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INSTITUTO DE ECONOMIA
1- Introdução
A indústria farmacêutica pode ser compreendida como um sistema ou uma
rede, onde as atividades inovadoras, de produção e de comercialização dos
medicamentos envolvem vários âmbitos de análise especialmente aqueles
relacionados com competitividade e inovações. As empresas do setor farmacêutico
atuam em várias etapas, a saber: (i) pesquisa e desenvolvimento (P&D) de novos
fármacos; (ii) produção industrial; (iii) formulação de especialidades farmacêuticas; e
(iv) marketing (QUEIROZ, 1993, p. 19). Os fabricantes de medicamentos genéricos
normalmente só atuam nas duas últimas fases, o que a torna diferente da indústria
farmacêutica convencional de medicamentos de marca no Brasil, onde algumas
produzem as suas matérias-primas. A matéria-prima utilizada tanto na produção de
medicamentos de marca quanto na de medicamentos genéricos podem ser de três
diferentes origens, a saber: (i) farmoquímica, proveniente da síntese química de
substâncias orgânicas; (ii) fitoterápicos, produzidos exclusivamente a partir do
isolamento da substância medicamentosa encontrada em plantas medicinais; e (iii)
biotecnológicos sendo obtidos ou elaborados por procedimentos biotecnológicos,
com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico1.
Atualmente os farmoquímicos representam a maior parte da matéria-prima
utilizada mundialmente pela indústria farmacêutica. Entretanto, as mudanças na
estrutura de P&D do setor apontam para um aumento na matéria-prima obtida por
processos biotecnológicos (MALERBA; ORSENIGO, 2001, p. 668). Diagnóstico
realizado por Bermudez (1992, p. 30) sobre a indústria farmacêutica brasileira em
1992 já apontava que tanto as empresas multinacionais quanto nacionais tinham as
suas operações produtivas mais voltadas para a formulação de medicamentos, uma
vez que as matérias-primas eram importadas de suas matrizes ou de fornecedores
independentes. Em estudos mais recentes realizados por Abreu (2004) e por
Fonseca et al. (2005) junto aos maiores fabricantes de genéricos do País constatou-
se que estas importam as suas matérias-primas principalmente da Índia e da China.
O saldo negativo da balança comercial de medicamentos mostra um aumento
crescente das importações, onde em 2006 foi de US$ 1,98 bilhões, conforme mostra
a Figura 1.
1
Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/glossario/glossario_m.htm>. Acesso em: 15 dez. 2009.
1
Tal situação foi originada com a abertura econômica implementada no início
da década de noventa e a política cambial da valorização cambial, que fez crescer
as importações de medicamentos pelas multinacionais instaladas no País a partir de
1994. Neste período diversas empresas multinacionais deixaram de produzir
farmoquímicos no País fechando suas unidades fabris e passaram a importar
medicamentos. Entre estas empresas estão a Pfizer, a American Home, a Rhodia a
Farma, a Hoechst e a Bayer (CALLEGARI, 2003, p. 21).
3.000
Milhões
2.000
1.000
0 ano
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
-1.000
US$
-2.000
y = -133.777.006x - 643.219.543
-3.000
-4.000
Assim, ainda que o Brasil tenha uma base tecnológica industrial farmacêutica
importante e um dos maiores mercados do mundo, a indústria de farmacêutica
brasileira é hoje basicamente uma importadora de princípios ativos e caracteriza-se,
com raras exceções, pela atividade de formulação. Nos anos recentes, a China e a
Índia tornaram-se grandes exportadores de fármacos e medicamentos para o Brasil,
substituindo, em parte, as exportações dos países desenvolvidos. Visto pelo ângulo
social, é importante garantir o acesso de medicamentos para toda a população
brasileira, logo se torna indispensável que a indústria atue com eficiência, inclusive
para atender a demanda pública por medicamentos.
No entanto, o País tem poucas patentes na área farmacêutica e, com exceção
dos esforços do setor público, não é um grande investidor de P&D farmacêutico.
2
Disponível em: <http://www.febrafarma.com.br/divisoes.php?area=ec&secao=co&modulo=
arqs_economia>. Acesso em: 15 dez. 2008.
