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Material Teórico
Vistas Ortogonais
Revisão Textual:
Profa. Esp. Márcia Ota
Vistas Ortogonais
• Vistas Ortogonais
Atenção
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.
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Unidade: Vistas Ortogonais
Contextualização
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Vistas Ortogonais
Fonte: autor
Agora ficou mais claro o que Monge criou ? Essas são as projeções de um ponto “A”,
localizando-o no espaço. Os planos de projeção estão marcados como PV (Plano Vertical), PH
(Plano Horizontal) e PL (Plano Lateral). Esses Planos, é claro, são considerados em relação ao
objeto (você pode imaginar três lados de uma caixa, onde você projeta estes pontos).
Daqui a pouco, veremos outras aplicações, mas o que você precisa entender é que ele criou
uma maneira de acharmos um ponto no espaço. Vale destacar que fazemos isto ainda hoje,
trabalhando com coordenadas, isto é, você combina de encontrar um amigo na Rua X, na
esquina com a Rua Y; estas são as coordenadas que nós usamos (é claro que também usamos
coordenadas de altura, geometricamente falando, são as coordenadas no eixo Z, isto é, usamos
os três planos de Monge, mas como a maioria de nós não consegue voar, a coordenada de
altura é zero).
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Unidade: Vistas Ortogonais
Depois de Monge pensar nessa maneira de descrevermos uma localização no espaço, ele
também criou uma maneira simples de executarmos os desenhos referentes a esta localização;
isto é chamado de projeção em épura (épura é o rebatimento, ou a abertura, dos planos de
projeção em uma superfície plana, ou seja, uma maneira de projetar em dois ou três planos
posicionados ortogonalmente, como na figura 1, um objeto colocado no espaço). Dê uma
olhada na figura 2:
Fonte: autor
Dá para entender? O que o Monge criou foi uma maneira de podermos nos comunicar sem
a necessidade do objeto. Vamos pensar em um exemplo:
Você acabou de projetar, isto é, imaginar ou criar, uma cadeira; antes de Monge, a única
maneira de construir a cadeira, seria a sua própria mão de obra, isto é, você teria de ser a
pessoa a efetivamente construí-la. A ideia de Monge permite que você “projete”, ou desenhe
a cadeira em planos, geometricamente falando, as projeções mongeanas permitem que você
demonstre um objeto tridimensional através de desenhos bidimensionais; qualquer pessoa com
treinamento em Desenho Técnico será capaz de efetivamente executá-la.
Lembra-se que conversamos sobre visão espacial na Unidade anterior? É a isto que eu me
referia, isto é, você, com a prática, será capaz de, a partir das vistas (que é como chamamos estas
projeções), montar na sua cabeça a cadeira acima (ou qualquer outra coisa, como por exemplo,
o aparelho do seu manual). Se estiver um pouco complicado, não se preocupe, veremos mais
exercícios como este, para que você treine a sua visão – sim, você tem de treinar seu cérebro
para entender estas vistas.
Vamos ver juntos, de maneira gráfica, o exemplo da cadeira, sobre o qual nós já conversamos.
Temos a figura 3 abaixo:
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Figura 3 – Cadeira em desenho tridimensional
Fonte: autor
Vamos lá: você criou a cadeira que estamos vendo acima, na figura 3. A cadeira, na sua
cabeça está pronta; você consegue visualizá-la como um objeto tridimensional. De acordo com
Monge, você pode projetá-la em pelo menos três planos, conforme a figura 4.
Fonte: autor
Uma pessoa que tenha aprendido desenho técnico saberá que as três projeções se referem a
um mesmo objeto, e conseguirá associá-las para visualizar a cadeira montada. Não se preocupe
se você ainda não conseguir “montar” as projeções na sua cabeça, como já vimos, isto exige
um pouco de treino.
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Unidade: Vistas Ortogonais
Nosso próximo passo é executar o desenho da cadeira em épura, ou seja, desenhar os planos
de projeção. Esta planificação é feita conforme a figura 5.
Fonte: autor
Agora ficou mais claro o são as projeções em épura ? Como a maior parte das dimensões de
uma cadeira (e da maioria dos objetos tridimensionais) são coincidentes, este tipo de projeção
permite que, a partir de uma projeção inicial, nós tenhamos parâmetros para as próximas.
Essas projeções tem, cada uma, um nome específico; cada projeção é chamada de vista; no
nosso exemplo, o plano horizontal é chamado de vista superior. Se você analisar a nossa figura
4 atentamente, notará que temos uma pessoa olhando de cima para baixo, e projetando no
plano horizontal, a imagem da cadeira vista “de cima”. Chamamos esta projeção, como vimos,
de vista superior; a projeção no plano lateral é chamada de vista lateral, e assim por diante.
Esta nomenclatura, aliás, é mais usada do que o termo projeção, ou seja, não dizemos projeção
lateral, mas sim, vista lateral.
