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Ambas têm o desejo de adotarem o menor ............... (nome completo), pois este
terá uma vida saudável e confortável.
Ora, Excelência, a mãe biológica deverá ser destituída do poder familiar, pois a
mesma não arcou com suas responsabilidades de genitora (doc. anexado).
Além disso, a mesma deseja que o infante seja adotado pelas requerentes e não
por outras pessoas estranhas e desconhecidas.
Vale lembrar que a criança está com as requerentes, desde o seu nascimento,
pois a mãe biológica entregou seu filho ao casal, relatando que não possui condições
psicológicas e financeiras para criá-lo, conforme declaração anexada. Dessa forma,
está caracterizado o vínculo afetivo entre o menor e as requerentes.
No presente caso, é importante observarmos os artigos 6º e 43, do Estatuto da
Criança e do Adolescente.
“Art. 6º. Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela
se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e
coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em
desenvolvimento.”
“Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando
e fundar-se em motivos legítimos.”
DOS PEDIDOS
Nestes termos,
Pede deferimento.
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Rol de testemunhas:
Nestes termos,
Pede deferimento.
.............................................
Promotor(a) de Justiça
Razões de recurso de apelação (Cadastro para fins de adoção.
Desnecessidade)
Porém, tal decisão monocrática deverá ser reformada parcialmente, pois existe
um processo de adoção, autos n. ..............., onde o Senhor ............... (nome
completo) e a Senhora ............... (nome completo), ajuizaram a citada ação, para
adotarem o menor (doc. anexado).
Nesse sentido, o menor está adaptado ao casal que deseja adotá-lo, pois está
vivendo com os mesmos desde o seu nascimento (doc. anexado).
DOS PEDIDOS
Nestes termos,
Pede deferimento.
.............................................
Promotor(a) de Justiça
Nestes termos,
Pede deferimento.
.............................................
Promotor(a) de Justiça
No dia ..... de ............... de .........., por volta das ..... horas, nasceu ...............
(nome completo), mas poucas horas depois a mãe biológica faleceu por complicação
no parto (docs. anexados).
Assim, o infante ficou durante 15 (quinze) anos aos cuidados dos tios maternos,
pois o pai biológico abandonou o mesmo (doc. anexado).
Por tais motivos, o menor foi criado em um meio familiar saudável e laços
afetivos consolidados, conforme declarações anexadas.
Diante disso, o poder familiar em tela não foi exercido pelo pai biológico,
consequentemente, deverá ser extinto, pois o menor foi criado com todo carinho e com
todas as características positivas para a formação de uma pessoa íntegra.
“VOTO
Presentes os pressupostos de admissibilidade, passa-se à análise do mérito
recursal.
Trata-se de recurso de apelação interposto pelo Ministério Público contra a sentença
que julgou parcialmente procedente o pedido para conceder aos autores a guarda da
adolescente, pleiteada na exordial. Para tanto, defende o acolhimento integral do
pleito, com o deferimento da adoção da adolescente pelos autores, em razão do
abandono daquela por seu genitor e por serem detentores da guarda desde o seu
nascimento.
A adoção consiste no instituto pelo qual o adotante passa a conceber o adotando
como filho, por intermédio de um vínculo de filiação fictício, sem que haja
necessidade de que exista entre eles qualquer relação de parentesco consanguíneo
ou afim.
Para o seu deferimento, contudo, mister a configuração dos requisitos
estabelecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, discriminados no seu art.
45, que ora se transcreve:
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do
adotando.
§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente cujos
pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do pátrio poder.
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será também
necessário o seu consentimento.
De acordo com o dispositivo mencionado, a adoção pode ser concedida mediante a
anuência dos genitores ou do responsável legal do adotando, concordância que se
mostra prescindível nos casos em que este ignore a identidade de seus pais ou em
que eles não detenham mais o poder familiar. Ainda, é preciso do consentimento do
adotando quando maior de doze anos de idade.
Com efeito, infere-se da hipótese sub examine que o genitor da adotanda não só é
conhecido, como figura como réu neste processo e se mostrou contrário ao pleito
de adoção, consentindo somente com o deferimento da guarda da menor em favor
dos autores.
Não obstante, a jurisprudência tem firmado o entendimento segundo o qual é
prescindível nos requerimentos de adoção que o poder familiar seja previamente
destituído, já que essa providência resulta diretamente do acolhimento do pedido.
Feita a devida ressalva, cumpre analisar a conveniência da adoção no presente caso, o
que, de plano, verifica-se procedente.
Determina o art. 22 do Estatuto da Criança e do Adolescente que “aos pais incumbe o
dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no
interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações
judiciais”.
A propósito, Silvio Rodrigues esclarece que o “abandono não é apenas o ato de
deixar o filho sem assistência material, fora do lar, mas o descaso intencional pela
sua criação, educação e moralidade” (Direito Civil: direito de família. vol. 6. 27. ed.,
atualizada por Francisco José Cahali. São Paulo: Saraiva, 2002, p. 413).
Nessa senda, aos genitores são atribuídos deveres, decorrentes do poder familiar,
consubstanciados na obrigação de sustentar seus filhos, dar-lhes guarda e educação,
garantindo a inviolabilidade de sua integridade, tanto física, quanto moral. Quando
comprovada a ausência de interesse dos pais na criação da prole ou nos cuidados com
ela, podem eles perder o direito a terem consigo seus filhos.
No caso em foco, verifica-se que a adotanda está sob os cuidados dos requerentes
desde o seu nascimento, que data de 12.07.1992 (certidão de nascimento - fl. 12),
ocasião em que sua genitora faleceu. Nesse interregno, raros foram os contatos
com seu genitor, notadamente em virtude do descaso deste para com a filha.
Em contrapartida, defende-se o réu sob o argumento de que consentiu com a
permanência da criança com os autores somente até possuir melhores condições
para criar a filha e, quando acreditou ter chegado esse momento, solicitou que lhe
devolvessem a menina, mas não obteve êxito.
Em que pese a justificativa apresentada pelo réu, o caderno processual evidencia que
ele nunca despendeu esforços efetivos nesse sentido, não havendo demonstração de
nenhuma medida eficaz que tenha tomado no intuito de obter a criança de volta,
abandonada logo após o nascimento. Pelo contrário, o que se vislumbra é a
tentativa de frustrar o pleito dos autores, sem, contudo, apresentar fundamento
plausível, uma vez que patente o abandono material e moral praticado por ele em
relação à filha.
Do mesmo modo, revela-se frágil a sua resistência ao pedido de adoção calcada na
manutenção dos laços familiares, porquanto este vínculo há muito se perdeu e
inexiste indício de que era do seu intento relacionar-se melhor com sua filha.
Mister frisar que o poder familiar compõe-se de direitos e deveres dos pais para
com os filhos. No entanto, mostra-se descabida a insurreição dos pais no intuito de
fazer valer o seu direito, quando nunca cumpriram com o seu dever, quer de prover
o seu sustento, quer de dar-lhes afeto.
Assim, se não cumpriram com as suas obrigações, não podem pretender atingir o
direito dos filhos, mormente quando estes tiveram supridas suas carências afetivas e
materiais por terceiros, que os acolheram como filhos legítimos e assumiram o
papel dos pais biológicos na ausência injustificada destes.
De consignar que não será pelo indeferimento do pedido de adoção que se fará
com que a adotanda perca os laços familiares com seu genitor, visto que, como já
foi salientado alhures, é ele meramente ilusório e inexiste há muito tempo, diante
da nítida falta de interesse do genitor, que nunca se preocupou em fornecer à filha
amparo material ou afetivo.
Outrossim, necessário sopesar que a adotanta conta dezessete anos de idade (fl. 12)
e que sua vontade converge com a dos autores, no sentido de que seja por eles
adotada. A adolescente ratifica, ainda, a boa estrutura material e moral que lhe é
conferida pelos requerentes, bem como a ausência de auxílio de qualquer natureza
pelo pai biológico desde o seu nascimento, conforme o depoimento que prestou à
Autoridade Judicial:
Diante disso, forçoso prover o recurso a fim de acolher o pedido e, por conseguinte,
deferir o pedido de adoção formulado pelos autores.
DECISÃO
Nos termos do voto do Relator, dá-se provimento ao recurso, a fim de julgar
procedente o pedido de adoção formulado pelos autores e declarar a menor filha
deles. Determina-se a expedição de mandado de averbação ao Registro Civil, com o
cancelamento do registro original da adotada e a modificação do sobrenome desta,
além da inscrição do nome dos autores como seus pais e o dos genitores dos
autores como avós da adotada.”
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer o provimento do recurso para julgar procedente o
pedido de adoção, determinando a expedição de mandado de averbação ao registro
civil, com o devido cancelamento do registro original, e posterior inscrição do nome dos
autores como seus pais.
Nestes termos,
Pede deferimento.
.............................................
Promotor(a) de Justiça
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
“Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando
e fundar-se em motivos legítimos.”
DOS PEDIDOS
Nestes termos,
Pede deferimento.
