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Artigo Inédito

Desgaste interproximal e suas implicações clínicas


Osmar Aparecido Cuoghi*, Rodrigo Castellazzi Sella**, Fernanda Azambuja Macedo***,
Marcos Rogério de Mendonça****

Resumo

Introdução: o alinhamento dentário correto, bem como sua estabilidade, representam objeti-
vos importantes do tratamento ortodôntico. O apinhamento na região anterior é uma anoma-
lia de posição dentária comum e para obter sua correção as opções clínicas disponíveis para
o ortodontista são as extrações dentárias, a expansão do arco dentário ou os desgastes inter-
proximais. Os desgastes freqüentemente são indicados, mas existem questionamentos quanto
às indicações, técnicas e condições pré e pós-tratamento. Objetivo: o objetivo deste artigo é
apresentar uma discussão, embasada na literatura pertinente, dos principais fatores envolvidos
com este procedimento clínico.

Palavras-chave: Desgaste interproximal. Apinhamento. Movimentação dentária.

INTRODUÇÃO rem exatamente o tratamento ortodôntico sem


O apinhamento dentário está presente na extrações, uma vez que a característica primordial
maioria das más oclusões, requerendo do profis- da má oclusão é a discrepância de modelos ne-
sional um conhecimento amplo sobre o diagnósti- gativa, sendo o tamanho dentário o maior contri-
co e plano de tratamento. De acordo com sua se- buinte para o problema21,25. A principal vantagem
veridade, existem modos diferentes de tratamento, deste procedimento é a redução do tempo de tra-
como a distalização de molares, as extrações, as tamento, pois a quantidade de esmalte desgastado
expansões dos arcos dentários e os desgastes in- normalmente corresponde ao espaço requerido.
terproximais. Os desgastes dentários referem-se à A Ortodontia contemporânea vem usufruindo
diminuição das dimensões dentárias mesiodistais intensivamente deste procedimento, o que o torna
com objetivo de corrigir apinhamentos suaves ou cada vez mais freqüente no cotidiano clínico18,19,20.
moderados, bem como eliminar a desproporção Entretanto, muitas são as dúvidas quanto ao nível
natural de tamanho dentário entre os arcos, e re- de apinhamento que pode ser corrigido, quantida-
querem o conhecimento de vários aspectos clíni- de de desgaste do esmalte e sua qualidade após a
cos para serem realizados4,7,10,14,15,17,18,19. terapia, envolvimento pulpar e periodontal, mate-
A nomenclatura pertinente envolve os termos riais utilizados e estabilidade em longo prazo, de
recontorno ou reaproximação dentária, que suge- modo que o desgaste interproximal constitui um

* Professor Assistente Doutor do Departamento de Odontologia Infantil e Social, Disciplina de Ortodontia Preventiva, da Faculdade de
Odontologia de Araçatuba – UNESP.
** Mestre em Ortodontia pelo Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP.
Doutorando em Ortodontia pelo Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP.
*** Mestre em Ortodontia pelo Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP.
**** Professor Assistente Doutor do Departamento de Odontologia Infantil e Social, Disciplina de Ortodontia Preventiva, da Faculdade de
Odontologia de Araçatuba – UNESP.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial 32 Maringá, v. 12, n. 3, p. 32-46, maio/jun. 2007
Cuoghi, O. A.; Sella, R. C.; Macedo, F. A.; Mendonça, M. R.