3
Disponível em: <http://www.schualm.com.br/9fipe.htm>. Acesso em: 15 dez. 2008.
2
Tanto no Brasil quanto nos EUA, a proteção patentária é de vinte anos. Segundo o
estudo realizado por Grabowski e Vernon (1994), o tempo efetivo do poder de
monopólio para a comercialização de um novo medicamento é aproximadamente de
13 anos, devido ao tempo levado para consolidar os testes clínicos, aprovação do
FDA – Federal Department of Agriculture e o início da comercialização do produto. O
desenvolvimento de novos medicamentos é custoso e com alto risco para os
fabricantes. Assim, os gastos em Pesquisa e Desenvolvimento das companhias
farmacêuticas americanas aumentaram de US$ 262 milhões em 1951 para US$ 1,7
bilhões em 1967, passando de US$ 3,1 bilhões em 1980 para US$ 8 bilhões em
1990, em preço constante de 1990 (SCHERER In: CULYER; NEWHOUSE, 2000, p.
1307). Atualmente, são gastos mais de 30,3 bilhões de dólares anuais4 com P&D.
Assim, altas somas em P&D combinadas com a regulamentação obrigatória tornam
o setor de alto risco para novos entrantes. Em 1996, a relação de gastos de P&D e o
faturamento bruto das empresas brasileiras foram em média de 0,78%
(ALBUQUERQUE; CASSIOLATO, 2000, p. 60), porém este valor não se alterou
muito nos anos subseqüentes como mostra a Pesquisa Industrial de Inovação
Tecnológica PINTEC 2003 do IBGE, onde os dispêndios globais em P&D foram da
ordem de R$ 666,2 milhões. O efeito potencial produzido pelo acordo TRIPS
(Agreement on Trade Related Aspects of Intellectual Property Rights) de 1994 em
particular nos países em desenvolvimento, refere-se a forte proteção da propriedade
intelectual, onde este fortalece o poder de mercado das multinacionais, podendo
levar à redução de vendas e aumento de preços, bem como limitar a extensão da
difusão da tecnologia. Desde então, várias políticas públicas são consistentes com o
acordo TRIPS com a finalidade de compensar o efeito do poder de mercado das
empresas, tais como: controle de preços, introdução dos medicamentos genéricos,
licenças compulsórias e importações paralelas (FALVEY & FOSTER, 2006, p. 51).
Neste sentido, torna-se importante verificar os efeitos produzidos sobre o
mercado farmacêutico brasileiro a introdução dos medicamentos genéricos a partir
de 2000. Quando a patente expira uma nova competição surge, que são os
medicamentos genéricos onde normalmente pouca ou nenhuma propaganda é feita.
A extensão pela qual os medicamentos genéricos são substitutos dos medicamentos
de marca originais e seus impactos sobre os preços, varia de país para país e
também através da classe terapêutica (SCHERER In: CULYER; NEWHOUSE, 2000,
p. 1321). A tendência é que cada vez mais aumente da concorrência pelos
medicamentos genéricos devido ao fato de que nos países desenvolvidos o
consumo de medicamentos e de serviços saúde tem crescido a taxas elevadas,
devido ao envelhecimento da população, do aumento das doenças crônicas e da
disseminação das novas e custosas tecnologias médicas.
A característica mais óbvia distinguindo a demanda de um indivíduo por
serviços médicos é que este não está seguro quanto a sua aquisição, como na
compra de alimentos ou roupas, mas este é irregular e imprevisível. Além disso, a
demanda por serviços médicos está associada com uma probabilidade de agressão
à integridade pessoal, pois sempre existe o risco da pessoa morrer ou de um
prejuízo parcial a saúde (ARROW, 1963, p. 3).
Os autores Zucchi et al. (1998) apontam os seguintes fatores que influenciam
na demanda em geral por serviços de saúde: (i) a necessidade que o indivíduo
percebe de ter que recorrer à assistência médica; (ii) os aspectos culturais,
psicossociais e sócio-econômicos que variam com o gênero, grau de instrução e
nível de renda da pessoa; (iii) a forma da seguridade social (cobertura pelo plano de
4
Disponível em: <http://www.fda.gov/cder/ddmac/p4masia/sld002.htm>. Acesso em: 10 jan. 2007.