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Em suma, o Juízo de Direito competente para julgar tais feitos é o Juízo da Vara
do Juizado da Infância e da Juventude da Comarca de ...............(B), do
Estado ............... .
“O Exmo. Sr. Ministro Jorge Scartezzini (Relator): Sr. Presidente, como relatado, tem-
se Conflito Positivo de Competência entre d. Juízos de Direito da Infância e da
Juventude das Comarcas de União da Vitória/PR (suscitante) e de Porto Alegre/RS
(suscitado), nas quais domiciliadas, respectivamente, mãe biológica de menor
irregularmente entregue à adoção e pretensa adotante, em cuja posse e,
posteriormente, guarda provisória, encontra-se a criança desde o nascimento, com
vistas ao exame conjunto de ações conexas de Adoção e Destituição de Poder
Familiar”.
A propósito, esclarecem Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery que “na
verdade não há uma terceira espécie de conflito, pois o inciso ora comentado é
manifestação dos conflitos positivo ou negativo de competência. Será negativo
quando o juiz que determinou a separação dos processos se der por incompetente
e remeter uma das causas a outro juiz que, ao recebê-la, também se declara
incompetente.
Será positivo quando o juiz a quem é solicitada a remessa dos autos para reunião se
recusa a fazê-lo: neste caso os dois se deram por competentes para julgar a ação
conexa. O conflito do CPC/2015, artigo 66, inciso III, somente estará caracterizado
depois de os juízos, expressamente, se pronunciarem sobre a reunião das ações
conexas. Antes desse pronunciamento expresso ainda não há conflito de
competência.” (“Código de Processo Civil Comentado”, São Paulo, Revista dos
Tribunais, 2006, p. 326).
In casu, o d. Juízo Gaúcho, ao qual distribuída - aos 04.09.2004 - Ação de Adoção c/c
Destituição de Poder Familiar, solicitou, reiteradamente - aos 05.01.2005 e aos
01.03.2005 -, fosse-lhe remetida, para julgamento conjunto, a Ação de Destituição
de Poder Familiar proposta - aos 23.12.2004 - pelo Ministério Público perante o d.
Juízo Paranaense.
Aludida solicitação embasou-se, a par da prevenção, na persistência do impasse
“guarda deferida em proveito da autora, com pedido de adoção neste Juízo, contra
decisão, do mesmo grau de jurisdição e posterior, de busca e apreensão, pelo Juízo
de União da Vitória” , sendo que, para o deferimento da guarda provisória,
considerou o d. Juízo Gaúcho a guarda de fato exercida pela adotante desde o
nascimento da menor, aos 25.09.2004 , quando deu-se a respectiva entrega pela
mãe biológica, além da inconveniência aos interesses da criança da ruptura do
vínculo assim estabelecido com a adotante (fls. 25).
De outra sorte, como visto, aduziu o d. Juízo Paranaense “que não é o caso de
prevenção daquele Juízo, mesmo porque é incompetente para o processamento e
julgamento do feito, ante o que dispõe o art. 147, I, da Lei n. 8.069/90. (...).
Destarte, entendo que os feitos devem ser reunidos com o fito de se evitar decisões
colidentes, com o julgamento final por este Juízo, por ser o domicílio dos pais da
criança” (fls. 09/11); daí a caracterização, em princípio, do incidente competência
nos termos do inciso III, do art. 66, do CPC de 2015.”
DOS PEDIDOS
Nestes termos,
Pede deferimento.
.............................................
Juiz de Direito
Nestes termos,
Pede deferimento.
..............., ..... de ............... de .......... .
.............................................
Advogado(a)
OAB/...... - n. ...............
“Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita
no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão.
[...]
§ 3º. A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado no Cartório do
Registro Civil do Município de sua residência. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência”
DOS PEDIDOS
Além disso, requerem ainda, a reforma, da decisão hostilizada, para deferir o pedido
de substituição do local de nascimento do menor, no novo registro de nascimento, na
Cidade e Comarca de .............. do Estado de ............... .
Nestes termos
Pede deferimento.
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
.............................................
Outorgante
.............................................
Outorgante
Ora, ambos têm o desejo de adotarem ............... (nome completo), que já está sob
sua guarda e do seu avô paterno, em consequência disso, o menor continuará a ter
uma vida saudável e confortável.
Além disso, ambos possuem condições financeiras robustas e uma vida cristalina,
conforme documento em anexo.
Por tais motivos, a adoção em tela deverá ser deferida a favor dos requerentes e
do menor.
Nas palavras do nobre desembargador do TJRS, Alzir Felippe Schmitz, no
julgamento do processo n. 70044004398, agravo de instrumento, decide que:
DOS PEDIDOS
Nestes termos,
Pede deferimento.
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Rol de testemunhas:
Assim, perdeu o poder familiar por decisão judicial ..............., mas atualmente a
mesma recuperou-se das suas dificuldades e está habilitada psicologicamente e
financeiramente, conforme documentos em anexo.
Além disso, a pessoa que estava sob a guarda da criança passa por difíceis
momentos, pois é uma pessoa com passagens pela polícia e usuária de drogas,
conforme documentos em anexo.
Vale lembrar que atualmente a criança está sob a guarda da mãe biológica e em
consequência disso, está esbanjando saúde e alegria.
Ora, o presente caso é poluído por descaso, abuso e maus-tratos da mãe adotiva
com a criança, como rezam documentos em anexo.
“Decisão. Penso que o pedido de adoção que foi aqui deduzido traz ao debate duas
questões bem distintas: (1º) a possibilidade da adotante deixar de ter o poder
familiar (a) em tese; e (b) na prática do caso em julgamento; e (2º) a possibilidade
da mãe biológica voltar a ter o poder familiar.
Como são duas questões bastante distintas, convém analisá-las em separado.
Inicio pela análise da possibilidade da mãe adotiva perder o poder familiar, que
passou a ter em função da adoção.
1º Perda do poder familiar obtido com a adoção
a) Em tese.
Ressalto, antes de mais, que o digno magistrado fez referência à irrevogabilidade da
adoção, como um dos fundamentos para justificar seu julgamento de improcedência
para o pedido.
Disse o magistrado que a possibilidade da mãe biológica adotar filho sobre o qual
perdeu o poder familiar seria vedada pelo nosso ordenamento, pois isso “seria o
mesmo que admitir, por via transversa, a possibilidade de revogação da adoção” (fl.
87).
Renovada vênia, não penso que o caso dos autos possa ser analisado sob o prisma
da “revogação de adoção”, como referiu a sentença.
A situação aqui é um tanto quanto diferente.
Digo isso porque a “revogação da adoção” é a pura e simples mudança de ideia – é o
caso de alguém que quis adotar, adotou, mas depois deixou de querer ser o
adotante.
É para estes casos de adoção perfectibilizada pela manifestação de vontade livre
e sem vícios, que se resguarda o entendimento de que a adoção é irrevogável.
Pois a irrevogabilidade é justamente a característica que faz com que a pessoa que
manifestou vontade livre e consciente de adotar, esteja impossibilitada, após a
perfectibilização da adoção, de depois “mudar de ideia”.
E a irrevogabilidade afeta apenas a esfera de direitos e deveres da própria pessoa que
manifestou sua vontade.
Com efeito, aqui não temos uma adotante que, depois de ter adotado, “mudou de
ideia”.
Ao invés, temos aqui uma adotante que, segundo o relato contido na petição inicial,
não vive mais com a adotada, e não dispensa mais nenhum cuidado para
com ela, inclusive por relatos de descaso e violência.
Ora, não se vá olvidar que pela adoção, a pessoa adotante passa a ter poder
familiar sobre a pessoa adotada – tal qual tinham, anteriormente, o pai e a mãe
biológicos.
Logo, a pessoa adotante passa a ter os mesmos deveres e obrigações que um pai e
uma mãe biológica antes tinham.
E por consequência, a pessoa adotante passa a estar sujeita a uma perda do poder
familiar, em caso de eventual descumprimento de tais deveres e obrigações.
Exatamente da mesma forma como um pai e uma mãe biológica estariam.
Pelo que se viu do relato contido na inicial, o que temos aqui é justamente a
potencialidade de que uma pessoa que adotou, tenha deixado de cumprir com os
deveres e obrigações inerentes ao poder familiar que passou a ter, pela adoção.
Nesse contexto, renovada vênia, aqui não é possível invocar “irrevogabilidade da
adoção”, como argumento para indeferir o pedido inicial.
Os interesses da pessoa menor de idade vêm sempre e sempre em primeiro lugar.
Logo, se a pessoa adotante estiver descumprindo os deveres e obrigações relativas
ao poder familiar que passou a ter pela adoção, ela estará plenamente sujeita a
perder esse poder familiar.
E nesse caso a perda do poder familiar não será, como sugeriu o digno magistrado,
uma “revogação da adoção por via transversa”.
Não se estará extinguindo o poder familiar porque a parte adotante quer a
extinção, ou porque “mudou de ideia”. Ao invés, será o Estado-Juiz, à vista da prova
dos autos, que de forma condenatória e definitiva, estará agindo.
