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RESUMO
A narrativa origina-se de um questionamento sobre o papel dos grandes aeroportos contemporâneos
no contexto atual de urbanização, partindo do pressuposto de que os meios de transporte e estruturas
logísticas caracterizam-se como elementos primordiais no desenvolvimento das cidades. Foi elencado
como objeto de estudo o Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos, tendo em vista seu oportuno
histórico de desenvolvimento desarticulado e fragmentado junto ao contexto sócio-espacial e econô-
mico em que se insere, abrindo-se, assim, possibilidades de investigação e de especulação projetual
em seu território, culminando em uma proposta de intervenção hipotética baseada em uma releitura
do plano aeroportuário e de seu entorno limítrofe, o qual se propôe, aqui, como a ‘orla aeroportuária’.
As discussões e os resultados apresentados neste material aferem amplitude teórica à produção au-
toral constituída por fotografias, ilustrações e peças gráficas conceituais que buscam sintetizar ques-
tionamentos, reflexões e vivências tidas por parte do autor, no decorrer do processo de elaboração e
desenvolvimento deste ensaio.
Palavras-chave: Orla aeroportuária, aerotrópole, urbanismo, Guarulhos, São Paulo.
Agradecimentos
Desde criança, tenho um fascínio por transportes, especialmente trens de passageiros, aviões e embar-
cações, temas que, com o tempo, caracterizou grande parte dos inúmeros desenhos que sempre fiz.
Não podendo dar em outra, aqui estou finalizando minha graduação em Arquitetura e Urbanismo, em
São Paulo, uma metrópole detentora de um impressionante e, ao mesmo tempo, problemático, sistema
de transportes!
E, sem sombra de dúvidas, nada disso seria viável sem que eu pudesse ter tido contato com pessoas
incríveis, as quais gostaria de reverenciar a seguir:
À minha mãe, Sueli, minha avó, Lúcia, meu avô, Toshio: é imensurável minha gratidão pelo alicerce
afetivo, emocional, financeiro com que sempre pude contar!
A meus tios e primos, 'Malô' (Osmar), 'Midory' (Suely), Fábio, Hilton e Akyna: sou totalmente grato por
todo o apoio e, principalmente, por poder ter compartilhado meus momentos ao longo da faculdade.
À minha professora orientadora, Larissa Branco: não há palavras para descrever o quão enriquecedor
foi termos trabalhado em tantos momentos ao longo do curso… No Trabalho Final de Graduação, não
poderia ter sido diferente!
Ao meu último professor de projeto da graduação (Uau!), Valter Caldana: parabéns pelo modo como
orientou o desenvolvimento de minha proposta de intervenção projetual. Foi apenas um semestre, mas
com um enorme aprendizado!
Aos professores Afonso Castro, Caco Ramos, Dominique Fretin, Heraldo Borges e Paulo Olivato: foram
incríveis e bastante motivadoras as conversas que tivemos em momentos oportunos deste TFG!
Aos professores Carlos Arriagada, Célia Moretti, Flávio Marcondes, Nieri Araújo e Paula Jorge: além
de ótimos profissionais e pessoas, vocês foram peças-chave no desenvolvimento da minha linha de
pesquisa, na qual este trabalho tem seu ápice até o momento! Obrigado por tudo!
Aos amigos Alex Avelino, Bruno Andrade, Cleiton do Carmo, Cristiano Trindade, Daniel Ferreira, Di Xu,
Fernando Reis, Gabriel Oliveira, Gabriel Inácio, Gabriella Takauti, Leonardo Bellini, Marcus Galdino,
Rafael Queiroz, Rafael Sandrini, Samuel Rodrigues e Vitor Fregonesi: muito obrigado pela força e aber-
tura, e pela oportunidade de ter aprendido um pouco mais com vocês durante este percurso!
A todos os meus fabulosos amigos que, de alguma forma, sempre fizeram o meu dia-a-dia bem mais
interessante: vocês são ótimos!
de de Arquitetura ea Ur banismo
en tad o pa ra a Fa cu lda Ma ckenzie
ffff Trabalho apres biterian
da Universidade Prescer tificado de graduação
para ontenção do mo
em Arquitetura e Urbanis
.com
8 | kassiomassa@outlook
Mae da | MAE DA, Kas sio Massaiti | São Paulo | 201
Kassio Massaiti
Orientação: Profª. Ms . Larissa Ferrer Bran.co is Caldana Jr.
ão (e xe rcí cio pr oje tu al): Profº Dr. Valter Lu
Co-orientaç ntações): Profº. Dr. Domin
ique Fretin
Co-orientação (experime ções): Profº. Dr. Milton Vilh
ena Granado Jr.
Co-orientação (experimenta
adora
Aprovado pela banca examin _________________
___ ___ ___ ___ ___ ___ _____________________
_________
_____________________
Branco
Profª. Ms. Larissa Ferrer _____________________
_____
___ ___ ___ ___ ___ ___ _____________________
_____________________
Profª. Ms. Paulo Olivato _________________
___ ___ ___ ___ ___ ___ _____________________
_________
_____________________
Duarte
Profª. Dr. Gerson Moura
“[...] orla f. Filete, sob o ornato oval de um capitel. Bordo. Borda. Tira. Margem. Rebordo de uma cratera.
Cairel. Guarnição. Bainha. Cercadura. (Do lat. hypoth. orula, dem. de ora). [...]”
U Ç ÃO 34 UM MUNICÍPIO, DUAS C
IDADES
I N T RO D
54
O Aeroporto
Internacio
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ulhos
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RTUÁRIA
FACTÍVEL?
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‘De_colagem’ do Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos | panorama de movimento.
Desenhado pelo autor (2017).
INTRODUÇÃO
Este ensaio traz uma sintetização teórico-prática fruto do processo de leitura e entendimento histórico,
urbano e social do Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos (André Franco Montoro) e sua ex-
tensão territorial limítrofe aqui aferida como a 'orla', ao longo e em razão da qual a cidade se estrutura
e se transforma.
Dentre os quatro capítulos que estruturam o trabalho, o primeiro apoia-se na noção de que a evolução
dos aeroportos está diretamente associada ao surgimento e aprimoramento constante da tecnologia do
voo, flertando sempre com o cenário da aviação brasileira e de suas primeiras estruturas destinadas
34
aos pousos e decolagens, com foco no contexto da metrópole de São Paulo e de seu sistema aéreo.
O segundo capítulo ocorre quase como uma continuação natural do anterior, focado em discutir os
desafios passados e presentes ao desenvolvimento do referido aeroporto internacional e do municí-
pio de Guarulhos, que o abriga, em um contexto em que, cada vez mais, se discute uma São Paulo
para além de sua região metropolitana, abarcando outros importantes aglomerados urbanos vizinhos e
cidades associadas em uma ideia sistêmica de macrometrópole. Por fim, o terceiro e quarto capítulos
lançam mão de conceitos e exemplos contemporâneas em torno de uma reflexão acerca do transporte
aéreo no século XXI, norteando metodologias de interpretação do território abordado e possibilidades
de ação por meio do exercício projetual.
Respaldado por uma diversificada bibliografia complementar constituída por trabalhos acadê-
micos, estudos técnicos, cartografias, iconografias e textos legislativos, este material conta,
sobretudo, com obras chave para a narrativa o texto corrido apresentado por Rubens Rodrigues dos
Santos, em seu livro “Aeroportos: do Campo de Aviação à Área Terminal” (SANTOS, 1985), o livro
“Identidade Urbana e Globalização: a formação de Múltiplos Territórios em Guarulhos”, de Carlos José
Ferreira dos Santos (SANTOS, 2006), os livros “Aerotrópole: o modo como viveremos no futuro”, de John
Kasarda e Greg Lindsay (KASARDA; LINDSAY, 20121) e “From the Airport to the Airport City”, de Mathis e
Michel Güller (GÜLLER; GÜLLER, 2002), a tese de doutorado “Cumbica, Guarulhos, São Paulo, Brasil:
35
Um Aeroporto Contemporâneo?”, de Gerson Moura Duarte (DUARTE, 2011), e as dissertações
de mestrado de Larissa Ferrer Branco (BRANCO, 2013), de Maria Cristina Romaro (ROMARO,
2007) e de Hermes da Fonseca (FONSECA, 2016) intituladas, respectivamente, “Aeroportos e o
Desenvolvimento Urbano e Regional: modelos internacionais e exemplos locais na
Macrometrópole Paulista”, “Os Aeroportos de Guarulhos e de Viracopos: Análise Crítica de
Planejamento e Projeto”, e “Desenvolvimento Orientado pelo Transporte (DOT) aplicado no novo
Marco Regulatório Urbanístico de São Paulo: ensaio de oportunidades no ‘HUB’ Bom Retiro”.
AVIAÇÃO E CIDAosD,ESão Paulo
lh
Uma leitura sobre Guaru ão do balão, apresentado por
Bartolomeu Lourenço
e ter ia sid o um em bri veis
a “passarola”, invento qu rimentos com balões dirigí
D de Gusmão à corte portu
realizados na virada entre
guesa, em Lis
os séculos XIX
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planadores, a humanidad
e veio,
transporte
im en to do qu e ho je tem os como um dos meios de
desenvolv
desde então, a assistir ao
olvidos: o avião.
mais sofisticados já desenv
38
de Janeiro.
tolomeu de Gusmão, no Rio
ão anc ora do no inte rior do hangar do Aeroporto Bar mV 8pe lrrI/AAAAAAACHDc/
Graf Zeppelin, dirigível alem ps:/ /lh3 .goo gleu serc onte nt.com/-Po0-IBTRxAM/VY 2BCruz.jpg>. Acessado
<htt %2Baerea%2Bde%2BSa nta%
ria des con hec ida (19 2?-193?. Disponível em: 2BH ang ar% 2Bd a% 2BB ase
Fonte: auto 6/Craft%2BZeppelin%2Bn
o%
GS-k0pZbP-g/w2048-h146 em 1 de Junho de 2018).
u ao longo dos
nto ac erc a do pa rad ox o a que a aviação se submete
estioname e aeroespacial se
Santos (1985) abre um qu sé cu lo, em que a indústria aeronáutica
nc iad os na qu ele rante
importantes conflitos prese me ira e a se gu nd a gu err as mundiais, bem como du
força durante a pri a Espacial,
desenvolveu com relativa do s av iõe s a jat o quanto da chamada Corrid
tanto no ad ve nto das Repúblicas
a Guerra Fria, culminando oc a, Es tad os Unidos da América e União
es potên cia s, à ép
protagonizada pelas grand indução tecnológica,
S). Pa ral ela e int erd ep en dente a este processo de
RS z, na
Socialistas Soviéticas (ex-U de so lo e de ge ren cia me nto o qual este capítulo tra
ma de estruturas importantes
demandou-se toda uma ga ma rco s tec no lóg ico s da aviação a exemplos
lógica que co ne cta
forma de uma linha crono
u tempo.
de estruturas de solo de se edificações altas nas
igí ve is pa ra o tra ns po rte comercial de passageiros,
Quando do auge do uso de
dir embarque e o desembar-
po nto s de an co rag em em seus topos para o
cidades por vezes dotavam
de icos, onde
se a ma nu ten çã o de ha ngares e campos aerostát
nsas, preferia-
que. Em áreas menos de (SANTOS, 1985). 39
operações de manutenção
também se fazia possível tipo de aeronave, o
a ma is av an ça da es tru tura construída para este
O autor destaca que, no
Brasil, se mantém preservada
sm ão , foi co ns tru ída no Rio de Janeiro, em 1936, e
Aeroporto Bartolomeu de Gu rea da Força Aérea Brasile
ira (FAB).