assunto de suma importância e não completamen- dentes anteriores para correção de apinhamento
te conhecido. está se tornando cada vez mais conhecido. Entre-
Porém, é importante deixar bem claro que os tanto, é extremamente importante entender que
desgastes interproximais são utilizados para a re- esta abordagem não está indicada para a correção
dução da dimensão dentária, pois este é o fator a de casos de apinhamento severo, mas um suple-
ser corrigido; quando a discrepância de modelos mento para eliminação de apinhamentos suaves e
tem como fator principal o aumento do espaço moderados envolvendo muitos casos considerados
presente, outros procedimentos têm melhor indi- limítrofes para o tratamento ortodôntico, propor-
cação. O clínico deve estar atento para não ofe- cionando um resultado estético mais favorável.
recer o tratamento equivocado ou até mesmo as- Tradicionalmente, o desgaste de esmalte nas
sociar dois métodos de tratamento sem o correto regiões interproximais foi idealizado para o trata-
entendimento do que deve ser corrigido. mento de casos com discrepâncias entre as largu-
Desta forma, este artigo tem como propósi- ras dos dentes superiores e inferiores. Esta filosofia
to discutir os fatores relacionados com o proce- foi brilhantemente descrita por Bolton4 em seu
dimento conhecido por desgaste interproximal, artigo clássico de 1958, que relata a desarmonia
exemplificar os principais métodos de aplicação e de tamanho dentário e sua relação para a análise e
apresentar a utilização desta técnica no tratamen- tratamento das más oclusões. Estudos subseqüen-
to ortodôntico. tes, como os de Crosby, Alexander6 e Freeman et
al.9, demonstraram que aproximadamente 20%
REVISÃO DA LITERATURA dos pacientes apresentam discrepância de tama-
O desgaste interproximal tem sido documen- nho dentário, decorrente de um excesso de massa
tado ao longo dos anos e teve destaque a partir dentária no arco inferior.
da década de 80, quando Sheridan17,18, Sheridan Em um artigo clássico de 1980 relacionando
e Ledoux19 escreveram seus artigos clássicos. En- os fatores envolvidos com a oclusão do segmen-
tretanto, este procedimento foi pouco utilizado to anterior, Tuverson21 inferiu que a redução de
antes do advento da colagem direta, pois o tra- esmalte de 0,3mm para os incisivos inferiores e
tamento era realizado com a bandagem de todos 0,4mm para os caninos inferiores pode ser realiza-
os dentes, impossibilitando a realização desta téc- da sem prejudicar a vitalidade dentária. Radiogra-
nica para obtenção de espaço17. Atualmente, os ficamente, existe esmalte suficiente para permitir
desgastes tornaram-se comuns, por meio do es- o desgaste dentário sem comprometimento da
tabelecimento de uma alteração da anatomia dos face proximal. Enfatizou que a opção pelo desgas-
contatos proximais, tanto para eliminar proble- te dentário seria a alternativa mais indicada para
mas de apinhamento e discrepância de tamanho casos limítrofes de extração.
dentário, quanto para aumentar a estabilidade dos Sheridan18 afirmou que os desgastes interpro-
arcos dentários. Este tipo de intervenção parece ximais podem ser indicados para tratar indivídu-
originar-se de dados colhidos de aborígines pré- os que apresentem discrepâncias de modelos de
históricos que, freqüentemente, exibiam desgastes 4 a 8mm, evidenciando-se uma alternativa para o
dentários oclusais e proximais, com arcos estáveis tratamento de casos com discrepância negativa de
e sem a presença de apinhamento5. modelos.
O desgaste pode ser realizado em até metade
Indicações e quantidade de desgaste da espessura do esmalte interproximal, o que se-
do esmalte gundo Sheridan17 corresponde a aproximadamen-
O procedimento de desgaste interproximal de te 0,8mm em cada face dos dentes posteriores e