3
saúde); (iv) as características demográficas da população; (v) a incidência das
doenças (perfil epidemiológico); e (vi) o desenvolvimento tecnológico e difusão de
melhores maneiras do tratamento das doenças.
Com relação especificamente à compra de medicamentos éticos, os
consumidores dependem das decisões dos médicos, pois são estes que determinam
o tratamento a ser aplicado ao paciente e à freqüência do seu uso. Desta forma, o
consumidor possui baixo grau de informação sobre como proceder alternativamente
a um determinado tratamento em função da especialidade técnica envolvida na
utilização dos medicamentos.
Na relação entre o médico e o paciente existem diversos aspectos a serem
considerados, tais como: o risco do médico em substituir certos medicamentos
considerados mais eficazes para certas doenças, rigidez na continuidade do
tratamento e grau da essencialidade do medicamento. Assim, identificar o
comportamento dos médicos é uma parte importante do presente estudo para
compreender como o mercado de prescrição opera e como os médicos se
comportam quando enfrentam diferentes informações e incentivos das empresas de
produtos de marca.
Tanto nos EUA quanto no Brasil, o consumidor pode solicitar ao farmacêutico
orientações quanto à substituição do medicamento de marca pelo genérico,
conforme estabelecido pela prescrição médica. Em 1995, nos EUA esta substituição
aconteceu com cinqüenta por cento das prescrições médicas de medicamentos de
marca onde possuíam medicamentos genéricos (HELLERSTEIN, 1998, p. 131).
Os consumidores mostram forte estado de dependência com um determinado
medicamento, a qual é demonstrada pela compra continuamente crescente.
Semelhantemente, o comportamento dos médicos referente à prescrição mostra um
hábito persistente a um determinado medicamento. Desta forma, existe uma
lealdade tanto da parte do consumidor quanto do médico a um medicamento
(COSCELLI, 2000, p. 367).
O objetivo do estudo foi o de analisar a demanda dos medicamentos genéricos
em relação aos produtos farmacêuticos no Brasil verificando quais os fatores levam
os médicos a prescreverem medicamentos de marca ao invés de genéricos e vice-
versa. A pesquisa enfocou, em especial, os fatores relevantes na opinião dos
médicos capazes de aumentar as prescrições dos medicamentos genéricos. O
estudo também verificou quais os principais mercados relevantes de genérico e os
medicamentos mais comercializados nas farmácias.
4
ETAPA 1: Pesquisa bibliográfica
ETAPA 5: Aplicação do questionário
SIM
5
Na outra etapa da pesquisa o mercado de medicamentos genéricos é
relacionado a sua demanda de preço e foi necessário usar diversos bancos de
dados como segue: dados referentes quantidades e vendas disponibilizadas pelo
IMS Health do Brasil para o período entre 1996 a 2008 referente à comercialização
nas farmácias; informações sobre os registros de todos os medicamentos genéricos
fornecido pela ANVISA e dados sobre os preços dos medicamentos cedido pela
ABCFARMA
5
O agente é um individuo contratado por uma pessoa (chamada de principal) e que tem de atingir os
objetivos desta. A assimetria de informações cria problema entre o agente e o principal. Desta forma,
os médicos podem adotar procedimentos que mesmo coerentes com as suas preferências vão de
encontro com os objetivos do hospital, plano de saúde e do paciente (PINDYCK & RUBINFELD,
2002, p. 617).
6
propaganda, enquanto as informações sobre os de marca são largamente
disseminadas formalmente através de propagandas e dos resultados publicados
pelos estudos de eficácia dos referidos medicamentos. Assim, o médico pode ter
que pagar para apreender sobre um novo medicamento genérico, já que nem
sempre a informação deste está disponível gratuitamente.
