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ESTADO DE GOIÁS

PREFEITURA MUNICIPAL DE PONTALINA


GABINETE DO PREFEITO

JULGAMENTO DE RECURSO ADMINISTRATIVO

Processo: Concorrência nº 001/2014


Objeto Construção da UPA 24 horas – Porte I
Recorrente: Construtora Dirce Lopes

Trata-se de Recurso Administrativo interposto por CONSTRUTORA


DIRCE LOPES com o escopo de reformar o julgamento da fase de habilitação proferido nos
autos da licitação na modalidade Concorrência nº 001/2014, inabilitando-a do certame, assim
como por ter declarado habilitada a empresa Bom Service Construtora e Prestadora de
Serviços Eireli-ME.

Alega em suas razões que foi inabilitada injustamente por ter


apresentado índices de liquidez do ano de 2012 quando deveria ter apresentado os índices do
balanço patrimonial de 2013, e que apropria Administração poderia realizar a verificação
correspondente.

Aduz ainda que no momento da abertura dos envelopes de habilitação


da empresa Recorrente, a comissão permanente de licitação deveria ter apurado estes índices.

Noutro sentido, a Recorrente alega que a licitante Bom Service


Construtora e Prestadora de Serviços Eireli deve ser inabilitada porque apresentou atestado
técnico emitido por pessoa física, o que está em desacordo com o subitem 7.1.3 “b”.

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Prossegue alegando que apresentou no processo licitatório a
Declaração de Menor, estando a mesma anexada no processo licitatório.

Ao final, requer seja dado provimento ao recurso para habilitá-la na


licitação e para declarar a inabilitação da licitante Bom Service Construtora e Prestadora de
Serviços Eireli.

Procedida a intimação das demais licitantes para impugnar o presente


recurso administrativo, todas as empresas quedaram inertes, transcorrendo o prazo in albis.

Conheço do presente recurso administrativo por ser próprio e


tempestivo, assim como por preencher aos requisitos de admissibilidade.

Passo a decidir.

Pretende a Recorrente a reforma do julgamento que a declarou


inabilitada na licitação na modalidade Concorrência nº 001/2014, bem como no tocante à
declaração de habilitação da Empresa Bom Service.

Para tanto alega que foi inabilitada injustamente por ter incorrido no
seguinte irregularidade: os valores utilizados para elaborar os índices financeiros não são os
mesmos apresentados no Balanço, o que afronta o subitem 7.2.1 do edital.

Continua alegando que ao apresentar o documento informando os


índices de liquidez na fase de habilitação, apresentou índices do balanço do ano de 2012, ou
seja, presentou os valores com base no balanço antigo e não como o balanço patrimonial
apresentado nos documentos de habilitação que foi o do ano de 2013.

Argumenta que a Administração Pública deveria ter apurado os


índices exigidos no edital, pois o balanço patrimonial de 2013 foi apresentado.

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Analisando as alegações da Recorrente verifico que melhor sorte não
lhe assiste, não sendo havendo elementos suficientes para sanar a irregularidade que motivou
a sua inabilitação no certame.

Reportando-me ao texto do edital, verifico que ato convocatório exige


dos licitantes para a fase de habilitação uma relação de documentos que demonstrem sua
regularidade fiscal, habilitação jurídica, qualificação técnica e qualificação econômica
financeira.

No caso em análise vamos nos restringir apenas à qualificação


econômica-financeira, especificamente no tocante ao subitem 7.2.1 do edital, vejamos:

7.2.1 Deverão os licitantes apresentarem ainda:


a) Balanço patrimonial e demonstração contábeis do último exercício social,
devidamente registrado no Órgão competente e/ou publicado no órgão da imprensa,
já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira
da empresa licitante, através do cálculo de índices contábeis abaixo previstos, vedada
a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizado por
índices oficiais quando encerrados há mais de 03 (três) meses da data de apresentação
da proposta (art. 31, inciso I e §3º da Lei 8.666/93), devendo demonstrar capital social
integralizado de pelo menos 10 (dez) pontos percentuais do valor da contratação,
devendo ainda apresentar separadamente os seguintes elementos:
- Índice de Liquidez Corrente (ILC) igual ou superior a 1,00.
- Índice de Liquidez Geral (ILG) igual ou superior a 1,00.
- Grau de Endividamento (GE) igual ou inferior a 0,50
Os índices serão calculados pelas fórmulas:
ICL = AC / PC ILG = (AC + RLP) / (PC + ELP) GE = (PC + ELP) / AT
Legenda:
AC - ativo circulante PC - passivo circulante
RLP - realizável a longo prazo ELP - exigível a longo prazo AT - Ativo Total

Conforme se pode verificar, o edital faz exigências nos exatos termos


do que a legislação vigente permite, e se limitou a solicitar documentos mínimos necessários
para comprovar a habilitação dos licitantes, não havendo nenhum excesso ou formalidade
excessiva.