nd o co mo um a ba se aé
até a atualidade, servi aviões, durante
es tru tur a pa ra po us os e decolagens dos primeiros
s (1985), a s e áreas abertas
Conforme descreve Santo na ma ior ia das vezes, a campos, gleba
, se res um ia,
a primeira década do sécu
lo XX a Santos (1985), até a
ido s pa ra tai s fin s. Em São Paulo, como sinaliz
de usufruto variado, não co
nc eb utilizados
, o Ve lód rom o e o Pra do da Moóca foram bastante
mpo de Guapira
decorrente utilização do Ca a.
que de maneira improvisad
como pistas de voo, ainda do município de
(SA NT OS , 20 06 ) ap on ta para a origem do território
Santos mavam, ao lado de
Carlos José Ferreira dos dis tin tos que, em seu conjunto, for
de nú cle os jes uít as torno da
Guarulhos como uma teia , Pin he iro s e Fre gu esia do Ó, um cinturão em
, como Santo Am aro
outros agrupamentos afins
Piratininga.
então Vila de São Paulo de
meados do século XVIII,
E, 20 11 ) co nc ord a co m Santos (2006) que, até
Gerson Moura Duarte (DUA
RT berta de la-
em rel aç ão a es sa s ou tras áreas, devido à desco
m econômica
Guarulhos detinha vantage m na região.
su a ex ten sã o, atr ain do exploradores a se instalare
vras auríferas em io subordinado ao
on om ia pa sso u a se ba sear em um sistema agrár
sua ec características de solo
No fim do ‘ciclo do ouro’, nã o sendo propício, devido às
te ca pit al pa ulis ta, tempo, tal
abastecimento da emergen on om ia ca fee ira , es ta sim promissora para este
imento de um a ec io a se alterar
predominantes, o desenvolv es tad o (SA NT OS, 2006). O cenário só ve
direção ao Oe ste do
como vinha ocorrendo em tivo e extrativista de
rrê nc ia do po ten cia l da capital, de um setor produ
deco ns-
com a ascensão, ainda em e po nto s de ex tra çã o de pedra e minério para a co
ústria como olarias de que era
matérias primas para a ind s, já ele va da ao sta tus de município, a noção
ertou na Guaru lho o do Ramal de
trução civil, fato que desp pit al, cu lm ina nd o, em 1915, na implantaçã
roviária co m a ca
necessária uma conexão fer alidades servidas
Ca nta rei ra, o qu al fav ore ceu o crescimento das centr
Guarulhos, da Estrada de
ferro tre o núcleo central do
nfi gu ran do -se , co m su as 14 frequências diárias en
pelas estações de parada,
co pital, como
do Pa rqu e Do m pe dro II, próximo ao centro da ca
o e a região
município, o Norte paulistan , 2006).
nectividade local (SANTOS
um importante vetor de co mpo de aviação,
40 o Pa ulo viu su rgi r, alé m de seu primeiro grande ca
iram, Sã , o Aeroporto de Con-
Nas décadas que se segu ao de sague do Rio Tamanduateí
Rio Tie tê, op os ta político e
Marte, na margem norte do pis ta de po us o de ter ra batida, fruto do lobby
a partir de um a o direito de
gonhas, originado em 1935 tra da s So cie da de Anônima, que havia adquirid
oradora Au to- Es
midiático por parte da incorp ra seus empreen-
nto Am aro e bu sca va me ios de gerar atratividade pa
venda de terras na região
de Sa anunciada facilidade
mo po ten cia l arg um en to de propaganda, além da
dimentos, mirando a aviaç
ão co bouças,
do sis tem a de av en ida s Brigadeiro Luiz Antônio, Re
pital por meio ntava sobre as
de acesso ao centro da ca me sm o tem po , a empresa contra-argume
NTOS, 19 85 ). Ao
Nove de Julho e Brasil (SA as do Ibirapuera e
pú blic o da ép oc a, inc lina do a escolher entre as áre
poder ntes aos já existentes no
áreas então cotadas pelo do tan do de problemas semelha
nd o-s e a ela s co mo
do Brooklin Paulista, referi e sujeito a inundações.
rio Ca mp o de Ma rte , situ ado em terreno de várzea
precá
paulistana, a
en tre gu e ao Go ve rno Estadual e à Prefeitura
o técnic o convocou aviadores
Além do detalhado estud s de vin te dias, uma pista de pouso e
ter ren o, em me no tes, a
Auto-Estradas construiu no as inf lue nte s e a po pu lação para um evento de tes
autoridades, pesso a implantar o
consagrados, a imprensa, da s qu alid ad es do local onde a mesma visav
pública a res pe ito
fim de convocar a opinião rnador Armando de
Sã o Pa ulo . Ob ten do êx ito, foi escalada pelo gove
ão de
pretendido Campo de Aviaç Pra do pa ra construir e administrar a
estrutura.
to Fá bio da Sil va
Salles Oliveira e pelo prefei al, a saber, previa quatro pistas
dis-
su a ple nit ud e, o qu
al concretizado em ervalo de
Não tendo seu plano origin mi na nte s no pla na lto , veio a receber, em um int
s de vento pre do ionais do país,
postas conforme as direçõe s trá feg os aé reos domésticos e internac
dos ma is int en so
cerca de duas décadas, um pital fluminense entre
ne o Ae rop ort o Sa nto s Dumont, implantado na ca
orâ Baía
paralelamente ao contemp roa viõ es da Po nta do Ca labouço, em aterro sobre a
tiga Estação de Hid e contro-
1937 e 1940, a partir da an Pa rqu e do Fla me ng o como parte do ambicioso
egrar o complex o do Agache, que
de Guanabara, a fim de int iro , co nd uz ido pelo urbanista francês Alfred 41
ão do Rio de Ja ne
verso Plano de Remodelaç cidade que ainda se
mo nu me nta is, bu lev are s e frontes, a área central da ico”
os
demarcou, com grandes eix mi ssa s se me lha nte s às do “embelezamento estratég
Brasil, seguindo pre
destacava como capital do smann para Paris , em 18
* 53.
de Ge org es -Eu gè ne Ha us
ad ota da s no pla no
rnacional
n,para o Aeroporto Inte
(TW A), pro jeta do em 1962, por Eero Saarine
da Trans World Airways John F. Kennedy, de Nova York.
Terminal de passageiros 0aa818/resize/620x465/1c
4987a4b7b
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o de 201 8.
news2.cbsistatic.com/hub . Acessado em 31 de Mai
Disponível em: <https://cbs 1bbd84a3a4cbc1f5d1da0/ap6209021184.jpg>
44
O que é um aeroporto?
Em razão da constante evolução do modal de transporte aéreo, sua interpretação ocorre de maneira
hierarquizada de acordo com o porte e importância da estrutura instalada para a localidade a que serve
e o espaço aéreo em que está inserida. Basicamente, confere aos aeródromos e os aeroportos, sendo
os primeiros definidos, no Brasil e segundo o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA)
(2012, apud. BRANCO, 2013) como “a área de terra ou água (que inclui todas as edificações, instala-
ções e equipamentos) destinada total ou parcialmente à partida, chegada e a movimentação de aerona-
ves na superfície”. Reitera o departamento que quando o aeródromo destina-se somente às operações
com helicópteros, recebe a denominação de heliponto ou heliporto. Branco (2013) e de Duarte (2011),
entendem que tais aeródromos passam a ser referidos como aeroportos (ou heliportos, no caso de
helipontos) quando também dotados de estruturas de apoio ao embarque e ao desembarque de passa-
geiros ou cargas. Para fins didáticos, o termo “aeródromo”, neste material, assume um sentido holístico,
podendo, portanto, também se referir aos aeroportos e heliportos - não podendo, entretanto, ocorrer
uma relação em sentido inverso, dadas às especificidades atribuídas aos últimos. O Código Brasileiro
de Aeronáutica (Lei Federal nº. 7565/86) (1986, apud. DUARTE, 2011) classifica os aeródromos como
de natureza civil e militar, estando os civis, por sua vez, definidos em públicos e privados. Duarte (2011)
traz que os aeródromos públicos se sujeitam a legislações específicas que determinam sua operação
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e o ordenamento urbano de suas áreas de influência, por meio da definição das Zonas de Proteção do
Aeródromo (ZPA) e das Zonas de Ruído, e são regulamentados e fiscalizados pela Agência Nacional
de Aviação Civil (ANAC). No caso dos aeródromos privados, além de não estarem acobertados pelas
referidas legislações de ordenamento do uso e ocupação do solo de seus arredores, seu uso é restrito
ao âmbito particular de seu(s) proprietário(s), sendo vedadas a exploração comercial a estrutura, bem
como cobranças de taxas para sua utilização.
Um aeródromo civil, em vias genéricas, é constituído por três níveis de abrangência, sendo eles a área
de pouso, correspondente às pistas (em inglês, ‘runways’) destinadas à corrida, em solo, de aeronaves
em procedimento de pouso ou de decolagem, a área de manobras, que engloba tanto as pistas destina-
das a pousos e decolagens quanto as destinadas à circulação (taxiamento) em solo, e a área de movi-
mento, que corresponde a todas as abrangências anteriores acrescidas dos pátios de estacionamento
de aeronaves (BRANCO, 2013).
Como se planeja um aeroporto?
De acordo com o Manual de Implementação de Aeroportos (apud. BRANCO, 2013), o planejamento,
gerenciamento e expansão de um aeródromo parte da Coleta e Análise de Informações Básicas, que
constitui-se dos estudos de viabilidade técnico-econômica e social, e dos Estudos Preliminares acer-
ca do potencial de mercado e de demanda associado ao empreendimento, possibilitando-se definir
parâmetros sobre sua capacidade, horizontes e possibilidades de expansão mediante um Estudo de
Alternativas, por fim, chegando-se ao Planejamento Geral do Aeroporto (ou aeródromo), que envolve
a proposta para seu desenvolvimento, visando a alternativa adotada na etapa anterior, de modo a se
elaborar o Plano do Aeroporto e às Diretrizes Urbanas, Ambientais e de Acessibilidade. O primeiro trata
46
do estabelecimento de sua área patrimonial, da espacialização de suas atividades internas e do zonea-
mento de uso e ocupação do solo em seu território, bem como suas perspectivas de crescimento visan-
do um horizonte de máxima capacidade e utilização, e o segundo busca convocar os poderes públicos
locais (Estado e Municípios) em um trabalho de ordenamento e estruturação da malha urbana em influ-
ência do complexo aeroportuário, resultando, assim, na definição das referidas Zonas de Proteção do
Aeródromo (ZPA), baseadas em critérios de compatibilidade e conveniência das atividades urbanas e
econômicas com a operação do modal aéreo, e do Zoneamento de Ruído, obtido a partir das curvas de
ruído aeronáutico, aferindo-se aos parâmetros de incomodidade acústica em razão da movimentação
das aeronaves, sobretudo nos limites e abrangências das cabeceiras das pistas de pouso e decolagem
e ao longo dos cones de subida e aproximação.
O planejamento de um aeródromo também debruça-se na elaboração dos estudos e relatórios de im-
pacto ambiental (EIA/RIMA), também englobando, por parte do gestor aeroportuário, conforme a Norma
para Elaboração, Revisão, Aprovação e Tramitação de Planos Diretores Aeroportuários (NSMA), de
número 58-146, aprovada em 1994, a criação de um Plano Diretor específico (PDIR), no caso dos ae-
roportos internacionais e domésticos que operam aeronaves com mais de sessenta assentos ou com
peso máximo de decolagem acima de 45 mil quilogramas-força, além dos demais aeródromos públicos
considerados estratégicos para o desenvolvimento do Sistema de Aviação Civil (apud. BRANCO, 2013).
