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Apresentação ........................................................................................................................................... 3
Aula 01 - Revisitando a Rio-92: a mudança do clima entra em cena! .............................................. 4
Rio 92 e a Convenção do Clima ......................................................................................................................................4
A história das COPs .............................................................................................................................................................7
Comércio de emissões GEE – o que é mercado de carbono? ..............................................................................9
Principais resultados da COP 4 à COP10 .................................................................................................................. 11
Principais resultados da COP 11 à COP20................................................................................................................ 15
Aula 02 - Proposta Brasil para o clima .............................................................................................. 19
Planos setoriais de mitigação e adaptação à mudança do clima .................................................................... 19
As ações de mitigação abarcam também os setores de energia, agricultura e siderurgia .................... 23
Compromissos do Brasil para a COP 21 ................................................................................................................... 27
COP 21: nasce o Acordo de Paris! ............................................................................................................................... 29
Aula 03 - Os eventos para debater a mudança do clima ................................................................. 33
As Conferências de Meio Ambiente da ONU e a mudança do clima ............................................................. 33
A 2ª Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento – Rio-92 ............... 34
Rio+20 ................................................................................................................................................................................... 36
Os movimentos sociais e a mudança do clima ...................................................................................................... 38
As Conferências Nacionais de Meio Ambiente e a III CNMA sobre mudança do clima .......................... 41
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Apresentação
Olá, bem-vindo ao Módulo 02 do Curso Educação Ambiental e Mudança do Clima. Antes de iniciarmos
este módulo, vamos retomar o que falamos no Módulo 01.
No Módulo 01, abordamos uma noção geral sobre os efeitos e as causas da mudança do clima e vimos
algumas medidas de mitigação e adaptação. Aprendemos também alguns conceitos que serão muito úteis para
a compreensão das discussões mundiais a respeito desse tema.
Aqui no Módulo 02, trataremos do regime jurídico internacional para o enfrentamento do
aquecimento global. Esse documento é um tratado internacional pactuado entre governos, que regulam as
ações dos diversos atores sobre o assunto.
Continuaremos os estudos com os planos setoriais de adaptação e mitigação à mudança do Clima
implementados pelo Brasil a partir das decisões das Conferências das Partes – COPs - órgão da Convenção
Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Cada tema será acompanhado de vídeos,
curiosidades, referências bibliográficas, glossário e sites de pesquisas. A seguir uma prévia do que falaremos em
cada aula deste módulo.
Na Aula 01, que tem como título Revisitando a Rio-92: a mudança do clima entra em cena, vamos
discorrer sobre os seguintes assuntos:
Rio 92 e a Convenção do Clima.
A história das COPs.
Comércio de emissões GEE: o que é mercado de carbono?
Principais resultados da COP 4 à COP10.
Principais resultados da COP 11 à COP20.
Na Aula 02, que tem como título Proposta Brasil para o clima, vamos discorrer sobre os seguintes
assuntos:
Planos setoriais de mitigação e adaptação à mudança do clima.
As ações de mitigação abarcam também os setores de energia, agricultura e siderurgia.
Indústria, mineração, transporte e saúde também entram.
Compromissos do Brasil para a COP 21
COP21: nasce o Acordo de Paris!
Na Aula 03, que tem como título Os eventos para debater a mudança do clima, vamos discorrer
sobre os seguintes assuntos:
As Conferências de Meio Ambiente da ONU e a mudança do clima.
Rio+20.
Os movimentos sociais e a mudança do clima.
As Conferências Nacionais de Meio Ambiente e a III CNMA sobre mudança do clima.
IV Conferência Nacional do Meio Ambiente: Resíduos Sólidos.
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Iniciaremos com a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada
no ano de 1992, na cidade do Rio de Janeiro – a Rio-92 e a Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima
(UNFCCC). Vamos lá?
A Essa preocupação mundial com os problemas ambientais não é nova, e se intensificou na década de
1970 quando foi realizado o primeiro grande evento, em 1972, na Suécia - a Conferência de Estocolmo.
Na década de 1980, as evidências científicas relacionando as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE)
provenientes das atividades humanas à mudança do clima global começaram a despertar a preocupação pública
inspirando uma série de conferências internacionais que apelavam para a urgência de um tratado mundial para
enfrentar o problema.
Em 1992 ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, no
Rio de Janeiro, conhecida como Eco-92 ou Rio-92.
Dessa conferência, resultaram a Declaração sobre Manejo de Florestas, e três convençõesde :
Diversidade Biológica
Desertificação
Mudanças Climáticas
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Agenda 21: um plano de ação para redirecionar as economias e preservar o meio
ambiente no século XXI.
Princípio da Precaução: Diz que a falta de plena certeza científica não deve ser usada
como razão para que os países posterguem a adoção de medidas para prever, evitar ou minimizar as
causas da mudança do clima e mitigar seus efeitos negativos.
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A Convenção também observa que:
A maior parcela das emissões globais, históricas e atuais, de GEE é originária dos países
desenvolvidos e ainda representam a maior parcela das emissões globais;
As emissões de países em desenvolvimento de industrialização recente aumentaram de
maneira significativa nos últimos 10 anos, porém, as emissões per capita dos países em desenvolvimento
ainda são relativamente baixas;
A parcela de emissões globais originárias dos países em desenvolvimento crescerá para
que eles possam satisfazer suas necessidades sociais e de desenvolvimento.
Com a entrada em vigor da Convenção do Clima em 1994, representantes dos países signatários
passaram a se reunir anualmente para discutir os avanços para estabilização da mudança do clima. Esses
encontros são chamados de Conferências das Partes (COPs). A COP é o órgão supremo da Convenção, tem a
responsabilidade de manter e promover a efetiva implementação da Convenção por meio de instrumentos
jurídicos que serão adotados em comum acordo (MMA, [2017], on-line).
Compete à COP:
Examinar periodicamente as obrigações das Partes e os mecanismos institucionais
estabelecidos por esta Convenção;
Promover e facilitar o intercâmbio de informações sobre medidas adotadas pelas Partes
para enfrentar a mudança do clima e seus efeitos;
Promover e orientar o desenvolvimento e aperfeiçoamento periódico de metodologias
comparáveis, a serem definidas pela Conferência das Partes para elaborar inventários de emissões de
gases de efeito estufa por fontes e de remoções por sumidouros;
Examinar e adotar relatórios periódicos sobre a implementação dessa desta Convenção.