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No caso da qualificação econômica financeira verifico que a
irregularidade apontada pela Comissão Permanente de Licitação é evidente, não havendo
motivação para reformar o julgamento proferido.

O item 7.2.1 “a” do edital exige (1) o balanço patrimonial do último


exercício (2013), assim como (2) um documento de análise financeira em que conste
informações sobre o índice de liquidez corrente (ILC igual ou superior a 1,0), o índice de
liquidez geral (ILG igual ou superior a 1,0) e o grau de endividamento (GE igual ou
inferior a 0,5), cujos cálculos serão feitos por meio de fórmulas indicadas no próprio ato
convocatório.

Esse exigência tem por finalidade comprovar a saúde financeira da


licitante, a fim de permitir que a Administração contrate empresa com capacidade suficiente
para iniciar e concluir a obra.

Analisando a documentação apresentada pela Recorrente, verifico que


a empresa apresentou o balança patrimonial do ano de 2013 conforme exigido no edital, bem
como um documento referente aos índices exigidos no edital refere ao período de 2013.

Ocorre que o mencionado documento não se refere aos índices do


exercício de 2013, pois ao conferir os valores indicados pela Recorrente nas fórmulas foi
identificado que nenhuma valor ali informado correspondem aos valores constantes do
balanço patrimonial.

Não existindo no balanço patrimonial do exercício de 2013, tem-se


que os valores usados pela Recorrente no documento em que informa os índices de liquidez
do período exercício de 2013 não podem ser considerados e nem aceitos para comprovar sua
regularidade no tocante à qualificação econômica financeira.

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E outro entendimento não pode ser tomado, pois a própria Recorrente
admite que os índices de liquidez apresentados foram retirados do balanço patrimonial do
exercício de 2012, o que o torna afronta ao item 7.2.1 “a” do Edital.

Sendo assim tem-se que a Recorrente reconhece expressamente que


não apresentou a documentação exigida no edital.

De outra via, entendo que a irregularidade apontada pela Comissão


Permanente de Licitação na análise da documentação de habilitação da Recorrente não se trata
de mera confusão, mas de uma conduta com o claro propósito de enganar a Comissão de
Licitação para obter sua habilitação por vias ilegais.

A conduta ilegal é notadamente reconhecida pela Recorrente que


confessa que utilizou dados do balanço patrimonial do ano de 2012 para informar os índices
de liquidez referente ao balanço de 2013, visto que o documento que emitiu e apresentou na
licitação consta a informação de que se refere ao período de 2013.

No que se refere à alegação da Recorrente de que a Administração


Pública é que deveria verificar e calcular os índices de liquidez da licitante, tem-se que essa
assertiva é completamente equivocada, posto que essa atribuição é de responsabilidade da
empresa que participa da licitação, que deveria apresentar um documento indicado no edital,
sob pena de ser inabilitada.

Ora, se a Recorrente reconhece que apresentou documento diferente


do que está exigido no edital, tem-se que a licitante não cumpriu com a exigência editalícia,
devendo ser mantido o julgamento que declarou sua inabilitação por descumprimento da regra
do edital.

Tomando-se por referência os princípios legais que norteiam a


licitação, tem-se que deve ser observado o princípio da vinculação do certame ao instrumento
convocatório (EDITAL DA LICITAÇÃO), que faz lei entre as partes envolvidas no processo
administrativo.

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Por isso é mister expor que aceitar a argumentação da Recorrente e
aceitar como válido o cumprimento do item 7.2.1 “a” do edital viola o direito ao devido
processo legal, o princípio da legalidade e ao direito de igualdade entre os licitantes.

Verifico que todas as demais licitantes (20 empresas) que participaram


da licitação na fase de habilitação tiveram o cuidado de apresentar seus comprovantes índice
de liquidez tomando-se por base o exercício de 2013 (último exercício financeiro), não se
admitindo dar tratamento diferenciado para a empresa infratora.

Frisa-se também que a Recorrente apresentou Declaração de Sujeição


aos Termos do Edital (Anexo II do Edital), onde atesta expressamente que está de pleno
acordo com os termos estabelecidos e o procedimento adotado.

Além do mais a declaração firmada pela Recorrente implica na


aplicação imediata no disposto no item 15.14 do Edital: “A participação no certame implica
na aceitação integral e irretratável dos termos e condições expresso no presente instrumento
e seus anexos.”.

