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PREPARAÇÃO ENEM 2018

Material Complementar de Geografia nº4


Antonio Junior
at.alvesjr@gmail.com

GLOBALIZAÇÃO
“O mundo mudou” é uma frase não tão incomum de se ouvir atualmente, sobretudo pelos mais vividos.
As transformações pelas quais passou o planeta em que vivemos nos últimos 100 anos são inúmeras e
uma coisa ficou evidente: não há distância que nos separe.
Pode soar romântica essa última frase, porém David Harvey foi difusor da ideia de supressão do espaço-
tempo, que é um dos pilares do processo de globalização. Em outras palavras, “o mundo está diminuindo”.

Figura 1 – Supressão do espaço-tempo Ao observar a figura 1, tem-se uma noção da metáfora que é
apresentada na frase anterior. Lógico que o planeta não alterou
significativamente seu tamanho ou forma nos últimos anos, mas a
capacidade do homem se deslocar e alcançar maiores distâncias sim.
O incremento de tecnologia nos transportes possibilitou o aumento
da velocidade média dos modais e consequentemente é possível
chegar mais rápido em locais distantes. Isso foi fundamental para
a intensificação dos fluxos de pessoas e mercadorias e para o
estreitamento das relações comerciais entre países, mas não
somente isso.
O processo de globalização, entendido como um fenômeno de
integração entre países a partir dos aspectos econômico, social,
político e cultural, somente é possível por vontade dos próprios
países. O Estado enquanto entidade soberana sobre seu território
é um dos principais agentes do processo de globalização; pois a
partir de suas práticas e articulações é possível facilitar a
ocorrência de fluxos, que é a principal ferramenta do processo,
A difusão da doutrina neoliberal faz ressurgir um tipo de Estado cuja principal prática é a
desregulamentação que facilita as trocas comerciais entre países, que se ausenta da responsabilidade de
investir em serviços públicos ou infraestrutura; em outras palavras, um Estado que percebe no mercado
a possibilidade de resolução de todos os problemas de ordem socioeconômica. Isso fortalece a atuação de
outro agente.
As transnacionais são fundamentais no atual processo de globalização, sobretudo porque adotam
estratégia de internacionalização da produção. Ou seja, podem possuir sede num país, produzir num
segundo para abastecer o mercado consumidor de um terceiro. O caso da Nike é o mais evidente: a empresa
norte-americana idealiza o produto no país sede, produz em países subdesenvolvidos para aproveitar a
mão-de-obra barata e abastece países com mercado consumidor atrativo, como por exemplo o Brasil.
Ao mesmo tempo que essa prática possibilita diminuir os custos de produção, ela também é fundamental
para realizar intercâmbio de práticas sociais e culturais que integram diferentes nações. Quando o Mc
Donald decide investir no Vietnã além de lucrar com isso a população tem acesso a um novo modo de
consumir, o fast-food. O mesmo acontece com a entrada da Nike, Wallmart, Apple, entre outras que
representam a difusão do modo de ser norte-americano pelo mundo.
As grandes empresas norte-americanas, que possuem muito capital acumulado, conseguem reproduzir
seus investimentos por meio da publicidade, bombardeando o mundo com suas propagandas cada vez mais
criativas e psicoativas. Isso tem causado outra tendência: a formação de um capitalismo monopolista,
onde os grandes conglomerados empresariais dominam a economia mundial, conforme figura 2.

Figura 2 – Os grandes conglomerados empresariais (holdings) mundiais

No que diz respeito à produção e comercialização de bens não-duráveis apenas 10 holdings são
responsáveis por quase todos os produtos existentes no mercado. Conseguem se manter nessa posição pelo
poder de suas marcas, muitas delas símbolos do próprio capitalismo; e pela prática do dumping, que é
quando uma grande empresa reduz artificialmente os preços de seus produtos abrindo mão
momentaneamente de lucrar para sufocar a concorrência composta de pequenas empresas. Há também o
dumping social, que é quando grandes empresas se aproveitam de cenário econômico caótico de países
periféricos para aumentar seus lucros, terceirizando a produção às empresas locais que se utilizam de
mão-de-obra escrava.
A globalização, nesse caso, acaba servindo aos interesses dos grandes capitalistas e agravando as
desigualdades entre os países a medida que também a desigualdade é usada para obtenção de lucro. As
diferenças entre o mundo central e periférico não mais está pautada na presença ou não de indústrias,
mas na capacidade de produção de tecnologia num mundo baseado no consumo de novidades. Destacam-se
sobre a produção de manufaturados a produção de softwares, robôs, biotecnologia, etc. O mundo
subdesenvolvido, nos dias de hoje, é aquele marcado pela dependência tecnológica.
Outro importante agente são os órgãos internacionais, entre os quais os fóruns de discussão, os espaços
políticos globais e os blocos econômicos. Esses agentes são importantes para propor acordos econômicos
que por vezes estimulam as trocas comerciais e favorecem o estreitamento das relações entre países.
Por vezes, têm sido usados para reproduzir os interesses de países centrais e, atualmente, são o pivô da
crise de multilateralidade que o mundo vem sofrendo a medida em que os EUA apresentam tendência à
proteção do seu mercado interno frente à pujança econômica da China.
Os principais órgãos internacionais atualmente: Bird, OCDE, OMC, ONU, BRICS, IBAS, G20, G8, etc.
Os blocos econômicos, por sua vez, entram nessa categoria de forma diferenciada pois podem funcionar
para criar espaços desregulamentados por vontade dos países-membros sob diversos níveis de integração:
zona de livre comércio (quando há redução ou extinção de taxas alfandegárias para circulação de
mercadorias); união aduaneira (quando além de redução ou extinção de taxas alfandegárias entre países-
membros há também criação de uma tarifa externa comum para proteção contra países não-membros);
mercado comum (quando há livre circulação de mercadorias, pessoas e capitais entre os países-membros);
união monetária (quando há moeda comum usada pelos países-membros do bloco), etc.
QUESTÃO 1 (ENEM 2017)

