kasarda também dá destaque à Cidade Administrativa de Minas Gerais, projetada pela equipe do arqui-
teto Oscar Niemeyer e inaugurada em 2010 para abrigar a nova sede do Governo do Estado, liberando
os edifícios históricos que o abrigavam, na Praça da Liberdade, centro da capital, para a criação de
uma viva centralidade cultural dotada de museus e centros turísticos, em substituição às instalações
governamentais.
104

A Cidade Administrativa de Minas Gerais, margeia o corredor do aeroporto internacional.


Disponível em: <https://i0.wp.com/constructapp.io/website/shared/uploads/2018/03/cidade-administrativa-3-1024x550.
jpg?resize=1024%2C550&ssl=1>. Acessado em 14 de Junho de 2018.

Em 2009, um Plano Diretor encomendado pelo próprio governo estadual para o escritório Jurong Con-
sulting, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) e da Subsecretaria
de Assuntos Internacionais (Sain), previa a duplicação do volume do edifício Terminal 1 e a criação de
um terceiro terminal, maior, acrescido de duas novas pistas de pousos e decolagens, a ser situado na
margem oposta do eixo viário de acesso, que contaria, também, com uma ligação ferroviária dedicada.
O horizonte do projeto era o ano 2039, prevendo uma capacidade operacional na ordem de 37 milhões
de passageiros anuais, equiparando o complexo à movimentação comumente constatada no Aeroporto
Internacional de São Paulo.
Complexo aeroportuário de Confins conforme o Plano Diretor de 2009. 105
Fonte: Governo do Estado de Minas Gerais (2009. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=91hd59hQosU&t=10s>. Acessado em
3 de Junho de 2018).

Com a concessão do aeroporto à iniciativa privada, através do consórcio BH Airport, em 2012, o plano
para os terminais foi modificado, mas dois terminais foram construídos e inaugurados para o ano de
2016, o de número 2, destinado a voos domésticos e internacionais, e o terceiro, para voos regionais.
Similarmente ao plano de 2009, uma segunda pista de pousos e decolagens está planejada para 2020,
acompanhada de um quarto terminal de passageiros. De autoria do estúdio paulista BACCO Arquite-
tos Associados, o novo Terminal 2 se dá, em uma primeira fase, como um prolongamento do Terminal
1, originalmente desenhado na década de 1970 pelo arquiteto Milton Ramos e cuja reforma também
foi contemplada na intervenção recente, apoiando-se na estrutura pré-existente, mas assumindo uma
planta própria, em forma de braço com área prevista para a ampliação do processador de passageiros
a ser setorizado em 4 módulos, em contraste à implantação curva do antigo terminal. ajustando-se em
sua implantação, pendendo para o terminal regional, de modo a alinhar, em relação ao pátio, as caudas
das aeronaves nele estacionadas conforme o perfil de porte de cada portão de embarque, resultando
em maior área para manobras e movimentações nas pistas.
106

Aeroporto Internacional de Confins após ampliações e reformas.


Fonte: BH Airport (201?. Disponível em: <http://www.bh-airport.com.br/media/1833/Media.aspx>. Acessado em 3 de Junho de 2018).

Mezanino do Terminal 1 de Confins remodelado.


Fotografado pelo autor (2018).
107
ffff

108

Croqui projetual do plano desenhado pelo BACCO para a BH Airport.


Fonte: ArchDaily (2009. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=91hd59hQosU&t=10s>. Acessado em 3 de Junho de 2018).
Com uma projeção de capacidade atualizada para 43 milhões de passageiros anuais, prevista pela
concessionária para 2044, o aeroporto fechou o ano de 2017 com 10,164 milhões de embarques e
desembarques nacionais e internacionais. Já no âmbito do desenvolvimento da aerotrópole belorizon-
tina, que está incorporado ao Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado, as projeções, para 2030,
concernem a fazer da região um hub de acesso estratégico ao Mercosul, com 15 milhões de m² de sítio
aeroportuário envoltos por ampla rede de investimentos nos setores de turismo de negócios, educação
técnica, logística e indústria aeronáutica e aeroespacial, ciência, tecnologia e informação.
Além dos incrementos citados anteriormente, vale destacar que estão previstos ou já instalados um
total de 133 no contexto desta emergente aerotrópole, com impactos tanto no próprio aeroporto, a
exemplo do Centro de Manutenção de Aeronaves (CMA) Gol, quanto na economia de municípios do
chamado Vetor Norte, como Lagoa Santa que, em 2017, teve inaugurado seu Centro de Tecnologia e
Capacitação Aeroespacial (CTA).
A região também vem assistindo a implantação de complexos como o residencial Reserva Real, a Ci-
dade da Cultura, o Terras Fidalgo e o Fashion City Brasil, além de estarem em curso a implantação de
uma cidade médica, a BH Medical City, e dois campi universitários, a Faculdade de Ecologia e Saúde
Humana (FAESH), no município de Vespasiano, e a Fundação Pedro Leopoldo, em Pedro Leopoldo. 109
Quando completo, espera-se que o plano frutifique um PIB de R$ 172 bilhões, gerando 400 mil empre-
gos e atraindo cerca de 1,4 milhões de habitantes.