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0,5mm dos dentes anteriores de ambos os arcos, que ocorra a manutenção da relação adequada.
permitindo um ganho de até 8,9mm de espaço se Por outro lado, nos casos de Classe II e Classe III,
o desgaste for realizado a partir da mesial dos pri- os caninos inferiores podem ser desgastados, res-
meiros molares. pectivamente, nas faces mesiais e distais. Para os
Em 1998, Stroud et al.20 quantificaram o des- caninos superiores, as regiões mais indicadas para
gaste proximal na região posterior do arco dentá- os desgastes são as distais nos casos de Classe II e
rio inferior. Por meio de radiografias interproximais mesiais nos casos de Classe III.
digitalizadas, a espessura do esmalte e da dentina Barrer3 informou que tratamentos que necessi-
de pré-molares e primeiros e segundos molares in- tam de até 2,5mm de espaço respondem bem à téc-
feriores foi medida sobre o plano que representava nica de desgaste, todavia, discrepâncias maiores que
o maior diâmetro mesiodistal de cada dente. Con- esta, freqüentemente, requerem extrações.
forme o estudo, existem aproximadamente 10mm Dipaolo e Boruchov7 destacaram a importân-
de esmalte na região posterior (2 pré-molares e 2 cia da mensuração do esmalte interproximal e da
molares) de cada hemiarco. Considerando-se 50% largura da raiz em relação à coroa, estabelecendo
de redução, estes dentes são capazes de promover a radiografia periapical como método de avaliação.
5mm de espaço em cada hemiarco, o que totaliza Ficou instituído que o limite do desgaste deve ser
10mm de espaço adicional para o tratamento or- a metade do esmalte interproximal e a coroa não
todôntico no arco inferior. Não foram detectadas deve ser desgastada além da largura da raiz, o que
diferenças entre os gêneros, entretanto os auto- impediria o fechamento do espaço e promoveria
res julgaram interessante destacar que o esmalte condições propícias para o desenvolvimento de
nos segundos molares apresentou-se significati- problemas periodontais.
vamente mais espesso (0,3 a 0,4mm) em relação Contudo, Artun et al.2 analisaram a condição
aos pré-molares. Salientaram ainda que o desgaste periodontal de áreas que apresentavam proximi-
interproximal é bem indicado para discrepâncias dade entre as raízes dentárias e verificaram que, ao
de arco menores que a soma dos diâmetros mesio- contrário do que afirmaram Diapolo e Boruchov7,
distais de dois pré-molares. Quando os 15mm de os dentes anteriores não apresentaram maior sus-
comprimento de arco obtidos por meio de extra- ceptibilidade aos problemas periodontais quando
ções representam mais do que o necessário para suas raízes estão mais próximas.
solucionar a discrepância de modelos negativa, este Segundo Harfin10, o desgaste pode ser realiza-
procedimento constitui uma opção mais conserva- do nos casos que exibem a má oclusão de Classe I,
dora, que permite ao ortodontista melhor controle quando a fase de crescimento já cessou, com api-
de espaço. Os autores afirmaram que este tipo de nhamento de até 3mm no arco inferior e 4mm no
terapia deve ser realizado apenas nos casos com arco superior. A autora destacou que esta técnica
apinhamento dentário suave, boa higiene bucal e proporciona resultados clínicos satisfatórios quanto
relação de molares Classe I com perfil equilibrado. ao alinhamento dentário, com o mínimo de altera-
Além disso, este procedimento pode ser utilizado ção no perfil e sem expansão no arco, evita extra-
em casos de Classe II dentoalveolar ou discrepân- ções, promove resultados estáveis e elimina espaços
cias de tamanhos dentários de Bolton, regularizan- triangulares nas regiões cervicais em pacientes adul-
do os níveis de trespasse horizontal e vertical. tos. Além disso, mencionou que este procedimento
Com relação aos caninos, o ideal é que seja está contra-indicado em pacientes com má higieni-
avaliada a relação de intercuspidação posterior. zação (pois pode aumentar o risco de cáries), em
Se a oclusão apresentar características de norma- pacientes com gengivite e em pacientes que ainda
lidade, os caninos não devem ser desgastados, para se encontram na fase de crescimento.

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Cuoghi, O. A.; Sella, R. C.; Macedo, F. A.; Mendonça, M. R.