E nesse passo, será de rigor extinguir o poder familiar daquele casal ou pessoa que
adotou, mas no curso da sua relação paterno-filial se comportou de forma ilegal, a
ponto de justificar a perda do poder familiar que lhe foi atribuído, por um ato
judicial de adoção.
Isso será, aliás, uma medida que estará atendendo de forma estrita aos interesses
prevalentes da pessoa menor de idade – a saber: a aplicação de uma verdadeira
“pena” de perda do poder familiar, pelo descumprimento de deveres e obrigações a
ele inerentes.
Enfim, em casos como o presente, é perfeitamente possível, do ponto-de-vista
teórico, que a pessoa que adotou venha depois a ser destituída do poder familiar
decorrente da adoção.
b) Na prática.
Dito isso, volte-se ao concreto do caso, para saber se aqui está demonstrada a
hipótese de descumprimento, por parte da adotante, de deveres e obrigações
decorrentes do poder familiar que ela passou a ter pela adoção.
Enfim, os dados contidos no laudo de avaliação social são mais do que suficientes
para ensejar conclusão de que são verídicas as alegações contidas na petição
inicial.
Com efeito, não pode restar dúvida de que a mãe adotiva não dispensa mais cuidados
à menina; e que quando a menina estava aos cuidados dela, era abusada, mal-
tratada, e inclusive sofria violência.
Diante disso, invocar no presente caso a “irrevogabilidade de adoção”, e para
manter o poder familiar da adotante sobre a menina, renovada vênia, não tem
mais cabimento.
Pois aqui está comprovada a inobservância, por parte da mãe adotiva, de deveres e
obrigações decorrentes do poder familiar, que ela passou a ter pela adoção.
E sendo assim, está suficientemente consubstanciada a hipótese na qual cabe
perfeitamente destituir a mãe adotiva do poder familiar.
É essa medida é inegavelmente a que mais atenderá ao interesse prevalente da
menor.
Superada essa fase, é preciso analisar se, no caso concreto, a mãe biológica tem ou
não condições de voltar a ter o poder familiar sobre a filha.
Isso é o que se fará a seguir.
Reconstituição do poder familiar pela mãe biológica que o perdeu.
Por primeiro, destaco que não há vedação legal para que a mãe biológica que
perdeu o poder familiar volte a ter poder familiar sobre o filho.
Até porque, vale lembrar, em hipóteses tais, o que está em primeiro lugar é o
interesse prevalente da pessoa menor de idade.
E para além da inexistência de vedação em abstrato no ordenamento, não há vedar
em concreto que a mãe biológica volte a ter poder familiar sobre a filha, se essa
medida for comprovadamente a que mais e melhor atende os interesses
prevalentes da menor.
Dito isso, vale a pena repetir que a razão para L... ter perdido o poder familiar sobre
os filhos, foi o fato deles terem sido vítimas de abuso sexual, primeiro pelo pai das
crianças, e depois pelo novo companheiro de L...
E vale repetir também que em nenhum momento foi provada ou sequer suscitada a
hipótese de que L... tenha agido como cúmplice nos abusos perpetrados contra os
filhos, ou de que tenha de alguma forma deliberada facilitado ou ajudado que tais
abusos ocorressem.
Muito antes pelo contrário, ao longo da ação de destituição do poder familiar ficou
claro que L... também era vítima no sofrimento da filha.
E aqui, vale dizer de logo, restou demonstrado que ela superou os seus problemas.
Enfim, restou igualmente comprovado que a mãe biológica superou os problemas
que levaram à perda do poder familiar, e passou a ser inteiramente capaz de ter e
manter a filha sob seus cuidados.
E restou provado que a filha até já está de volta ao convívio com a mãe biológica,
onde está sendo devidamente cuidada e atendida, e de onde ela (a filha)
expressamente não quer sair.
ANTE O EXPOSTO, dou provimento ao apelo, para o fim de julgar procedente a ação
de adoção.”
“Apelação. Ação de adoção, ajuizada pela mãe biológica, que antes perdeu poder
familiar. Procedência. Cabimento.
Demonstrado que a pessoa que adotou a menina descumpriu os deveres e obrigações
inerentes ao poder familiar que obteve a partir da adoção.
Descaso, abuso e maus-tratos da adotante, que levam à perda do poder familiar
instituído pela adoção.
Mãe biológica que, após perder o poder familiar sobre a filha, comprovadamente
superou seus problemas, e inclusive voltou a conviver com a menina e a tê-la sob
seus cuidados, atendendo devidamente a todas as necessidades dela.
Hipótese em que se mostra cabível destituir a adotante do poder familiar, e deferir
a adoção pela mãe biológica, reconstituindo o vínculo mãe/filha, como forma de
melhor atender ao interesse prevalente da menor.
Deram Provimento.”
(Apelação Cível n. 70040441016, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Rui Portanova, Julgado em 16/06/2011).
DOS PEDIDOS
Nestes termos,
Pede deferimento.
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Rol de testemunhas:
Ora, ambos têm o desejo de adotarem ..............., o menor terá uma vida saudável
e confortável, pois ambos possuem condições financeiras robustas e uma vida
cristalina, conforme documento em anexo.
Nota-se que, mesmo que os requerentes não estejam no topo da lista de cadastro
de adotantes habilitados, não é motivo para julgar os pedidos dos mesmos
juridicamente impossíveis, pois o que sempre vai prevalecer serão os interesses do
menor e não de uma simples lista burocrática.
É cediço, que a mãe biológica deixou a criança com sua tia, pois é usuária de
drogas e não possui nenhum tipo de condição para criar e educar o menor.
DOS PEDIDOS
Nestes termos,
Pede deferimento.
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Rol de testemunhas:
1. (Nome completo, nacionalidade, estado civil, profissão, RG, CPF, endereço
completo);
Observa-se que, a criança a ser adotada, é portadora do vírus HIV. Dessa forma, é
rejeitada constantemente pelas pessoas habilitadas a adoção, conforme documentos
em anexo.
Observa-se que, a mãe biológica deseja que o menor seja adotado pelos
requerentes e não por outras pessoas estranhas e desconhecidas, pois os mesmos
são conhecidos naquela região e possuem uma vida digna, conforme documentos em
anexo.
“Art. 6º. Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que
ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e
coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em
desenvolvimento.”
“Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando
e fundar-se em motivos legítimos.”
“Trata-se de apelação interposta por M... dos S. e M... dos S. à sentença que, nos
autos da ação de adoção do menor Brian V. da S., indeferiu o pedido, extinguindo o
feito sem resolução do mérito, por entende-lo contrário aos interesses da criança.
Nas razões recursais, os apelantes sustentam que Brian nasceu em 27/11/2008 e foi
deixado no Hospital Fêmina, possuindo mais dez irmãos, todos em situação de
vulnerabilidade.
Afirmam que Brian nasceu prematuro, sendo a genitora portadora de HIV, tendo
recebido tratamento adequado. Após alta hospitalar, o infante foi encaminhado ao
abrigo N., onde trabalha o apelante, que ficou responsável pelos cuidados com o
menor.
Referem que a ação de destituição foi julgada procedente e que duas tentativas de
colocação de Brian em famílias substitutas restaram frustradas, em razão de sua
condição de saúde.
Reafirmam sua intenção em adotar o infante, declarando que sua condição de
saúde não é importante, estando aptos a lidar com tal circunstância. Ressaltam que
a maioria das crianças que chegam ao abrigo com o histórico semelhante ao de B.
não chegam a ser adotadas.
Pugnam pelo provimento do recurso.
O Ministério Público, neste grau, pela eminente Procuradora de Justiça, Dra. Márcia
Leal Zanotto Farina, emitiu parecer pelo provimento do recurso (fls. 60/70).
Assim, diante da possibilidade de flexibilização das regras em prol do prevalente
interesse do menor em questão, que, por ser portador de HIV, teve frustradas as
tentativas de colocação em famílias substitutas regularmente habilitadas, impõe-se
a desconstituição da sentença, para que seja reaberta a instrução, possibilitando,
durante esse período, a aproximação do infante com o casal autor, mediante visitas
e convívio aos finais de semana.
Portanto, o real e superior interesse da criança, diante de situação excepcional
conforme constatado nestes autos e acima retratado, evidenciam que maiores
diligências, em instrução, devem se realizar com o propósito de sedimentar, se for o
caso, qual o maior interesse e conveniência de Brian pois não haverá de ser ele,
criança em situação vulnerável, que haverá de manter a ‘estrutura’ do sistema
quando este, no caso concreto, contraria o melhor interesse do infante.
Isto posto, dou provimento à apelação para desconstituir a sentença, devendo
ser reaberta a instrução, bem como possibilitada a reaproximação entre o infante e
o casal autor, mediante visitas a serem disciplinadas pelo Juízo na origem, em
atenção ao propósito desta ação, enquanto não definida a situação do menor.”
“Apelação cível. ECA. Guarda e adoção. Casal não habilitado. Caso excepcional.
Criança que foi rejeitada por casais integrantes da lista de adotantes em razão de
ser portadora de HIV. Desconstituição da sentença.