Com capacidade para até 8 aeronaves do porte dos Boeing 737, o CMA Gol foi inaugurado em 2006 como a mais sofisticada estrutura do tipo
na América Latina.
Fonte: Copastur (Disponível em: <https://www.copastur.com.br/blog/veja-curiosidades-sobre-o-centro-de-manutencao-da-gol/>. Acessado em
3 de Junho de 2018)
mação dos modelos de
tam ob se rva r, na prá tica, o fenômeno de transfor
Os casos analisados possi
bili onômica
da co ne ctiv ida de , co nfi rm ando a força de indução ec
mobilidade e hol tem como
urbanização sob a óptica da rar qu ia do s mo dais de transporte. Se Schip
roportuá rio na hie
e social do equipamento ae , tornando porto e
nv olv im en to a co ns olid aç ão de seu corredor logístico
aspecto marcante de seu
dese nfins vem se afirmando
âm ico s en tre po sto s comerciais da Europa, Co
aeroporto em um dos ma
is din ntralidade
reg an do à Gr an de Be lo Horizonte um status de ce
nde êxito, ag no fortemente
como case nacional de gra lsio na do um de senvolvimento metropolita
em que tem im pu
regional, ao mesmo tempo integração racio-
ma lha de mo bili da de loc al, na qual experiências de
o da , contribuíram, outrora, na
atrelado ao caráter planejad is, em suas diferentes escalas
os dif ere nte s mo da
nalizada e intuitiva entre nal.
o facilmente legível e funcio
construção de um desenh

110
ffff

Estatísticas e espacialização
de grandes complexos aero-
portuários uropeus. Da es-
querda para a direita, Frank-
furt-am-Main (Alemanha),
Amsterdam / Schiphol (Paí-
ses Baixos), Viena / Schwe-
chat (Áustria) e Helsinki / Van-
taa (Finlândia.
Fonte: Claudio Nieto Rojas/
AASchool (Disponível em:
<http://pr2017.aaschool.
ac.uk/Claudio-Nieto-Rojas>.
Acessado em 5 de Junho de
2018).

Tipologias de complexos ter-


minais de passageiros em
aeroportos.
Fonte: Claudio Nieto Rojas/
AASchool (Disponível em:
<http://pr2017.aaschool.
ac.uk/Claudio-Nieto-Rojas>.
Acessado em 5 de Junho de
2018).
O R L A A E R O P O R T U Á R IA
UMA
Factível? to, im pulsionam economias e din
âmicas variadas
urb an os , co mo vis
eroportos e seus entornos de infraestruturas e
A em suas zonas de influê
facilidades abrangem influê
nc ia. As co
ncias de difícil
stu ras
dis tin
efe
çã
tiva
o. Gu
das ao longo desta rede
aru lho s, ort anto, denota grandes qualid
ades
proje-
a situ aç ão no ce ná rio do transporte aéreo. O exercício
ância de su a pertinência
quando reconhecida a relev e as dis cu ssõ es motivadoras, admitindo
z a leitura o ter ritó rio
tual ensaiado, portanto, tra urbanização.
e pólo de convergências e
de se estabelecer um grand

Vista a partir do ‘Morrinho’, situado no


bairro São João (Jardim Novo Portugal),
em Guarulhos.
Desenhado pelo autor (2017).
exercício projetual desen-
tad a tem co mo ob jet ivo nortear e contextualizar o roporto
narrativa aqui apresen objeto de intervenção o Ae
A volvido e apresentado ne
Internacional de São Paulo
sta senão,
/Guarulho s,
tom
en fat
an
iza
do
nd
,
o
po
se
rta
u po
nto ,
ten
co mo
cial latente como equipam
ento indutor de

ento local e regional.