Quando trabalhamos com projeções, utilizamos diedros, que são regiões formadas pelo
cruzamento dos planos horizontal e vertical, conforme a figura 10.
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Figura 10 – indicação dos diedros
Fonte: autor
Fonte: autor
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Unidade: Vistas Ortogonais
Conseguiu entender ? Uma única vista não nos permite definir o objeto, pois muitas vezes
uma única projeção não nos fornece todas as informações a respeito de um objeto.
Veja, agora, a figura 7
Fonte: autor
Como podemos observar, duas projeções, muitas vezes também não são suficientes para que
possamos transmitir a complexidade de uma peça. Passamos, então, à figura 8
Figura 8 – Projeção em três planos
Fonte: autor
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Finalmente, podemos notar que o número mínimo de projeções, que necessitamos para
transmitir a ideia de um objeto, é três, isto é, são necessárias pelo menos três projeções para
que um técnico consiga entender sua ideia; estas projeções são, de acordo com o que vimos, as
vistas Frontal, Lateral e Superior, conforme a projeção em épura abaixo, na figura 9:
Fonte: autor
Agora, conseguimos ver que as três projeções formam o objeto que queríamos representar;
está ficando mais fácil de você enxergar a peça ? No final da unidade, você fará alguns exercícios,
não se preocupe, mas vá se esforçando, pois a prática ajuda bastante na sua visão espacial.
Vamos estudar um outro exemplo. Acho que vai ajudá-lo a entender, já que esses conceitos
são muito importantes. Por isso, dê uma olhada na figura 10:
Fonte: autor
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Unidade: Vistas Ortogonais
Como você percebeu, esse sólido representado na figura 10 tem sua projeções coloridas,
isto é, vamos trabalhar com cores diferentes em cada uma das faces que serão projetadas nos
planos. Desta forma, veremos algumas informações novas, e ainda acabaremos com as dúvidas
que você ainda possa ter.
Agora, vamos tratar das projeções, uma a uma. A projeção frontal, com as partes 1 e 2, ficará
conforme a figura 11, abaixo:
Fonte: autor
Ficou claro ? Você deve ter notado que as partes 1 e 2 não estão no mesmo plano na peça,
isto é, de acordo com o desenho, a parte 2 está mais próxima do observador, enquanto a parte
1 está mais distante. Na projeção frontal, que vemos no plano atrás da figura, isto é indicado
através de uma linha, que aparece dividindo as partes 1 e 2. Vamos ver agora como ficará a
vista superior na figura 12.
Fonte: autor
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Nessa projeção, você também deve ter notado que temos partes da peça que estão em níveis
diferentes, ou seja, as distâncias que mudam em relação ao observador. As partes 3, 4, 5 e 6
estão em planos diferentes, que são representados novamente com linhas que separam cada
uma das partes.
Seguindo nossa sequência, agora temos de estudar como ficará a vista lateral. A figura 13 irá
nos mostrar esta projeção.
Fonte: autor
A vista Lateral dessa peça traz uma representação nova: a linha tracejada. Esse tipo de
linha representa o que chamamos de Arestas Ocultas. Como estamos olhando um objeto
tridimensional através de suas projeções ortogonais, algumas superfícies poderão ficar ocultas
atrás de outras. A forma de demonstrarmos essas superfícies para os outros observadores é
através da linha tracejada.
Como vimos na Unidade “Instrumentos”, em Desenho Técnico, a linha tracejada representa
uma projeção, isto é, algo que não está visível neste plano de desenho. Neste caso, estamos
representando a projeção de uma aresta que na verdade não é visível, ou seja, a peça que
estamos representando é feita de algum material que seja maciço. Por isso, não conseguimos
ver através desse material. Logo, a aresta que estamos representando em nossa vista lateral,
está “escondida”, portanto, aparece como se estivesse projetando uma aresta, um canto, que
é marcado como uma linha tracejada.
Vamos, agora, dar uma olhada na figura 14, em como ficarão as projeções dessa peça no
primeiro diedro, conforme vimos na figura 1.
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Unidade: Vistas Ortogonais
Fonte: autor
Esta é a maneira como esta peça será projetada no diedro, com as três vistas principais.
Agora, o que está faltando para que possamos compreender totalmente a peça é projetá-la em
épura, ou seja, colocar os três planos ortogonalmente uns em relação aos outros, planificando a
peça, conforme indica a figura 15.
Fonte: autor
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Você já deve ter percebido que estas três projeções funcionam bem com objetos que sejam
regulares, isto é, que sejam simétricos, que tenham as duas laterais definidas por uma única
projeção. O que acontecerá com um objeto que seja irregular, ou seja, tenha as laterais diferentes
( ou a vista inferior, ou a vista posterior, etc) ?