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Espacialização tridimensional da Zona de Proteção do Aeródromo referente ao Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.
Disponível em: <http://blog.hangar33.com.br/wp-content/uploads/2015/09/superficies-virtuais-de-seguranca-do-plano-basico-de-zona-de-pro-
tecao-de-aerodromos-do-aeroporto-santos-dumont.jpg>. Acessado em 22 d3 de Maio de 2018.
jeto do Aeroporto Inter-
áu tica ins titu iu a Co mi ssão Coordenadora do Pro
Em 1968, o Ministério da Ae
ron o realizado
me ad o pre sid en te, e co ncluiu, a partir de um estud
Macedo foi no as canadenses
nacional, da qual Araripe s em pre sa s, a brasileira Hidroservice e
io forma do po r trê
por intermédio do consórc roportos interna-
se es tab ele ce r co mo me trópoles sede dos novos ae
cia de a Ilha
Acres e Parkin, a pertinên pe cifi ca me nte , o sít io de Cumbica, em Guarulhos e
Janeiro, mais es levando-
cionais São Paulo e Rio de em ple na Ba ía de Gu anabara (SANTOS, 1985),
e porção de ter ra
do Governador, uma grand dos respectivos
te, su a loc aliz aç ão e fac ilidade de acesso a partir
rdialmen
-se em consideração, primo ia.
de terreno e de meteorolog
centros urbanos, condições local desde 1945, pos-
a ex istê nc ia da Ba se Aérea de São Paulo no
Pesou para escolha de Cu
mb ica entes por
(ou po uc o ma is qu e 97 2 hectares) de terra pertenc
9.720.584 m
2
sível por meio da doação de Auto-Estradas,
Gu inle qu e pre ten dia , as sim como o fez a empresa
Ribeiro e l sucedida segunda
parte da família Samuel de de se jav a lotear. Ainda que uma ma
as qu ais se
em Congonhas, valorizar
terras à referida família para
de 8,5 mi lhõ es de me tros quadrados pertencentes
compra de terras, um adicio
na l ssária para
ha co ng ela do su a ex pa nsão, concluída como nece
, em 1947, ten s modernas ro-
a ampliação da base aérea de Ja ne iro e Belo Horizonte, por meio da
ligações co m o Rio
as correntes finalidades. As da de 50, também
o Dia s, res pe ctiv am en te, implantadas ainda na déca
Fernã has
dovias Presidente Dutra e atrativos indústrias (e manc
48
aé reo , já se nd o for tes
ao empreendimento incidência.
se mostraram vantajosos a se ins tal ar em suas margens com maior
mente) que pa ssa ram
residenciais, consequente e início já em
ernacional do Galeão tev
*
o, o do bro da ex ten sã o
ssageiros por an o recuo, por
timada em 43 milhões de pa tra ve s bu roc rát ico s e políticos ocasionaram
11). Novame nte , en
pela CCPAI (DUARTE, 20 , em 1979, uma
cis ão “ar bit rár ia” , co nfo rm e enfatiza o autor, decretou
uma de mínio público desde a
parte do ministério que, em iat am en te ao leste da gleba de do
qu ad rad os , im ed
área de 4 milhões de metro
s a patrimonial do agora
pú blic o, co ns titu ind o, assim, a totalidade da áre
década de 40, como de int
ere sse r oficialmente
uarulhos , como viria a se
*
ac ion al de Sã o Pa ulo /G
orto Intern da Aeronáutica
cada vez mais viável, Aerop iro Dé lio Ja rdi m de Mattos, o Ministério
Tenente Bri ga de
chamado. Sob a posse do rminal de São Paulo
ora do Pro jet o Sis tem a Aeroportuário da Área Te
instituiu a Comissão Coord
en ad cimento
a cri aç ão de um gra nd e aeroporto, mas o estabele
ava não apenas principal
(COPASP), que agora vis aé reo s, de ntr o do qual Cumbica atuaria como
pistas e ter mi na is
de uma rede integrada de Rio-São Paulo e
nd o Co ng on ha s co mo operador da Ponte Aérea 49
as, ma nte do sistema. O plano
ponto de partidas e chegad ra um ce ná rio projetado de saturação
to es tra tég ico pa e sua
Viracopos como equipamen o ae rop ort o int ern ac ion al carioca, pretendido desd
ação conjunta co m signado a
também considerou a atu e sa ída , po r ar, do país, estando Guarulhos de
l porta de en tra da
concepção como principa (DUARTE, 2011).
ais do chamado Cone-Sul
concentrar voos internacion o que se passou, a
en te co mp art ilha da en tre os autores já referidos,
im em a não
No entanto, conforme unan lho s, e de se us pri me iro s anos de operação, foi su
roporto de Guaru em escala
partir da inauguração do Ae rm ina l de co nfl uê nc ia e conexão de relevância
no principal hu b (te mente o tecido
pretendida transformação tra ns for ma nd o-se e transformando rapida
da Améri ca do Su l,
regional ou global) aéreo ou não relacionadas,
co mp lex a mi stu ra de ati vidades a ele relacionadas
urbano a ele lindeiro em um
a e logística contrastantes
um a ec on om ia, no mu nic ípio, baseada em serviços
sobretudo o surgimento de s na região.
m o pe rfil de ec on om ias historicamente vivenciado
co
Aeroporto Internacio-
Ga leã o, o ae rop ort o pa ulista foi renomeado para
* Tal como no caso do - André Franco Montoro, em 2004.
s
nal de São Paulo/Guarulho
50
s
brevemente, até 1982, voo.
rto Inte rna cion al do Rio de Janeiro/Galeão recebeu e Lon dre s, resp ecti vam ente
ais, o Aeropo Paris
para viagens internacionCon British Airways, vindos de
Com moderna estruturafeito s com o supersônico corde, pela Air France e a ssa do em 1 de Junho de 2018.
comerci ais reg ular es w=3 00& h=1 98> . Ace
ouy e.fil es.w ord pre ss.c om/2015/06/37529594.jpg?
Disponível em: <https://hin
51
De centro a centro pelo ar
52 A Ponte Aérea Rio-São Paulo foi um marco para a aviação comercial*
* Escrito com base na rica matéria, “Ponte Aérea”, escrita por Gianfranco Beting para a revista
Flap Internacional (BETING, 2012. Disponível em: <http://www.aviacaocomercial.net/flap/pontea-
erea.pdf>. Acessado em 31 de Maio de 2018).
Criada oficialmente em 1959, o serviço conectava os aeroportos centrais de São Paulo (Congonhas) e
do Rio de Janeiro (Santos Dumont) e consistia na alternância compartilhada entre voos das hoje extin-
tas companhias aéreas Viação Aérea Rio Grandense (VARIG), Viação Aérea de São Paulo (VASP) e
Cruzeiro do Sul, passando, gradativamente, a integrar novas concorrências. dentre as quais a Trans-
brasil e a Panair do Brasil. A entrada da Táxi Aéreo Marília (tão logo ressignificada como simplesmente
TAM) com seu serviço exclusivo, a Super Ponte TAM, contribuiu para uma desestabilização da atuação
das demais empresas operantes, comprometendo os serviços ofertados na rota. A mais movimentada
e lucrativa ligação aérea do país funcionou até 1999 seguindo o esquema original, quando a crise do
setor deu início a uma sequência de falências e fusões entre muitas das companhias. Atualmente,
a ligação entre as duas capitais não obedece o esquema original, mas mantém intenso movimento,
sendo servida pelas companhias Gol Linhas Aéreas Inteligentes, Azul Linhas Aéreas e LATAM Airlines
(surgida da fusão entre a TAM e a Lineas Aereas Nacionales, ou LAN Chile, em 2015). O jornal The
Economist* apontou que, em 2011, foram transportados quase 8 milhões de passageiros.
53
nc ia ae ron av es da ch am
nder com eficiê ião comercial
bica foi projetado para ate cio na l o mo de lo Boeing 747, então maior av
sua estru tur a fun
referência de concepção de área, do terreno
NT OS , 19 85 ). A de sp eit o das limitações físicas, em
o (SA , bem
de passageiros em operaçã tas de pouso e decolagem
E
se gu nd a fas e, co nfo rm e
ente). Em uma norte do eixo
para pousos, respectivam taç ão , se ria im plantada em área situada ao
00 m e me sm a ori en
uma terceira pista, com 18 ultâneas conforme
ma is pis tas , po ssi bili tan do, assim, operações sim
das de vidamente conectado ao
56 terminal, distante 1350 m co mp lexo aeroportuário seria de
ion ais vig en tes . O rton Senna,
regulamentações internac en te, tam bé m ao sistema Trabalhadores/Ay
o Dias e, poste rio rm cia de 28 km
sistema viário Dutra/Fernã ac es so de dic ad a, resultando em uma distân
Smidt, su a via de
por meio da Rodovia Hélio
o de São Paulo.
deste em relação ao centr
F
i-
mo vim en taç ão de ter ra se comparado às outras reg
sem relativa pouc a icamen-
Embora os estudos apontas nd e gle ba de Cu mb ica se configurava, geograf
ucaia do Alto, a gra
ões cotadas, tais como Ca quirivu-Guaçu,
rad as ho ra co rta da s pe lo leito sinuoso do Rio Ba
ra costu sul, do curso d’água,
te, como duas planícies ho gu ir, um a grande curva, na direção
ca rto gra fia a se
destacando-se, como se vê
na çava transversalmente
ráf ica ori un da da Se rra da Cantareira, que avan
em razão de uma elevação
top og ada e o
len ag em ex ec uta do s, es ta elevação veio a ser recort
balhos de terrap hoje estabelecida
pelo terreno plano. Nos tra on ial do ae roporto, criando, na região
norte do lim ite pa trim
rio deslocado para a borda e, com o passar dos
No vo Po rtu ga l), um pla tô que ganhou notoriedad
rdim
como bairro São João (Ja
ão que passaram a
rom o, ao se r fre qu en tad o por entusiastas de aviaç
aeród lação e fotografia de aero-
anos de funcionamento do inh o’, como local de contemp
orm alm en te de ‘M orr
usar o local, apelidado inf
como plane spotting.
naves, prática hoje referida o pleno, uma
Pla no Dir eto r Ae rop ort uá rio, prevendo, em seu estad
rovado o
Em 1981, deu-se como ap r ano (DUARTE, 2011).
de mo vim en taç ão de 30 milhões de passageiros po
capacidade número de empreiteiras
int en çã o do Po de r Pú blico abranger um grande
era , comple-
C
Romaro (2007) pontua que uiu as eta pa s fin ais de concepção e execução
para isso, dis trib de erguer os
nacionais no processo, e, pre sa s co mo a própria IESA, encarregada
la macro, en tre em
mentares ao plano de esca de controle e, junto
mo n, qu e en ca rre go u-s e da concretização da torre
terminais de passageiros,
a Pro solicitada quanto à con-
m os pro jet os ex ec uti vo s, enquanto a Themag foi
à Engevix, dos trabalhos co
e subestações de energia.