Com o propósito de examinar a estabilidade em mesmo quando é realizado o polimento.


longo prazo do alinhamento dos incisivos inferiores Considerando as inúmeras tentativas de eli-
sem o uso de retentores, Aasen e Espeland1, em 2005, minação dos sulcos provocados pelos desgastes,
utilizaram uma amostra de 56 pacientes tratados Zachrisson25 destacou que superfícies lisas podem
conforme um protocolo que incluiu a sobrecorreção ser produzidas com discos para polimento. Con-
de dentes que apresentavam giroversão e redução de forme o disco de lixa vem se desgastando durante
esmalte das superfícies proximais na região ântero- o procedimento, age como um instrumento de po-
inferior. Houve uma preocupação quanto à manu- limento, descartando a necessidade de polimento
tenção da forma do arco dentário, evitando expansão adicional.
lateral e vestibularização dos incisivos. Foram obti- Sheridan e Ledoux19 informaram que a reali-
dos modelos de estudo iniciais, finais e com 3 anos zação de desgaste com brocas associadas à micro-
de pós-tratamento. O alinhamento dos incisivos in- motores e selantes pode proporcionar um menor
feriores foi registrado por meio do índice de irregu- risco de cáries interproximais, por meio do sela-
laridade de Little12. A distância intercaninos e a soma mento e suavização dos sulcos gerados durante o
das larguras mesiodistais dos incisivos inferiores e ca- procedimento de desgaste.
ninos também foram medidas. O total de esmalte re- Entretanto, El-Mangoury et al.8 demonstraram
movido, advogado por estes autores, nas superfícies que as superfícies desgastadas não são mais sus-
proximais dos dentes ântero-inferiores variou de 0,3 ceptíveis a cáries, quando comparadas com super-
a 5mm (1,9mm em média). O aumento médio de fícies normais. Não foi utilizado selante, como su-
0,6 no índice de irregularidade de Little, da fase final gerem Sheridan e Ledoux19, pois para os autores a
à fase de 3 anos pós-tratamento, indicou estabilidade aplicação de selantes interfere na remineralização
satisfatória. Em 45% dos pacientes, a mudança no do esmalte, que ocorre 9 meses após a realização
valor do índice de irregularidade durante este perí- do procedimento. Todavia, a aplicação tópica de
odo foi menor que 0,5, indicando que o método de flúor foi estabelecida como um procedimento va-
tratamento apresentado pode ser considerado uma lioso para proteção contra cáries.
estratégia alternativa à instalação da contenção infe- Investigando as alterações microscópicas so-
rior, para manter a estabilidade do alinhamento dos bre a polpa e a dentina após o desgaste de esmal-
incisivos inferiores. te, Zachrisson e Mjör24 relataram que a superfície
Considerando que a diminuição de 50% do es- de esmalte submetida ao desgaste com instru-
malte dentário resguarda uma espessura de esmal- mentos diamantados apresentava irregularidades
te aceitável biologicamente, este procedimento pronunciadas, de acordo com a granulação da
constitui um método de tratamento que pode ser lixa ou broca utilizada.
aplicado nos casos de apinhamentos suaves a mo- Em 1999, Zhong et al.26 criaram um protocolo
derados, ou ainda, para correção de desproporções do procedimento de polimento, que deve ser rea-
dentárias dos casos que apresentam discrepância lizado com discos Sof-Lex (3M) fino e ultra-fino,
de Bolton. por 40 segundos cada. Discordes das afirmações
de Radlansk et al.14, que defenderam que a super-
Qualidade do esmalte após fície polida dessa forma apresenta-se mais lisa que
o desgaste o esmalte original.
O desgaste do esmalte proporciona alguns efei- Comparando métodos de desgaste e polimento,
tos indesejáveis. Ao realizar este procedimento, Piacentini e Sfondrini13 elucidaram que a superfí-
Radlanski14 explicou que são criados sulcos, des- cie de esmalte com maior lisura foi aquela subme-
tacando a impossibilidade de eliminação destes, tida ao desgaste com broca carbide de tungstênio