Mencionei para você o diedro, porque agora iremos estudar um objeto irregular, ou seja, que
não pode ser definido com apenas duas vistas, conforme a figura 11:
Como você pode ver na figura 11, as vistas do objeto não simétricas, ou seja, se desenharmos
apenas três vistas dessa peça, não conseguiremos descrevê-la de maneira correta. Nesses casos,
o nosso diedro se tranformará em um cubo, conforme a figura 12:
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Unidade: Vistas Ortogonais
Conforme podemos ver na figura acima, podemos obter até seis projeções, ou vistas de um
único objeto. No desenho acima, as vistas 1, 2 e 3 são aquelas que temos utilizado até agora. As
vistas 4, 5 e 6 são necessárias, no entanto, para que consigamos efetivamente visualizar o objeto
como uma peça tridimensional.
As projeções em épura deste objeto ficarão conforme a figura 13.
Ainda de acordo com a NBR 10.067, as projeções devem ser colocadas da seguinte maneira:
Vista Frontal – A – Posicionada no centro
Com essas vistas conseguimos representar qualquer objeto, tornando possível a sua execução
por um profissional capacitado.
Como vimos, trabalharemos, na maior parte das vezes, com três vistas. Mas como elas são
construídas, isto é, como executamos os desenhos ? Você já conseguiu entender como eles são
gerados, mas qual a maneira mais simples de fazê-los ?
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Trabalhamos com três regras simples, que auxiliam no desenvolvimento dos desenhos:
• Regra do alinhamento.
• Regra dos planos contíguos.
• Regra da Configuração.
A regra do alinhamento nos diz que um mesmo elemento do objeto, em vistas adjacentes,
está sobre o mesmo alinhamento, isto é, utilizam as mesmas linhas de chamada. Na figura 14,
abaixo, essa regra está indicada nas projeções em épura da cadeira que estudamos no começo
da Unidade. Para deixar mais clara esta regra, criei os pontos.
Fonte: autor
Você consegue enxergar como utilizamos as mesmas linhas para localizar os pontos os pontos
destacados A e B? Isto quer dizer que quando localizamos estes pontos em uma das vistas,
precisamos apenas rebatê-los para as vistas seguintes.
A Regra dos Planos Contíguos nos informa que a linha que separa duas áreas contiguas
em uma vista ortogonal indica que estas duas áreas não estão no mesmo plano, ou seja, todas
as vezes que vemos uma linha cheia indicada no desenho de uma vista, podemos afirmar
que as áreas que estão indicadas neste desenho estão a distâncias diferentes do observador,
conforme a figura 15.
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Unidade: Vistas Ortogonais
Fonte: autor
Como podemos ver na figura 15, os desenhos de projeção são iguais, mas todos nos passam
as mesmas informações, isto é, as faces que estão representadas estão em planos diferentes,
apesar de serem contíguas.
Finalmente, a regra das configurações, que nos informa que uma face plana do objeto será
projetada com a sua configuração, ou como uma reta. No primeiro caso, essa face está paralela
ou inclinada em relação ao plano de projeção. No segundo caso, a face é perpendicular em
relação ao plano de projeção. Isto ficará mais claro na figura 16.
Fonte: autor
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Podemos observar na figura acima que temos três faces sinalizadas como A, B e C. Na
figura 17, notamos nas projeções no diedro como, dependendo da vista que estudamos, que
estas faces variam entre segmentos de retas e planos. Por exemplo, no Plano Vertical (ou Vista
Frontal), a face A aparece como um segmento de reta, que coincide com o segmento de reta que
define a parte superior da face B, enquanto esta, por ser inclinada, aparece como um plano. No
Plano Horizontal (ou Vista Superior), aparecem as faces A e B, enquanto a face C é vista como
uma reta; finalmente, no Plano Lateral (ou Vista Lateral), vemos a face C, enquanto as faces A
e B são vistas como segmentos de retas.
Fonte: autor
Acho que agora ficou claro como podemos trabalhar com as Projeções Ortogonais, e o seu
rebatimento em Épura. Novamente, temos as atividades de Sistematização, para que você
aprofunde seus conhecimentos e possa praticar os conhecimentos que adquiriu com esta
nossa Unidade.
Não se esqueça: recomendo que você dedique o tempo que precisar para fazer os exercícios,
estudando atentamente os enunciados e pensando em suas respostas.
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Material Complementar
Explore
http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/hypergeo/monge.htm
http://docente.ifrn.edu.br/joaocarmo/disciplinas/aulas/desenho-tecnico/metodo-para-
desenho-de-projecoes-ortogonais
http://www.uff.br/cdme/pro/pro-html/pro-br.html
http://www.technologystudent.com/prddes1/orthogrp1.html
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Referências
Micelli, Maria T. Desenho Técnico Básico. São Paulo: Ao Livro Técnico, 1999
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Anotações
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www.cruzeirodosulvirtual.com.br
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São Paulo SP Brasil
Tel: (55 11) 3385-3000