O desatendimento à lista de pretensos adotantes inscritos é admissível em casos
excepcionais, em que evidenciada situação peculiar, quando evidenciado o
interesse predominante da criança e na busca e melhor atendimento a mesma.
Tendo a menor sido rejeitada por casais integrantes da lista de adotantes, por ser
portadora de HIV, e estando integrada à família dos requerentes, em pleno período
de adaptação, demonstrado que a criança já possui vínculos afetivos, impõe-se
desconstituir a sentença para reabertura da instrução, bem como a retomada das
visitas enquanto não definido o destino ao menor, na busca de seus interesses
prevalentes.
Apelação provida. Sentença desconstituída.”
(Apelação Cível n. 70040242711, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: André Luiz Planella Villarinho, Julgado em 23/03/2011).
DOS PEDIDOS
Nestes termos,
Pede deferimento.
..............., ..... de ............... de .......... .
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Rol de testemunhas:
No dia ..... de ............... de .........., por volta das .....horas, nasceu ...............
(nome completo), mas poucas horas depois a mãe biológica faleceu por complicação
no parto (docs. anexados).
Assim, o infante ficou durante 15 (quinze) anos aos cuidados dos tios maternos,
pois o pai biológico abandonou o mesmo (doc. anexado).
Por tais motivos, o menor foi criado em um meio familiar saudável e laços
afetivos consolidados, conforme declarações anexadas.
Observa-se que, o menor deseja ficar aos cuidados dos autores da presente peça
(doc. anexado).
DOS PEDIDOS
Nestes termos,
Pede deferimento.
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Rol de testemunhas:
Ora, ambos têm o desejo de adotarem o menor, pois este está tendo e
continuará a ter uma vida saudável e confortável.
No dia ..... de ............... de .......... a mãe biológica entregou o menor aos autores,
alegando não querer mais ter filhos, pois já possui nove filhos (docs. anexados).
Diante disso, a mãe biológica deverá ser destituída do poder familiar, pois a
mesma não arcou com suas responsabilidades de genitora (docs. anexados).
Vale lembrar que a criança está com os autores dessa peça, desde o seu
nascimento. Assim, está presente o vínculo afetivo entre o menor e os autores (doc.
anexado).
“Art. 6º. Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela
se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e
coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em
desenvolvimento.”
“Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando
e fundar-se em motivos legítimos.”
DOS PEDIDOS
Nestes termos,
Pede deferimento.
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Rol de testemunhas:
Ação de adoção c/c guarda provisória (Menor que foi entregue pelos pais
biológicos)
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA .....ª
VARA DE ............... DA CIDADE E COMARCA DE ............... DO ESTADO
DE ............... .
No dia ..... de ............... de .........., nessa cidade, o casal foi surpreendido, pois o
Senhor ............... (nome completo) e a Senhora ............... (nome completo)
entregaram aos autores uma criança de 4 (quatro) meses de idade, com a explicação
que não tinham condições financeiras e uma estrutura familiar adequada para criar uma
criança (doc. anexado).
Observa-se que, os pais biológicos estão de pleno acordo com a presente ação de
adoção c/c guarda provisória, conforme declarações anexadas.
Com tudo isso, deverá prevalecer o interesse do menor a ser adotado pelos
autores.
“Agravo de instrumento. Ação de adoção c/c guarda provisória. Menor que foi
entregue pelos pais biológicos. Família com guarda de fato.
Decisão interlocutória que determinou a busca e apreensão para o remanejamento
da criança a abrigo de menores.
Quebra de vínculo afetivo. Irrazoabilidade do comando. Interesse da menor
prevalecente. Inteligência do art. 227 da CF e art. 3º do ECA. Decisão reformada.
Recurso provido.
É incontestável o dever de prevalência do interesse do menor em detrimento de
qualquer outro bem juridicamente tutelado.”
(TJSC - Agravo de Instrumento n. 2009.066577-9. Relator: Des. Edson Ubaldo. Data:
21/05/2010).
DOS PEDIDOS
Nestes termos,
Pede deferimento.
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Rol de testemunhas:
Ora, ambos têm o desejo de adotarem ..............., o menor terá uma vida
saudável e confortável.
É cediço, que a mãe biológica já entregou a criança aos requerentes, pois estes
estão habilitados à adoção, conforme documentos em anexo.
Observa-se que, a mãe biológica deseja que o menor seja adotado pelos
requerentes e não por outras pessoas estranhas e desconhecidas, pois os mesmos
são conhecidos naquela região e possuem uma vida digna, conforme documentos em
anexo.
Vale lembrar que a criança está com os autores dessa peça, desde o seu
nascimento, pois a mãe biológica entregou seu filho ao casal, relatando que não possui
condições psicológicas e financeiras para criá-lo, conforme declaração anexada.
Dessa forma, está caracterizado o vínculo afetivo entre o menor e os requerentes.
“Art. 6º. Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela
se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e
coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em
desenvolvimento.”
“Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando
e fundar-se em motivos legítimos.”
DOS PEDIDOS
Nestes termos,
Pede deferimento.
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Rol de testemunhas:
DOS PEDIDOS
Nestes termos,
Pede deferimento.
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Rol de testemunhas:
1. (Nome completo, nacionalidade, estado civil, profissão, RG, CPF, endereço
completo);
Nestes termos,
Pede deferimento.
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Trata-se o caso em tela do inconformismo dos recorrentes com a decisão ... proferida
pelo juiz monocrático da ..... Vara desta Comarca, nos autos de ação de adoção c/c
guarda provisória, fls. ..... .
Porém, no dia ..... de ............... de .........., nessa cidade, o casal foi surpreendido,
pois o Senhor ............... (nome completo) e a Senhora ............... (nome completo)
entregaram aos autores uma criança de 4 (quatro) meses de idade, com a explicação
que não tinham condições financeiras e uma estrutura familiar adequada para criar
uma criança (doc. anexado).
Observa-se que, os pais biológicos estão de pleno acordo com a adoção e a guarda
provisória do menor, conforme declarações anexadas.
Com tudo isso, deverá prevalecer o interesse do menor a ser adotado pelos
recorrentes.
“RELATÓRIO
Trata-se de agravo de instrumento interposto por V. A. e O. de S. A. contra a decisão
proferida pelo MM. Juiz de Direito da 2ª Vara da Comarca de Ituporanga, Dr. Cláudio
Márcio Areco Júnior que, na ação de adoção c/c guarda provisória movida em face
de R. L. e A. da S., indeferiu o pedido de guarda provisória e determinou a
expedição de mandado de busca e apreensão da menor, com recolhimento a
abrigo.
Alegaram que os pais da menor não possuem a menor condição de criá-la, motivo
pelo qual lhes entregaram a criança. Disseram estar a menina saudável e bem
cuidada. Requereram a concessão do efeito suspensivo ao recurso e, ao final, seu
provimento.
Distribuídos os autos à Câmara Civil Especial, o Desembargador Domingos Paludo
negou a carga suspensiva almejada. (fls. 87/91)
Não foram apresentadas contrarrazões.
O Ministério Público, em parecer da lavra do d. Procurador de Justiça Mário Gemin,
opinou pelo improvimento do recurso. (fls. 103/105).
É o relatório.
VOTO
Insurgem-se os agravantes contra decisão interlocutória de primeira instância, que
indeferiu o pedido de guarda da menor interessada, bem como determinou a busca e
apreensão desta, com recolhimento a abrigo.
Na espécie externada nos autos, o togado de primeiro grau determinou o
recolhimento da criança a abrigo de menores, calcado na fundamentação de
estarem os agravantes mantendo-a em situação irregular e, ainda, por não
apresentarem inscrição no cadastro único de adoção.
Efetivamente os agravantes não se encontram na lista unificada de adotantes, até
porque, talvez, adotar uma criança não fosse o real objetivo deste casal. No
entanto, a família da criança entregou-a aos seus cuidados, sob o argumento de
falta de condições financeiras e estabilidade familiar para criá-la. Em junho de
2009, portanto, o casal passou a ter em seus braços e sob seus cuidados um bebê
de quatro meses, a quem passaram a prestar toda a assistência recomendável e
própria a um ser humano em tão tenra idade.
Diante dos relatos feitos pelo Conselho Tutelar acerca das famílias envolvidas, já
juntados aos autos de adoção, ainda que em análise perfunctória, é possível
vislumbrar estar o casal recorrente dispensando o zelo necessário e proporcionando
um desenvolvimento saudável à menor, conforme se vê à fl. 68:
Conversamos com a vizinha, o bebê está com 6 meses e ela procurou advogado
para pedir guarda provisória do bebê com a autorização de A. e o pai da criança. O
bebê está bem cuidado, limpinho, a família com que está o bebê tem muito carinho
por ela. Fomos até a creche onde fica o bebê meio período e a professora nos
relatou que agora sim está uma criança bem cuidada.
Assim, no primeiro momento em que se viram aptos a regularizar a guarda de fato
da criança, os agravantes já o fizeram e com o consentimento dos pais biológicos,
aforando a ação de adoção com pedido de guarda provisória, em outubro de 2009,
afastando-se qualquer hipótese de que a família tinha a intenção de manter a criança
irregularmente sob sua guarda.