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com 8 lâminas retas, com posterior polimento por produziu áreas com retenção de placa e regiões
meio de discos Sof-Lex. susceptíveis a cáries, com conseqüentes alterações
Sobre este aspecto, no estudo in vitro desen- dentinárias e pulpares. Entretanto, se a lisura su-
volvido em 1994, Twesme et al.22 observaram que perficial for atingida, este procedimento não se
o uso de gel fluoretado sobre o esmalte desgastado torna prejudicial.
promoveu uma redução na penetração da lesão Existem diferentes opiniões quanto aos resul-
cariosa, porém, em menor grau quando compara- tados e estabelecimento de efeitos deletérios do
do com a superfície não desgastada. desgaste do esmalte. Tuverson21 defende a idéia de
Em 1992, Joseph et al.11 aferiram o efeito de que esta técnica deve ser seletivamente utilizada
uma solução sintética calcificadora (concentra- em pacientes com boa higiene bucal e baixa sus-
ção de cálcio de 1mol/l) sobre o esmalte desmi- ceptibilidade a cáries. Desta forma, as indicações
neralizado. Após a aplicação de ácido fosfórico para utilização desta técnica podem estar com-
durante 1 minuto sobre a face vestibular de 10 prometidas, pois não existem garantias de que a
incisivos centrais, lavagem e secagem, aplicou-se higiene bucal satisfatória será mantida ao longo da
duas camadas de verniz de unha sobre metade vida.
das faces vestibulares desmineralizadas e dividiu- Em 1988, Radlanski et al.14 citaram que a pre-
se a amostra aleatoriamente em dois grupos. O disposição a cáries interproximais e problemas
grupo I recebeu 1 hora de exposição à solução periodontais, causada pelo desgaste interdentário,
remineralizadora, continuamente agitada por parece estar associada ao acúmulo de placa nos
uma máquina osciladora. O grupo II foi tratado sulcos. Entretanto, o mesmo autor, em 1989, veri-
com 10 exposições com 1 hora de duração cada. ficou a ausência de cáries e problemas periodon-
Os resultados mostraram marcante precipitação tais, um ano após a realização dos desgastes inter-
cristalina em 5 e 10 horas de exposição à solução. proximais com tiras de lixas.
Levando-se em consideração que a remineraliza- Além disso, Rogers e Wagner16 mencionaram
ção artificial de superfícies de esmalte submeti- que a aplicação tópica de flúor é de valor clínico
das ao ataque ácido é possível por meio de solu- real para proteger a superfície do esmalte reduzi-
ções de cálcio-fluoreto, sugeriu-se a realização de do pelo desgaste. Enfatizaram que o desgaste deve
desgastes mecânico-químicos, proporcionando a ser realizado com irrigação abundante e, quando
menor rugosidade superficial gerada em relação limitado ao esmalte, este não provoca alterações
aos métodos mecânicos. na polpa ou na dentina.

Envolvimento pulpar e acúmulo de Recursos utilizados para realização de


placa bacteriana desgastes interproximais
Em 1966, Van Der Fehr e Steiness23 elucida- Vários métodos são utilizados para realização
ram que o desgaste dentário limitado ao esmalte do desgaste. Os mais citados são a lixa de aço
não provoca alterações microscópicas na polpa ou para amálgama, a ponta diamantada montada em
na dentina. Os autores demonstraram que quan- alta rotação, o disco de lixa unifacetado e as bro-
do exposto ao meio bucal, o esmalte desgastado cas de tungstênio multilaminadas com 8 lâminas
incorpora características próximas às do esmalte retas.
normal. Por outro lado, a análise microscópica Sheridan17 descreveu a técnica de desgaste
da superfície do esmalte submetido ao desgaste com alta rotação, objetivando a remoção de es-
exibiu irregularidades proporcionais à aspereza malte, principalmente, na região distal de caninos,
do instrumento (broca ou lixa). Esta condição em decorrência da maior quantidade de esmalte.