urbanidade e desenvolvim

114

por cerca de 1,5 km ao


nesa de Osaka, se estende
, o par que urb ano Itam i Sky Park, na cidade japocentral da cidade.
aços lúdicos oporto Itami, o aeródromo
Repleto de mirantes e esp longo da borda Sul do Aer 2018).
Acessado em 4 de Junho de
(Dis pon ível em: <htt p://w ww.city.itami.lg.jp/skypark/>.
Fonte: Itami Sky Par k

se subaproveitado,
tat ar, já de iní cio , qu e este potencial apresenta-
cons cia de aspectos que
Portanto, faz se necessário ), qu e a justifica ao observar a carên
a po r Du art e (20 11 scimento
condição também apontad o, se u en tor no urb an o e a metrópole, como o cre
de entre o comp lex o sistema de
garantem uma conectivida ira de se nfr ea da , e o deficitário e fragmentad
entorno de ma ne
da mancha urbana de seu m da capital. Para o
su as ce rca nia s e do s co rredores viários que parte
e de
transportes e acessibilidad
tância, ainda,
pe lo ae rop ort o em su as proximidades, não há subs
induzida
autor, apesar da economia os mo de los discutidos no capítulo anter
ior.
adrá- lo no s co nc eit
que torne pertinente enqu tab elecidas para a criação de
estra-
me tod olo gia s pré -es
tretanto, que não há os mundo
Branco (2013) pondera, en tica , ain da qu e se co nsidere casos bem sucedid
nder a tal proble má ideradas pelos
tágias que busquem respo çã o de fat ore s” os quais podem ser cons
istir “um a co mb ina
afora, e reitera que deve ex os aeroportos numa
do s e pe la so cie da de en gajada em melhor agregar
priva elemento articulador.
poderes públicos, agentes al, ten do-o como um importante
to urb an o e reg ion
premissa de desenvolvimen Gu arulhos e de seu aeroporto
interna-
pe cíf ica do ter ritó rio de
rofundada e es exercício.
Deste modo, ma leitura ap tég ias de pro jet o que deram curso a este
boração de es tra
cional corroborou para a ela

115

em Nagoya,
rnacional Chubu/Centrair,tando como a
Ise, o com plex o de pas sageiros do Aeroporto Inte) de alta velo cida de, des pon
icial sobre a baía de de um sistema de barcos
(ferry-boats
Construído em uma ilha artif ferroviário e rodoviário, além .
Japão, incorpora um terminal para a região central do país
principal porta de entrada rma tion_main.jpg>. Acessado
em 4 de Junho
info
ww. cen trair.jp/e n/bu sine ss/images/business_basic_
em: <http://w de 2018).
Fonte: Centrair (Disponível
ran-
po r um pla no art icu lad or macro, partindo de uma ab
, debruça-se em pro as metro-
O exercício projetual, então cto r mu lti/i nte rm od al e estratégico entre as áre
um sistema co ne
gência regional por meio de aeroportos, e a
ne iro e de Ca mp ina s, be m como seus sistemas de
Rio de Ja
politanas de São Paulo, do Sa nto s como aliado à logística ae
roportuária.
tam bé m o Po rto de
Baixada Santista, mirando de que estabelece o
po lita na , foi de se nh ad a uma estrutura de mobilida
Na escala de articulação me
tro al, compre-
na is de de stin o o tro nc o ferroviário central da capit
do como termi e do Metrô
corredor aeroportuário, ten os nó s pre vis tos nos planos atuais da CPTM
Brás e da La pa , e
endido entre as regiões do terminal intermodal
13 -ja de e pa ra a Lin ha 16-voleta prevista, como o
Linha
para a futura ampliação da roporto de Congonhas.
Mo óc a, es ten de nd o-s e, também, na direção do Ae
Parque da senvol-
me nto ch av e um a rei nte rpretação do plano de de
al tem como ele do-se de um
A abordagem de âmbito loc iza çã o de su as ati vidades principais e valen
provendo a se tor
vimento do aeroporto alvo, fe, configurando,
vid ad es tem áti ca s ao lon go de sua extensão limítro
os e ati a por uma rede própria
sistema de parques urban la ae rop ortuária’, também amarrad
io afe re co mo a ‘or iculado
finalmente, o que este ensa e So bre Tri lho s (VL T) como modal estruturador art
tendo o Veículo lev
de conexões e transportes, eixos de fluxos
be m co mo às red es de ônibus alimentadoras e a
e regional,
116
às ferrovias metropolitana
potenciais ou existentes. intervenção arquite-
po r fim , de sd ob ra- se em duas frentes temáticas de
sto , criação
O plano do aeroporto propo çã o do co mp lex o de pa ssageiros, num escopo de
posição de amplia s do Plano
tônica, sendo elas uma pro co mo po nto de pa rtida o resgate de premissa
do mesmo, ten do
de um bairro novo a partir odalidade como
ra o co nju nto ter mi na l e a noção de multi e interm
81 pa rção desapropriada do
Diretor Aeroportuário de 19 urb an o assentado ao longo da po
an o, e um pa rqu e grama,
geratrizes de desenho urb al um mi ran te, co mo elemento arquitetônico e pro
do aeródromo, no qu otting, ou
bairro São João, na borda alm en te no loc al, em inglês, aferido por plane sp
estabelecida inf orm relação ao sítio
solidifica uma atividade já da do o pe rfil elevado do terreno local em
fotograf ar av iõe s,
a prática de contemplar e anas locais, nas quais
for ma de laz er um po ten cializador de dinâmicas urb
ta
do aeroporto, tornando es o paisagístico.
ort o e se u trá feg o aé reo assumem um protagonism
o aerop
Primeiro estudo para uma ‘orla aeroportuária’ em Guarulhos.
Desenhado pelo autor (2017).
ffff