cepção das redes elétricas rizontal o con-
iro s, po r su a ve z, ad oto u como especialização ho 57
de passage endentes, embora
O projeto para o terminal o em for ma to de “Y”, idênticos e indep
mó du lo pa drã
ceito de pier-finger, toman
do um nte em cada módulo,
85 ), em qu e o pro ce ssa dor de passageiros, prese
interconectados (SANTOS
, 19 ções de
rio res da ref eri da ge om etria, é destinada às opera
aos braços supe gagens, en-
portanto, correspondente en tra da qu an to de saída de passageiros e ba
gurança, tan to de
check-in, inspeções de se riga as áreas de
ça em dir eç ão ao pá tio a partir do processador, ab
e avan embarque móveis ou
quanto o finger, porção qu ae ron aves, através de pontes de
ifíc io ter mi na l e as pecialidade
espera e acesso entre o ed ro (20 07 ) ac res ce nta que, deste modo, a es
a descrição de Ro ma
de salas remotas. A precis es com passa-
nív el su pe rio r on de oc orre a maioria das operaçõ
térreo e um meiro é efetuado a
vertical se distribui em um arq ue e Independentes entre si o pri
rqu e e de se mb
geiros sendo os fluxos de
emba mo um terceiro nível
nd o en tre o nív el su pe rior e o nível térreo bem co
partir do nível superior e o
se gu iros e vi-
es ad mi nis tra tivo s e se rvi ços de apoio aos passage
am tanto setor m vista para o
mezanino onde se acomod s e ter raç o ab ert o (este logo interditado) co
com ampla s jan ela
sitantes, além de deques is idênticos e fun-
em pro jet o a dis trib uiç ão de quatro módulos termina
pátio de aeronaves. Foi pre
vista is núcleos operacionais
bo ra int erc on ec tad os dois a dois por meio de do
s, em centro
cionalmente independente em ba sa me nto , tom an do a torre de controle como
nistrativos sobre o
dotados de edifícios admi
ci-
Cartografia de reconhertu-
mento da região aeropo
ária de Guarulhos.
al
Composição bidimension o
(Google Maps; WebGe
Guarulhos).
ndo
tem a viá rio ex clu siv o e interno do aeroporto, conta
ido, também, um sis sistema
do conjunto. Estava defin bo sq ue ori un da de reflorestamento, além de um
to e uma faixa de calçada térrea
com área de estacionamen ter mi na is, tam bém distribuído em uma
ída para os ed ifíc ios
de vias de chegada e sa foram devidamente
du los ter mi na is (de no minados TPS 1 e TPS 2)
e uma no nível superior. Do
is mó u a ser
çã o, em 19 85 , an o em que todo o complexo passo
ira fase de implanta sido concre-
construídos em uma prime ra Ae rop ort uá ria (INFRAERO), tendo nunca
ira de Infrae str utu vistos na carta
gerido pela Empresa Brasile ve rsa l da tor re de controle, inicialmente pre
leste do eix o tra ns
tizados os dois módulos ao
original do complexo.
58
ffff
al, em 1983.
inal do aeroporto internacion
sag uão de che ck-i n oes te do primeiro módulo term em 2 de Junho de 2018).
Obras de construção do 1/obras_fev.jpg>. Acessado
<htt p://w ww. aer oin. net/ wp-content/uploads/2015/0
ível em
Fonte: INFRAERO (Dispon
ffff
bretudo, me-
o de Cu mb ica em se u contexto regional e, so
do Aeroport o processo his-
Ao discutir a influência ra um qu adro de divergências entre
11 ) ap on ta pa
tropolitano e local, Duart
e (20 preendimento que, em
u en tor no urb an o e a evolução interna do em
tórico e socioeconômico
de se aindo eco-
pra tica me nte au tôn om o em relação à cidade, atr
um território s de elevado
sua visão, cresceu como s, tai s co mo red es internacionais de hotéi
iretamente vo lta da
nomias a ele direta e ind portadoras e fir-
em pre sa s de loc aç ão de veículos, logística, trans
saria is, ran-
padrão, complexos empre de ca tte rin g (se rvi ço gastronômico ofertado du
lizadas no mercado tabelecido
mas alimentícias especia to ao pa rqu e ind ustrial já mencionado e es
s), em comp lem en
te os voos de passageiro
grande gerador
tra e Fe rnã o Dia s, e, po r se caracterizar como um
ovias Du s áreas limítrofes do
ao longo dos eixos das rod lar oc up ação antrópica ao longo da
uziu int en sa e irre gu es-
de postos de trabalho, ind ida de , po r pa rte do Po de r Público, em todas as suas
issividade e vagaros para a ocu-
aeroporto, diante da perm da Fo ns ec a (20 13 ) chama a atenção do leitor
tão. Maria Cr isti na
feras, em lidar com a ques por Duarte (2011)
ae rop ort uá ria , da co mu nidade Malvinas, referida
onial uida em extensão
pação, em plena área patrim urb an a em direção ao aeródromo. Erg
avan ço da ma nc ha ira pista
como o ápice do contínuo ica do no s pla no s ori gin ais para a locação da terce
Norte do local ind erações
de brejo imediatamente ao a um ce ná rio ma is am plo de surgimento de aglom
lminou, soma do
de pousos e decolagens, cu nistro da Aviação
rte de fin itiv o de ssa es trutura, anunciado pelo mi
no desca te Luís Inácio Lula da
periféricas no município, nd o ma ndato federal do presiden
08 , du ran te o se gu rca de
Civil, Nelson Jobim, em 20 na op era çã o, qu e es tim ava a desapropriação de ce
sociais envolvidos as Malvinas.
Silva*, temendo os custos ba irro s gu aru lhe ns es, dentro dos quais estão
recimento de trê s
30 mil pessoas e o desapa ílias, como
mi l m 2
do Ja rdi m No vo Po rtugal, onde residiam 594 fam 63
área de 84 desapropriada sob
Mais tarde, em 2012, uma ud . FO NS ECA, 2013) foi efetivamente
o Pa ulo (20 13 , ap a circu-
apurou o jornal Folha de Sã çã o de pá tio s e pis tas para o estacionamento e
paço para a amplia renos altos.
a justificativa de liberar es s libe rad as se situ am majoritariamente em ter
samente, as gle ba
lação de aeronaves. Curio
iáv Disponível em
el, diz Jobim”. 2008. ira
da ter cei ra pis ta é inv -terce -pista-no-
AGÊNCIA BRASIL. “Co/ag nstrução 20 08-01-21/construcao-da
* en cia bra sil/ no tic ia/ de 20 18.
<http://memoria.ebc.c om.br Maio
rul ho s-e -inviave l-d iz- job im>. Acessado em 21 de
-aeroporto-de-gua
ffff
64
aeroporto internacional.
tro da área patrimonial do
ade Mal vina s foi a prim eira ocupação irregular den 3).
A comunid SECA, 201
de Guarulhos (apud. FON
Fonte: Prefeitura Municipal
C 65
SÃO JO
ÃO
tugal.
tir do bairro Jardim Novo Por
no aeródromo vistas a par
Movimentação de aeronaves
Fonte: Fonseca (2013).
66
Operacionalmente deficitária
Cabe ressaltar que uma eventual terceira pista tenderia a impactar, também, o
dia-a-dia de porções mais ao oeste da própria Guarulhos, assim como bairros do
Extremo-Norte da cidade de São Paulo, criando, também, um potencial estrangu-
lamento do tráfego, por conta da presença relativamente mais próxima da Serra
da Cantareira, das aeronaves em procedimento de aproximação e decolagem.
Concluindo, ao se recapitular as plantas do Plano Diretor Aeroportuário de 1981 67
e os projetos seguintes que ainda previam a terceira pista, nota-se grandes limi-
tações em razão de seu comprimento, inferior mesmo aos 1940 m da pista prin-
cipal do Aeroporto de Congonhas, estando, se implantada, condenada a receber
apenas aeronaves de menor porte.
ffff
eza mitig EA
belecida, denotando a natur AÉ
R
zo e com viés preventivo. E
política pública de longo pra entre as premissas, no BAS
ttp://www.guarulhos.
de ) Lei Mu nic ipa l nº . 60 55/04 (Disponível em: <h 23 de Maio de 2018).
* GUARULHOS (cida do wn loa d/0 60 55 lei. pd f> . Acessado em
/leis_
sp.gov.br/06_prefeitura/leis (D isp on ível em: <http://www.g uarulhos.
Munic ipa l nº . 16 89 /71 io de 2018).
** GUARULHOS (cidade) Lei is_ do wn loa d/0 16 89 lei. pd f>. Acessado em 23 de Ma
/le
sp.gov.br/06_prefeitura/leis
69
RAERO.
consórcio MAG para a INF
tras te com o Term inal 3, à direita, desenvolvido pelo em 1 de Junho de
2 (antigo) em con 7/aero-04.jpg>. Acessado
Vista ilustrativa do Terminal p://w ww. bkw eb.c om.br/site/assets/files/115
n (2011. Disponível em: <htt
Fonte: Biselli & Katchboria 2018).
.
io MAG para a INFRAERO
de ace sso ao Term inal 3 desenvolvido pelo consórc do em 1 de Junho de
Vista ilustrativa da fachada 1157/aero-03.jpg>. Acessa
ível em: <htt p://w ww. bkw eb.com.br/site/assets/files/
n (2011. Dispon 2018).
Fonte: Biselli & Katchboria
ffff
2014, e
do Bra sil pa ra se dia r a Copa do Mundo FIFA, em
10, com a escolha scimento
Na virada para os anos 20 iu a INF RA ER O, na iminência do esperado cre
rão, em 2016, de cid gaeventos es-
os Jogos Olímpicos de Ve qu an to ap ós o desfecho de ambos os me
o, tanto no pe río do
do tráfego aéreo doméstic dulos Operacionais
pro jet o-p ilot o pa ra a ins talação dos chamados Mó
um iros
portivos, de lançar mão de ca rát er tem po rár io, an ex as aos terminais de passage
de ampliações, com talada apro-
(MOp), que constituem-se om os . No ca so de Guarulhos, a estrutura ins
temporários au tôn e permanente,
operantes, ou de terminais ex tin ta co mp an hia aérea VARIG, tornou-s
nal de ca rga s da
veitando-se do antigo termi xto, a administrado-
do mé stic o até os dia s atuais. Neste mesmo conte
atendendo parte do tráfego
aéreo estatal
do ter ce iro ter mi na l de passageiros. Desta vez, a
jeto para o supracita uitetura
ra recorreu a mais um pro de Pro jet os (EB P), pa ra a concepção de uma arq
turadora Brasile ira de geometrias,
contratou a Empresa Estru cto pri ori tár io, visando, para tanto, o uso
ção fosse um as pe
cuja flexibilidade de amplia e operação a cargo
s rac ion aliz ad os , fica nd o os custos de construção
trutivo ssa
sistemas estruturais e cons al de São Paulo , uma premi
*
Paulo.
78 oporto Internacional de São
ced ente de Dub ai, aco plada ao Terminal 3 do Aer GR U-132-
da Emirates Airlines, pro s/2015/11/17002045/A380-
Aeronave Airbus A380-800, ps:/ /d24 rq5 wy8 60s ry.c loudfront.net/content/upload
(2015. Disponível em: <htt ssado em 1 de Junho de 201
8).
Fonte: Chicken or Pasta? -copy-1440x620.jpg>. Ace
ffff
* Referência especificamente obtida de seu artigo “Por que a nova linha da CPTM para o
aeroporto internacional não chega diretamente nos terminais?” (sic) (ORTEGA, 2018. Disponível
em <https://medium.com/trens-metropolitanos/por-que-linha13-fora-aeroporto-d925126e6b02>.
Acessado em 30 de Maio de 2018).