Outro fator que pode levar ao médico a não prescrever um medicamento
genérico é o fato deste não ser sensível à diferença de preço existente entre os dois
produtos (marca versos genérico), isso porque este normalmente não possui o
conhecimento sobre o valor cobrado nas farmácias e apenas possui a informação do
preço promocional do medicamento de marca fornecido pela empresa que o fabrica
(KOLASSA, 1995, p. 25; CAVES et al., 1991, p. 5). Atualmente no Brasil a relação
contendo todos os preços dos medicamentos praticados nas farmácias é
comercializada pela Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico – ABCFARMA
por R$ 130,00 a assinatura de seis meses.
A própria legislação vigente no País colabora para que este seja um agente
imperfeito na sua decisão no ato da prescrição, uma vez que esta permite que o
farmacêutico faça a substituição do medicamento de marca pelo genérico. Desta
forma os médicos não precisam ter nenhuma informação explicita sobre a existência
de um medicamento genérico, cabendo a estes apenas prescrever o medicamento
de marca conhecido e deixando para o farmacêutico a possibilidade da substituição
do mesmo.
Existe também o “risco moral”6 por parte dos pacientes no que se refere a
estes terem um plano de saúde que reembolsa parte dos gastos com medicamentos
(no Brasil somente algumas empresas dão este benefício para os seu empregados)
ou quando usam o próprio SUS – Sistema Único de Saúde e recebem de graça o
medicamento. Isto está relacionado ao fato destes poderem demandar muito mais
cuidados médicos do que o previsto pelo ótimo social porque existe um seguro para
cobrir parte das despesas com os medicamentos ou recebem gratuitamente pelo
governo. Assim, este tipo de assistência pode levar o paciente a enfrentar uma
alteração no seu comportamento e por conseqüência consumir mais medicamentos
do que o necessário. No caso das prescrições médicas o risco moral pode levar aos
pacientes a não induzirem ao médico a investirem na obtenção de informações
sobre tratamento com custos mais baixos. Embora os médicos possam ter uma
completa informação o risco moral pode significar que os pacientes não demandam
a quantidade ótima social sobre a prescrição do medicamento e por isso recebam
uma maior quantidade de medicamentos ou mais caros (os de marca) em relação ao
que seria o ótimo social (HELLERSTEIN, 1998, p. 112). Desta forma, para
determinar os fatores que influenciam o médico na escolha do medicamento
genérico foi realizado em 2008 com autorização do Conselho Regional de Medicina
– CREMERJ uma pesquisa junto aos médicos aos médicos que estão cadastrados
junto a este órgão.
6 O risco moral ocorre quando as ações das partes seguradas não podem ser observadas pela parte
seguradora (PINDYCK & RUBINFELD, 2002, p. 613).
7
Quanto a características dos respondentes foram verificados os seguintes
aspectos (ver QUADRO 1): tempo do exercício da profissão de médico, a
especialidade e o local que o médico exerce a maior parte do seu trabalho.
Em relação ao tempo de exercício da profissão verifica-se no QUADRO 1 que a
maior quantidade dos respondentes se situam com maior de vinte anos (35,88 %), o
que mostra uma confiabilidade das respostas quanto ao objeto da pesquisa.
Também se pode afirmar que quanto mais anos de formado possui o médico maior é
a influência das empresas farmacêuticas junto a este na escolha de um
medicamento, já que o mesmo tem uma maior conhecimento sobre a sua aplicação.
7
As especialidades médicas assinaladas pelos respondentes foram conferidas com a Resolução
CFM n0. 1634/2002 com o objetivo de uniformizar as informações.
8
Com referência ao local onde o médico exerce a maior parte do seu trabalho foi
verificado que a maioria dos respondentes são da cidade do Rio de Janeiro (ver
QUADRO 1). Assim, estes estão atuando sobre a maior parte da população do
Estado Rio de Janeiro implicando o grande efeito propagador com referência ao uso
dos genéricos.
9
A Parte I do questionário abrange as perguntas relacionadas a dimensão
qualidade dos medicamentos interfere na prescrição do médico. Assim, foi retirado
da literatura especializada os seguintes aspectos que ajudaram a formular as
assertivas do questionário: i) qualidade do medicamento genérico frente ao de marca
(assertiva f); ii) substituição sempre que possível do medicamento de marca pelo
genérico considerando que ambos são plenamente substituíveis (assertiva g); iii) a
propaganda de forma a induzir no médico que determinado tipo de medicamento é
melhor que outro (assertiva h); iv) o nível de informações que o médico dispõe são
suficientes para escolher entre o medicamento de marca e o genérico (assertiva i); e
v) restrição de qualquer natureza do médico para não prescrever o genérico
(assertiva j).