Nesse contexto, nos casos como o da espécie, tenho como de suma importância
que o interesse maior a ser tutelado é, sem sombra de dúvidas, o do menor de quem
se pede a guarda e pleiteia a adoção.
A Constituição Federal, em seu art. 227, e o Estatuto da Criança e do Adolescente,
nos termos do art. 3º, atentam para o princípio da proteção integral, assegurando ao
menor, com absoluta prioridade, todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa
humana, incluídas as facilidades e oportunidades a facultar-lhes o desenvolvimento
físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e igualdade.
Diante disso, mostra-se totalmente pertinente a relação de guarda vivenciada pela
criança com os agravantes, de maneira saudável e segura, dentro dos moldes
estabelecidos pela legislação protetiva, bem como proporcionando a oportunidade
de um normal desenvolvimento físico e psicológico da infante.
Assim, com todo o respeito e sabida a importância do cadastro único de adoção,
tenho que este não pode ser um obstáculo a dificultar a efetivação dos direitos
maiores da menor. De fato, o casal em questão não está inscrito na lista de
adotantes. Porém, retirar um bebê de uma família a quem os pais biológicos
entregaram e que estão tratando-o com todo o cuidado e carinho, livre das
situações de risco a que era exposta pelos seus parentes consanguíneos, para
transferi-lo a um abrigo tão-somente para que não reste preterida a ordem da lista
de adoção, não se mostra em adequado e razoável. Ao contrário, a sujeição da
criança, neste momento, a uma nova ruptura de laços e estabelecimento de novos
vínculos, desfazendo-se mais uma vez dos já existentes, mormente em caráter
liminar, mostra-se totalmente desaconselhável, precipitado e brusco para a
hipótese. Ainda mais levando-se em consideração as demasiadas chances de
restabelecimento do status quo ante, quando da possível procedência do pedido de
adoção no comando sentencial.
Sobre o assunto, inclusive, já se manifestou esta Câmara:
Agravo de instrumento. Adoção. Posse de fato da criança por quatro meses com
casal adotante. Busca e apreensão do menor indeferida. Estudo social favorável à
mantença da criança com o casal adotante. Recurso desprovido.
Não se deve afastar uma criança dos braços de quem a acolhe desde o nascimento,
cujo requerimento de adoção já foi efetuado, a pretexto de inobservância cadastral
de pretendentes à adoção, a não ser que se comprove de plano a inabilitação moral
para o ato.
Revelando o estudo social a boa índole da família adotante e o carinho e amor
conferidos ao menor, é de indeferir-se pedido de busca e apreensão deste, requerido
pelo Ministério Público, porquanto silogismos críticos, impostos à simples leitura de
texto legal, não podem prevalecer sobre o bem-estar da criança (AI n.
1999.017563-4, de Pomerode, rel. Des. Carlos Prudêncio, j. em 17.10.00).
Certo é que ações como esta são sempre muito delicadas. É uma decisão
determinante na vida das pessoas envolvidas, tanto da criança a ser adotada, como
na dos pretendentes à adoção, dos pais biológicos, dos irmãos que porventura
possam ter, enfim, de toda uma família. Assim, frente ao envolvimento de uma
série de aspectos psicológicos, conflitos familiares e traumas, deve-se atentar
sempre ao primordial: a proteção ao bem estar da criança. É incontestável o dever de
prevalência do interesse do menor em detrimento de qualquer outro bem
juridicamente tutelado.
Assim, a despeito de todo o formalismo legal e repreensão corretamente imposta
contra a conhecida “adoção à brasileira”, entendo que neste momento tais motivos
não se mostram suficientes a sobrepujar o interesse maior e o bem-estar da
infante. Por isto e por tudo que demais consta dos autos, é que a criança deve
permanecer sob a tutela de quem a acolheu e desde então passou a prover-lhe
toda a dedicação necessária à sobrevivência, como alimentação, cuidados médicos,
vestuário e, sobretudo, amor familiar, obedecendo, assim, à proteção do interesse
da criança, juridicamente tutelado pela Carta Maior e pelo Estatuto da Criança e
do Adolescente.
Pelas razões expostas, voto no sentido de conhecer do recurso e dar-lhe
provimento, para que a criança seja entregue, de imediato e com máxima urgência,
ao casal agravante.
DECISÃO
Nos termos do voto do Relator, a Primeira Câmara de Direito Civil decidiu, por
maioria de votos, conhecer do recurso e dar-lhe provimento, para que a criança
seja entregue, de imediato e com a máxima urgência, ao casal agravante. Vencido
o Desembargador Domingos Paludo.”
“Agravo de instrumento. Ação de adoção c/c guarda provisória. Menor que foi
entregue pelos pais biológicos. Família com guarda de fato. Decisão interlocutória
que determinou a busca e apreensão para o remanejamento da criança a abrigo
de menores. Quebra de vínculo afetivo. Irrazoabilidade do comando. Interesse da
menor prevalecente. Inteligência do art. 227 da CF e art. 3º do ECA. Decisão
reformada. Recurso provido.
É incontestável o dever de prevalência do interesse do menor em detrimento de
qualquer outro bem juridicamente tutelado.”
(TJSC - Agravo de Instrumento n. 2009.066577-9. Relator: Des. Edson Ubaldo. Data:
21/05/2010).
DOS PEDIDOS
Nestes termos,
Pede deferimento.
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Recurso de apelação (Criança portadora de HIV)
Nestes termos,
Pede deferimento.
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Razões de recurso de apelação (Criança portadora de HIV)
Observa-se que, a criança a ser adotada, é portadora do vírus HIV. Dessa forma, é
rejeitada constantemente pelas pessoas habilitadas a adoção, conforme documento
em anexo.
Vale lembrar que no presente caso, já foi feito a desconstituição do pátrio poder,
conforme documentos em anexo.
“Cuida-se de apelação interposta por Moacir dos S. e Magda dos S. à sentença que,
nos autos da ação de adoção do menor Brian V. da S., indeferiu o pedido,
extinguindo o feito sem resolução do mérito, por entende-lo contrário aos
interesses da criança.
No caso, já houve julgamento da ação de destituição do poder familiar, tendo sido
julgada procedente em novembro de 2009, com determinação de colocação de
Brian e seus irmãos em família substituta (fls. 49v./50 dos autos apensos).
Os autores não integram o cadastro de adotantes o que viola o art. 50 e parágrafos
do ECA. No entanto, a situação retratada nos autos é excepcional e peculiar.
Não há dúvidas de que diversos equívocos foram cometidos na condução do caso
do menor Brian, tais como o fato de ter sido permitido o convívio do infante com a
família dos autores em finais de semana. No entanto, tais equívocos resultaram na
efetiva vinculação do infante aos pretensos adotantes.
Por outro lado, como se vê dos documentos constantes do Procedimento de
Preparação para Adoção apenso, Brian é portador de HIV e, por tal condição, já fora
rejeitado pelos casais integrantes da lista de habilitados à adoção, os quais
procuram, de regra, crianças saudáveis (fls. 35/36 dos autos apensos).
Segundo o relato da Assistente Social Cláudia Tellini Victolla Paiva (fl. 40), o início
do período de convivência e adaptação ao casal autor trouxe “mudanças positivas
na vida de Brian”.
A técnica refere, ainda, que o casal autor demonstra carinho e desejo de proteção
em relação à criança, estando estabelecido o vínculo emocional entre Brian e a
família dos apelantes desde seus primeiros meses de vida.
As regras inerentes à adoção foram instituídas com o intuito de preservar os
interesses do menor, visando a garantir que seja encaminhado a família capaz não
só de prover o sustento material, mas, também, de suprir as necessidades afetivas
do infante. No entanto, não se pode olvidar que o fato de Brian ser portador de HIV,
contando, atualmente, com quase três anos de idade, dificulta sobremaneira a sua
colocação em famílias substitutas integrantes do Cadastro Nacional de Adotantes,
que, via de regra, buscam adotar crianças saudáveis.
Daí que necessária a mitigação de tais regras, em situações excepcionais como a
presente, em que houve efetiva tentativa de colocação da criança em família
substituta, sem sucesso e, somente depois de esgotadas tais tentativas, foi
buscada uma alternativa junto ao casal autor, no afã de atender aos precípuos
interesses do infante.
Sobre o tema, a jurisprudência desta Corte:
Apelação cível. Adoção c/c destituição de poder familiar. Adotantes não habilitados.
Viabilidade da adoção no caso concreto. Afetividade. Interesse e manifesta vontade
do menor. Mesmo quando o adotante não integra a lista de habilitados para a adoção
(art. 50, do ECA), existe a possibilidade jurídica da ação, especialmente quando o
vínculo afetivo já esta consolidado. Nessas situações, excepcionais, em que há
expressa manifestação do menor (com 12 anos de idade), deve haver flexibilização
das normas legais e autorizada a sua manutenção onde já se encontra. Recurso
Improvido (Apelação Cível n. 70035310432, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça
do RS, Relator: Claudir Fidelis Faccenda, Julgado em 10/06/2010).
