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63 anos de angustia contabilizados em uma fábrica perto de minha casa em angra dos Reis.

Falei com meu advogado, pedindo uma concessão usual para que quando meu filho
completasse 18 anos, pudesse consumir maconha dentro da legalidade. Ele disse que sim,
porém se meu filho morresse antes disso seria total responsabilidade minha. Hoje de manhã, o
menino morreu. Faria 18 amanhã mesmo, e parece que eu me fodi, porque nunca na minha
vida, em todos esses anos assistindo dragon ball z, aprendi a voar, ressuscitar alguém ou a
fazer meus músculos explodirem por dentro, consequentemente, não sou bom o suficiente
para fazer a mente das pessoas se renderem a minha vontade, visto que não consigo
impressionar outro ser humano. Acontece comigo justamente o contrário quando tento, pois
quando estou na presença de alguém importante, o que quer que isso signifique, minhas mãos
tremem e Deus, em sua magnitude e onipotência, confunde a língua dos meus neurônios
visando derrubar a torre em construção que me levaria ao sucesso. Por isso decidi ignorar tudo
e viver como uma raposa. Não uma raposa soberbamente bipolar, que se usa de psicologia
reversa para conseguir um boquete quente e molhado. Não. Eu seria uma raposa Azul, que se
deita e se finge de morta até que a raposa soberba pegue uma doença venérea para que assim
vejam que em todos esses anos em desuso ainda dou conta do recado. Pode parecer loucura,
mas eu não me sinto triste agora que meu filho morreu. Olho para trás e tudo que ouço é um
loop de gritos agudos às 2 da manhã e tudo que vejo são dejetos amarelos. Não senhor, eu
não sinto falta disso. Eu tentei, juro por deus, mas acontece que sempre que eu tento me
perco na aleatoriedade. Essa sim me salva! Essa sim me entende... Gosto das minhas mãos
como se elas tivessem me parido.

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