O Alfa de Cronbach calculado para as afirmativas “f, g, h, i, j” apresentaram um
baixo índice conforme mostra o QUADRO 2, indicando pouca inter-relação entre os
itens pesquisados. Considerando as afirmativas “f,g,h,i” o índice aumenta para
aproximadamente 0,50. No que se refere às respostas “f,g” apresentam uma
elevada correlação. Quando se analisam as respostas f,g e h juntas apresentam o
índice de Cronbach de 0,53, um pouco maior que 0,50, o que resulta numa
correlação entre as mesmas. Para as demais questões analisadas apresentam
valores abaixo do estabelecido para a verificação da confiabilidade, conforme mostra
o QUADRO 2. A média e a mediana das respostas f,g,h e i deu que os médicos “não
concordam e nem discordam” das assertivas e portanto existe uma simetria dos
dados. Pode-se concluir que existe uma dúvida dos médicos quanto à
substituição dos medicamentos de marca por genéricos que pode ser atribuída
pela incerteza da qualidade dos medicamentos genéricos, a pouca propaganda
dos laboratórios de genéricos junto à classe médica e a falta de informação
sobre os medicamentos genéricos pela classe médica.
Com relação a afirmativa j foi analisada individualmente e esta apresentou uma
simetria entre a média e a mediana, em relação aos médicos “não concordarem e
nem discordarem” da assertiva. Assim, pode-se afirmar que existe uma dúvida
quanto o médico possuir alguma restrição ao uso do medicamento genérico. O
que de certa forma ressalta a sua dúvida quanto à qualidade do genérico. Esta
resposta também foi a que apresentou maior percentual de não entendimento do
conteúdo com 14 deixadas em branco, o que representa 2,67 % do total de
respondidas. Entretanto a pergunta quanto ao seu conteúdo é validada, pois
apresenta um valor abaixo de 10 %. Talvez esta afirmativa tenha que ser melhorada
sendo mais objetiva no seu questionamento.
A Parte 2 refere-se a conduta médica em relação a este indicar ou não um
medicamento de marca, sendo abordados os seguintes aspectos: i) o médico
consulta regularmente uma listagem dos medicamentos genéricos (assertiva k); ii)
tende a prescrever um medicamento de marca seguindo a conduta já estabelecida
por outros especialistas (assertiva l); iii) existe uma tendência do médico em
prescrever o medicamento de marca já estabelecido por alguma rotina hospitalar
(assertiva m); e iv) existe a confiança do médico em que o farmacêutico/balconista
da farmácia irá fazer a substituição do medicamento de marca pelo genérico
(assertiva n). Pelo QUADRO 2 constata-se que as afirmativas l,m,e n possui um
valor para o Alfa de Cronbach em 0,50, havendo portanto uma correlação entre as
mesmas. Verificar que existe uma simetria entre a média e a mediana para as
perguntas l.m e n em relação à resposta destes “não concordarem e nem
discordarem” da assertiva. Assim, quanto à conduta do médico em relação aos
10
medicamentos genéricos pode concluir que nem sempre estes tendem a
prescrever um medicamento de marca seguindo a conduta já estabelecida por
outros especialistas ou por alguma rotina hospitalar previamente determinada.
Também quanto à prescrição dos genéricos existe uma incerteza do médico que o
farmacêutico/balconista da farmácia fará a substituição do medicamento de
marca pelo medicamento genérico. Então essa incerteza poderia ser traduzida
num maior número de prescrições de genéricos, o que não ocorre.