Com frequência mínima anual, os países signatários se reúnem na COP para então discutir o progresso
de implementação a partir dos termos estabelecidos.
“Embora todas as Partes devam agir para proteger o meio ambiente e o sistema climático nos níveis
nacional, regional e global, pela Convenção é necessário considerar as diferentes circunstâncias que cada país
pode contribuir para resolver o problema levando em consideração sua capacidade para prevenir, reduzir e
controlar a ameaça” (ENAP, 2016).
Para que isto seja possível, cada Parte (país) deve entregar e disponibilizar durante a COPs informações
relativas à:
Inventário nacional de emissões antrópicas por fontes e de remoções por sumidouros de
todos os gases de efeito estufa não controlados pelo Protocolo de Montreal.
Descrição geral das medidas tomadas ou previstas pela Parte para implementar esta
Convenção (são as políticas de mitigação e adaptação).
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Qualquer outra informação que a Parte considere relevante para a realização do objetivo
desta Convenção e apta a ser incluída em sua comunicação, inclusive, se possível, dados pertinentes para
cálculos das tendências das emissões mundiais.
A execução da convenção se dá pelas Conferências das Partes (COPs), de onde saem resoluções,
politicas, financiamento e demais determinações que as Partes devem se submeter. Muitas políticas brasileiras
de adaptação e mitigação do clima derivaram das resoluções das COPs.
A primeira COP foi em 1994, em Berlim e em 2015, foi em Paris - COP 21. Nos próximas tópicos,
falaremos sobre essas conferências e seus principais resultados. Iniciaremos falando da COP1 até a COP3 – onde
foi assinado o Protocolo de Quioto.
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reduzir suas emissões na medida em que os países em desenvolvimento possam aumentar suas emissões para
atender às suas necessidades de desenvolvimento e alívio da pobreza.
Que os Estados Unidos e China, juntos, respondem por 40% das emissões
de gases GEE do mundo?
Para a redução das emissões, o Protocolo de Quioto determina que os países estabeleçam programas
de redução da poluição, mas oferece também mecanismos de flexibilização com vistas à diminuição de custos
dos três mecanismos existentes:
Implementação Conjunta (IC)
Comércio de Emissões (CE)
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL)
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Implementação Conjunta (IC)
Institui que, a fim de cumprir os compromissos assumidos, qualquer Parte incluída no Anexo I do
relatório pode transferir ou adquirir de qualquer outra dessas Partes unidades de redução de emissões
resultantes de projetos que visem à redução das emissões antrópicas por fontes ou ao aumento das remoções
antrópicas por sumidouros de GEE em qualquer setor da economia. Esse mecanismo de flexibilização não se
aplica ao Brasil, que é um país não incluído no Anexo I (Não - Anexo 1).
Comércio de Emissões (CE)
É um mercado de compra e venda do “direito de emitir gases de efeito estufa”, em que a “moeda de
troca” são os chamados “créditos de carbono”. Assim, países que poluem mais podem comprar créditos
daqueles que conseguiram reduzir suas emissões para além das metas impostas. É destinado exclusivamente
aos países do Anexo I, que podem comercializar somente parte das suas emissões.
No tópico anterior, falamos da COP 1 à COP3. Agora, vamos comentar sobre o mercado de carbono,
pois isto facilita a compreensão do Protocolo de Quioto e das decisões oriundas das COPs posteriores.
Os relatórios de avaliação do IPCC, bem como os inventários de emissões de GEE realizados pelos
países, vão subsidiar a elaboração de regras e procedimentos para tomada de decisões de determinada área ou
setor econômico, por exemplo, estabelecer critérios e parâmetros para o uso da terra e florestas (vimos a
importância disso, lembra?); diminuir a emissão de metano e/ou a criação de sumidouros para ser inserido no
mercado de carbono.
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Assista ao vídeo Mercado de carbono:
https://www.youtube.com/watch?v=CtmdzZJt01Q
E assista também, ao vídeo Mercado de carbono - O que é e um exemplo
brasileiro:
https://www.youtube.com/watch?v=Q8gGQXAwIHo
O MDL no Brasil
Projetos de geração de energia por aterros sanitários, biocombustíveis e outras fontes renováveis,
reflorestamento e repotenciação de hidrelétricas - como no caso das Pequenas Centrais da Companhia Paulista
de Força e Luz (CPFL - Energia) - já foram credenciadas pela Comissão Interministerial de Mudança do Clima
a receber créditos de carbono, por terem contribuído para a redução de volumes do gás.
Para aprovar os projetos MDL, a Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM) aponta
cinco principais critérios para receber Créditos de Carbono por meio do MDL:
Promover a sustentabilidade ambiental local;
Ajudar no desenvolvimento das condições de trabalho e geração líquida de empregos;
Promover distribuição de renda;
Auxiliar no desenvolvimento e capacitação tecnológica;
Cooperar com integração regional e articulação com outros setores.
Já vimos o que é mercado de carbono. É importante você entender esse assunto, pois as discussões das
COPs que vamos mostrar têm muito a ver com esse tema, ok?
Do ser ao pó, é só
Carbono
Solene, terreno, imenso;
Perene, pequeno, humano.
(Lenine)
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1998 - Buenos Aires/Argentina (COP-4)
A COP 4 estabeleceu o Plano de Ação de Buenos Aires – que teve por objetivo criar um cronograma
para o acordo acerca das regras operacionais do Protocolo de Quioto.
Adicionalidade: Um projeto de carbono deve ser adicional a tudo que aconteceria na ausência da
atividade proposta no projeto. É um critério fundamental para que uma determinada atividade de projeto seja
elegível ao MDL, consiste na redução de emissões de GEE ou no aumento de remoções de CO2 de forma
adicional ao que ocorreria na ausência de tal atividade – adicionalidade é quanto você conseguiu reduzir de
emissões de GEE – é o espaço preenchido pela flecha azul.
A linha de base é a medida das emissões ou remoções de GEE que ocorreriam na ausência da atividade
proposta no projeto, ou seja, o que aconteceria se um projeto não fosse implementado.
