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A Assistência Social inicia seu trânsito para um campo novo: o campo dos direitos,
da universalização dos acessos e da responsabilidade estatal.
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• Construir uma agenda para 2004, para que, sob a • A Política Nacional de Assistência Social
coordenação do Ministério da Assistência Social, aprovada em 2004, preve a organização do
seja implantado/implementado o Sistema Único SUAS como política de proteção social
de Assistência Social – SUAS de forma articulada com outras políticas do campo
descentralizada, regionalizada e hierarquizada, social, voltada a garantias de direitos e de
com base no território. condições dignas de vida.
A Assistência Social alçada à condição de política • De acordo com Mota (2009), o SUAS
pública na Constituição Federal de 1988 e viabilizou a normatização, organização,
regulamentada pela LOAS, permaneceu ao longo
de sua história, particularmente restrita à racionalização e padronização dos serviços,
administração do benefício de prestação continuada bem como a superação da histórica cultura
e à concessão de benefícios pontuais, com ranços assistencialista brasileira, pautada no
assistencialistas e populistas, muitas vezes
confundida com caridade.
patrimonialismo e na caridade, firmando
parâmetros técnicos e de profissionalização
• É somente a partir dos anos 2000 que a assistência em sua execução.
social começa a receber maior atenção do Estado,
ampliando o escopo de suas ações, especialmente, Na perspectiva do controle social,
com a publicação PNAS em 2004. Está “redesenhou” apresentou avanços importantes como a
a assistência social na perspectiva da criação de um construção de um sistema descentralizado
Sistema Único. O SUAS passa a ser então, o novo e participativo, e a articulação entre planos,
modelo de organização da assistência social e tem fundos e conselhos.
como enfoque a proteção social.
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V – Divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem como
dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão.
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DIRETRIZES:
A Política Pública de Assistência Social realiza-se de
I - Descentralização político-administrativa, cabendo a
coordenação e as normas gerais à esfera federal e a forma integrada às políticas setoriais, considerando:
coordenação e execução dos respectivos programas
às esferas estadual e municipal, bem como a
entidades beneficentes e de assistência social, as desigualdades socioterritoriais,
garantindo o comando único das ações em cada
esfera de governo, respeitando-se as diferenças e
as características socioterritoriais locais;
à garantia dos mínimos sociais,
II - Participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das
políticas e no controle das ações em todos os níveis;
ao provimento de condições para atender
III - Primazia da responsabilidade do Estado na condução da política de assistência social em contingências sociais
cada esfera de governo;
IV - Centralidade na família para concepção e implementação dos benefícios, serviços,
programas e projetos. à universalização dos direitos sociais.
OBJETIVOS:
Prover serviços, programas, projetos e benefícios de
Usuários
proteção social básica e, ou, especial para famílias, • cidadãos e grupos que se encontram em situações de
indivíduos e grupos que deles necessitarem; vulnerabilidade e riscos,
• ciclos de vida;
• identidades estigmatizadas em termos étnico, cultural e sexual;
Contribuir com a inclusão e a eqüidade dos usuários e • desvantagem pessoal resultante de deficiências;
grupos específicos, ampliando o acesso aos bens e serviços
socioassistenciais básicos e especiais, em áreas urbana e • exclusão pela pobreza e, ou, no acesso às demais políticas
rural; públicas;
• uso de substâncias psicoativas;
• diferentes formas de violência advinda do núcleo familiar, grupos
Assegurar que as ações no âmbito da assistência social e indivíduos;
tenham centralidade na família, e que garantam a • inserção precária ou não inserção no mercado de trabalho formal
convivência familiar e comunitária; e informal;
• estratégias e alternativas diferenciadas de sobrevivência que
podem representar risco pessoal e social.
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Objetivos:
Proteção Social Básica Proteção Social Especial
prevenir situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e
aquisições, e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários.
MÉDIA COMPLEXIDADE
Destina-se:
à população que vive em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza,
privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre
outros) e, ou, fragilização de vínculos afetivos - relacionais e de pertencimento social
ALTA COMPLEXIDADE (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre outras).
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1. Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF); A ética da atenção da proteção especial pressupõe o respeito à cidadania, o reconhecimento do grupo familiar como
2. Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos; referência afetiva e moral e a reestruturação das redes de reciprocidade social. Deve priorizar a reestruturação dos
serviços de abrigamento dos indivíduos que não contam mais com a proteção e o cuidado de suas famílias.
3. Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com
Á população em situação de rua serão priorizados os serviços que possibilitem a organização de um novo projeto de
Deficiência e Idosas. vida, visando criar condições para adquirirem referências na sociedade brasileira, enquanto sujeitos de direito.
Os serviços de proteção especial têm estreita interface com o sistema de garantia de direito exigindo, muitas vezes,
uma gestão mais complexa e compartilhada com o Poder Judiciário, Ministério Público e outros órgãos e ações do
Executivo.
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Proteção Social Especial de média complexidade • O CREAS é uma unidade pública estatal, de
abrangência municipal ou regional,
referência para a oferta de trabalho social a
• São considerados serviços de média complexidade aqueles que famílias e indivíduos em situação de risco
oferecem atendimentos às famílias e indivíduos com seus direitos
violados, mas cujos vínculos familiar e comunitário não foram pessoal e social, por violação de direitos,
rompidos. Requerem maior estruturação técnico-operacional e que demandam intervenções especializadas
atenção especializada e mais individualizada, e, ou, no âmbito do SUAS.
acompanhamento sistemático e monitorado:
CREAS
Serviço de orientação e apoio sócio-familiar;
Plantão Social;
Abordagem de Rua;
Cuidado no Domicílio;
Serviço de Habilitação e Reabilitação na comunidade das pessoas com
deficiência; Medidas sócio-educativas em meio-aberto (PSC – Prestação de
Serviços à Comunidade e LA – Liberdade Assistida).
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1-Vigilância Social:
1-Vigilância Social, • refere-se à produção, sistematização de informações, indicadores e índices
territorializados das situações de vulnerabilidade e risco pessoal e social (...),
vigilância sobre os padrões de serviços de assistência social (...)
2- Proteção Social
3-Defesa Social e Institucional • Os indicadores a serem construídos devem mensurar no território as situações
de riscos sociais e violação de direitos.
2-Proteção Social:
São direitos socioassistenciais :
• segurança de sobrevivência ou de rendimento e de autonomia, através de benefícios • Direito ao atendimento digno, atencioso e respeitoso, ausente de procedimentos vexatórios e coercitivos;
continuados e eventuais. • Direito ao tempo, de modo a acessar a rede de serviço com reduzida espera e de acordo com a necessidade;
• Direito à informação, enquanto direito primário do cidadão, sobretudo àqueles com vivência de barreiras culturais,
• segurança de convívio ou vivência familiar: através de ações, cuidados e serviços que de leitura, de limitações físicas;
restabeleçam vínculos pessoais, familiares, de vizinhança, de segmento social,
• Direito do usuário ao protagonismo e manifestação de seus interesses;
• segurança de acolhida: através de ações, cuidados, serviços e projetos operados em rede • Direito do usuário à oferta qualificada de serviço;
com unidade de porta de entrada destinada a proteger e recuperar as situações de
abandono e isolamento de • Direito de convivência familiar e comunitária.
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• Cabe a cada esfera de governo, em seu âmbito de atuação, respeitando os princípios e • Municípios de pequeno porte 1 –população chega a 20.000 habitantes (até 5.000 famílias em
diretrizes estabelecidas na PNAS, coordenar, formular e co-financiar além de monitorar, média), forte presença de população em zona rural, 45%. Possuem como referência
avaliar, capacitar e sistematizar as informações. municípios de maior porte, necessitam de uma rede simplificada e reduzida de serviços de
proteção social básica. Em geral, não apresentam demanda significativa de proteção social
especial.
• Considerando a alta densidade populacional do país e seu alto grau de heterogeneidade e
desigualdade socioterritorial presentes entre os seus 5.561 municípios, a vertente territorial
faz-se urgente e necessária na PNAS. Exige-se agregar ao conhecimento da realidade a • Municípios de pequeno porte 2 –população varia de 20.001 a 50.000 habitantes (cerca de
dinâmica demográfica associada à dinâmica socioterritorial em curso. 5.000 a 10.000 famílias em média). Diferenciam-se dos pequeno porte 1 no que se refere à
concentração da população rural que corresponde a 30%. Quanto às suas características
relacionais mantém-se as mesmas dos municípios pequenos 1.