A resposta “k” foi analisada separadamente tendo em vista que esta apresenta
um baixo índice Cronbach em todas as suas possíveis relações com as demais. O
resultado da análise estatística das medidas de tendência central indica que os
médicos não consultam regularmente a lista dos medicamentos genéricos no
momento de receitá-los. A resposta pode estar associada ao fato que algumas
especialidades prescrevem poucos genéricos e por isso usarem menos
regularmente a listagem dos medicamentos do que outras. O fato de haver pouca
consulta a lista dos medicamentos genéricos mostra que esta resposta está em
consonância com o resultado obtido da resposta anteriormente, onde mostra que a
freqüência de prescrição por este tipo de medicamento é de 52% das vezes.
A penúltima Parte 3 diz respeito à fidelidade do médico em relação ao tipo de
medicamento de marca ou genérico, onde algum fator econômico ou o próprio
laboratório farmacêutico pode influenciar na escolha do medicamento, sendo
abordados os seguintes aspectos: i) existe do médico uma obrigação moral de
prescrever o medicamento de marca para assegurar pesquisas de novos
medicamentos pelas empresas farmacêuticas (assertiva o); ii) o nome dos
medicamentos de marca são mais fáceis para serem lembrados do que os genéricos
(assertiva p); iii) o médico sempre leva em conta o preço do medicamento no ato da
prescrição (assertiva q); iv) o medicamento genérico é sempre mais barato que o de
marca (assertiva r); e v) o médico sempre que prescreve um medicamento leva em
consideração a situação econômica do paciente (assertiva s).
As afirmativas “o,p,q,r,s” apresentaram pouca inter-relação entre si, conforme
mostra o QUADRO 2. Assim, estas não caracterizam adequadamente ao conceito
da fidelidade do médico com um determinado tipo de medicamento. As afirmativas
“q,r,s” são as que possuem maior índice de Cronbach (0,43), porém ainda abaixo
que o estipulado de 0,50. Verifica-se um alto índice para as respostas “q,s”, porém
um baixo valor para “q,r” e “r,s” significando pouca correlação entre as mesmas.
Desta forma, foi analisado as variáveis “q,s” conjuntamente e depois a “r” e sua
implicação com as mesmas.
Observou-se que existe uma simetria entre a média e a mediana em relação
dos respondentes “concordarem” com a assertiva. Então, pode-se concluir que os
médicos sempre consideram a situação econômica do paciente na hora da
prescrição, isto é, levando-se em conta o preço do medicamento e seu
benefício para o paciente. Contudo, ao analisar individualmente a resposta “r”,
constata-se que existe uma dúvida do médico quanto ao medicamento
genérico ser sempre mais barato que o de marca. Esta dúvida de certa forma é
coerente quando foi afirmado na resposta anterior que existe falta de informação
sobre os medicamentos genéricos, ou seja, o médico nem sempre possui uma
lista atualizada dos preços dos medicamentos a sua disposição. O Ministério da
Saúde poderia disponibilizar no seu site os preços dos medicamentos para que o
médico pudesse consultar em seu local de trabalho e com facilitar a sua decisão.
Este fato pode explicar a razão da baixa relação entre as afirmativas “q,s” com a “r”.
11
As variáveis “o” e “p” foram analisadas separadamente, onde o resultado da
resposta para a assertiva “o” mostra que os médicos não se sentem na obrigação
moral de prescreverem o medicamento de marca para assegurar pesquisas de
novos medicamentos pelas empresas farmacêuticas. O resultado da resposta da
para a assertiva “p” faz concluir que existe uma dúvida dos médicos quanto ao
fato dos nomes dos medicamentos de marca serem mais fáceis de lembrar do
que os dos genéricos. Tais afirmativas demonstram que não existe uma
preferência de forma consciente pelo tipo de medicamento, de marca ou genérico, o
que leva a concluir que estes são levados a prescreverem os medicamentos de
marca pelo efeito da propaganda tem no subconsciente.