** “Por que os trilhos não colocarão passageiros dentro de Cumbica?” publicado por Caio
do Valle no Jornal Nexo (VALLE,, 2018. Disponível em <https://www.nexojornal.com.br/expres-
so/2017/02/28/Por-que-os-trilhos-n%C3%A3o-colocar%C3%A3o-passageiros-dentro-de-Cumbi-
ca>. Acessado em 30 de Maio de 2018).
Ficou acordado, ainda que informalmente, que uma ligação gratuita, por sistema de trem-leve ou mono-
trilho, seria oferecido pela administradora aeroportuária, o que segue sem previsão de se concretizar.
Como medida imediata, porém, ineficiente, a empresa estendeu seus serviços de transfer por ônibus
convencionais até a referida estação, com intervalos entre os veículos estipulado em 10 minutos.
A ligação férrea em questão deriva, entretanto, de ideias cogitadas desde os primeiro estudos para o
aeroporto, quando o canteiro central e terrenos vizinhos às áreas dos terminais foram reservados para
os futuros trilhos, na medida em que o aumento gradual da demanda aérea respaldasse a criação do
modal. Em 2004, o Governo do Estado lançou o programa de incremento do sistema metropolitano de
trilhos, Expansão SP, de modo a respaldar as metas lançadas no Plano Integrado de Transporte Urbano
(PITU) 2020, dentro do qual deu-se início a uma sucessão de investimentos em obras de ampliação da
rede e na compra de trens, tanto na CPTM quanto na Companhia do Metropolitano de São Paulo (Me-
trô). Porém, não houve progresso no encaminhamento das duas linhas até então prometidas para Gua-
rulhos, sendo a 14-ônix um serviço direto que partiria da região da Luz, no centro da capital, apelidado
na época de Expresso Aeroporto, além da 13-jade, que constituiria um serviço parador, suprimindo-se
a linha expressa e transformando-a, conforme as metas mais recentes do governo, em um ramal me-
84
troviário a ligar os bairros ao Leste do aeroporto ao município de Santo André, constituindo um vetor de
mobilidade e conectividade para grande parte dos demais municípios do Grande ABC.
Uma segunda fase de ampliação da Linha 13-jade, que foi ratificada pela versão do PITU para 2025 e,
desde 2014, é também considerada pelos Relatórios de Sustentabilidade do Metrô, pretende levar seus
trens ao bairro de Bonsucesso, na periferia Leste de Guarulhos, bem como, em seu extremo oposto,
fazê-los chegarem até a estação intermodal Parque da Mooca/São Carlos, prevista para integrar uma
parada terminal da também segunda fase da futura Linha 16-Violeta do Metrô* (originalmente uma se-
gunda fase da Linha 6-laranja, em construção, cuja configuração atual deve se estender da Brasilândia,
no extremo-norte paulistano, à Estação São Joaquim, no centro-sul), e plataformas para os trens da
Linha 10-turquesa (que conecta a Estação da Luz ao município de Rio Grande da Serra). Espera-se
que esse grande conector metroferroviário impulsione, também no contexto das emergentes operações
urbanas consorciadas Moóca-Vila Carioca e Centro, o fortalecimento de uma nova centralidade local.
* Informação revisada conforme uma das alterações mais recentes realizadas pelo Metrô em
seu plano para a malha futura da rede, citado em matéria do portal Metrô/CPTM (Disponível em ,
https://www.metrocptm.com.br/metro-estuda-nova-linha-para-a-zona-leste/>. Acessado em 6 de
Agosto de 2018).
ffff
85
* O material está disponível online na forma de um vídeo institucional produzido pelo es-
túdio Unloop Filmes (GUARULHOS, cidade, 2013. Disponível em <https://www.youtube.com/
watch?v=N3u1KGRtxlM>. Acessado em 30 de Maio de 2018).
PVista da Estação Aeroporto-Guarulhos, da Linha 13-jade.
Fotografado pelo autor (2018).
87
O AEROPORTO
A D E C O N T E M P O R Â N E A
E A CID rasil e no mundo B
Reflexões e exemplos no o Int ern ac ion al de São Paulo denota sua fra
gilidade
lhos e o Ae rop ort
estudo do território de Guaru exemplos
O urbanística, a qual motiva
de grande êxito país e mu
a série
ndo afo ra,
de
ten
inv
do
es
em
tig
vis
aç
ta
õe
su
s
a
co nti da s nesta seção, destacando
pertinência na elaboração
de metodologias
dem a qualificar
ulis ta alv o. Pro cu ra- se en tender os aspectos que ten
o pa o, metropolitano e
de intervenção no aeroport ind uto r de desenvolvimento urban
co mo um im po rta nte
o equipamento aeroporto
regional.
Movimentação de aeronaves no
Aeroporto Internacional de Guarulhos, a
partir da (extinta) janela do Pizza Hut.
Desenhado pelo autor (2014).
racteri-
ne ce ssi da de de de slo ca mento e acessibilidade ca
AÇA, 2001) a jus à afir-
egundo Flávio Villaça (VILL
S za e estrutura o espaço urb
mação de Joel Gerreau (G
ERREAU
ano desd
, 20 11
e
)
os
de
pri
qu
mó
e as
rdi os
ag
da
lom
his tór ia da urbanização, fazendo
erações urbanas surgem e
se desenvolvem
(KASARDA; LINDSAY,
io de tra ns po rte ” de seu tempo. John Kasarda
em função “do mais avança
do me distân-
rim ora me nto do s me ios de transporte aproximaram
dida em que o ap temente,
2012), concorda que, na me se r me did as po r un ida de de tempo e, mais recen
cias passaram a passou a ser
cias geográficas, tais distân es pe cia lm en te da internet, a conectividade
telecomun ica çõ es ,
com a popularização das pacial.
râmetro de estruturação es
também um importante pa e, com as duas primeiras
r ab str aíd a de sse rac iocínio, ao se constatar qu
Uma síntese histórica pode
se mo para-
ias e su as im po ne nte s estações centrais, bem co
usão das ferrov ade anterior,
revoluções industriais, a dif an os do sé cu lo XX, ante um modelo de cid
m os ce ntr os urb
das intermediárias, originara Hermes da Fonseca
e tam bé m se gu ia os nó s entre estradas sinuosas.
l, qu rda-
portuário, litorâneo ou fluvia scê nc ia da ind ús tria au tomobilística e a relativa libe
que, com a eferve iu-se um
(FONSECA, 2016) mostra õe s, qu e nã o ma is dependiam de trilhos, segu
s, ônibus e ca mi nh ntre os quais
de de locomoção dos carro de em dir eç ão a subúrbios afastados, de
to de baixa de ns ida
urbanismo de espraiamen Ebenezer Howard
ad es -ja rdi m’ , pro mo vid a pelo urbanista britânico
de ‘cid os,
pode-se destacar a ideia erados satélites e autônom
90
do , co ns isti nd o em ag lom
e do século passa nostalgia do
ao longo da primeira metad ad es e a co ne ctiv idade do meio urbano e a
em entre as fac ilid
baseados em uma mesclag trouxe um novo
e o fim da Se gu nd a Gu erra Mundial, a ‘era do jato’
de 1950 tes, distâncias que
campo. A partir da década ns po rte , co nectando, como nunca an
dos me ios de tra rte aé-
horizonte para o universo sm o dia s. Ka sa rda (20 12) assume que o transpo
várias horas, ou me o como a
antes eram superadas em aç ão , sã o res po ns áv eis pelo que por ele é aferid
nologia da inf orm
reo, em conjunto com a tec
‘era da instantaneidade’. ram-se a infraes-
R; GÜ LL ER , 20 12 ) ate sta m que os aeroportos “torna
Mathis e Michael Güller (G
ÜLLE do que são “impulsio-
pa ra a tra ns for ma çã o da área metropolitana”, da
trutura de transportes mais
crí tica de trem
tég ico s, ten do as su mi do posições-chave em redes
trumentos estra s centrais”.
nados por uma série de ins trô , qu e até ag ora , só ocupavam as estaçõe
rte ferroviár io e me
de alta velocidade, transpo
e globais” e, em
os ae rop ort os co mo “po ntos de encontro regionais
nsideram s urbanas variadas,
Deste modo, os autores co de ati vid ades produtivas e dinâmica
de se nv olv im en to
virtude de seu potencial de
de ‘aeroportos-cidade’.
atribuem a eles a alcunha a onda de desenvolvimen
to”, em re-
da l aé reo co mo “a qu int
se referir ao mo embarcações,
Kasarda (2012; 2014), ao ns po rte , qu e já superou a tração animal, as
dos me ios de tra
lação à cronologia evolutiva o-cidade, cunhando
mã o de um co nc eit o am pliado da ideia de aeroport
lança . Para
os trens e os automóveis, ns ab ilid ad e so bre o de se nvolvimento metropolitano
aeroporto em respo o urbano,
a ‘aerotrópole’, e coloca o de m a se de se nv olv erem como um novo centr
contemporâne os ten sa consolida-
ele, os grandes aeroportos tra dic ion al po r me io de um corredor de inten
centro da cid ad e
conectado intimamente ao es de conectividade
de ste tip o de co nfi gu raç ão do território. Estes vetor
izada o-
ção, dada a natureza polar ae rop ort o’, e ge ral me nte se caracterizam pela multim
termo ‘corredor do empresas e
vêm sendo referidos pelo tru tur am , e pe la atr atividade para diferentes
nsporte que os es
dalidade dos meios de tra s, como centros
vo ca çã o fin al do s ae rop ortos a que estão atrelado 91
não à lmente, complexos
atividades, relacionadas ou nv en çõ es , redes hoteleiras e, especia
escri tór ios e de co
comerciais, complexos de modal aéreo em questão
e, qu an do vo lta do s às demandas e à dinâmica do
educacionais e industriais
qu ústria’.
rac ter iza m- se so b um a dimensão de ‘aeroporto-ind
nológico, ca
e ao seu aprimoramento tec am-se num
ort os , ao se as su mi rem como aerotrópoles, consolid
e os aerop a de ‘cidade-van-
Entende Kasarda (2011) qu urb an íst ico que Gerreau (2011) cham
emplo s do mo de lo
dos mais proeminentes ex es em subúrbios que, em
ge city ’), ou o de se nvolvimento de centralidad
guarda’ (adaptado do inglês
, ‘ed dernistas,
itó rio ’ de co rre nte da pe riferização das cidades mo
‘região-dorm tivas e, por ve-
contraste com o modelo de uip am en tos qu e as tornam fortes, competi
de empre go s e eq
concentram grande oferta
zes, autossuficientes. ento na perspectiva da
sa io se ce ntr a em pe ns ar a ideia de desenvolvim
en
Portanto, o escopo deste es entre territórios.
str utu ra de tra ns po rte s, na mobilidade e nas conexõ
infrae
requer a sincronia entre
ex pla na qu e o de se nvolvimento de um território
Neste sentido, Fonseca (20
16 ) entos que
me nto s o ad en sa me nto populacional e os equipam
es e desloca s parques e
além das redes de conexõ cu ltu rai s ce ntr os médicos comércios serviço
“escolas ce ntr os
as tornam “produtivas” como struturas de oportu-
na da s po r Vis ha an Ch ak rabartI (2014) como ‘infrae
nomi
áreas verdes em geral” de
nidades’. portes
os so bre o De se nv olv im ento Orientado pelos Trans
campo de estud (CATHORPE,
O autor recorre, então, ao D , em ing lês ), de finido por Peter Cathorpe
Developme nt , TO ve centralidades
(DOT, ou Transit Oriented ref erê nc ias , como um modelo que promo
s pri nc ipa is
1993), considerado como
uma da de transbordo multi e
, ten do co mo ele me nto articulador uma estação
multifuncionais de alta dens
ida de observa-
o ac es sib ilid ad e de , pa ra e entre áreas próximas. Na
xões, provend crescimento
intermodal, o ‘hub’ de cone de es tra tég ias que visam a organização do
ta-se de “um a sé rie
ção de Fonseca (2011), tra cidades e dos princi-
o do s co rre do res do sis tema de alta e média capa
próxim como áreas com fortes
regional de alta densidade tor , no rmalmente já se constituem
qu e, co mp let a o au
pais nós de centralidades” vidades.
co ns olid aç ão urb ana e diversificação de ati
ind ício s de l é a “estrutu-
ipa l ide ia atr ibu ída ao DO T como estratégia projetua
e a princ modal de trans-
Sintetiza Fonseca (2016) qu nte xto urb an o propício, “utilizando-se do
92
um de ter mi na do co
ração e transformação” de solucionador.
o co mo ind uto r de qu alif icação e não apenas como
porte públic
ffff
Modelo esquemático de um
desenvolvimento orientado
ao transporte aéreo, a aero-
trópole.