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Municípios de grande porte – entende-se por municípios de grande porte aqueles cuja população é de 101.000
habitantes até 900.000 habitantes (cerca de 25.000 a 250.000 famílias). São os mais complexos na sua • Esta prerrogativa está assegurada no art. 5º, inciso III, da LOAS.
estruturação econômica. Apresentam grande demanda por serviços das várias áreas de políticas públicas. Em
razão dessas características, a rede socioassistencial deve ser mais complexa e diversificada, envolvendo serviços
de proteção social básica, bem como uma ampla rede de proteção especial (nos níveis de média e alta
complexidade). • A administração pública deverá desenvolver habilidades
específicas, com destaque para a formação de redes como
Metrópoles – entende-se por metrópole os municípios com mais de 900.000 habitantes (atingindo uma média estratégia de articulação política que resulta na integralidade do
superior a 250.000 famílias cada). Para além das características dos grandes municípios, as metrópoles
apresentam o agravante dos chamados territórios de fronteira, que significam zonas de limites que configuram a atendimento.
região metropolitana e normalmente com forte ausência de serviços do Estado.
Financiamento
•O financiamento da Seguridade Social está previsto no art. 195, da C.F. 1988, instituindo que, através de
Orçamento próprio, as fontes de custeio das políticas que compõem o tripé devem ser financiadas por toda a
sociedade, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos • O financiamento deve ter como base os diagnósticos socioterritoriais apontados pelo
Municípios e das contribuições sociais. Sistema Nacional de Informações de Assistência Social considerando as demandas e
prioridades, de acordo com as diversidades e parte de cada região ou território, a
•Tendo sido a assistência social inserida constitucionalmente no tripé da Seguridade Social, é o financiamento desta capacidade de gestão e de atendimento e de arrecadação de cada município/região, bem
a base que irá financiar a PNAS, o qual se dá com a participação de toda a sociedade de forma direta e indireta:
como os diferentes níveis de complexidade dos serviços, através de pactuações e
• Nos orçamentos da União, dos Estados, DF e dos Municípios; deliberações estabelecidas com os entes federados e os respectivos conselhos.
• Mediante contribuições sociais
• Recomenda-se que Estados, Distrito Federal e Municípios invistam, no mínimo, 5% do total
No Sistema Descentralizado e Participativo da Assistência Social, que toma corpo através da proposta de um
da arrecadação de seus orçamentos para a área, por considerar a extrema relevância de,
Sistema Único, a instância de financiamento é representada pelos Fundos de Assistência Social nas três esferas efetivamente, se instituir o co-financiamento, em razão da grande demanda e exigência de
de governo. recursos para esta política.
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Cabe aos trabalhadores: 1) A preocupação determinante com o processo de democratização da política e com a prática radical do controle social da
- Superar a atuação na vertente de viabilizadores de programas para a de viabilizadores de direitos. administração pública.
- Conhecimento profundo da legislação implantada a partir da Constituição Federal de 1988. 2) Novos parâmetros de produção, tratamento e disseminação da informação pública que a transforme em informação social
válida e útil, que efetivamente incida em níveis de visibilidade social, de eficácia e que resulte na otimização político-
Cabe aos gestores: operacional necessária para a política pública;
- qualificação dos recursos humanos e maior capacidade de gestão dos operadores da política. 4) A maximização da eficiência, eficácia e efetividade das ações de assistência social;
- criação de um plano de carreira
5) O desenvolvimento de sistemáticas específicas de avaliação e monitoramento para o incremento da resolutividade das
- valorizar o serviço público e seus trabalhadores, priorizando o concurso público,
ações, da qualidade dos serviços e dos processos de trabalho na área da assistência social, da gestão e do controle social.
6) A construção de indicadores de impacto, implicações e resultados da ação da política e das condições de vida de seus
usuários.
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Numa análise endógena, ou seja, que considere o processo histórico de evolução da política como
-- Mavi Pacheco = o cenário atual é o de “assistencialização” da seguridade social. O padrão de proteção social algo engendrado apenas em seu interior, poder-se-ia dizer que o SUAS foi a iniciativa mais
brasileiro é pobre e focalizado e, mesmo voltado para as camadas mais miseráveis da sociedade, não tira a classe importante para efetivação da assistência social como política pública, garantindo a consolidação de
trabalhadora da condição subalternizada e não amplia direitos. serviços, programas e projetos de proteção social para a população mais pobre em todo o território
--Secretária nacional do MDS, Denise Colin, = afirmou que há avanços na política de assistência social frente à nacional.