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2004 - Buenos Aires/Argentina (COP-10)
A COP 10 foi marcada pela ratificação Russa, o que fez com que o Protocolo de Quioto entrasse em
vigor no dia 16 de fevereiro de 2005. As questões básicas discutidas foram: Projetos de pequena escala,
Adaptação (recursos para países pobres) e o próximo período de compromissos.
Para o Brasil, esta décima Conferência foi de particular importância pelos seguintes motivos:
Pela decisão brasileira de divulgar sua Primeira Comunicação Nacional à Convenção do
Clima, com o Inventário Nacional de Emissões de GEE;
Pela perspectiva de entrada em vigor do Protocolo de Quioto e seu MDL, o que eleva o
perfil do assunto no âmbito nacional;
Pela ênfase à adaptação à mudança do clima, pouco discutida nas COPs anteriores.
No tópico anterior, vimos os principais resultados até COP 10, em 2004. Neste período o IPCC terminou
o 3º RA e tivemos também a Rio+10. A partir de agora, falaremos da COP 11 até a COP 20. Muitas políticas
sobre mudança do clima no Brasil surgiram a partir das decisões das COPs, principalmente da COP 15.
Entre 2005 e 2014, foi promulgada a Política Nacional da Mudança do Clima, o IPCC lançou o 4º RA,
tivemos a III e a IV Conferência Nacional de Meio Ambiente sobre “Mudança do Clima” e “Resíduos Sólidos”
respectivamente e a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente - Rio+20.
Bastante coisa, não é?
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Principais resultados da COP 11 à COP20
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Assista à breve apresentação do Relatório Stern sobre a economia das
alterações climática:
https://www.youtube.com/watch?v=Mt8xw2_G4NM
A COP 14/ MOP 4 apresentou alguns avanços significativos, porém poucos resultados concretos. Os
países em desenvolvimento apresentaram propostas de redução das emissões de carbono, enquanto que as
nações desenvolvidas, à espera da posição do novo presidente dos EUA, na época, - Barack Obama - em relação
à mudança do clima, não firmaram grandes compromissos.
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2010 - Cancún/México (COP-16)
A COP 16/ MOP 6 resultou em alguns acordos destacando-se a criação do Fundo Verde do Clima,
visando administrar a contribuição financeira dos países desenvolvidos para deter a mudança do clima. Foi
mantida a meta de limitar em 2ºC a elevação da temperatura média em relação aos níveis pré-industriais. As
principais economias emergentes como China, Índia e Brasil mostraram avanços concretos em relação à redução
de emissões de carbono.
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2014 - Lima/Peru (COP-20)
A COP 20/MOP 10 resultou entre outras decisões um documento final “Chamado de Lima para a Ação
Climática” também conhecida como “Rascunho Zero”. Trata-se de um acordo para a redução de emissões de
GEE como base para um novo pacto global de clima adotado na COP 21, em Paris. Também objetiva o processo
de submissão e revisão de INDC.
As delegações de 195 países apresentaram no primeiro trimestre de 2015, seus compromissos para
reduzir as emissões globais entre 40% e 70% até 2050 e ações de adaptação à mudança do clima, com a
finalidade de limitar o aumento da temperatura do planeta a 2°C.
Chegamos a final da primeira aula do Módulo 02 e aqui aprendemos sobre o Protocolo de Quioto e
os principais resultados das Conferências das Partes (COPs).
Já na Aula 02, que tem como título Proposta Brasil para o clima, falaremos das iniciativas brasileiras
apresentadas a partir da COP 15 – revisar as políticas de mitigação que já mencionamos - e os resultados da
COP 21.
Até mais.
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Aula 02 - Proposta Brasil para o clima
Olá, bem-vindo(a) à segunda aula do Módulo 02 do nosso curso! Na aula anterior, conversamos sobre
o Protocolo de Quioto e os principais resultados das COPs.
Hoje, falaremos das iniciativas do Brasil indicadas a partir da COP 15 – verificar as políticas de mitigação
que já citamos - e os resultados da COP 21.
Vamos começar? Bons estudos!
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O Plano de Redução de Emissões da Siderurgia.
O uso do Inventário Brasileiro de Emissões Antrópicas por Fontes e Remoções por Sumidouros
de Gases de Efeito Estufa não Controlados pelo Protocolo de Montreal, da Segunda Comunicação Nacional
do Brasil à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, foi a base de dados para todos
os Planos Setoriais.
Sabemos que grande parte da redução das emissões de GEE no Brasil vem
da prevenção e controle do desmatamento, especialmente na Amazônia e no
Cerrado.
Iniciaremos neste tópico a abordagem de dois planos implementados pelo governo para deter o
desmatamento.
Vamos conhecer melhor os planos PPCDAM e PPCerrado ?
Plano de Ação para Prevenção e Controle do desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM), cuja
meta é reduzir o desmatamento em 80% até 2020.
Criado em 2004, o PPCDAM teve como objetivos reduzir de forma contínua e consistente o
desmatamento e criar as condições para se estabelecer um modelo de desenvolvimento sustentável na
Amazônia Legal.
Criado em 2004, o PPCDAM teve como objetivos reduzir de forma contínua e consistente o
desmatamento e criar as condições para se estabelecer um modelo de desenvolvimento sustentável na
Amazônia Legal. Foi estruturado em três eixos temáticos:
Ordenamento Fundiário e Territorial;
Monitoramento e controle ambiental;
Fomento às Atividades Produtivas Sustentáveis.
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As ações contidas no PPCDAm contribuíram significativamente para a drástica redução na taxa de
desmatamento da Amazônia, medida pelo Projeto Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na
Amazônia Legal, de responsabilidade do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE/MCTI).
O sucesso alcançado na redução do desmatamento da floresta amazônica atraiu a atenção da
comunidade internacional e conduziu o País à posição de referência no combate ao desmatamento e de líder
global na redução de emissões de Gases do Efeito Estufa (GEEs).
Na figura abaixo, observamos o declínio significativo das taxas de desmatamento na última fase do
PPCDAM (2012, 2013, 2014 e 2015). A taxa anual passou de 27.772 km² em 2004 para 5.831 km² em 2015 (dado
preliminar), uma redução de 80% em 10 anos.