Fonte: John D. Kasarda (Dis-
ponível em: <http://www.aero-
tropolis.com>. Acessado em
3 de Junho de 2018).
Uma ideia não tão recente
É sabido que, desde que a aviação ganhou destaque no cenário mundial, como
prodígio meio de transporte regular, projetistas e entusiastas passaram a rascu-
nhar possíveis maneiras de se criar aeródromos, aos seus olhos, eficientes e me-
lhor integrados ao tecido urbano das metrópoles pulsantes e aos demais meios
de transporte.
94
A “Cidade de três milhões de habitantes”, conceituada por Le Corbusier, em seu ensaio “The City of To-morrow and it’s Planning” (1922), previa
o adensamento urbano ao redor de um aeródromo.
Fonte: Claudio Nieto Rojas/Architectural Association School of Architecture (Disponível em: <http://pr2017.aaschool.ac.uk/Claudio-Nieto-Ro-
jas>. Acessado em 5 de Junho de 2018).
Embora muitas destas ideias soem hipotéticas, mesmo para os dias atuais, tais provocações assumem-
-se realistas quanto à importância que vinha ganhando, em pouco tempo, o transporte aéreo no funcio-
namento das cidades.
Em 1939, Nicholas DeSantis publicou, na revista americana Popular Science, sua ilustração a qual in-
titulou “Skyscraper Airport for the City of Tomorrow”, um conceito de um grande arranha-céu, com 200
andares, para a ilha de Manhattan, em Nova York, equipado com uma robusta estrutura de pousos e
decolagens em sua cobertura, capaz de receber aviões e dirigíveis operantes na época. Embora utópi-
co, a peça artística pende para uma noção de cidade compacta e multifuncional, servida e conectada
pelo sistema de transporte.
95
Conceito de edifício-aeroporto publicado pelo artista Nicholas DeSanchis, em 1939. No canto inferior direito da imagem, o edifício Empire State
Building denuncia a escala proposta para ideia.
Fonte: Nicholas DeSanchis (Disponível em: <http://www.leighfisher.com/sites/default/files/free_files/emergence_of_airport_city_us.pdf>. Aces-
sado em 5 de Junho de 2018).
pe-
T vã o ao en co ntr o do pa pel cada vez mais assumido
e premissas do DO a teia de
Em essência, os conceitos se po rta r co mo im po rtantes nós, ou hubs, em um
s, que passa m a
los complexos aeroportuário centro e periferia
glo ba l, ex tra po lan do , po rtanto, a noção vigente de
escala tido por Rem Koo-
cidades interconectadas em is im po rta nte, socioculturais, quadro
s fís ica s e, ma
urbanas, e superando fronte
ira por ‘cidade genérica’,
em bri ão de um tip o de urbanidade por ele afere
lhaas (KOOLHAAS, 1995)
co mo nsiderá-lo,
rio co nte mp orâ ne o co mo seu maior símbolo, por co
l aeroportuá a “cidade real”.
colocando o próprio termina nti tár ias co m o meio local que o acolhe,
ido de rel aç õe s ide
em sua natureza, desprov por consequência,
nd era e ad mi te qu e o su cesso de um aeroporto, e
z, po e, de como seus aeropor-
Kasarda (2012), por sua ve , po r parte dos atores da cidad
nd e da pe rce pç ão nta de que
de uma aerotrópole, depe o loc al. Em bo ra experiências reais dêem co
vamente no âm bit
tos podem corroborar positi is pioneiros de
ma ne ira tar dia , ex em plo s internacionais e naciona
ocorre de nvolvimento e de in-
tal percepção geralmente , as sim co mo de propostas em dese
mente ne ste se nti do nar-
aeroportos atuando solida co mo os ca so s, se lec ion ados para o escopo desta
dem ser mapeados , s mais bem
tervenções específicas, po Am ste rdã , Pa íse s Baixos, tido como um do
acional Schip ho l, de hn Kasarda,
rativa, do Aeroporto Intern em cu rso , qu e tev e participação do próprio Jo
rópole, e o pla no
sucedidos modelos de aerot onte, no Brasil, na
ern ac ion al Ta nc red o Ne ves/Confins, de Belo Horiz
orto Int
96 de transformação do Aerop
érica Latina.
primeira aerotrópole da Am
ffff
Projeto de aeroporto-cidade desenvolvido pelo escritório Stuchi & Leite Urbanismo para o Aeroporto Internacional Viracopos, em Campinas, no contexto de desenvolvimento de uma aerotrópole a partir
do chamado Triângulo de Ouro Paulista, que comporta as áreas metropolitanas de Campinas, de São Paulo e de Sorocaba.
Fonte: Stuchi & Leite Urbanismo (Disponível em: <http://stuchileite.wixsite.com/stuchileite/urb-09-b-viracopos>. Acessado em 3 de Junho de 2018)
Aeroporto Internacional Schiphol*
Amsterdã, Países Baixos
98 Uma aerotrópole pioneira
O principal aeroporto do país foi fundado em 1916 como uma pequena base aérea e passou a operar
comercialmente a partir dos anos 20, induzido pela instalação da Fokker, que veio a se tornar uma im-
portante fabricante de aeronaves nas décadas que se passaram.
Vista aérea do complexo aeroportuário de Schiphol, em contraste com a cidade de Amsterdã, ao fundo.
Fonte: Edwin Khemer (Disponível em: <http://www.xinu.nl/aviation/schiphol/spl.html>. Acessado em 3 de Junho de 2018).
Na atualidade, o aeroporto é a base administrativa da Schiphol Group, empresa gestora de aeroportos
que, dado o sucesso de sua atuação, tem angariado contratos de gestão aeroportuária em outras loca-
lidades mundo afora. A gestão, de natureza mista, é fruto da parceria firmada na década de 1980 entre
a Província da Holanda do Norte e os governos das cidades de Amsterdã e Haarlemmerneer, através
da criação de um fórum governamental (Bestuurforum Schiphol) em conjunto com a Schiphol Area
Development Company (SADC) e o Banco Nacional de Investimentos, com a finalidade de impulsionar
o desenvolvimento logístico entre o aeroporto internacional e o porto de Roterdã, culminando em um
complexo multimodal que, com o tempo, se mostrou altamente conectado, local e globalmente, referido
como Mainport Schiphol, que também engloba aeroportos secundários de abrangência regional, e tam-
100
bém com alta demanda, como o Eindhoven e o da própria Roterdã.
Em 2012, o Aeroporto Internacional Schiphol, que é o hub operacional do braço holandês do grupo
AirFrance/KLM, companhia aérea de bandeira do país, e da aliança internacional de empresas aéreas,
Skyteam, movimentou 51 milhões de passageiros e 1,5 milhões de toneladas de cargas por meio de
101 linhas aéreas regulares entre a cidade e mais de 317 destinos domésticas e internacionais. Tais
números explicam o grau elevado de consolidação do corredor estabelecido ao longo do Mainport, que
conta com ligação ferroviária própria e capilarização com demais modais de mobilidade. O complexo
veio a atrair mais de 500 empresas que geram cerca de 290 mil empregos em toda a sua extensão,
movimentando cerca de 29% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
101
Ao lado do Aeroporto Internacional Charles de Gaulle, de Paris, Schiphol é o principal hub do grupo AirFrance/KLM na Europa.
Fonte: Lex van Lieshout/ANP/AFP (Disponível em: <http://www.arabnews.com/sites/default/files/styles/n_670_395/public/main-ima-
ge/2018/04/29/1172231-7803546.jpg?itok=Wh_Oi68c>. Acessado em 2 de Junho de 2018).
Consolidando uma aerotrópole no Brasil
O Aeroporto Internacional Tancredo Neves/Confins e a cidade de Belo Horizonte*
Em 2004, quando começou a dialogar com o Poder Público local e com a INFRAERO, então gestora
do Aeroporto Internacional Tancredo Neves/Confins, que serve a Grande Belo Horizonte, John Kasar-
da se deparou com um complexo de voos bastante deficitário e com difícil acesso a partir dos centros
102 urbanos.
* Foram extraídas informações a partir de John Kasarda, que trabalhou junto ao governo local
no desenvolvimento da aerotrópole, em entrevista ao portal Hoje em Dia (Disponível em: <http://
hojeemdia.com.br/primeiro-plano/economia/aerotr%C3%B3pole-de-confins-come%C3%A7a-
-a-atrair-novos-neg%C3%B3cios-1.263066>. Acessado em 3 de Junho de 2018), do vídeo ins-
titucional do Plano Diretor aeroportuário de 2009 (Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=91hd59hQosU&t=10s> . Acessado em 3 de Junho de 2018), do site oficial do aeroporto
(Disponível em: <http://www.bh-airport.com.br/>. Acessado em 3 de Junho de 2018), e do docu-
mento elaborado pela Associação de Desenvolvedores do Vetor Norte (AVNORTE) (Disponível em:
<http://www.avnorte.com.br/wp-content/uploads/2015/03/Flyer-Aerotropole.pdf>. Acessado em 3
de Junho de 20118).
Os esforços conjuntos para a criação de uma pioneira aerotrópole no país se iniciaram, desde então,
por meio de uma sucessão de consultorias prestadas pelo economista, as quais resultaram no aperfei-
çoamento de um plano macro para a metrópole mineira. Um sistema de corredores de ônibus expres-
sos, denominado Move, concebido na modalidade Bus Rapid Transit (BRT), foi estabelecido de modo a
articular o centro da capital Belo Horizonte, suas estações principais de metrô e a Estação Rodoviária,
com importantes subcentros metropolitanos, por meio de eixos de mobilidade, dentre os quais o con-
junto viário formado pela Linha Verde, que agrupa as avenidas Cristiano Machado, Presidente Antônio
Carlos e Dom Pedro I, e pelas rodovias Papa João Paulo II e LMG-800, que constitui o ‘corredor do
aeroporto' internacional, atendendo, também, o aeroporto da Pampulha, menor e mais central. Kasarda
destaca que o aumento progressivo dos voos realizados de e para Confins fez crescer substancialmen-
103
te a instalação de empreendimentos ao longo desse eixo viário. Só no entorno do aeroporto, viu-se
surgir dois grandes hotéis dedicados, um da rede Linx, a menos de 500 metros dos terminais, e outro
da antiga rede Confort, atual Confins Suites Hotel, situado a cerca de 5 km do complexo aeroportuário.