realidade econômica, política e social brasileira, e um deles é a redução da extrema pobreza no país. Ela falou
também do trabalho de assistentes sociais, que deixaram de ser operadores de programas para efetivar direitos. Contudo, não se pode esquecer de que as políticas sociais de forma geral, e de forma específica a
--A professora Aldaíza Sposati defendeu a política, criticando quem chama de “assistencialização” a atenção dada Assistência Social, mesmo incorporando em parte as demandas da classe trabalhadora, são alvo de
às camadas mais pobres. Ela abordou algumas determinações e tensões no trabalho de assistentes sociais, como o constantes investidas do capital que procura sempre adequá-las a seus interesses. Assim, para não
conflito entre direito e concessão, esta pela herança política liberal conservadora.
se recair em visões reducionistas e até ingênuas da realidade, é preciso analisar a expansão da
--A professora Ivanete Boschetti defendeu uma atuação profissional que busque a emancipação humana, mas que
as disparidades salariais, a precarização dos contratos de trabalho e a desregulamentação dos direitos não Assistência Social em sua inserção mais geral na dinâmica da sociedade determinada por esse modo
asseguram o exercício profissional que o projeto ético-político aponta para a categoria. específico de produção.
O Estado brasileiro, a partir da década de 1990, passou a aderir ao ideário neoliberal, acatando as
determinações dos organismos internacionais e adequando as políticas sociais às tendências do Assim, a expansão dessa política não foi um movimento repentino e isolado, mas uma estratégia
Consenso de Washington, o que repercutiu na mercantilização da Seguridade Social, especialmente funcional aos interesses do capitalismo neoliberal. Ao centralizar a proteção social na política da
da saúde e da previdência social. Assistência Social, o Estado buscou legitimar a fragmentação das demais políticas e, ao mesmo tempo,
repassar para a assistência a função de integração de uma significativa parcela da população à ordem
Ancorada em uma agenda mais propositiva que a do liberalismo clássico, a ofensiva neoliberal não social, papel que o trabalho assalariado já não consegue cumprir em tempos de desemprego estrutural
extinguiu totalmente a intervenção estatal no campo social, mas propôs uma expansão de políticas (SITCOVSKY, 2009, p.153).
compensatórias direcionadas às parcelas mais pobres da população.
Mota (2009) observa que, dessa forma o governo, ao mesmo tempo em que faz a reforma
Sobre o discurso da equidade propagaram-se programas seletivos de transferência de renda, de previdenciária, reorganiza a política de assistência social e coloca o processo de precarização do
forma que na atualidade “[...] a Assistência Social deixa de ser uma política de acesso às demais trabalho como inevitável e definitivo. Ou seja, “[...] na impossibilidade de garantir o direito ao trabalho-
políticas setoriais, assumindo uma centralidade na política social.” (SITCOVSKY, 2009, p.153). [...] - o Estado amplia o campo de atuação da assistência, assumindo como usuários da mesma os
aptos para o trabalho.” (MOTA, 2009, p.189).
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I- Um centro de regulação e monitoramento das ações de proteção básica do SUAS desenvolvidas em âmbito local,
• 2-(Prefeitura de Louveira/ Vunesp/2007) Várias realizações foram executadas na para fins de transferência de recursos financeiros aos municípios.
formatação e operacionalização da política da assistência social no atual governo II- Uma unidade efetivadora de referência e contra-referência do usuário na rede socioassistencial do SUAS e
federal. Dentre elas, vale citar a: unidade de referência para os serviços das demais políticas públicas.
III- Um centro de atendimento a usuários de programas, projetos e serviços, destinado a garantir o acesso ao
conhecimento dos direitos sócioassistenciais e dos serviços ofertados.
• (A) maior regulação da LOAS pelas Conferências Nacionais de Assistência Social. IV- Uma unidade de acolhimento, orientação e referência para crianças, adolescentes, jovens ,adultos e idosos,
vítimas de formas de exploração, de violência e maus-tratos.
• (B) implementação do SUAS somente para as regiões mais pobres do país.
V-Uma unidade publica estatal responsável pela oferta de serviços continuados de proteção social básica de
• (C) articulação entre políticas sociais e financeiras com maior controle e regulação assistência social às famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade social.
social. Indique a alternativa correta:
• (D) integração de programas sociais como PAIF/PETI, com ênfase no Programa Bolsa- a)As afirmativas I e II estão corretas
Família. b)As afirmativas II e V estão corretas
c)As afirmativas III e IV estão corretas
• (E) ampliação dos serviços do Programa Benefício de Prestação Continuada (BPC). d)Apenas a afirmativa V está correta
e)Todas as afirmativas estão corretas
• Bons Estudos !
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