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No Cerrado, o desmatamento ocorre de modo intenso em função de suas
características propícias à agricultura, à pecuária e pela demanda por carvão
vegetal para a indústria siderúrgica, predominantemente nos polos de Minas
Gerais e, mais recentemente, do Mato Grosso do Sul. Do total de cerca de 9,5
milhões de toneladas de carvão vegetal produzido no Brasil em 2005, 49,6%
foram oriundos da vegetação nativa” (MCT, 2010 apud AMS, 2007).
Segundo MMA (2007B), 54 milhões de hectares são ocupados por pastagens cultivadas e 21,56 milhões
de hectares por culturas agrícolas.
O PPCerrado foi instituído em 2010 e tem como meta a redução do desmatamento em 40% até 2020.
Tem como objetivo geral a redução contínua da taxa do desmatamento e da degradação florestal, bem como
da incidência de queimadas e incêndios florestais no bioma Cerrado, por meio da articulação de ações e
parcerias entre União, estados, municípios, sociedade civil organizada, setor empresarial e academia.
Os demais planos setoriais ancorados na Política Nacional sobre Mudança do Clima, como o da
Agropecuária e o da Siderurgia (carvão vegetal), têm ampla complementaridade e integração com o PPCerrado,
uma vez que é nesse bioma em que se inserem algumas atividades econômicas desses setores.
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O PPCerrado contém iniciativas do MMA e das suas instituições vinculadas
como: Ibama; Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio);
Agência Nacional de Águas (ANA) e Serviço Florestal Brasileiro (SFB).
Se não houver frutos, valeu a beleza das flores; se não houver flores, valeu
a sombra das folhas; se não houver folhas, valeu a intenção da semente.
(Henfil)
Agora, vamos falar de mais alguns planos implementados pelo Governo Federal, são eles: PDE, Plano
ABC, Plano Setorial de Saúde e o Plano de Redução de Emissões da Siderurgia.
Vamos conhecê-los melhor?
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Recuperação de Pastagens Degradadas;
Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs);
Sistema Plantio Direto (SPD);
Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN);
Florestas Plantadas;
Tratamento de Dejetos Animais;
Adaptação às Mudanças do Clima.
A abrangência do Plano ABC é nacional e seu período de vigência é de 2010 a 2020, sendo previstas
revisões e atualizações em períodos regulares não superiores a dois anos, para readequá-lo às demandas da
sociedade, às novas tecnologias e incorporar novas ações e metas.
Plano Setorial de Saúde
O IPCC e a Organização Mundial de Saúde (OMS) têm consolidado informações sobre os impactos da
mudança do clima na saúde humana.
Esses impactos adversos podem incidir de maneira direta ou indireta sobre a saúde humana, podendo
gerar consequências físicas, traumáticas, psicológicas, infecciosas e nutricionais.
Um exemplo disso é a expansão da dengue, a qual está associada ao crescimento urbano
desordenado, abastecimento de água, coleta e destinação adequada dos resíduos e também às condições
ambientais.
Somando-se a esses condicionantes, a mudança do clima desempenha um importante papel na
distribuição espacial e temporal dos vetores.
Plano Setorial de Saúde para Mitigação e Adaptação à Mudança do Clima tem como foco potencializar
as ações voltadas ao fortalecimento da capacidade de resposta dos serviços de saúde frente aos impactos da
mudança do clima.
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O setor siderúrgico como um todo emitiu 46% da emissão total dos
processos industriais em 2010 (MCTI, 2013) e cerca de 4% das emissões brasileiras
totais. A partir da década de 1980, por pressão da sociedade e da legislação
pertinente, a indústria tem-se tornado mais eficiente e sustentável, por meio da
reciclagem de produtos e subprodutos, que promoveram a redução do consumo
específico de energia” (BNDES, 2014).
Caro(a) cursista, lembre-se que citamos essas políticas no Módulo 01 como ações de mitigação!
Como um dos instrumentos da Política Nacional da Mudança do Clima (PNMC), foi criado em 2009 o
Fundo Clima, com o apoio inicial anual de aproximadamente US$ 100 milhões para os esforços de mitigação
do clima no Brasil.
Já falamos dos quatro planos setoriais de mitigação e adaptação à mudança do clima no setores de
energia, agricultura, saúde e siderurgia. Agora, para finalizarmos, vamos conhecer os outros planos setoriais na
área de Plano Setorial da Mineração, Plano Setorial da Indústria e Plano Setorial de Transporte e
Mobilidade Urbana para Mitigação da Mudança do Clima. Vamos lá?
Objetivo geral:
É promover uma análise setorial, por meio de um diagnóstico preliminar, tendo por base o Plano
Nacional de Mineração 2030, o inventário do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) e consultas diretas a
empresas do setor, com vistas ao abatimento de emissões de GEE na mineração.
As principais fontes emissoras do setor, responsáveis por cerca de 80% das emissões previstas em 2020,
são a extração e o beneficiamento físico de minério de Ferro e de agregados (areia e pedra britada para
construção civil), e o processamento de minério de ferro em pelotas.
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Finalizamos, neste tópico, os Planos Setoriais. No próximo tópico, vamos falar dos compromissos do
Brasil que foram apresentados na COP 21 em Paris, que chamamos de Pretendida Contribuição
Nacionalmente Determinada (iNDC).
No Chamado de Lima para Ação Climática está prevista a adoção dos iNDCs, - Contribuições
Pretendidas Nacionalmente Determinadas. Pelo iNDC, os países membros da Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) concordaram em delinear publicamente as ações que pretendem
adotar no âmbito de um acordo global para o novo acordo que foi decidido na 21ª Conferência das Partes em
Paris.
As contribuições dos países foram apresentadas, considerando suas prioridades nacionais,
circunstâncias e capacidades, e visam conjuntamente reduziras emissões globais de GEE de uma maneira
suficiente que limite o aumento da temperatura global média a 2ºC.
Vamos retomar a COP 19 (Varsóvia/Polônia). Nesse evento, os países decidiram preparar suas iNDC
para apresentar na COP 21 (Paris/França). Vamos ver o que ocorreu no Brasil?