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Salientou a necessidade de manutenção da for- um contorno anatômico adequado com pontas


ma original do ponto de contato. Para facilitar os diamantadas cônicas, especificação 135-EF, ultra-
procedimentos operatórios, foi recomendada a finas para acabamento.
inclusão de um fio de aço 0,020” no espaço inter- Joseph et al.11 compararam, por meio de mi-
proximal, evitando danos à gengiva, controlando a croscopia eletrônica de varredura, as diferenças
remoção e acabamento do esmalte e favorecendo exibidas pelo esmalte desgastado por métodos
a fluoretação tópica. O fio 0,020” corresponde a mecânicos e químicos. Sessenta dentes anteriores
um diâmetro de 0,5mm e, uma vez que foi re- foram divididos em dois grupos. Os dentes in-
comendada a redução de 50% do esmalte inter- cluídos no grupo I foram subdivididos em 5 sub-
proximal (aproximadamente 0,5mm em cada face grupos de 6 dentes, montados em um bloco de
proximal dos dentes anteriores), este fio represen- gesso com forma de arco da região anterior. Cada
ta o parâmetro de controle para desgastar 0,5mm subgrupo foi desgastado por um dos seguintes
de esmalte em cada uma das duas faces proximais métodos mecânicos abrasivos: (1) discos de lixa,
que constituem o ponto de contato. Para realiza- (2) brocas carbide e diamantadas para acaba-
ção dos desgastes, foi selecionada uma broca car- mento, (3) brocas diamantadas para desgaste e
bide tronco-cônica 699L que, conforme o autor, para acabamento, (4) discos diamantados e tiras
promove maior controle e eficiência de desgaste de lixa 3M ou (5) tiras de lixa de aço e tiras de
em relação às tiras de lixa, além de gerar menor lixa 3M. Os dentes que constituíram o grupo II
quantidade de calor, devido aos jatos de água da foram desgastados similarmente, com a exceção
caneta de alta rotação. A broca deve ser guiada de que cada subgrupo foi submetido a um des-
paralelamente ao plano do fio em direção incisal gaste químico subseqüente, utilizando ácido fos-
ou oclusal. O procedimento é iniciado a partir da fórico 37% em conjunto com tiras 3M. A análise
cervical, alternando de vestibular para lingual, de microscópica mostrou que os dentes desgastados
modo a reduzir o esmalte interproximal até que o pelos métodos mecânicos convencionais exibi-
fio possa ser movimentado livremente em direção ram sulcos mais profundos e maior rugosidade
incisal. Recomendou-se a finalização por meio de em relação àqueles que receberam tratamento
brocas carbide de acabamento, discos de polimen- com técnica mecânica e química.
to ou tiras de lixa para acabamento, de modo que Zhong et al.26 defenderam o uso de dois dis-
as superfícies desgastadas sejam esculpidas, crian- cos Sof-Lex para eliminação das ranhuras prove-
do-se uma aparência anatômica natural. nientes dos desgastes. Estes discos devem apre-
Em 1987, o mesmo autor18 sugeriu certas al- sentar granulação fina e ultrafina, sendo operados
terações à técnica de desgaste realizada com alta com micromotor em uma velocidade entre 200 e
rotação. Este procedimento deve ser precedido, 400rpm durante 40 segundos cada, o que produzi-
primeiramente, pelo alinhamento dentário, que rá uma temperatura em torno de 60°C. Os autores
corrige angulações e rotações dentárias, movi- salientaram a necessidade de se utilizar um disco
mentando os dentes até a obtenção de pontos de para cada dente, pois sua superfície se deteriora
contato satisfatórios para a realização dos des- com muita facilidade. O procedimento de acaba-
gastes. Para melhor visualização e acesso à região mento e polimento realizado com discos propor-
interproximal, sugeriu-se a separação das superfí- ciona maior segurança em relação às brocas, pois
cies interproximais por meio de molas de secção enquanto os menores diâmetros de brocas medem
aberta. As últimas modificações dizem respeito à 0,18mm, os discos usados nessa técnica medem
realização dos desgastes de forma seqüencial, de apenas 0,15mm.
posterior para anterior, e ao estabelecimento de Para realização dos desgastes, Harfin10 prefere