Outrossim, merece destaque o judicioso e adequado parecer proferido no 1º grau,
pela eminente Promotora de Justiça, Dra. Noara Bernardy Lisboa (fls. 46/57), que
enfoca com propriedade a delicada questão em julgamento.
Assim, diante da possibilidade de flexibilização das regras em prol do prevalente
interesse do menor em questão, que, por ser portador de HIV, teve frustradas as
tentativas de colocação em famílias substitutas regularmente habilitadas, impõe-se
a desconstituição da sentença, para que seja reaberta a instrução, possibilitando,
durante esse período, a aproximação do infante com o casal autor, mediante visitas
e convívio aos finais de semana.
Isto posto, dou provimento à apelação para desconstituir a sentença, devendo
ser reaberta a instrução, bem como possibilitada a reaproximação entre o infante e
o casal autor, mediante visitas a serem disciplinadas pelo Juízo na origem, em
atenção ao propósito desta ação, enquanto não definida a situação do menor.”
“Apelação cível. ECA. Guarda e adoção. Casal não habilitado. Caso excepcional.
Criança que foi rejeitada por casais integrantes da lista de adotantes em razão de
ser portadora de HIV. Desconstituição da sentença.
O desatendimento à lista de pretensos adotantes inscritos é admissível em casos
excepcionais, em que evidenciada situação peculiar, quando evidenciado o
interesse predominante da criança e na busca e melhor atendimento a mesma.
Tendo a menor sido rejeitada por casais integrantes da lista de adotantes, por ser
portadora de HIV, e estando integrada à família dos requerentes, em pleno período
de adaptação, demonstrado que a criança já possui vínculos afetivos, impõe-se
desconstituir a sentença para reabertura da instrução, bem como a retomada das
visitas enquanto não definido o destino ao menor, na busca de seus interesses
prevalentes.
Apelação provida. Sentença desconstituída.”
(Apelação Cível n. 70040242711, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: André Luiz Planella Villarinho, Julgado em 23/03/2011).
DOS PEDIDOS
Nestes termos
Pede deferimento.
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Recurso de agravo de instrumento (Parente por afinidade)
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Na nobre decisão do desembargador Ricardo Moreira Lins Pastl, do TJRS, que julgou
o processo n. 70044004398, Agravo de Instrumento, decide que:
“Acompanho o eminente Relator, mostrando-se razoável a compreensão que adota,
no sentido, em resumo, de que a norma contida no art. 42, § 1°, do ECA não pode
ser interpretada de modo extensivo, obstaculizando que a atual esposa do avô
paterno (afinidade) proceda à adoção, devendo preponderar, no caso, o melhor
interesse das crianças, que, certamente, é manterem-se sob os cuidados daqueles
que vêm desempenhando a guarda há algum tempo.
Importa consignar ainda que este entendimento está encampado na obra do
doutrinador Valter Kenji Ishida, quando faz alusão a precedente oriundo do TJSP (em
“Estatuto da Criança e do Adolescente. Doutrina e Jurisprudência”, SP, Atlas, 2010,
p. 89).”
DOS PEDIDOS
Nestes termos,
Pede deferimento.
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Nestes termos,
Pede deferimento.
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Assim, os mesmos estão motivados pela adoção, pois a criança será beneficiada em
todas as situações, tais como: financeira, psicológica, sentimental, educacional,
cultural, entre outras.
DOS PEDIDOS
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Recurso de apelação (Descaso, abuso e maus-tratos da adotante, que levam
à perda do poder familiar estabelecido pela adoção)
Nestes termos,
Pede deferimento.
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Razões de recurso de apelação (Descaso, abuso e maus-tratos da
adotante, que levam à perda do poder familiar estabelecido pela adoção)
Além disso, a pessoa que estava sob a guarda da criança passa por difíceis
momentos, pois é uma pessoa com passagens pela polícia e usuária de drogas,
conforme documentos em anexo.
Vale lembrar que atualmente a criança está sob a guarda da mãe biológica e em
consequência disso, está esbanjando saúde e alegria.
Ora, o presente caso é poluído por descaso, abuso e maus-tratos da mãe adotiva
com a criança, como rezam documentos em anexo.
Ora, os fatos narrados são cristalinos, e o bem estar do menor estará resguardado
com a devida adoção em tela.
“O Caso.
O presente caso é bastante peculiar.
A autora/apelante L... é a mãe biológica da menina D.... – que hoje conta com 14
anos de idade.
Em setembro de 2008, por decisão desta Corte, L... foi destituída do poder familiar
sobre seus filhos, inclusive a filha D...... (no apelo tombado sob o n. ......).
A razão para L... ter perdido o poder familiar sobre os filhos, foi o fato deles terem
sido vítimas de abuso sexual, primeiro pelo pai das crianças, e depois pelo novo
companheiro de L....
Vale dizer, em nenhum momento foi provada ou sequer suscitada a hipótese
comissiva de L.... Ou seja, ela não foi cúmplice nos abusos perpetrados contra os
filhos, ou nem de alguma forma facilitou ou ajudou que tais abusos ocorressem.
A destituição do poder familiar referiu apenas incapacidade de L..., de proteger os
filhos contra os abusos.
Isso ficou estampado inclusive na ementa de julgamento da apelação que manteve
a sentença que destituiu L... do poder familiar sobre os filhos:
“Apelação cível. ECA. Destituição do poder familiar. (...). No entanto, a prova
coligida nos autos não deixa dúvida no sentido de que a apelante não possui
condições de exercer o poder familiar, porquanto ao longo dos anos, nada fez para
proteger as filhas dos abusos cometidos por seus companheiros e, também, não
cumpriu seus deveres inerentes à maternidade, dando origem a um quadro de
abandono físico e afetivo reiterado e injustificado de seus nove filhos. Negaram
provimento.” (ApC n. 70024810806, 8ª Câmara Cível, TJRS, Relator: Rui Portanova,
Julgado em 18/09/2008).
Após L... ser destituída do poder familiar sobre os filhos, a menina D... acabou por
ser adotada pelo casal S... e A...
Passado cerca de 01 ano da destituição do poder familiar, L... (a mãe biológica)
ajuizou a presente demanda, a qual nominou como sendo “ação de adoção
consentida”.
O pedido é de “adoção”, porque L... quer voltar a ter vínculo jurídico de
maternidade e filiação em relação com a menina D...
Vale ter em conta que, apesar de L... ter outros filhos sobre os quais perdeu o poder
familiar, a presente demanda envolve apenas a filha D....
E o pedido foi dito “consentido”, porque a mãe-adotiva S... concordou com o pedido
(veio declaração expressa dela nesse sentido, já com a inicial, fl. 09; e ela foi
ouvida como testemunha, confirmando isso, fls. 77, verso, à 78, verso).
Ao final, a demanda foi julgada improcedente.
Entendeu o digno juízo de primeiro grau que o pedido importaria, por via
transversa, em revogação da adoção, o que seria vedado.
Entendeu ainda o digno magistrado que, por ter perdido o poder familiar, L... não
poderia voltar a tê-lo.
Essa decisão é o objeto do presente apelo interposto por L....
Enfim, restou igualmente comprovado que a mãe biológica superou os problemas
que levaram à perda do poder familiar, e passou a ser inteiramente capaz de ter e
manter a filha sob seus cuidados.
E restou provado que a filha até já está de volta ao convívio com a mãe biológica,
onde está sendo devidamente cuidada e atendida, e de onde ela (a filha)
expressamente não quer sair.
ANTE O EXPOSTO, dou provimento ao apelo, para o fim de julgar procedente a ação
de adoção.”
“Apelação. Ação de adoção, ajuizada pela mãe biológica, que antes perdeu poder
familiar. Procedência. Cabimento. Demonstrado que a pessoa que adotou a menina
descumpriu os deveres e obrigações inerentes ao poder familiar que obteve a partir
da adoção.
Descaso, abuso e maus-tratos da adotante, que levam à perda do poder familiar
instituído pela adoção. Mãe biológica que, após perder o poder familiar sobre a filha,
comprovadamente superou seus problemas, e inclusive voltou a conviver com a
menina e a tê-la sob seus cuidados, atendendo devidamente a todas as necessidades
dela.
Hipótese em que se mostra cabível destituir a adotante do poder familiar, e deferir
a adoção pela mãe biológica, reconstituindo o vínculo mãe/filha, como forma de
melhor atender ao interesse prevalente da menor.
Deram Provimento.”
(Apelação Cível n. 70040441016, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Rui Portanova, Julgado em 16/06/2011).
DOS PEDIDOS
Nestes termos,
Pede deferimento.
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Recurso de apelação (Lista do cadastro de adotantes)
Nestes termos,
Pede deferimento.
..............., ..... de ............... de .......... .
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Ora, ambos têm o desejo de adotarem ..............., o menor terá uma vida tranquila e
segurança financeira, conforme documento em anexo.
Nota-se que, mesmo que os recorrentes não estejam no topo da lista de cadastro
de adotantes habilitados, não é motivo para julgar os pedidos dos mesmos
juridicamente impossíveis, pois o que sempre vai prevalecer serão os interesses do
menor e não de uma simples lista burocrática.