O Brasil buscou construir sua iNDC com contribuições da sociedade por meio de uma consulta nacional
conduzida pelo Itamaraty a partir de 2014. A contribuição deu-se por meio de oito perguntas de múltipla
escolha sobre redução de gases-estufa e ações de adaptação aos impactos da mudança do clima. Questões
sobre os meios de implementação também compuseram a pesquisa, sempre com campos para considerações
e comentários.
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4- No setor agrícola, fortalecer o Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano
ABC) como a principal estratégia para o desenvolvimento sustentável na agricultura, inclusive por meio
da restauração adicional de 15 milhões de hectares de pastagens degradadas até 2030 e pelo incremento
de 5 milhões de hectares de sistemas de Integração Lavoura-pecuária-florestas (ILPF) até 2030.
Já conhecemos os compromissos que o Brasil levou para a COP 21. Agora, vamos falar sobre o Acordo
de Paris, documento que substitui o Protocolo de Quioto.
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Assista à animação do Tela Verde que tem como título Mudança de Clima
– Caixa:
https://www.youtube.com/watch?v=fyuCEQDhFlQ
Em dezembro de 2015, a COP21 ocorreu em Paris carregando o mesmo dilema que ocorreu na
COP3 com a criação do Protocolo de Quioto:
como diminuir a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) para evitar o aquecimento do
planeta?
O documento, chamado de Acordo de Paris, ratificado pelas 195 partes da Convenção do Clima
(UNFCCC) e pela União Europeia, teve como um dos objetivos manter o aquecimento global “muito abaixo de
2º C”, buscando ainda “esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5° C acima dos níveis pré-industriais”.
Diferentemente do Protocolo de Quioto, os países em desenvolvimento também irão se comprometer-
se com metas de redução. Dessa vez, os Estados Unidos e a China, os maiores poluidores do planeta,
apresentaram metas para reduzir suas emissões.
O Acordo de Paris é um acordo ambicioso e universal. Trata-se de um instrumento legal que vai guiar
o processo para agirmos universalmente sobre a mudança do clima e por isso deverá ser revisto a cada cinco
anos para novas atualizações e tomadas de decisões estratégicas.
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COP 21: veja perguntas e respostas sobre o Acordo de Paris. Assista ao
vídeo:
http://g1.globo.com/natureza/noticia/2015/12/acordo-de-paris-sobre-o-
clima-veja-perguntas-e-respostas.html
O Acordo de Paris contém 29 artigos. Grande parte estabelece a governança dos países e os arranjos
institucionais para coordenar e acompanhar os compromissos assumidos pelas Partes. Vamos destacar alguns
artigos:
Os artigos 3 e 4: estabelecem as iNDC (Contribuições Nacionalmente Pretendidas) como instrumento
para avaliar os esforços das partes para a implementação do Acordo. As iNDCs devem ser revisadas e
comunicadas a cada cinco anos às COPs;
O artigo 5: considera as florestas fundamentais como sumidouros e reservatórios de gases efeito estufa
e incentiva a gestão integral sustentável das florestas;
Artigo 6: enfatiza a abordagem cooperativa entre os países para auxiliar na implementação das
respectivas iNDCs.
Artigo 7: reforça a importância de aumentar a capacidade de adaptação, fortalecer a resiliência e
reduzir as vulnerabilidades à mudança do clima. Reconhece que as ações de mitigação são inversamente
proporcionais aos esforços de adaptação. Fornece estratégias a serem inseridas no processo de planejamento
para adaptação tais como a elaboração de Planos Nacionais de Adaptação e posterior avaliação e
monitoramento dos instrumentos contido nos planos;
Artigo 8: refere-se aos mecanismos de perdas e danos associados aos efeitos adversos da mudança
do clima. Assista ao vídeo A polêmica da “compensação” que divide os países ricos e pobres;
http://mais.uol.com.br/view/t15rl4kajx2a/cop21-a-polemica-da-compensacao-que-divide-paises-ricos-e-
pobres-04020E9B386CE4B15326?types=A&
Artigo 9: refere-se ao mecanismo financeiro para alcançar um equilíbrio entre adaptação e mitigação
e tem como objetivo assegurar um acesso eficiente dos recursos financeiros por meio de procedimentos
simplificados de aprovação e apoio ágil aos países em desenvolvimento;
Artigo 10: discorre sobre a importância do desenvolvimento e transferência de tecnologias para
melhorar a resiliência à mudança do clima e reduzir emissões de GEE;
Artigo 11: aborda a necessidade de ampliar a capacidade e habilidade dos países em desenvolvimento
considerando as especificidades nacionais e deve ser orientado por lições aprendidas, por meio de um processo
participativo, transversal e sensível a gênero;
Artigo 12: enfatiza a educação, a formação, a sensibilização do público, o acesso à informação como
estratégias para ampliar as ações previstas neste Acordo;
Artigo 13: dá ênfase à transparência de procedimentos e informações onde todos os países devem
registrar e divulgar suas atividades para proteção do clima, assim como dados sobre a emissão de gases-estufa,
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sendo que para as nações em desenvolvimento e emergentes este procedimento pode ser flexibilizado
considerando sua capacidade técnica e financeira. Assim, cada parte deve fornecer regularmente seus
inventários nacionais de emissões antrópicas e a avaliação e monitoramento do progresso realizado na
implementação da iNDC;
Artigo 14: trata do balanço global que as Partes devem fazer periodicamente para avaliar o alcance
dos propósitos do Acordo. O primeiro balanço global ocorrerá em 2023 e de cinco em cinco anos a partir desta
data;
Artigo 13: dá ênfase à transparência de procedimentos e informações onde todos os países devem
registrar e divulgar suas atividades para proteção do clima, assim como dados sobre a emissão de gases-estufa,
sendo que para as nações em desenvolvimento e emergentes este procedimento pode ser flexibilizado
considerando sua capacidade técnica e financeira. Assim, cada parte deve fornecer regularmente seus
inventários nacionais de emissões antrópicas e a avaliação e monitoramento do progresso realizado na
implementação da iNDC;
Artigo 14: trata do balanço global que as Partes devem fazer periodicamente para avaliar o alcance
dos propósitos do Acordo. O primeiro balanço global ocorrerá em 2023 e de cinco em cinco anos a partir desta
data;
O restante dos artigos estabelece mecanismos para facilitar a implementação e promover o
cumprimento das disposições do Acordo. Embora esse Acordo seja legalmente vinculante, não está prevista
nenhuma sanção a países que não cumpram as estipulações. O documento aprovado entra em vigor quando
for ratificado por pelo menos 55 nações que somem, no mínimo, 55% de todas as emissões globais.