Corredores estratégicos como


rede articuladora regional e local
C ompreendendo a conjunção das áreas metropolitanas de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro,
e as cidades ao longo do Vale do Paraíba, como um vetor de potencial desenvolvimento regional,
tem-se no trem de alta velocidade a oportunidade de fomentar e articular importantes nós de atividades
vocacionais ao longo do eixo formado, apresentando-se como uma alternativa ao modal rodoviário
hoje onipresente no transporte de pessoas. Suas estações estratégicas conectam, de ponta a ponta, o
centro de Campinas, com sua Estação Central e seu Terminal Rodoviário, à centralidade de São Cris-
tóvão, conectada ao terminal rodoviário Novo Rio, bem como à orla portuária recentemente revitalizada
pela Operação Urbana Consorciada Porto Maravilha, concluída em 2016. As paradas intermediárias,
ao longo da linha proposta, atendem o Aeroporto Internacional Viracopos/Campinas, a àrea do atual
Campo de Marte, em São Paulo (articulando-se localmente ao Metrô e ao Terminal Rodoviário Tietê), o
118 Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos, os municípios de São José dos Campos (e seu aero-
porto regional) e de Volta Redonda, e o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão - Tom Jobim.
Deste sistema deriva, tendo como ponto de conexão a Estação do Aeroporto Internacional proposta,
um serviço de trem metropolitano bifurcado, mirando dois terminais de destino dentro da capital. De um
lado, incorporando, em parte, o traçado da Linhas 13-jade, da CPTM, os trens devem também acompa-
nhar os troncos ferroviários existentes a serem adaptados, chegando á centralidade da Lapa, já consi-
derando uma oportuna unificação das duas estações existentes no local, que servem, separadamente,
às linhas 7-rubi e 8-diamante, ambas também operadas pela CPTM. A segunda ramificação contempla,
tal como previsto nos planos de ampliação para a Linha 13-jade, uma integração, por meio da ratifica-
ção do pretendido Terminal Intermodal Parque da Moóca, com a Linha 10-turquesa, da CPTM, e a utura
Linha 16-violeta, do Metrô.
Um remanejo do setor de cargas do aeroporto internacional para uma área ociosa em sua quina su-
deste, além de atender o escopo da espacialização interna do complexo, alinha-se á premissa de oti- Espacialização proposta para
o sistema de corredores es-
mização logística entre o aeroporto e o Porto de Santos, permitindo, com a criação de alças de acesso tratégicos de mobilidade e
logística regional.
próprias, fácil chegada e escoamento de veículos de e para o sistema de rodovias Presidente Dutra/
Fonte: do autor (2018, pro-
Ayrton Senna, e pelo eixo Jacú-Pêssego/Rodoanel-Sul/Via Anchieta. duzida com uso do software
Google Earth).
119
ffff

Principais hubs a serem conectados pela rede proposta.


Fonte: do autor (2018, produzida com uso do software Google Earth).
ffff

Corredores estratégicos defi-


nidos a partir do aeroporto in-
ternacional de Cumbica rumo
às centralidades da Lapa, ao
terminal aeroportuário de Con-
gonhas, ao Porto de Santos
a Campinas e ao Aeroporto,
Internacional Viracopos, com
impacto, também, no Vale do
Paraíba e no Rio de Janeiro.
Fonte: do autor (2018, pro-
duzida com uso do software
Google Earth).
122
ffff

Uma centralidade chamada ‘aero-


porto’ e sua ‘orla’
N o sentido de idealizar uma rede de atividades interconectadas entre si, bem como costuradas ao
modal aéreo em questão, a conceituação da ‘orla aeroportuária’ desenvolvida neste ensaio alude
à intrínseca relação entre as principais fases da urbanização das cidades diante de suas estruturas de
mobilidade.