É cediço, que a mãe biológica deixou a criança com sua tia, pois é usuária de
drogas e não possui nenhum tipo de condição para criar e educar o menor. Além disso,
a mesma deseja entregá-lo aos adotantes, baseado na declaração anexada.
“Art. 6º. Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela
se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e
coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em
desenvolvimento.”
“Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando
e fundar-se em motivos legítimos.”
Em suma, o menor não deverá ser prejudicado nos seus direitos, e assim, deverão
prevalecer às vantagens expostas nessa peça.
DOS PEDIDOS
Nestes termos
Pede deferimento.
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Recurso de apelação (Criança que já está com os autores)
Nestes termos,
Pede deferimento.
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Observa-se que, a mãe biológica deseja que o menor seja adotado pelos
recorrentes e não por outras pessoas estranhas e desconhecidas, pois os mesmos são
conhecidos naquela região e possuem uma vida digna, conforme documento em
anexo.
Vale lembrar que a criança está com os apelantes, desde o seu nascimento, pois
a mãe biológica entregou seu filho ao casal, relatando que não possui condições
psicológicas e financeiras para criá-lo, conforme declaração anexada.
Dessa forma, no presente caso está confirmado o vínculo afetivo entre o menor e
os recorrentes, pois já está instalado um laço de afinidade e amor que foi construído
durante o tempo em que a criança ficou com os mesmos.
“Art. 6º. Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela
se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e
coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em
desenvolvimento.”
“Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando
e fundar-se em motivos legítimos.”
“O CASO.
Os autores residem na cidade de Jaguaruana no Estado de Santa Catarina.
Na inicial eles narraram que em junho de 2009 foram até a cidade de Taquara/RS
para visitar conhecidos, sendo que lá em Taquara, souberam que R... dera a luz a
S... e que pretendia entregá-la a um casal que quisesse adotá-la.
Disseram que em face disso, se propuseram a receber a criança S..., nascida em
05/05/2009. Noticiaram estarem habilitados à adoção por meio de procedimento
que correu junto à comarca de Jaguaruana e juntaram cópia do procedimento (fls.
10/38).
Ao receber a inicial, o juízo deferiu a guarda provisória ao casal (fls. 39/40) e,
posteriormente determinou a emenda da inicial para constar também o pedido de
destituição do poder familiar (fl. 55 e verso), o que foi atendido (fls. 57/58).
Sobreveio audiência na qual R..., mãe biológica da criança, consentiu com a entrega
da menina, mas “apenas em relação aos demandantes, sendo que não concorda que
a criança seja dada a outro casal habilitado.”
Ao sentenciar o juízo julgou improcedentes os pedidos. Segundo a sentença
apelada: “As circunstâncias apresentadas nos autos determinam entendimento de
que, em verdade, buscou-se afastar a aplicação da lista de casais habilitados à
adoção nesta comarca.
Nenhum elemento de convicção apresentado nos autos indica que as partes
tenham travado qualquer contato antes do nascimento de S..., ou ainda que
possuíssem qualquer vínculo suficiente para infringir a lista de adoção e permitir a
adoção dirigida.
De acordo com a situação narrada pelos demandantes a requerida não está
preocupada com o futuro da filha, pois entregou a criança a eles e não mais os
procurou para obter notícias, demonstrando total descaso com o futuro de S....
Nada está a justificar, portanto, o teor do depoimento da genitora, que teria
vontade de entregar a filha em adoção somente na hipótese de os beneficiários
serem os adotantes.” (fl. 66 verso).
Em seu apelo os autores alegaram que além da mãe biológica ter manifestado sua
intenção de forma inequívoca, a convivência mantida já gerou fortes laços de afeto.
Alegaram que têm todas as condições para a adoção, não havendo razões para
julgar improcedente a demanda.
A DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR E A ADOÇÃO.
“Data venia”, penso que o caso comporta solução diversa da que foi dada pela
sentença.
De fato, não há negar algum descompasso no rito legal do processado.
Contudo, apesar de a mãe biológica da criança não ter vínculos com o casal
adotante, é bem de ver que os autores têm plenas condições de adotar a menina.
O casal está habilitado para adoção junto à comarca onde residem em Santa
Catarina.
Além disso, o presente processo acabou consolidando uma situação em favor dos
autores que acaba impedindo o seu retrocesso.
Sofia está com quase dois anos de idade, ela nasceu em 05/05/2009. Por força
de decisão liminar neste processo de adoção ela está como os autores desde
26/10/2009 (fls. 39/41).
Ou seja, a menina, nascida em 05/05/2009, está com os autores desde os seus
cinco meses de idade, já estando agora prestes a completar dois anos.
Note-se que a própria decisão liminar neste processo referiu que era
“imprescindível a tomada do consentimento da mãe biológica da infante, para que
manifeste em juízo a sua vontade de dar a filha a adoção, devendo declarar se sua
intenção condiz tão somente em relação ao casal requerente ou se concorda com a
adoção por casal constante na lista de pretendentes da comarca...” (fl. 40).
E tal declaração foi dada expressamente pela mãe da menina em audiência realizada
em 10/12/2009 (fl. 49).
Tais circunstâncias, em meu entendimento acabaram criando uma situação difícil de
se desfazer, ainda que se considere que o casal adotante não tenha vínculos com a
mãe de Sofia.
Agora, o mais importante é preservar o laço de paternidade que se criou entre os
autores e a menina durante estes dois primeiros anos da vida dela, período esse de
extrema importância para a formação da personalidade da criança.
Não se descuida do entendimento do digno juízo apelado em tentar preservar a
higidez da lista de adoção que foi criada justamente para impedir fraudes em
processos dessa natureza.
Contudo, para além dessa formalidade, há aqui um interesse visivelmente maior,
que é de não causar dano á criança objeto desta ação.
Além disso, fosse o caso de se observar rigorosamente a lista no presente caso, não
se haveria de ter concedido a guarda provisória. Mas agora que já o foi, a criança
deve ficar com os autores, sob pena de violar os próprios direitos da menina.
Por tais razões, estou entendendo pela procedência dos pedidos iniciais.
E esse foi o mesmo entendimento do agente ministerial neste grau de jurisdição, a
saber:
[...].
Análise dos autos dá conta de que a menor S..., nascida em 05 de maio de 2009 (fl.
08), encontra-se sob cuidados dos apelantes – considerados habilitados à adoção
na Comarca de Jaguaruna/Santa Catarina, onde residem – desde seus poucos
meses de vida.
Evidencia, ainda, que, deferida a liminar de guarda provisória da menor, determinada
a oitiva da genitora biológica para que confirmasse o seu consentimento em
relação à adoção e a emenda da inicial para que fosse cumulada com ação de
destituição do poder familiar, passou-se mais de um ano.
Embora compartilhe do posicionamento externado no parecer das fls. 50-52v, a
situação, ao que parece, está consolidada, devendo prevalecer o interesse e bem-
estar da criança.
Nesse prisma, restando configurada situação excepcional que justifica a
inobservância da lista, merece acolhimento a pretensão recursal.
[...].
ANTE O EXPOSTO, dou provimento ao recurso para julgar procedente o pedido de
destituição do poder familiar e adoção.”
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requerem o provimento do recurso para julgar procedente o
pedido de adoção e a destituição do poder familiar.
Nestes termos,
Pede deferimento.
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Recurso de apelação (Alteração/retificação de registro civil)
Nestes termos,
Pede deferimento.
.............................................
Promotor(a) de Justiça
Razões de recurso de apelação (Alteração/retificação de registro civil)
Alega que a apelada somente foi adotada pelo Senhor ............... (nome completo) e,
não em conjunto com a Senhora ............... (nome completo), conforme documento em
anexo.
Ora, na época em que a apelada foi adotada, o adotante tinha uma união estável
com a Senhora ............... (nome completo), todavia a adoção precisa de declaração
inequívoca de vontade e não pode ser presumida.
Com tudo isso, o registro de nascimento em tela, não poderá ser alterado,
conforme os fatos expostos.
“VOTO
Pretende o representante do Ministério Público a reforma da sentença que julgou
procedente o pedido formulado por M. R. S. R. e determinou a retificação de seu
registro civil.
Retira-se dos autos que M. R. S. R., nascida em 21/05/1965, filha de E. do N. S., foi
adotada, em 11/11/1965, por meio de escritura pública de adoção, por C. D. R., à
época casado com S. de O. R. (fls. 9 e 18).
Observa-se, ainda, que, apesar de a esposa do pai adotivo não figurar como
adotante na escritura pública de adoção, seu nome consta como sendo mãe da
requerente em sua Carteira Nacional de Habilitação (fl. 7), na escritura pública que
a emancipou (fl. 10), em sua cédula de identidade (fl. 14), e em alguns documentos
escolares (fls. 11-13). O patronímico de S. de O. R. também se acha acrescido ao
nome da requerente em tais documentos.