Chegamos ao final da Aula 02 e aqui vimos os esforços do Brasil para mitigar e adaptar-se à mudança
do clima por meio dos planos setoriais.
Já na Aula 03, que tem como título Os eventos para debater a mudança do clima, conheceremos
outros eventos mundiais e nacionais que procuraram sensibilizar o mundo e criaram alternativas econômicas,
sociais e ambientais para estabilizar o aquecimento global.
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Aula 03 - Os eventos para debater a mudança do clima
Olá, caro(a) cursista! Bem-vindo(a) à última aula do Módulo 03. Antes de iniciarmos a nossa aula, vamos
retomar o que aprendemos na aula passada. Pois, bem, na Aula 02, discutimos os empenhos do nosso país para
a mitigação e adaptação à mudança do clima por meio dos planos setoriais criados pelo governo federal.
Agora, na Aula 03, vamos conhecer outros eventos a nível mundial e nacional que buscaram sensibilizar
o mundo e elaboraram opções econômicas, sociais e ambientais para estabilizar o aquecimento global.
Vamos começar? Que você tenha um ótimo aprendizado.
A 1ª Conferência Climatológica Mundial foi realizada na cidade de Toronto (Canadá, 1988). Essa
conferência também ficou conhecida como “Conferência de Toronto sobre a atmosfera em mudança”, a primeira
reunião internacional importante que trouxe governos e cientistas para discutirem em conjunto uma ação sobre
a mudança do clima.
Nessa conferência, os governos dos países industrializados prometeram diminuir as emissões
voluntárias de CO2 com o corte de 20% pelo ano 2005 (a chamada “Tabela de Toronto”). Surge o Painel
Intergovernamental de Mudança do Clima (IPCC), onde 300 cientistas especializados em clima do mundo foram
encarregados de rever a ciência do clima e avaliar os impactos causados pela mudança do clima.
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aprovou o início das negociações, criando-se o Comitê Intergovernamental de Negociações (CIN) – responsável
pela confecção da Convenção sobre mudança do clima.
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) foi ratificada durante
a Rio-92. Aprovadas junto com mais quatro documentos, foram lançadas as bases de referência para políticas,
programas, projetos e medidas pelas quais governos, empresas e organizações da sociedade devem se orientar
para promoverem o desenvolvimento sustentável.
As duas “convenções” são acordos cujo cumprimento é obrigatório, do ponto de vista jurídico, para
os países que os ratificaram. Em outras palavras, "funcionam" como "leis" internacionais que definem, inclusive,
eventuais sanções ou penalidades no caso de descumprimento.
Já as declarações e a Agenda 21 são acordos protocolares que estabelecem políticas, sem vinculação
jurídica, isto é, cujo cumprimento depende do comprometimento contínuo das lideranças, governos e
sociedades - de cada país que assinou tais instrumentos.
A partir dos resultados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), verificou-se
uma tendência de aquecimento global devido a razões antrópicas. Com isso, a Convenção do Clima
estabeleceu como principal objetivo estabilizar as concentrações de Gases de Efeito Estufa (GEE) na atmosfera
em um nível que impeça um desiquilíbrio perigoso no sistema climático global.
Para isso, caro(a) cursista, foram definidos compromissos e obrigações para todos os países
(denominados Partes da Convenção - COPs) onde, considerando o princípio das responsabilidades comuns,
porém diferenciadas, foram determinados compromissos específicos para as nações desenvolvidas.
Outro documento importante que sofreu atualizações como Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
(ODM), e, atualmente, Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), pactuado na Rio-92 foi a Agenda 21.
Outro documento importante que sofreu atualizações, pactuado na Rio-92, foi a Agenda 21. Com 40
capítulos, mostrou uma agenda de compromissos para a mudança do padrão de desenvolvimento no séc. XXI
que visa a um equilíbrio ambiental e à justiça social entre as nações. No seu capítulo 9 já apontava a necessidade
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de proteger a atmosfera que, naquele período, referia-se à proteção da Camada de Ozônio. Mesmo
considerando as incertezas relativas à mudança do clima, pregava a eficiência do consumo de energia e a
necessidade das famílias pensarem num consumo sustentável sem desperdícios.
É importante salientar que a Rio+5 contribuiu para criar um ambiente político propício à aprovação do
Protocolo de Quioto em dezembro daquele ano, durante a COP-3, no Japão.
Rio+10 (2002)
Apesar da avaliação produzida em Nova York na Rio+5, pouca coisa mudou nos cinco anos seguintes.
A Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+10), promovida pela ONU, ocorreu em
Johanesburgo, na África do Sul em 2002.
E o principal documento que daí resultou foi o Plano de Implementação de Johanesburgo, que
fortaleceu o papel da Comissão sobre Desenvolvimento Sustentável da ONU (CDS), reiterou metas para reduzir
a perda de biodiversidade até 2010 e reduzir à metade a população sem acesso à água potável até 2015.
No tópico anterior, falamos das grandes conferências da ONU sobre meio ambiente com destaque ao
tema mudança do clima. Agora, vamos saber um pouco mais sobre a última conferência – Rio+20 e ver como
essas questões foram tratadas.
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Rio+20
(Jô Soares)
Participaram da Rio+20 delegações oficiais de 191 Estados-membros da ONU, dois países observadores
e 85 organismos internacionais e agências especializadas da ONU. No total, a ONU credenciou 45.763
participantes.
A Rio+20 alertou que a superação dos desafios do desenvolvimento sustentável nos próximos 20 anos
passa pela necessária mudança de padrões de produção e consumo, transição a padrões mais sustentáveis que
avancem com maior ou menor velocidade, de acordo com o engajamento do setor produtivo.