Ambos os estabelecimentos oferecem transporte gratuito aos seus hóspedes, 24 h por dia. Em 2014,
Kasarda estimou que o entorno do aeroporto oferecia, ao todo, cerca de 1,5 mil leitos de hospedagem.
Kasarda também dá destaque à Cidade Administrativa de Minas Gerais, projetada pela equipe do arqui-
teto Oscar Niemeyer e inaugurada em 2010 para abrigar a nova sede do Governo do Estado, liberando
os edifícios históricos que o abrigavam, na Praça da Liberdade, centro da capital, para a criação de
uma viva centralidade cultural dotada de museus e centros turísticos, em substituição às instalações
governamentais.
104
Em 2009, um Plano Diretor encomendado pelo próprio governo estadual para o escritório Jurong Con-
sulting, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) e da Subsecretaria
de Assuntos Internacionais (Sain), previa a duplicação do volume do edifício Terminal 1 e a criação de
um terceiro terminal, maior, acrescido de duas novas pistas de pousos e decolagens, a ser situado na
margem oposta do eixo viário de acesso, que contaria, também, com uma ligação ferroviária dedicada.
O horizonte do projeto era o ano 2039, prevendo uma capacidade operacional na ordem de 37 milhões
de passageiros anuais, equiparando o complexo à movimentação comumente constatada no Aeroporto
Internacional de São Paulo.
Complexo aeroportuário de Confins conforme o Plano Diretor de 2009. 105
Fonte: Governo do Estado de Minas Gerais (2009. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=91hd59hQosU&t=10s>. Acessado em
3 de Junho de 2018).
Com a concessão do aeroporto à iniciativa privada, através do consórcio BH Airport, em 2012, o plano
para os terminais foi modificado, mas dois terminais foram construídos e inaugurados para o ano de
2016, o de número 2, destinado a voos domésticos e internacionais, e o terceiro, para voos regionais.
Similarmente ao plano de 2009, uma segunda pista de pousos e decolagens está planejada para 2020,
acompanhada de um quarto terminal de passageiros. De autoria do estúdio paulista BACCO Arquite-
tos Associados, o novo Terminal 2 se dá, em uma primeira fase, como um prolongamento do Terminal
1, originalmente desenhado na década de 1970 pelo arquiteto Milton Ramos e cuja reforma também
foi contemplada na intervenção recente, apoiando-se na estrutura pré-existente, mas assumindo uma
planta própria, em forma de braço com área prevista para a ampliação do processador de passageiros
a ser setorizado em 4 módulos, em contraste à implantação curva do antigo terminal. ajustando-se em
sua implantação, pendendo para o terminal regional, de modo a alinhar, em relação ao pátio, as caudas
das aeronaves nele estacionadas conforme o perfil de porte de cada portão de embarque, resultando
em maior área para manobras e movimentações nas pistas.
106
108
Com capacidade para até 8 aeronaves do porte dos Boeing 737, o CMA Gol foi inaugurado em 2006 como a mais sofisticada estrutura do tipo
na América Latina.
Fonte: Copastur (Disponível em: <https://www.copastur.com.br/blog/veja-curiosidades-sobre-o-centro-de-manutencao-da-gol/>. Acessado em
3 de Junho de 2018)
mação dos modelos de
tam ob se rva r, na prá tica, o fenômeno de transfor
Os casos analisados possi
bili onômica
da co ne ctiv ida de , co nfi rm ando a força de indução ec
mobilidade e hol tem como
urbanização sob a óptica da rar qu ia do s mo dais de transporte. Se Schip
roportuá rio na hie
e social do equipamento ae , tornando porto e
nv olv im en to a co ns olid aç ão de seu corredor logístico
aspecto marcante de seu
dese nfins vem se afirmando
âm ico s en tre po sto s comerciais da Europa, Co
aeroporto em um dos ma
is din ntralidade
reg an do à Gr an de Be lo Horizonte um status de ce
nde êxito, ag no fortemente
como case nacional de gra lsio na do um de senvolvimento metropolita
em que tem im pu
regional, ao mesmo tempo integração racio-
ma lha de mo bili da de loc al, na qual experiências de
o da , contribuíram, outrora, na
atrelado ao caráter planejad is, em suas diferentes escalas
os dif ere nte s mo da
nalizada e intuitiva entre nal.
o facilmente legível e funcio
construção de um desenh
110
ffff
Estatísticas e espacialização
de grandes complexos aero-
portuários uropeus. Da es-
querda para a direita, Frank-
furt-am-Main (Alemanha),
Amsterdam / Schiphol (Paí-
ses Baixos), Viena / Schwe-
chat (Áustria) e Helsinki / Van-
taa (Finlândia.
Fonte: Claudio Nieto Rojas/
AASchool (Disponível em:
<http://pr2017.aaschool.
ac.uk/Claudio-Nieto-Rojas>.
Acessado em 5 de Junho de
2018).
114
se subaproveitado,
tat ar, já de iní cio , qu e este potencial apresenta-
cons cia de aspectos que
Portanto, faz se necessário ), qu e a justifica ao observar a carên
a po r Du art e (20 11 scimento
condição também apontad o, se u en tor no urb an o e a metrópole, como o cre
de entre o comp lex o sistema de
garantem uma conectivida ira de se nfr ea da , e o deficitário e fragmentad
entorno de ma ne
da mancha urbana de seu m da capital. Para o
su as ce rca nia s e do s co rredores viários que parte
e de
transportes e acessibilidad
tância, ainda,
pe lo ae rop ort o em su as proximidades, não há subs
induzida
autor, apesar da economia os mo de los discutidos no capítulo anter
ior.
adrá- lo no s co nc eit
que torne pertinente enqu tab elecidas para a criação de
estra-
me tod olo gia s pré -es
tretanto, que não há os mundo
Branco (2013) pondera, en tica , ain da qu e se co nsidere casos bem sucedid
nder a tal proble má ideradas pelos
tágias que busquem respo çã o de fat ore s” os quais podem ser cons
istir “um a co mb ina
afora, e reitera que deve ex os aeroportos numa
do s e pe la so cie da de en gajada em melhor agregar
priva elemento articulador.
poderes públicos, agentes al, ten do-o como um importante
to urb an o e reg ion
premissa de desenvolvimen Gu arulhos e de seu aeroporto
interna-
pe cíf ica do ter ritó rio de
rofundada e es exercício.
Deste modo, ma leitura ap tég ias de pro jet o que deram curso a este
boração de es tra
cional corroborou para a ela
115
em Nagoya,
rnacional Chubu/Centrair,tando como a
Ise, o com plex o de pas sageiros do Aeroporto Inte) de alta velo cida de, des pon
icial sobre a baía de de um sistema de barcos
(ferry-boats
Construído em uma ilha artif ferroviário e rodoviário, além .
Japão, incorpora um terminal para a região central do país
principal porta de entrada rma tion_main.jpg>. Acessado
em 4 de Junho
info
ww. cen trair.jp/e n/bu sine ss/images/business_basic_
em: <http://w de 2018).
Fonte: Centrair (Disponível
ran-
po r um pla no art icu lad or macro, partindo de uma ab
, debruça-se em pro as metro-
O exercício projetual, então cto r mu lti/i nte rm od al e estratégico entre as áre
um sistema co ne
gência regional por meio de aeroportos, e a
ne iro e de Ca mp ina s, be m como seus sistemas de
Rio de Ja
politanas de São Paulo, do Sa nto s como aliado à logística ae
roportuária.
tam bé m o Po rto de
Baixada Santista, mirando de que estabelece o
po lita na , foi de se nh ad a uma estrutura de mobilida
Na escala de articulação me
tro al, compre-
na is de de stin o o tro nc o ferroviário central da capit
do como termi e do Metrô
corredor aeroportuário, ten os nó s pre vis tos nos planos atuais da CPTM
Brás e da La pa , e
endido entre as regiões do terminal intermodal
13 -ja de e pa ra a Lin ha 16-voleta prevista, como o
Linha
para a futura ampliação da roporto de Congonhas.
Mo óc a, es ten de nd o-s e, também, na direção do Ae
Parque da senvol-
me nto ch av e um a rei nte rpretação do plano de de
al tem como ele do-se de um
A abordagem de âmbito loc iza çã o de su as ati vidades principais e valen
provendo a se tor
vimento do aeroporto alvo, fe, configurando,
vid ad es tem áti ca s ao lon go de sua extensão limítro
os e ati a por uma rede própria
sistema de parques urban la ae rop ortuária’, também amarrad
io afe re co mo a ‘or iculado
finalmente, o que este ensa e So bre Tri lho s (VL T) como modal estruturador art
tendo o Veículo lev
de conexões e transportes, eixos de fluxos
be m co mo às red es de ônibus alimentadoras e a
e regional,
116
às ferrovias metropolitana
potenciais ou existentes. intervenção arquite-
po r fim , de sd ob ra- se em duas frentes temáticas de
sto , criação
O plano do aeroporto propo çã o do co mp lex o de pa ssageiros, num escopo de
posição de amplia s do Plano
tônica, sendo elas uma pro co mo po nto de pa rtida o resgate de premissa
do mesmo, ten do
de um bairro novo a partir odalidade como
ra o co nju nto ter mi na l e a noção de multi e interm
81 pa rção desapropriada do
Diretor Aeroportuário de 19 urb an o assentado ao longo da po
an o, e um pa rqu e grama,
geratrizes de desenho urb al um mi ran te, co mo elemento arquitetônico e pro
do aeródromo, no qu otting, ou
bairro São João, na borda alm en te no loc al, em inglês, aferido por plane sp
estabelecida inf orm relação ao sítio
solidifica uma atividade já da do o pe rfil elevado do terreno local em
fotograf ar av iõe s,
a prática de contemplar e anas locais, nas quais
for ma de laz er um po ten cializador de dinâmicas urb
ta
do aeroporto, tornando es o paisagístico.
ort o e se u trá feg o aé reo assumem um protagonism
o aerop
Primeiro estudo para uma ‘orla aeroportuária’ em Guarulhos.
Desenhado pelo autor (2017).
ffff
“[...] orla f. Filete, sob o ornato oval de um capitel. Bordo. Borda. Tira. Margem. Rebordo de uma cratera.
Cairel. Guarnição. Bainha. Cercadura. (Do lat. hypoth. orula, dem. de ora). [...]”
(Novo Dicionário da Língua Portuguesa)
O campo de estudos do urbanismo orientado pelos transportes, a idéia de ‘orla’ se baseia nas noções
de linearidade ou limites territoriais. A ‘orla ferroviária’, como exemplo, faz referência ao vetor de de-
senvolvimento urbano propiciado ao longo das margens das linhas de trem nas cidades, geralmente se
configurando como barreiras físicas no território. Neste caso, os nós de conectividade são autênticas
centralidades originadas ao redor das estações e terminais, tendo uma vocação inicialmente baseada
na instalação de parques industriais, e, mais tarde, no crescimento de comércios e serviços, na chama-
da desindustrialização. Em linha semelhante, a ‘orla portuária’ faz alusão ao desenvolvimento urbano
possível por meio da atividade portuária, sobretudo nos entrepostos marítimos da chamada “era do
Perspectiva geral consolidada vapor”.
do plano para a Orla Aeropor-
tuária.
Desenhado pelo autor (2018).
ffff
Diretrizes de setorização na
‘orla aeroportuária’ de Gua-
rulhos.
Fonte: do autor (2018, pro-
duzida com uso do software
Google Earth).