Esclarece ainda que caso a Recorrente não concordasse com qualquer


das condições do edital, a mesma deveria tem apresentado impugnação ao ato convocatório
dentro do prazo fixado para esse mister. Ocorre que a licitante quedou-se inerte e deixou o
prazo transcorrer sem exercer seu direito, de tal forma que não cabe discutir essa questão
nesta fase do procedimento administrativo.

Sendo assim, verifico que a alegação da Recorrente é insuficiente para


afastar a irregularidade que justificou sua inabilitação, de forma que mantenho o julgamento
proferido pela Comissão Permanente de Licitação.

Noutro sentido, a Recorrente ainda pretende a reforma do julgamento


da fase de habilitação no tocante a habilitação da empresa Bom Service na licitação na

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modalidade Concorrência nº 001/2014, tendo em vista que a mesma não atendeu ás exigências
do edital.

Para tanto alega que a capacidade técnica é feita pela comprovação de


atestado de capacidade técnica emitido por pessoa jurídica pública ou privada, porém a
empresa impugnada (Bom Service) apresentou um atestado técnico emitido por pessoa física.

Continua sua alegação afirmando que a Certidão de Registro e


Quitação, item 7.1.3, “a” do edital, apresentada pela empresa Bom Service Construtora e
Prestadora de Serviços Eireli não está válida, como se diz na alínea “b” da referida certidão:
“A presente certidão perderá a validade, caso ocorra qualquer modificação posterior dos
elementos nela contidos e desde que não represente a situação correta ou atualização do
registro”.

A Recorrente prossegue alegando que a empresa em questão alterou


dados contratuais e não o regularizou junto ao CREA, como mostra na documentação
apresentada, onde o contrato social apresenta um capital social diferente do informado na
certidão do CREA.

Analisando as razões recursais apresentadas, faço as seguintes


considerações para motivar o julgamento adiante proferido.

No item 7.1.3 “a” do Edital dispõe que a licitante deverá apresentar o


“Registro ou inscrição (1) da empresa e (2) do responsável técnico no Conselho Regional de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CREA, com jurisdição sobre o domicílio da licitante
(l. 8.666/1993, art. 30, I).

No tocante a esse item verifico que a licitante Bom Service apresentou


a Certidão de Registro e Quitação nos termos do Edital, não havendo nenhuma irregularidade
no tocante a esse documento.

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Verifico que a referida certidão foi apresentada com prazo de validade
em vigência (até 22/08/2014), assim como observando-se todas as exigências legais.

Acerca da alegação de que o referido documento indica capital


diferente do capital indicado no contrato social, verifico que tal alegação é improcedente,
tendo em vista que tanto o contrato social quanto a Certidão de Registro e Quitação do
CREA-GO informam o mesmo valor, qual seja a importância de R$ 300.000,00 (trezentos mil
reais).

No entanto, quanto a alegação de que a empresa Bom Service


Construtora e Prestadora de Serviços apresentou documentação de qualificação técnica em
desacordo com as exigências do edital, verifico que esta assertiva merece ser acolhida,
vejamos:

O edital no item 7.1.3, “b” dispõe claramente que as licitantes deverão


comprovar sua aptidão técnica da seguinte forma: “A licitante deverá apresentar pelo
menos 01 (um) atestado de capacidade técnica EMITIDO POR PESSOA JURÍDICA DE
DIREITO PÚBLICO OU PRIVADO, em benefício da licitante, comprovando a
execução de serviços compatíveis, de características semelhantes e de complexidade
operacional equivalente ou superior ao presente objeto (L. 8.666/93, art. 30, II e § 1º e º
3º)”.

Em que pese a exigência editalícia, a documentação apresentada pela


licitante Bom Service foi emitida por pessoa física, contrariando a regra do certame, de forma
a justificar a inabilitação da licitante impugnada pela Recorrente.

Destarte, verifico que a alegação da Recorrente no tocante a presente


alegação deve ser acolhida visto que a documentação apresentada pela empresa impugnada é
contrária ao disposto no item 7.1.3, “b” do Edital.

Por todo o exposto, julgo o presente recurso parcialmente provido


para reformar o julgamento proferido pela Comissão Permanente de Licitação, declarando a

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inabilitação da empresa Bom Service Construtora e Prestadora de Serviços Eireli em face ao
descumprimento do previsto no item 7.1.3, “b” do edital.

Contudo mantenho inalterado o julgamento no tocante à inabilitação


da Recorrente (Construtora Dirce Lopes), tendo em vista o descumprimento da parte final da
exigência contida no item 7.2.1 “a” do Edital.

Pontalina, 21 de julho de 2014.

MILTON RICARDO DE PAIVA


Prefeito

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