A economia verde
O setor empresarial, que 20 anos atrás esteve praticamente ausente da Rio-92, agora, durante a Rio+20,
liderou a realização de compromissos voluntários, reconhecendo o valor do capital natural e comprometendo-
se a usar os recursos naturais de forma responsável. Ao longo de quatro dias, mais de 3 mil pessoas,
representando cerca de 1.500 empresas de 60 países, participaram de eventos do “Global Compact” – o braço
da ONU para relação com a iniciativa privada – e produziram 220 compromissos.
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Recursos
Os países concordaram em desenvolver uma estratégia de financiamento do desenvolvimento
sustentável para atender aos compromissos acordados no Rio, incluindo esforços para alcançar os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável.
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Já conversamos sobre a Rio+20 e os principais resultados. Neste momento, vamos falar um pouco do
papel dos movimentos sociais e organizações não governamentais no combate ao aquecimento global. A
sociedade civil tem uma atuação muito forte nesta área. Primeiramente, vamos visitar a Cúpula dos Povos na
Rio +20 e na COP 20.
A Cúpula dos Povos é um evento paralelo às Conferências das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável. Organizada pela sociedade civil global, ela convoca e reúne todas as organizações civis e
movimentos sociais (ambientais, sindicais, grêmios estudantis, indígenas, agrários, de mulheres etc.) para
fortalecer uma agenda comum e exercer pressão sobre os tomadores de decisão.
No Rio de Janeiro – Rio+20
Na Rio+20, organizações não governamentais, movimentos sociais e coletivos de todo o mundo foram
um contraponto crítico ao governo e ao setor privado. Com o planeta em crise – econômica, ambiental e
socialmente –, a Cúpula dos Povos deixou uma mensagem clara: as soluções para os problemas que vivemos
hoje já existem, e elas são praticadas por povos de todo o mundo.
As ações da cúpula na Rio+20 foram norteadas por três eixos tendo em vista que os problemas sociais
e ambientais estão à mercê de falsas soluções do governo e da interferência das corporações e da iniciativa
privada nas negociações:
O primeiro eixo discorreu sobre a economia verde, considerada insatisfatória para lidar com a crise
ambiental e da necessidade de dar voz às comunidades diretamente ligadas às regiões mais afetadas pelos
problemas socioambientais da atualidade.
O segundo eixo foi focado na apresentação de soluções e novos paradigmas dos povos. Para isso, foi
montado um segundo espaço, chamado de Território do Futuro. Nele, entidades e comunidades trocaram
saberes e educação popular e apresentaram experiências e práticas como solução para crises globais e
construção da justiça social e ambiental.
No terceiro eixo, de estimulo à articulação de organizações e movimentos para a luta social pós-
Rio+20, a cúpula incentivou os grupos a integrarem agendas e campanhas. Houve também espaço para
atividades culturais e expressões populares.
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Assista à matéria do Rio+20 - Cúpula dos Povos:
https://www.youtube.com/watch?v=-2vMy5w5fVo
Em Lima, na COP 20
Na COP 20 em Lima, em 2014, participaram da Cúpula dos Povos pelo menos 8 mil pessoas e duzentas
organizações sociais de diversos países, tendo como tema central esta ideia:
Foram previstas atividades e mesas de discussão, divididas em oito eixos temáticos, que não
foram considerados prioritários pela COP 20:
Crise da civilização, mudança social e modelos alternativos de vida social;
Aquecimento global e mudança climática;
Soberania e transição energética;
Agricultura e soberania alimentar;
Gestão sustentável do território e os ecossistemas;
Mulheres e sustentabilidade da vida;
Trabalho digno versus falsas soluções;
“Economia verde" e "empregos verdes".
O envolvimento de ONGs e movimentos sociais com a questão da mudança do clima começou com a
entrada em vigor do Protocolo de Quioto, em 2005. Mas foi a partir da divulgação do Quarto Relatório de
Avaliação do IPCC (2007) que a mudança do clima passou a receber maior atenção de muitas organizações.
Mesmo aquelas que não trabalham diretamente com o tema começaram a acreditar que os efeitos
decorrentes da mudança do clima têm uma grande conexão com suas áreas de atuação ou com suas bandeiras
de luta tais como: o desmatamento, construção de hidroelétricas, demarcação de áreas protegidas etc.
Vamos dar alguns exemplos das principais ONGs e Movimentos com destaque nesta área:
Observatório do Clima: uma aliança de ONGs criada, em 2002, para tratar principalmente das
oportunidades e desafios do MDL e florestas, que nos anos seguintes passou a tratar de temas de política
nacional e internacional e monitorar as emissões de GEE pelo Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de
Efeito Estuda (SEEG).
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ONGs que desempenham papel relevante no monitoramento da política florestal e/ou de
ocupação da Amazônia, bem como de outros biomas: Instituto Socioambiental (ISA), SOS Mata Atlântica,
Instituto Pesquisa Amazônica, Greenpeace, Word Wildlife Found (WWF/Brasil), entre outras.
ONGs que trabalham com projetos de captura de carbono e conservação: Instituto de Pesquisas
Ecológicas (IPÊ); Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), entre outras.
Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE) e Rede Brasileira de Justiça
Ambiental (RBJA): defendem os direitos humanos e das populações atingidas por eventos extremos ou
refugiados ambientais.
Aliança dos Povos da Floresta: tem como objetivo criar espaço para que diferentes povos da floresta
(índios, seringueiros, ribeirinhos, pescadores, entre outros) na América Latina dialogassem sobre políticas de
REDD++ e fossem inseridos no processo de negociações internacionais sobre mudança do clima.
Instituto de Pesquisa amazônicas (IPAM): tem como foco estudos e pesquisas sobre emissões de
gases de efeito estufa provenientes do desmatamento da Amazônia, procurando envolver atores fundamentais,
como os povos da floresta.
Vitae Civilis - Instituto para o Desenvolvimento, Meio Ambiente e Paz: acompanha, desde 1990,
os processos que envolvem tanto a política nacional quanto internacional de mudança do clima.
Já falamos da Cúpula dos Povos e da reação dos movimentos sociais aos resultados da Rio+20. Agora,
falaremos sobre os processos de conferências nacionais de meio ambiente no Brasil com destaque à III
Conferência Nacional de Meio Ambiente, cujo tema foi “Mudança do Clima”.