Sendo assim, a ‘orla aeroportuária’ constitui-se como um perímetro de constante diversificação de ati-
vidades indutoras de desenvolvimento, de modo a enfatizar peculiaridades e vocações observadas em
cada trecho, não podendo-se ignorar a pertinência de se trabalhar, conjuntamente, a espacialização
das atividades internas do aeródromo.
Como ponto de partida, tem-se a premissa de vencer o gargalo da desarticulação territorial entre as
regiões lindeiras ao aeródromo, tendo como ponto de partida e conexão regional/metropolitano/local
a Estação do Aeroporto Internacional, anexa aos terminais aéreos de passageiros, e um sistema de
mobilidade estruturado por uma linha, em ‘anel’, de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e alimentado pelos
srviços de ônibus municipal e intermunicipal. O vetor formado passa a conectar os bairros Invernada
(onde se situam os terminais de passageiros do aeroporto), Taboão, Vila Barros, Parque Cecap, Jardim
Cumbica, Lavras, Presidente Dutra, São João e Bananal, valendo-se do traçado já estabelecido pelas
avenidas de acesso a elas, como, no oeste, a Avenida Nádia Zarif, paralela à Rodovia Hélio Smidt, no
sul, as Avenidas Monteiro Lobato, Papa João Paulo I e Santos Dumont, no leste, a Avenida Bela Vista
do Paraíso e, no norte, a extensão da Avenida Nádia Zarif, estendendo-se, por fim, a uma adaptação do
viário de modo a margear o limite aeroportuário ao longo do bairro São João, delimitando o curso do Rio
Baquirivu-Guaçu, a ser "renaturalizado" por meio do alargamento de suas faixas ciliares a uma largura
125
mínima de 30 metros para cada margem, viabilizando, por sua vez, emular lagos e meandros, crescidos
da criação de oportunos desvios e canais de caráter sazonal, destinados ao auxílio da contenção de
cheias. A diretriz de proteção deste importante rio, que contorna o aeroporto por grande parte de sua ex-
tensão, flerta com a noção de proteção do próprio aeródromo ante o natural avanço da mancha urbana
em sua direção, lançando-se mão do estabelecimento de um sistema de parques lineares e faixas de
atividades ao longo de suas bordas, consolidando o aeroporto também como um ‘front turístico’.
Finalmente, as duas grandes intervenções na porção inferior do aeródromo envolvem, além da desa-
tivação e conversão da Base Aérea de São Paulo em um complexo de lazer (tendo em vista possibi-
lidades de realocação de uso militar para os aeródromos secundários o âmbito da Area Terminal de
São Paulo) atrelado a um terminal satélite destinado a companhias aéreas de baixo custo (low-cost) e
à aviação geral, o deslocamento da área de cargas, de sua atual localização, na borda noroeste, rente
à rodovia de acesso do aeroporto, para a gleba localizada em seu quadrante sudeste, hoje sem uso
específico e sinalizada, originalmente, como de vocação para atividades de lazer, fronteiriça aos bair-
ros de Lavras e Presidente Dutra. Esta nova configuração, além de permitir um melhor fluxo logístico,
conforme anteriormente sinalizado, abre a possibilidade de um redesenho para a área do complexo de
passageiros e da proposição de uma malha urbana que o toma como elemento de referência.
ffff
Aproximação volumétrica do
complexo de passageiros.
Fonte: do autor (2018, pro-
duzida com uso do software
Google Earth).
ffff
Aproximações do spotter
point do ‘Morrinho’ (à esquer-
da), no bairro São João, e do
mirante do complexo de pas-
sageiros (à direita).
Fonte: do autor (2018, pro-
duzida com uso do software
Google Earth).
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Distribuição volumétrica e
espacial do primeiro piso em
modelo físico.
Confeccionado pelo autor
(2018).
Distribuição volumétrica e
espacial do terceiro piso em
modelo físico.
Confeccionado pelo autor
(2018).
A implantação sutilmente curva deste conjunto arquitetônico, resultado da planta angulada caracterís-
tica dos edifícios constituintes, culmina em uma malha urbana de tipologia cônica, delimitada por um
anel viário de borda, que media o acesso de veículos de e para a Rodovia Hélio Smidt, que passa a ser
subterrânea neste trecho. Internamente ao novo bairro, quatro alamedas derivam da disposição dos
fingers dos módulos terminais, e uma larga esplanada central, simbolica e fisicamente alinha a Torre
de Controle, a Estação do Aeroporto Internacional (que, por sua vez, recebe os trens em vias também
rebaixadas, porém não cobertas), o setor adensado e o ponto de convergência do cone, marcado por
uma saliência topográfica natural onde um mirante proporciona uma visada de toda a urbanização
criada. A despeito deste último local conferir à atual comunidade Malvinas, a ser suprimida, assume-se
que seus habitantes sejam contemplados pelo adensamento criado. O complexo de estacionamentos
é constituído tanto por 4 garagens dispostas em dois níveis de subsolo, entre os eixos da rodovia de
acesso e das linhas férreas, rebaixados 8 m da superfície, quanto por um extenso parque lindeiro ao
conjunto terminal de passageiros, por sua vez, cortado em toda a sua extensão por uma faixa com 50
m de largura a qual acomoda o novo curso do Rio Baquirivu-Guaçu. Também no eixo central, o canal
cria dois lagos simetricmente dispostos conforme e a faixa de vegetação também se alarga, recuando
abruptamente a direção do próprio aeródromo, de modo a abraçar o embasamento da Torre de Contro-
138
le, criando, nesta região antes, exposta entre o público e o restrito, uma delimitação funcional e física
menos hostil entre a cidade e a área restrita do aeródromo.
Nesta frente projetual, se fez notório que o desenvolvimento orientado ao complexo de passageiros
tem como origem um cenário de quase ausência de características identitárias e referenciações locais,
de modo que a malha urbana proposta para esta área colocando-se como um novo norteador para o
crescimento futuro de suas áreas urbanas limítrofes.
Implantação de coberturas
do complexo de passageiros
(‘Grande Chegada’).
Fonte: do autor (2018).
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Planta do 3º nível: terraço panorâmico e acesso público, áreas técnicas e acessos aos saguões do CCO e do hotel, situados sobre os volumes dos terminais.
Fonte: do autor (2018).
Estudo e proposição de estrutura: desenho da cobertura contínua sobre os terminais.
Fonte: do autor (2018).
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cionamento e manobras de aviões. Desde então, a visitação pública ao Morrinho é formalmente proibi-
da, embora a ausência de fiscalização faça com que o local continue a ser regularmente frequentado..
Abrangendo uma área de 19 hectares ao longo da porção desapropriada e de mata existente, propõe-
-se a criação de um amplo parque urbano de uso público, servido, localmente, tanto pelo já operante
Terminal Urbano São João quanto por duas paradas intermediárias do VLT proposto. O programa cen-
tra tanto uma área de proteção do riacho afluente do Baquirivu Guaçu, que aflora da concavidade em
frente ao terminal urbano, e o platô, como o ponto focal do parque, ao fazer frente entre a paisagem do
aeroporto e a urbanidade existente, sua área de influência direta sujeita às transformações decorrentes
da consolidação do novo equipamento. O mirante apoia-se sobre o platô, assumindo-se, conforme o
contorna, como uma plataforma panorâmica, dada sua inserção, origina alturas variadas em relação
Reconhecimento da borda
ao chão. Sob as coberturas geradas, lanchonetes e áreas de apoio dão suporte à permanência dos
aeroportuária Norte, no bairro
São João.
visitantes. Uma aeronave Douglas DC-8 restaurada, proveniente de um pátio de descarte situado em
Fonte: o autor (2017, incorpo- área próxima, insere-se em meio à praça central, como um espaço multiuso, propiciando um contraste
rando mescla de imagens do
Google Maps/Street View e de escalas entre a paisagem e os aviões vistos à distância e o imediatamente alcançável e visitável.
do WebGeo Guarulhos).
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Panorama em fotografias do Aeroporto Internacional de Guarulhos, destacando o Terminal 3 e as aeronaves de grande porte que nele operam.
Fotografado pelo autor (2017).
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Segunda proposição, prevendo eixos de continuidade e transposições. A estrutura do mirante aparece apoiada sobre a escarpa sudoeste.
Fonte: do autor (2017, desenhado sobre foto aérea do Google Earth).
Terceira proposição, incorporando plataformas curvas, marquises e áreas de apoio.
Desenhado pelo autor (2017).
CONCLUSÕES
A narrativa apresentada nos permite compreender a intrínseca relação entre o processo evolutivo da
tecnologia do voo e o constante aprimoramento das estruturas de solo. Os campos de pouso e os
aeroportos da atualidade se inserem em uma cronologia, portanto, também ligada ao desenvolvimento
nas cidades, sobretudo na perspectiva de sua infraestrutura de transporte e mobilidade.
No entanto, no caso do Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos, fica evidente um quadro de
desarticulação entre as diferentes esferas do Poder Público, em suas esferas federal, estadual e mu-
nicipal, e os órgãos, entidades e empresas envolvidos na condução e gestão aeroportuária ao longo
de seu processo histórico. Para Duarte (2011), houve conivência governamental quanto à ocupação
antrópica nos arredores e, até mesmo, dentro de sua área patrimonial, “abreviando”, em suas palavras,
o horizonte de crescimento previsto em projeto, bem como comprometendo, irreversivelmente, os posi-
cionamentos mais ambiciosos defendidos pelos primeiros estudos realizados ainda nos anos 60 e 70,
como mostrado.
Considera-se a fundamental pertinência, no momento atual de nossas cidades, discutirmos o transporte
aéreo como um articulador estratégico de conexões e fluxos de pessoas e mercadorias, e em São Pau-
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lo, o esgotamento da estrutura aeroportuária instalada, em decorrência de uma visão imediatista e de
uma política descontínua denuncia a necessidade não apenas de um exercício de (auto)-crítica acerca
de como a mobilidade, em suas escalas local urbana, metropolitana e regional, tem sido trabalhada
até o momento, mas de um entendimento ainda mais amplo de multi e intermodalidade das redes de
transporte e de logística, e da interação entre os municípios que compõem a cada vez mais referida
Macrometrópole Paulista, como respaldado por Branco (2013) e Duarte (2011), um sistema complexo
de economias e urbanidades que assume a importância, em uma ideia de conjunto, de metrópoles
como Campinas e a Baixada Santista, bem como grandes aglomerados urbanos que os circundam,
como Sorocaba, São José dos Campos, Jundiaí e Piracicaba, e das microrregiões de Bragantina e
São Roque, extravasando os limites da famigerada Região Metropolitana de São Paulo e de seus 36
municípios dentre os quais pode Guarulhos, com seu aeroporto internacional e suas potencialidades
inerentes - objetivamente enquadrado em uma ideia de rede de aeroportos conectados, mirando o fu-
turo do terminal aéreo de Viracopos como horizonte promissor -, assumir posição de destaque como
localidade estratégica regional.
A vasta gama de experiências internacionais e nacionais investigadas, dentre as quais foram elencados
os casos do Mainport Schiphol, de Amsterdam, e da emergente aerotrópole de Belo Horizonte/Confins,
corroborou para o estabelecimento de diretrizes e estratégias que nortearam os presentes estudos
projetuais, fazendo do equipamento aeroportuário de Guarulhos um importante campo de estudos e
experimentações que possibilitou simular sua hipotética configuração funcional, territorial e urbana a
partir da conceituação trazida deste ensaio.
Através da 'orla', a cidade não mais vê no aeroporto barreiras, mas faz dele seu
horizonte, promovendo, ambos, costuras mútuas e prósperas.
159
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