A diversidade de atividades relacionadas ao setor terciário reforça a tendência mais geral de desindustrialização
de muitos dos países desenvolvidos sem que estes, contudo, percam o comando da economia. Essa mudança implica
nova divisão internacional do trabalho, que não é mais apoiada na clara segmentação setorial das atividades
econômicas.

RIO, G. A. P. A espacialidade da economia. In: CASTRO, I. E.: GOMES. P. C. C.; CORRÊA, R. L. (Org. ).
Olhares geográficos: modos de ver e viver o espaço. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012 (adaptado).

Nesse contexto, o fenômeno descrito tem como um de seus resultados a

(A) saturação do setor secundário


(B) ampliação dos direitos laborais
(C) bipolarização do poder geopolítico
(D) consolidação do domínio tecnológico
(E) primarização das exportações globais.

QUESTÃO 2 (ENEM 2016)

Dados recentes mostram que muitos são os países periféricos que dependem dos recursos enviados pelos
imigrantes que estão nos países centrais. Grande parte dos países da América Latina, por exemplo, depende
hoje das remessas de seus imigrantes. Para se ter uma ideia mais concreta, recentes dados divulgados pela
ONU revelaram que somente os indianos recebem 10 bilhões de dólares de seus compatriotas no exterior. No
México, segundo maior volume de divisas, esse valor chega a 9,9 bilhões de dólares e nas Filipinas, o terceiro, a
8,4 bilhões.

HAESBAERT. R.; PORTO-GONÇALVES, C. W. A nova des-ordem mundial. São Paulo: Edunesp, 2006.

Um aspecto do mundo globalizado que facilitou a ocorrência do processo descrito, na transição do século XX para
o século XXI, foi o(a)

(A) integração de culturas distintas


(B) avanço técnico das comunicações
(C) quebra de barreiras alfandegárias
(D) flexibilização de regras trabalhistas
(E) desconcentração espacial da produção.

QUESTÃO 3 (ENEM 2013)

Disneylândia
Multinacionais japonesas instalam empresas em Hong-Kong
E produzem com matéria-prima brasileira
Para competir no mercado americano [...]
Pilhas americanas alimentam eletrodomésticos ingleses na Nova Guiné
Gasolina árabe alimenta automóveis americanos na África do Sul [...]
Crianças iraquianas fugidas da guerra
Não obtêm visto no consulado americano do Egito
Para entrarem na Disneylândia
ANTUNES, A. Disponível em: www.radio.uol.com.br. Acesso em: 3 fev. 2013 (fragmento).

Na canção, ressalta-se a coexistência, no contexto internacional atual, das seguintes situações:


(A) Acirramento do controle alfandegário e estímulo ao capital especulativo.
(B) Ampliação das trocas econômicas e seletividade dos fluxos populacionais.
(C) Intensificação do controle informacional e adoção de barreiras fitossanitárias.
(D) Aumento da circulação mercantil e desregulamentação do sistema financeiro.
(E) Expansão do protecionismo comercial e descaracterização de identidades nacionais.
QUESTÃO 4 (ENEM 2013)

O espaço mundial sob a “nova des-ordem” é um


emaranhado de zonas, redes e “aglomerados”,
espaços hegemônicos e contra-hegemônicos que se
cruzam de forma complexa na face da Terra. Fica
clara, de saída, a polêmica que envolve uma nova
regionalização mundial. Como regionalizar um espaço
tão heterogêneo e, em parte, fluido, como é o espaço
mundial contemporâneo?
HAESBAERT, R.; PORTO-GONÇALVES, C.W.
A nova des-ordem mundial. São Paulo: UNESP, 2006.

O mapa procura representar a lógica espacial do


mundo contemporâneo pós-União Soviética, no
contexto de avanço da globalização e do
neoliberalismo, quando a divisão entre países
socialistas e capitalistas se desfez e as categorias
de “primeiro” e “terceiro” mundo perderam sua
validade explicativa. Considerando esse objetivo
interpretativo, tal distribuição espacial aponta
para

(A) a estagnação dos Estados com forte identidade cultural.


(B) o alcance da racionalidade anticapitalista.
(C) a influência das grandes potências econômicas.
(D) a dissolução de blocos políticos regionais.
(E) o alargamento da força econômica dos países islâmicos.

QUESTÃO 5 (ENEM 2015)

Atualmente, as represálias econômicas contra as empresas de informática norte-americanas continuam. A


Alemanha proibiu um aplicativo dos Estados Unidos de compartilhamento de carros; na China, o governo explicou
que os equipamentos e serviços de informática norte-americanos representam uma ameaça, pedindo que as
empresas estatais não recorram a eles.

SCHILLER, D. Disponível em: www.diplomatique.org.br. Acesso em: 11 nov. 2014 (adaptado).

As ações tomadas pelos países contra a espionagem revelam preocupação com o(a)

(A) subsídio industrial


(B) hegemonia cultural
(C) protecionismo dos mercados
(D) desemprego tecnológico
(E) segurança dos dados.

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