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As Conferências Nacionais de Meio Ambiente e a III CNMA sobre mudança do
clima
Os grandes sucessos
dependem de incidentes
Pequenos.
(Demóstenes)
O modelo de gestão participativa, realizado por meio de conferências nacionais, ganhou impulso a
partir de 2003 com o objetivo de compartilhar o poder e a corresponsabilidade entre o Estado e sociedade civil
na elaboração das políticas públicas. No âmbito do Ministério do Meio Ambiente, foram realizadas quatro
Conferências Nacionais (em 2003, 2005, 2008 e 2010) com temas relevantes que precisavam ser conhecidos e
discutidos com a sociedade.
Na I CNMA (2003) e na II CNMA (2005) foram discutidos respectivamente:
Esses temas foram bem abrangentes, pois visavam ao fortalecimento da política ambiental como um
todo. Foi dada ênfase na prevenção e controle do desmatamento na Amazônia; na criação e consolidação de
unidades de conservação, no Desenvolvimento Sustentável da BR 163 até a revitalização da bacia do Rio São
Francisco, entre outros temas.
Já a III CNMA, realizada em 2008, teve o desafio de debater uma das principais preocupações
ambientais do planeta: as mudanças do clima. O tema, que até então estava restrito à comunidade científica e
governos, ganhou as ruas após a divulgação dos últimos relatórios do Painel Intergovernamental de Mudança
do Clima (IPCC). Atualmente, o mundo inteiro se debruça na busca de soluções para enfrentar os impactos
causados pelo aquecimento global.
Já a III CNMA, realizada em 2008, teve o desafio de debater uma das principais preocupações
ambientais do planeta: as mudanças do clima. O tema, que até então estava restrito à comunidade científica e
governos, ganhou as ruas após a divulgação dos últimos relatórios do Painel Intergovernamental de Mudança
do Clima (IPCC). Atualmente, o mundo inteiro se debruça na busca de soluções para enfrentar os impactos
causados pelo aquecimento global.
Em 2007, o Programa Brasileiro de Álcool Combustível, o Plano Nacional de Combate à
Desertificação e o Plano Nacional de Recursos Hídricos foram iniciativas que contribuíram muito para reduzir
as emissões de GEE.
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As 660 deliberações de competência do MMA e de outros órgãos foram divididas por
temas:
Biodiversidade e Florestas;
Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos;
Águas e Recursos Hídricos;
Fortalecimento do Sisnama e Controle Social;
Elementos de uma Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável.
Muitas resoluções dessas conferências geraram leis, eventos, campanhas, pesquisas, programas e
projetos de fomento do MMA. Concretizando algumas deliberações da III CNMA, foi realizada, em 2010, a I
Conferência Nacional de Saúde Ambiental coordenada pelos Ministérios da Saúde, Cidades e Meio Ambiente,
cujas resoluções deram origem ao Fórum Brasileiro de Saúde Ambiental.
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MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. III CNMA - Mudança do Clima. Caderno
de Debate.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. III CNMA - Mudança do clima. Texto base
consolidado.
Disponíveis no curso digital (dentro da Plataforma de Ensino).
Apresentaremos a IV Conferência Nacional do Meio Ambiente, cujo tema foi Resíduos Sólidos. Já
falamos da relação entre emissão de GEE e resíduos sólidos, não é? Vamos aprofundar um pouco esta discussão.
O tema Resíduos Sólidos também foi um dos focos da Rio+20. Debateu-se a necessidade de como
produzir mais, usando mais energias renováveis, menos recursos naturais e gerando menos resíduos e, portanto,
menos emissões de GEE.
A partir das deliberações da III CNMA em 2008, o governo entendeu a urgência de se elaborar uma
lei com obrigações, direitos e deveres para todos os segmentos sociais. Assim, após 21 anos de negociações e
ampla participação social, foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) (Lei nº 12.305 de
2010). Essa lei responsabiliza toda a sociedade brasileira pela gestão integrada e pelo gerenciamento dos
resíduos sólidos, apresentando três conceitos cruciais:
Gestão integrada dos resíduos sólidos;
Responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
Logística reversa.
Contexto
Com quase 84% de seus 201 milhões de habitantes vivendo em cidades, o Brasil enfrenta o imenso
desafio da concentração de resíduos e esgotos, com a consequente concentração da poluição química e
biológica nos solos e nos corpos d’água. As coletas de lixo e de esgotos aumentam a cada ano, porém a
destinação dos detritos coletados nem sempre é a desejável do ponto de vista ambiental. Para efeito de cálculo
das emissões, o setor de Resíduos inclui os GEE derivados do tratamento e disposição de resíduos sólidos,
esgotos domésticos e industriais, além das emissões resultantes da incineração de resíduos sólidos.
Os resíduos das atividades agropecuárias, como dejetos animais e restos de culturas agrícolas, não
estão incluídos neste setor. Eles são contabilizados nas estimativas de emissões do setor Agropecuário.
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O setor de Resíduos no Brasil contribuiu com 1.460,5 Mt CO2e (período 1970 –
2014) de emissões de GEE brutas. Entre 1970 e 2014, o total de emissões derivadas de
Resíduos passou de 12 milhões de toneladas de CO2e para 68,3 milhões de toneladas
de CO2e (GWP), um crescimento superior a 450% em 44 anos!
Em 2014, as emissões de GEE dos resíduos sólidos representam 53,2% do total do setor Resíduos. A
geração de resíduos sólidos urbanos em todo o país, no ano 2014, foi de quase 71.260 toneladas, ou 0,96 quilos
por habitante/dia, segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais
(Abrelpe).
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Conscientizar o cidadão para reduzir e descartar de forma consciente o lixo que produz de forma a
reduzir as enchentes, os lixões, diminuir a poluição dos mares, proteger as nascentes dos rios, os animais, as
plantas, nossa saúde e emissões de GEE.
No terceiro módulo, vamos aprender as especificidades dos biomas do Brasil e as suas vulnerabilidades
socioambientais, bem como as políticas ambientais para mitigar e adaptar. Já vimos algumas políticas aqui no
Módulo 02, mas vamos intensificá-las, levando em conta as particularidades de cada território de estudo.
Até lá.
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