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tiras de lixa de aço aos discos e brocas. Ela defende to seja realizado por meio de tiras de polimento
que a lixa facilita a quantidade e a qualidade do es- para resina composta. Além disso, deve-se realizar
malte removido, uma vez que as brocas removem a aplicação tópica de flúor logo após os desgastes,
o esmalte com maior rapidez. Por outro lado, as durante 45 dias, sendo que, após o tratamento, o
tiras de lixa proporcionam ranhuras maiores, faci- alinhamento final deve ser mantido por 3 a 4 me-
litando o acúmulo de placa bacteriana. Para sanar ses antes de se remover o aparelho e se instalar a
este problema, a autora sugere que o acabamen- contenção.

CASO CLÍNICO

A B

Figura 1 - Vistas intrabucais pré-tratamento: A) frontal e B) trespasse horizontal.

A B

Figura 2 - Vistas laterais pré-tratamento: A) direita e B) esquerda.

A B

Figura 3 - A) Vista oclusal do arco superior, evidenciando a discreta discrepância dentoalveolar negativa e B) vista oclusal do arco inferior.

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A B C

Figura 4 - Vistas faciais pré-tratamento: A) frontal, B) lateral e C) frontal sorrindo.

Figura 5 - Tiras de lixa de aço de 4mm e 6mm de largura, utilizadas para realização dos desgastes interproximais iniciais.

A B

Figura 6 - Medição da espessura das tiras de lixa de aço de A) 4mm e B) 6mm. As tiras de lixa apresentam larguras diferentes, porém, espessuras iguais de
0,12mm.

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Figura 7 - Apreensão da tira de lixa de aço utilizando o porta-agulhas Ma- Figura 8 - Discos de lixa de aço utilizados para realização do desgaste inter-
thieu. proximal, subseqüente às lixas de aço.

Figura 9 - Medição da espessura dos discos de lixa de aço, igual a 0,25mm. Figura 10 - Discos Sof-Lex (3M-UNITEK), granulação fina e ultra-fina, para
polimento das superfícies desgastadas.

Figura 11 - Desgaste inicial na face distal do dente 11 com tira de lixa de Figura 12 - Desgaste inicial na face mesial do dente 11 com tira de lixa de
0,12mm de espessura. 0,12mm de espessura.

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Figura 13 - Desgaste inicial na face mesial do dente 21 com tira de lixa de Figura 14 - Desgaste inicial na face distal do dente 21 com tira de lixa de
0,12mm de espessura. 0,12mm de espessura.

A B

Figura 15 - Vistas A) frontal e B) oclusal, evidenciando o desgaste inicial total de aproximadamente 0,5mm, sendo 0,12mm para cada face proximal, exemplificado
pelo posicionamento de uma tira de lixa de aço nas faces distais dos dentes 11 e 21 e duas tiras entre as faces mesiais destes dentes, uma para cada face mesial.

Figura 16 - Desgaste subseqüente da face distal do dente 11 com disco de Figura 17 - Desgaste subseqüente da face mesial do dente 11 com disco de
aço de aproximadamente 0,25mm de espessura. aço de aproximadamente 0,25mm de espessura.

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Desgaste interproximal e suas implicações clínicas

Figura 18 - Desgaste subseqüente da face mesial do dente 21 com disco de Figura 19 - Desgaste subseqüente da face distal do dente 21 com disco de
aço de aproximadamente 0,25mm de espessura. aço de aproximadamente 0,25mm de espessura.

Figura 20 - Polimento realizado com discos Sof-Lex (3M-UNITEK). Figura 21 - Evidenciação do espaço obtido após o desgaste de aproximada-
mente 0,5mm entre os dentes 11 e 21, sendo 0,25mm para cada face mesial.

Figura 22 - Instalação do aparelho após o procedimento de desgaste proxi- Figura 23 - Vista frontal intrabucal, após o término do nivelamento.
mal. Vista do trespasse horizontal na fase inicial do nivelamento.