“Aeroportos definirão a localização dos centros de negócios e do desenvolvimento urbano no século


XXI tal como fizeram as autoestradas no século XX, as ferrovias no século XIX e os portos marítimos
no século XVIII.”
(KASARDA, John D., tradução livre de seu website, www.aerotropolis.com, em inglês) 123

“[...] orla f. Filete, sob o ornato oval de um capitel. Bordo. Borda. Tira. Margem. Rebordo de uma cratera.
Cairel. Guarnição. Bainha. Cercadura. (Do lat. hypoth. orula, dem. de ora). [...]”
(Novo Dicionário da Língua Portuguesa)

O campo de estudos do urbanismo orientado pelos transportes, a idéia de ‘orla’ se baseia nas noções
de linearidade ou limites territoriais. A ‘orla ferroviária’, como exemplo, faz referência ao vetor de de-
senvolvimento urbano propiciado ao longo das margens das linhas de trem nas cidades, geralmente se
configurando como barreiras físicas no território. Neste caso, os nós de conectividade são autênticas
centralidades originadas ao redor das estações e terminais, tendo uma vocação inicialmente baseada
na instalação de parques industriais, e, mais tarde, no crescimento de comércios e serviços, na chama-
da desindustrialização. Em linha semelhante, a ‘orla portuária’ faz alusão ao desenvolvimento urbano
possível por meio da atividade portuária, sobretudo nos entrepostos marítimos da chamada “era do
Perspectiva geral consolidada vapor”.
do plano para a Orla Aeropor-
tuária.
Desenhado pelo autor (2018).
ffff

Diretrizes de setorização na
‘orla aeroportuária’ de Gua-
rulhos.
Fonte: do autor (2018, pro-
duzida com uso do software
Google Earth).
Sendo assim, a ‘orla aeroportuária’ constitui-se como um perímetro de constante diversificação de ati-
vidades indutoras de desenvolvimento, de modo a enfatizar peculiaridades e vocações observadas em
cada trecho, não podendo-se ignorar a pertinência de se trabalhar, conjuntamente, a espacialização
das atividades internas do aeródromo.
Como ponto de partida, tem-se a premissa de vencer o gargalo da desarticulação territorial entre as
regiões lindeiras ao aeródromo, tendo como ponto de partida e conexão regional/metropolitano/local
a Estação do Aeroporto Internacional, anexa aos terminais aéreos de passageiros, e um sistema de
mobilidade estruturado por uma linha, em ‘anel’, de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e alimentado pelos
srviços de ônibus municipal e intermunicipal. O vetor formado passa a conectar os bairros Invernada
(onde se situam os terminais de passageiros do aeroporto), Taboão, Vila Barros, Parque Cecap, Jardim
Cumbica, Lavras, Presidente Dutra, São João e Bananal, valendo-se do traçado já estabelecido pelas
avenidas de acesso a elas, como, no oeste, a Avenida Nádia Zarif, paralela à Rodovia Hélio Smidt, no
sul, as Avenidas Monteiro Lobato, Papa João Paulo I e Santos Dumont, no leste, a Avenida Bela Vista
do Paraíso e, no norte, a extensão da Avenida Nádia Zarif, estendendo-se, por fim, a uma adaptação do
viário de modo a margear o limite aeroportuário ao longo do bairro São João, delimitando o curso do Rio
Baquirivu-Guaçu, a ser "renaturalizado" por meio do alargamento de suas faixas ciliares a uma largura
125
mínima de 30 metros para cada margem, viabilizando, por sua vez, emular lagos e meandros, crescidos
da criação de oportunos desvios e canais de caráter sazonal, destinados ao auxílio da contenção de
cheias. A diretriz de proteção deste importante rio, que contorna o aeroporto por grande parte de sua ex-
tensão, flerta com a noção de proteção do próprio aeródromo ante o natural avanço da mancha urbana
em sua direção, lançando-se mão do estabelecimento de um sistema de parques lineares e faixas de
atividades ao longo de suas bordas, consolidando o aeroporto também como um ‘front turístico’.
Finalmente, as duas grandes intervenções na porção inferior do aeródromo envolvem, além da desa-
tivação e conversão da Base Aérea de São Paulo em um complexo de lazer (tendo em vista possibi-
lidades de realocação de uso militar para os aeródromos secundários o âmbito da Area Terminal de
São Paulo) atrelado a um terminal satélite destinado a companhias aéreas de baixo custo (low-cost) e
à aviação geral, o deslocamento da área de cargas, de sua atual localização, na borda noroeste, rente
à rodovia de acesso do aeroporto, para a gleba localizada em seu quadrante sudeste, hoje sem uso
específico e sinalizada, originalmente, como de vocação para atividades de lazer, fronteiriça aos bair-
ros de Lavras e Presidente Dutra. Esta nova configuração, além de permitir um melhor fluxo logístico,
conforme anteriormente sinalizado, abre a possibilidade de um redesenho para a área do complexo de
passageiros e da proposição de uma malha urbana que o toma como elemento de referência.
ffff

Aproximação volumétrica do
complexo de passageiros.
Fonte: do autor (2018, pro-
duzida com uso do software
Google Earth).
ffff

Aproximações: complexo tu-


rístico (à esquerda) e CECAP
(à direita).
Fonte: do autor (2018, pro-
duzida com uso do software
Google Earth).

