CAPACIDADES DINÂMICAS E COMUNS EM UMA TEORIA (ECONÔMICA) DE EMPRESAS (2014).
AUTOR: Teece, David J.
O presente resumo apresenta um framework (proposta de solução) que
integre os paradigmas de recursos, capacidades e gestão estratégica. Existem duas classes importantes de capacidades: normais e dinâmicas. As comuns envolvem o desempenho administrativo, operacional e de governança relacionadas a funções que são (tecnicamente) necessárias para realizar tarefas. Capacidades dinâmicas envolvem atividades de alto nível que podem permitir a uma empresa direcionar suas atividades ordinárias para empreendimentos de alto-desempenho Isto requer gerenciamento, ou "orquestração” para que os recursos da empresa possam enfrentar de forma rápida mudança de ambiente nos negócios.
Vale considerar a hipótese de que fortes capacidades dinâmicas e boa
estratégia, ancorada pela dificuldade para imitar recursos são a base para a vantagem competitiva sustentada.
Fortes capacidades dinâmicas habilitam a empresa a produzir não só o melhor
de um tipo de produto, mas alguma coisa que é única e de excepcional valor além de gerar retorno para os acionistas e demais stakeholders.
Recursos ordinários podem ser medidos pelas exigências das tarefas
específicas, tais como a produtividade do trabalho, giro de estoque e tempo de conclusão. Recursos ordinários são considerados fortes quando a empresa alcançou as melhores práticas e sua base de funcionários inclui relevantes pessoas qualificadas e equipamentos avançados.
Recursos ordinários podem melhor ser pensados para alcançar a
eficiência técnica e "fazendo a coisa certa". Considerando-se que os recursos comuns são sobre fazer as coisas certas, os dinâmicos são sobre fazer as coisas certas, na hora certa.
Nos recursos ordinários, a eficiência é o cerne da questão.
Capacidades dinâmicas são sobre adaptação, orquestração e inovação. Fortes capacidades dinâmicas permitem que empresas permaneçam alinhadas com o mercado e evoluções tecnológicas.
Um outro olhar: A razão é que o conhecimento e recursos não são
apenas escassos; muitas vezes são difíceis de imitar. Mas, às vezes eles podem ser comprados.
Capacidades dinâmicas não funcionam sozinhas. Devem ser acopladas com a
elaboração de estratégias eficazes para trazer a vantagem competitiva.
Fortes recursos ordinários (operações, administração, governança) devem ser
utilizados pela empresa, mas eles não precisam necessariamente ser sua prioridade. Em outras palavras, os recursos ordinários não são suficientes para o sucesso financeiro em longo prazo. Em última análise, o bom desempenho requer fortes capacidades dinâmicas para sentir, apreender e transformar em conjunto com uma boa estratégia.
Rentabilidade e crescimento de longo prazo exigem a presença de fortes
capacidades dinâmicas, mas o inverso não é verdadeiro. Capacidades dinâmicas fortes podem tornar-se inúteis se não estiverem ligadas ou tiverem uma estratégia mal elaborada.
Capacidades dinâmicas incluem atividades empresariais tais como a
identificação de demandas não atendidas. Mas o valor crítico de capacidades dinâmicas reside em criar uma vantagem competitiva sustentável. Se uma empresa tem fortes capacidades dinâmicas, ele deve não apenas assegurar que estratégia e organização estejam alinhadas com as mudanças previstas no ambiente de negócios, tecnologias e mercados, também deve ser capaz de efetuar mudanças em recursos ordinários e suas rotinas. Como Jack Welch, o célebre e antigo CEO da GE, é amplamente citado para ter dito, "Se a taxa de mudança dentro de uma organização é menor que a taxa do lado de fora, o fim está à vista."
Ao longo da exploração de possibilidades futuras, muitas atividades precisarão
ocorrer simultaneamente como: desenvolvimento de novos produtos e serviços, melhora dos já existentes, atender clientes existentes durante a aquisição de novos, contratação de talentos, manutenção da equipe atual, introdução de novos processos, melhorar as operações e assim por diante.
A empresa deve aprender:
1. o que os clientes querem; 2. o que novas tecnologias podem permitir; 3. que aspectos do modelo de negócio devem ser trabalhados e 4. se a estratégia atual é eficaz no caminho para a construção de um grande negócio.
Aprendizagem e inovação beneficiam a gestão do negócio (Teece,
2011). Capacidades dinâmicas exigem tanto talentos externos (fora da organização) quanto internos orientados pela diretoria. A aprendizagem, a inovação e capacidades dinâmicas contribuem para a vantagem competitiva sustentável.