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A B

Figura 24 - Vistas laterais A) direita e B) esquerda, após o término do nivelamento.

Figura 25 - A) Trespasse horizontal e B) vista oclusal do arco superior,


evidenciando a eliminação da discrepância dentoalveolar negativa, após o
B
término do nivelamento.

A B C

Figura 26 - Vista A) lateral direita, B) frontal e C) lateral esquerda, pós-tratamento.

A
Figura 27 - A) Trespasse horizontal e B) vista Figura 28 - Placa de Hawley para contenção.
oclusal do arco superior, evidenciando a elimi-
nação da discrepância dentoalveolar, pós-trata-
B
mento.

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Desgaste interproximal e suas implicações clínicas

A B C

Figura 29 - Vistas faciais A) frontal, B) lateral e C) 45° sorrindo, sem alterações faciais, pós-tratamento.

A B
Figura 30 - Vistas faciais laterais A) pré-tratamento e B) pós-tratamento, evidenciando a manutenção das características faciais.

A B

Figura 31 - Trespasse horizontal A) pré-tratamento e B) pós-tratamento.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial 44 Maringá, v. 12, n. 3, p. 32-46, maio/jun. 2007
Cuoghi, O. A.; Sella, R. C.; Macedo, F. A.; Mendonça, M. R.

A B

Figura 32 - Vista oclusal do arco superior: A) pré-tratamento e B) pós-tratamento.

CONCLUSÕES que a baixa susceptibilidade a cáries, assim como a


O procedimento de desgastes interproximais higienização interproximal adequada, constituem
pode ser realizado para correção da falta de pro- fatores primordiais para a indicação dos desgastes.
porcionalidade dentária, ou seja, casos que apresen- A saúde dentária e periodontal podem ser pre-
tam discrepância de Bolton. Além disso, constitui servadas por meio deste procedimento, desde que
uma alternativa para os casos com apinhamentos os limites biológicos sejam respeitados, o que impli-
moderados de até 2mm para dentes anteriores e ca em não ultrapassar o limite de aproximadamen-
4mm para dentes posteriores, sendo 2mm para te 0,25mm de desgaste em cada face de esmalte
cada hemiarco. proximal dos dentes anteriores e 0,5mm para os
Independente da técnica utilizada para reali- dentes posteriores. Este procedimento mantém
zação do procedimento, seja com tiras de lixa de uma espessura de esmalte aceitável biologicamente,
aço, discos, pontas diamantadas ou brocas carbide, resguarda a proporção mínima entre coroa e raiz no
o fator diferencial para o sucesso do tratamento sentido mesiodistal e evita alterações periodontais
está na indicação correta e na execução de poli- em virtude da proximidade radicular inadequada.
mento com discos de polimento finos e ultrafinos
após o desgaste, para diminuir as ranhuras provo-
cadas pelo procedimento. Além disso, saliente-se Enviado em: dezembro de 2005
Revisado e aceito: março de 2006

Interdental stripping and it’s clinical implications

Abstract
Background: A dental alignment and its stability are important objectives of the orthodontic treatment. The crowd-
ing in the anterior area is a common anomaly tooth position problem and, to obtain its correction, the clinical op-
tions to the orthodontist are extractions, expansion of dental arch, and dental stripping. Stripping are usually used
but it is frequently questioned for the indications, techniques and conditions pre and post-treatment. Objective:
The purpose of this article is to present a discussion, based in the pertinent literature, of the main factors related
to this clinical procedure.

Key words: Interdental stripping. Crowding. Tooth movement.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial 45 Maringá, v. 12, n. 3, p. 32-46, maio/jun. 2007
Desgaste interproximal e suas implicações clínicas

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Endereço para correspondência


Osmar Aparecido Cuoghi
Faculdade de Odontologia de Araçatuba - UNESP
Rua José Bonifácio, 1193 Caixa Postal 341
CEP: 16.015-050 - Araçatuba/SP
E-mail: osmar@foa.unesp.br

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