Aproximações do spotter
point do ‘Morrinho’ (à esquer-
da), no bairro São João, e do
mirante do complexo de pas-
sageiros (à direita).
Fonte: do autor (2018, pro-
duzida com uso do software
Google Earth).
ffff

‘Grande Chegada’: do terminal de


passageiros à cidade
O núcleo de maior expressividade do conjunto da ‘orla aeroportuária’ se origina dos edifícios termi-
nais de passageiros, constituindo-se a partir da intersecção dos modais de transporte em um gran-
de hub conector, cobrindo um raio de distâncias compatíveis com os deslocamentos da micro-escala.
O complexo de passageiros designa-se como uma ‘grande chegada’, um ponto de convergências a par-
tir do qual se estabelece a malha urbana, bem como uma proposta de adensamento por usos mistos,
128 enfatizada no fomento a atividades ligadas à operação do aeroporto e às vocações turísticas decor-
rentes. Em resumo, esta escala projetual engloba os terminais aeroportuários, a Estação do Aeroporto
Internacional, as paradas do VLT e s caminhos pedonais e de veículos estruturadores.
Parte-se do resgate à premissa, prevista no Plano Diretor Aeroportuário de 1981, de completude do
complexo de terminais de passageiros, espelhando-se os dois módulos inicialmente construídos (re-
feridos atualmente como Terminal 2), tendo Torre de Controle como referência. Cabe reiterar o caráter
hipotético e conceitual do partido adotado, que, propositalmente, não considerou a atual configuração,
em um sentido amplo, do existente complexo terminal do aeroporto, repropondo sua ampliação desde
os desenhos originais em contraste com as expansões de fato executadas nos últimos anos, como o
Terminal 3, internacional, dadas as suas características projetuais, arquitetônicas e urbanas específi-
cas, que demandam abordagens e narrativas pouco oportunas aos objetivos deste ensaio.

Modelo físico desmontável.


Confeccionado pelo autor
(2018).
129
Modelo físico desmontável.
Confeccionado pelo autor (2018).
Modelo físico desmontável.
Confeccionado pelo autor (2018).
Como um resgate histórico, a pré-existência, materializada unicamente pelo conjunto terminal original,
antém-se sólida em sua linguagem estrutural, sendo potencializaas e atualizaas suas funcionalidades
e características espaciais, conforme as demandas contemporâneas do transporte aéreo e do contexto
urbano reinventado, no qual o equipamento passa a se inserir. O conjunto passa, portanto, a contar
com, além dos quatro módulos terminais reinterpretados, agora voltados exclusivamente às operações
domésticas, mais dois terminais internacionais, dispostos um em cada extremo do conjunto, interco-
nectados por um trem-leve exclusivo para a área segura (airside). Em razão do maior porte dos aviões
e do consequente maior luxo de passageiros e visitantes, a disposição vertical de fluxos adotada em
ambos os terminais internacionais divide os procedimentos de embarque e desembarque em três ní-
veis, evitando, o encontro, em um mesmo nível, entre os passageiros que chegam e os que partem, tal
como ocorre toleravelmente, nos terminais domésticos, que recebem, majoritariamente, jatos de médio
e pequeno porte.
Para a área de acesso público (landside), a maior intervenção em relação à configuração original se
134
dá, primeiramente, no no nível térreo, aberto de modo a se estabelecer uma ligação contínua e ininter-
rupta entre todas as alas. A desobstrução de uma faixa edificada entre a estrutura principal e o sistema
viário de acesso, também reconstituído, resultou na liberação de uma extensa área ajardinada a céu
aberto, integrada, por sua vez, aos saguões principais que caracterizam cada terminal. Num segundo
momento, uma cobertura em forma de fita, formada por treliças planas bidirecionais apoiadas sobre os
pilares pré-existentes dos edifícios domésticos, por meio de árvores estruturais de transição, se esten-
de de ponta a ponta ao longo do conjunto, partindo dos terminais internacionais, contribuindo para uma
unidade arquitetônica, assim como possibilitando a criação de um amplo terraço livre nos trechos onde
a mesma se caracteriza como uma sobrecobertura, permitindo este nível a contemplação da movimen-
tação das aeronaves do aeroporto, bem como os acessos aos edifícios disposto sobre os terminais
antigos e sua ampliação proposta, como o Centro de Controle Operacional (CCO) e seu equivalente
espelhado, designado como um hotel aeroportuário.
ffff

Perspectivas conceituais: cobertura espacial sobre a ala internacional.


Desenhado pelo autor (2018).
ffff

Vista térrea do complexo de passageiros pelo modelo físico.


Confeccionado pelo autor (2018).
ffff

Distribuição volumétrica e
espacial do primeiro piso em
modelo físico.
Confeccionado pelo autor
(2018).