Quanto ao registro de nascimento, a requerente apresentou três certidões, na
primeira delas, datada de 31/08/2009, consta apenas o nome de seu pai adotivo (fl.
8), em outra, emitida em 17/06/2009, apenas o nome de sua mãe biológica (fl. 17),
ao passo que na terceira certidão apresentada, datada de 10/04/1978, constam o
nome do pai adotivo e de S. de O. R. (fl. 18).
Por outro lado, na cópia do termo n. 34.458, do Livro n. 3, do Cartório onde foi
realizado o registro de nascimento da requerente, consta seu nome como M. R. S.
filha de E. do N. S. (fl. 20).
Diante desse quadro, pretende a requerente que seja determinada a devida
alteração de seu sobrenome, passando a constar em seu assento de nascimento M.
R. de O. R., bem como a informação de que é filha de C. D. R. e de S. de O. R..
Determina o artigo 54 da Lei n. 6.015/1973 que o assento de nascimento deverá
conter, entre outras informações, “os nomes os prenomes, a naturalidade, a
profissão dos pais, o lugar e cartório onde se casaram, a idade da genitora, do
registrando em anos completos na ocasião do parto, e o domicílio ou residência
do casal”.
Por outro lado, dispõe o artigo 95 da mesma lei que “serão registradas no registro
de nascimento as sentenças de legitimação adotiva, consignando-se nele os nomes
dos pais adotivos como pais legítimos e os dos ascendentes dos mesmos se já
falecidos, ou sendo vivos, se houverem, em qualquer tempo, manifestada por escrito
sua adesão ao ato (Lei n. 4.655, de 2 de junho de 1965, artigo 6º)”. Ao passo que o
artigo 96 da Lei de Registro Públicos, determina que “feito o registro, será
cancelado o assento de nascimento original do menor”.
Na hipótese em comento, portanto, o assento de nascimento, no que tange às
informações relativas à filiação da requerente, deve-se coadunar com a escritura
pública de adoção, a qual aponta que C. D. R., apesar de ser casado à época da
adoção, adotou sozinho a requerente.
Diante desse contexto, seu assento de nascimento, espelhando o que consta na
escritura pública de adoção, deve trazer somente o nome de C. D. R., tal como
consta na certidão de nascimento de fl. 8.
Salienta-se que eventual incorreção nos documentos civis da requerente (carteira
nacional de habilitação, cédula de identidade, título de eleitor e cadastro de
pessoas físicas), não tem o condão de modificar o que consta em seu assento de
nascimento.
De outro norte, importante destacar que se não se nega que a requerente possa ter
sido criada como filha da Sra. S. de O. R. em típico caso de filiação socioafetiva,
consolidada no afeto e na convivência familiar.
Contudo, não se pode aceitar pela estreita via do pedido de retificação de registro
civil que se reconheça a maternidade póstuma por vínculo afetivo, uma vez que a
posse do estado de filho demanda a presença de diversos caracteres para a sua
configuração, os quais somente poderão ser verificados após intensa instrução
probatória. Nesse contexto, a filiação socioafetiva fica caracterizada na presença de
três requisitos, quais sejam, o nome, o tratamento de filho e a reputação, ou seja, a
pessoa deve utilizar o mesmo sobrenome que o suposto pai, bem como ser
reconhecida na sociedade como filho do indigitado pai, além de ser tratada pela
família, afetiva e materialmente, como se filho fosse.
Belmiro Pedro Welter, discorrendo acerca de tais elementos, destaca:
Três são os requisitos do estado de filho afetivo: a nominatio, a tratactus e a
reputatio, ou seja, “que a pessoa tenha sido tratada como filha do indigitado pai e
que tenha, como tal, atendido à manutenção, à educação e à colocação dela; que a
pessoa tenha constantemente considerado como nas relações sociais”. A
nominatio, que é o nome, é ter o filho o apelido do pai; a tratactus é ser tratado e
educado como filho; a reputatio é ser tido como havido por filho na família e na
sociedade em que vive. Isso significa que o nome é o uso constante do apelido
(sobrenome) da família do pai afetivo; o tratamento decorre do filho ser criado,
educado tido e apresentado à sociedade como filho; a fama ou reputação é a
circunstância de ser sempre considerado, na família e na sociedade, como filho. [...]
O tratamento é o elemento clássico de maior valor, certifica Jacqueline Filgueras
Nogueira, porquanto reflete a conduta que é dispensada ao filho, garantindo-lhe o
indispensável à sobrevivência, como a manutenção, educação, instrução, a
formação deve como ser humano (Igualdade entre as filiações biológica e
socioafetiva. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003. p. 156-157).
Concluindo, Maria Helena Diniz adverte que, “estribada na posse do estado de filho,
a pessoa educada e criada pelo casal poderá vindicar em juízo o reconhecimento da
legitimidade da filiação [...]. Essa prova vem sendo admitida em nossos tribunais,
embora com reserva, desde que se façam presentes três elementos: o nomem ou
nominatio, ou seja, que a pessoa traga o nome paterno; o tractatus, isto é, que a
pessoa seja tratada na família como filha, e a fama ou reputatio, ou seja, que
tenha sido constantemente reconhecida pelos presumidos pais, pela família e pela
sociedade como filha” (Curso de direito civil brasileiro: direito de família. 24. ed.
São Paulo: Saraiva, 2009. p. 474-475).
Assim, embora a requerente traga aos autos alguns documentos civis, uma
escritura pública de emancipação e documentos escolares nos quais consta o nome
da Sra. Sueli como sua mãe, não há nestes autos prova acerca da presença dos
requisitos necessários ao reconhecimento da filiação socioafetiva.
Diante de todo exposto, merece reforma a decisão de primeiro grau que deferiu o
pedido de retificação de registro civil.
DECISÃO
Nos termos do voto do Relator, dá-se provimento ao recurso para o fim de reformar
a sentença e julgar improcedente o pedido formulado por M. R. S. R. nos autos do
Pedido de Retificação de Registro Civil n. 004.09.0009514-0. Mantidos os honorários
advocatícios fixados em favor do representante da requerente.”
DOS PEDIDOS
Nestes termos,
Pede deferimento.
.............................................
Promotor(a) de Justiça
Nestes termos,
Pede deferimento.
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............
Os recorrentes ajuízam este recurso especial para fazer valer seus direitos
perante esta Corte Judicial Brasileira, em oposição ao acórdão proferido pelo Tribunal
de Justiça do Estado de ..............., nos autos de ação de adoção com pedido de
liminar ajuizada pelos mesmos.
Vale lembrar que a mesma entregou o filho voluntariamente aos adotantes para
que cuidassem.
Em consequência disso, manifestou que não quer que o filho seja adotado por
um casal estranho, pois o menor já está familiarizado com os recorrentes.
“Art. 6º. Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela
se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e
coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em
desenvolvimento.”
“Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando
e fundar-se em motivos legítimos.”
“Declarações asseverando que “(...) deseja entregar a filha em adoção porque não
possui condições socioeconômicas de criá-la; que os requerentes detém a guarda
da menor há cerca de um mês; que não deseja dar a filha em adoção a possíveis
interessados, previamente cadastrados no setor de adoção da Vara da Infância e da
Juventude, eis que a menor está muito bem cuidada nas mãos dos requerentes, que
a supre das necessidades materiais e afetivas para uma vida digna(...)” (fl. 29, e-
STJ).
Nessa mesma audiência, os autores declararam receber M.V.A.L. sob guarda e
responsabilidade, em caráter provisório.
Relatório Técnico sobre o pedido de adoção: A Seção de Adoção da Vara da Infância
e da Juventude emitiu laudo subscrito por assistente social, sugerindo o
deferimento do pedido de adoção, no qual se destacou que “(...) B... (nome fixado
pela família adotante) é reconhecida como um integrante legítimo da família e que
o Sr. O. e a Sra. S. vem desempenhando as funções parentais para com a criança
em um ambiente familiar que apresenta uma convivência harmônica (...)”. (fl. 38,
e-STJ).
Parecer do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (fls. 441/352): opinou
pela procedência do pedido de adoção, sustentando que não houve prova cabal da
coação alegada, que o lar que receberia M.V.A.L., caso ela fique com a mãe, é
inapto para acolher a adotanda e que tem sido bem cuidada no lar dos adotantes,
afirmando, ao final, que: “(...) à luz dos princípios da proteção integral e do superior
interesse da criança, não se recomenda simplesmente entregar a infante em tela à
sua família natural, até porque as informações dos autos demonstram o bem estar
da criança na companhia da família substituta” (fl. 447).
Frise-se que houve todo um ajuste pessoal da adotanda, dos recorrentes e de seus
demais filhos, em uma construção idiossincrática, em que as bases de referência e
os valores são aplicados de maneira peculiar, não reproduzida em nenhuma outra
família.
Por tudo isso – consideradas as peculiaridades do processo –, é que se impõe a
inversão das conclusões do acórdão recorrido, devendo ser concedido ao casal O.L. e
S.F.L., a adoção de M.V.A.L.”
DOS PEDIDOS
Nestes termos,
Pede deferimento.
.............................................
Advogado(a)
OAB/..... - n. ...............