Distribuição volumétrica e
espacial do terceiro piso em
modelo físico.
Confeccionado pelo autor
(2018).
A implantação sutilmente curva deste conjunto arquitetônico, resultado da planta angulada caracterís-
tica dos edifícios constituintes, culmina em uma malha urbana de tipologia cônica, delimitada por um
anel viário de borda, que media o acesso de veículos de e para a Rodovia Hélio Smidt, que passa a ser
subterrânea neste trecho. Internamente ao novo bairro, quatro alamedas derivam da disposição dos
fingers dos módulos terminais, e uma larga esplanada central, simbolica e fisicamente alinha a Torre
de Controle, a Estação do Aeroporto Internacional (que, por sua vez, recebe os trens em vias também
rebaixadas, porém não cobertas), o setor adensado e o ponto de convergência do cone, marcado por
uma saliência topográfica natural onde um mirante proporciona uma visada de toda a urbanização
criada. A despeito deste último local conferir à atual comunidade Malvinas, a ser suprimida, assume-se
que seus habitantes sejam contemplados pelo adensamento criado. O complexo de estacionamentos
é constituído tanto por 4 garagens dispostas em dois níveis de subsolo, entre os eixos da rodovia de
acesso e das linhas férreas, rebaixados 8 m da superfície, quanto por um extenso parque lindeiro ao
conjunto terminal de passageiros, por sua vez, cortado em toda a sua extensão por uma faixa com 50
m de largura a qual acomoda o novo curso do Rio Baquirivu-Guaçu. Também no eixo central, o canal
cria dois lagos simetricmente dispostos conforme e a faixa de vegetação também se alarga, recuando
abruptamente a direção do próprio aeródromo, de modo a abraçar o embasamento da Torre de Contro-
138
le, criando, nesta região antes, exposta entre o público e o restrito, uma delimitação funcional e física
menos hostil entre a cidade e a área restrita do aeródromo.
Nesta frente projetual, se fez notório que o desenvolvimento orientado ao complexo de passageiros
tem como origem um cenário de quase ausência de características identitárias e referenciações locais,
de modo que a malha urbana proposta para esta área colocando-se como um novo norteador para o
crescimento futuro de suas áreas urbanas limítrofes.

Implantação de coberturas
do complexo de passageiros
(‘Grande Chegada’).
Fonte: do autor (2018).
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Planta do nível térreo: chegadas e operações remotas.


Fonte: do autor (2018).
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Planta do 1º nível: check-in, embarque doméstico e desembarques gerais.


Fonte: do autor (2018).
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Planta do 2º nível: mezanino comercial e embarque internacional.


Fonte: do autor (2018).
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Planta do 3º nível: terraço panorâmico e acesso público, áreas técnicas e acessos aos saguões do CCO e do hotel, situados sobre os volumes dos terminais.
Fonte: do autor (2018).
Estudo e proposição de estrutura: desenho da cobertura contínua sobre os terminais.
Fonte: do autor (2018).
150
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O avião e a paisagem urbana:


proposições para um spotter point
no ‘Morrinho’
S ituado 35 metros mais alto em relação às pistas e pátios de aeronaves, no pouco consolidado bairro
São João (Jardim Novo Portugal), um amplo platô popularmente apelidado de ‘Morrinho’, formado
em decorrência de um recorte do relevo natural, um braço da Serra da Cantareira, na ocasião das obras
de implantação do aeroporto, recebe entusiastas de aviação desde a década de 1990, por possibilitar
uma privilegiada vista da movimentação aérea do local, sendo bastante requisitado para a prática do
plane spotting (atividade que consiste em observar e fotografar aviões). Em 2012, com o aeroporto já
sob administração da GRU Airport, cerca de 12 hectares do bairro, que concernem à zona de proteção
do aeródromo, foram desapropriadas, sob justificativa de uma pretendida ampliação do pátio de esta- 151

cionamento e manobras de aviões. Desde então, a visitação pública ao Morrinho é formalmente proibi-
da, embora a ausência de fiscalização faça com que o local continue a ser regularmente frequentado..
Abrangendo uma área de 19 hectares ao longo da porção desapropriada e de mata existente, propõe-
-se a criação de um amplo parque urbano de uso público, servido, localmente, tanto pelo já operante
Terminal Urbano São João quanto por duas paradas intermediárias do VLT proposto. O programa cen-
tra tanto uma área de proteção do riacho afluente do Baquirivu Guaçu, que aflora da concavidade em
frente ao terminal urbano, e o platô, como o ponto focal do parque, ao fazer frente entre a paisagem do
aeroporto e a urbanidade existente, sua área de influência direta sujeita às transformações decorrentes
da consolidação do novo equipamento. O mirante apoia-se sobre o platô, assumindo-se, conforme o
contorna, como uma plataforma panorâmica, dada sua inserção, origina alturas variadas em relação
Reconhecimento da borda
ao chão. Sob as coberturas geradas, lanchonetes e áreas de apoio dão suporte à permanência dos
aeroportuária Norte, no bairro
São João.
visitantes. Uma aeronave Douglas DC-8 restaurada, proveniente de um pátio de descarte situado em
Fonte: o autor (2017, incorpo- área próxima, insere-se em meio à praça central, como um espaço multiuso, propiciando um contraste
rando mescla de imagens do
Google Maps/Street View e de escalas entre a paisagem e os aviões vistos à distância e o imediatamente alcançável e visitável.
do WebGeo Guarulhos).
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Panorama em fotografias do Aeroporto Internacional de Guarulhos, destacando o Terminal 3 e as aeronaves de grande porte que nele operam.
Fotografado pelo autor (2017).
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Primeiro conceito para o Morrinho Spotter Point, com uso de tensoestruturas.


Desenhado pelo autor (2018).
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Segunda proposição, prevendo eixos de continuidade e transposições. A estrutura do mirante aparece apoiada sobre a escarpa sudoeste.
Fonte: do autor (2017, desenhado sobre foto aérea do Google Earth).
Terceira proposição, incorporando plataformas curvas, marquises e áreas de apoio.
Desenhado pelo autor (2017).
CONCLUSÕES
A narrativa apresentada nos permite compreender a intrínseca relação entre o processo evolutivo da
tecnologia do voo e o constante aprimoramento das estruturas de solo. Os campos de pouso e os
aeroportos da atualidade se inserem em uma cronologia, portanto, também ligada ao desenvolvimento
nas cidades, sobretudo na perspectiva de sua infraestrutura de transporte e mobilidade.
No entanto, no caso do Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos, fica evidente um quadro de
desarticulação entre as diferentes esferas do Poder Público, em suas esferas federal, estadual e mu-
nicipal, e os órgãos, entidades e empresas envolvidos na condução e gestão aeroportuária ao longo
de seu processo histórico. Para Duarte (2011), houve conivência governamental quanto à ocupação
antrópica nos arredores e, até mesmo, dentro de sua área patrimonial, “abreviando”, em suas palavras,
o horizonte de crescimento previsto em projeto, bem como comprometendo, irreversivelmente, os posi-
cionamentos mais ambiciosos defendidos pelos primeiros estudos realizados ainda nos anos 60 e 70,
como mostrado.
Considera-se a fundamental pertinência, no momento atual de nossas cidades, discutirmos o transporte
aéreo como um articulador estratégico de conexões e fluxos de pessoas e mercadorias, e em São Pau-
158
lo, o esgotamento da estrutura aeroportuária instalada, em decorrência de uma visão imediatista e de
uma política descontínua denuncia a necessidade não apenas de um exercício de (auto)-crítica acerca
de como a mobilidade, em suas escalas local urbana, metropolitana e regional, tem sido trabalhada
até o momento, mas de um entendimento ainda mais amplo de multi e intermodalidade das redes de
transporte e de logística, e da interação entre os municípios que compõem a cada vez mais referida
Macrometrópole Paulista, como respaldado por Branco (2013) e Duarte (2011), um sistema complexo
de economias e urbanidades que assume a importância, em uma ideia de conjunto, de metrópoles
como Campinas e a Baixada Santista, bem como grandes aglomerados urbanos que os circundam,
como Sorocaba, São José dos Campos, Jundiaí e Piracicaba, e das microrregiões de Bragantina e
São Roque, extravasando os limites da famigerada Região Metropolitana de São Paulo e de seus 36
municípios dentre os quais pode Guarulhos, com seu aeroporto internacional e suas potencialidades
inerentes - objetivamente enquadrado em uma ideia de rede de aeroportos conectados, mirando o fu-
turo do terminal aéreo de Viracopos como horizonte promissor -, assumir posição de destaque como
localidade estratégica regional.
A vasta gama de experiências internacionais e nacionais investigadas, dentre as quais foram elencados
os casos do Mainport Schiphol, de Amsterdam, e da emergente aerotrópole de Belo Horizonte/Confins,
corroborou para o estabelecimento de diretrizes e estratégias que nortearam os presentes estudos
projetuais, fazendo do equipamento aeroportuário de Guarulhos um importante campo de estudos e
experimentações que possibilitou simular sua hipotética configuração funcional, territorial e urbana a
partir da conceituação trazida deste ensaio.

Através da 'orla', a cidade não mais vê no aeroporto barreiras, mas faz dele seu
horizonte, promovendo, ambos, costuras mútuas e prósperas.

159
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UMA ‘ORLA AEROPORTUÁRIA’
GUARULHOS
EM

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