12
O objetivo da Parte IV do questionário era saber na opinião dos médicos o quê
poderia ser feito para aumentar a participação dos genéricos entre os medicamentos
prescritos. Assim, foi solicitado ao respondente que numerasse de um a sete em ordem
de importância as afirmativas relacionadas ao grau de importância, sendo 1 a mais
importante e 7 a menos. As seis afirmativas apresentadas no questionário estão listadas
abaixo, sendo que a última este poderia colocar a sua opinião referente ao que achasse
melhor. Entre parênteses estão os códigos designados para a realização da análise
estatística, tem-se: 1- Aumentar a quantidade de informações sobre os medicamentos
genéricos. (vart1); 2- Aumentar a variedade de medicamentos genéricos e suas
apresentações. (vart2); 3- Reduzir o preço dos medicamentos genéricos para os
consumidores. (vart3); 4- Aumentar a fiscalização sobre a produção dos medicamentos
genéricos. (vart4); 5- Melhorar a qualidade dos medicamentos genéricos. (vart5); 6-
Aumentar a quantidade de propaganda dos medicamentos genéricos. (vart6); 7- Outra
resposta (vart7). Após a análise estatística verifica-se que a importância das respostas
seria:
Desta forma, as respostas indicam que o médico não acredita que a qualidade
dos medicamentos genéricos é igual ao de marca, bem como esses nem sempre
são mais baratos para o paciente. Também confirma a pouca informação disponível
sobre os medicamentos genéricos já mencionada anteriormente como uma das
causa para a não prescrição dos mesmos.
Foram poucos os médicos que deram sua opinião, sendo que dez por cento
que deram a sua opinião responderam que acham importante para aumentar a
prescrição de medicamentos genéricos à necessidade dos médicos serem
consultados sobre quais os genéricos que gostariam de dispor no mercado. A
seguir está listado todas as sugestões respondidas pelos médicos: 1- A distribuição
de amostra grátis; 2- Acabar com os similares e a bonificação de medicamentos de
laboratórios ruins; 3- Apresentar/divulgar pesquisas fidedignas provando a
eficácia dos genéricos nas doenças que se propõe a tratar; 4- As farmácias
terem os medicamentos genéricos; 5- Colocar genéricos e não similares para vender
nas Farmácias Populares no Brasil; 6- Conscientizar os médicos sobre o poder
aquisitivo dos pacientes para prescrever segundo esta prioridade; 7- Consultar os
médicos sobre quais os genéricos que gostariam de dispor no mercado; 8- Controle
dos falsos medicamentos; 9- Diminuir a propaganda da indústria contra os genéricos;
10- Atualizar lista de genéricos liberados pelo Ministério da Saúde; 11-
Educação nas faculdades de medicina quanto à prescrição de genéricos; 12-
Estimular os pacientes solicitar prescrição dos medicamentos genéricos; 13- Evitar a
troca por similar no balcão da farmácia; 14- Informar melhor a população sobre o
medicamento genérico; 15- Lei que proíba a substituição do genérico pelo similar;
16- Os farmacêuticos sempre mostrarem o genérico para o paciente; 17- sugerir que
a indústria farmacêutica, determinados laboratórios, tenha sua própria linha de
genéricos
13
As afirmativas em negrito foram as que mais considerações tiveram entre os
respondentes, o que de certa forma reforça as respostas dos questionários referente
à falta de informação e a percepção do médico quanto à necessidade deste confiar
na qualidade dos medicamentos genéricos em relação aos de marca.
9
Disponível em: < http://www.anvisa.gov.br/monitora/genericos/index.htm >. Acesso em: 20 dez.
2008.
10
Mercado de medicamentos genéricos cresce 20,1% em 2007. Folha Online. 21 fev. 2008.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u374676.shtml>. Acesso em: 10
nov. 2008.
11
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u104851.shtml>. Acesso em:18
maio 2007.
14
2006, e para U$ 14,6 bilhões em 2007 respectivamente, mas em taxas menores que
o segmento de medicamentos genéricos12.
Nos últimos cinco anos o número de empresas entrantes que fizeram registro
para atuar neste segmento de mercado vem aumentado com cerca de 10 empresas
novas por ano. Apesar das novas empresas entrantes o número de unidades
vendidas vem apresentando um aumento continuado em relação a cada ano, como
segue: 451,0% em 2001, 93,3% em 2002, 25,1% em 2003, 30,5% em 2004 e 23,6%
em 2005 (ver na FIGURA 3).
Segundo dados da ANVISA, a grande parte dos registros dos princípios ativos
referentes a medicamentos genéricos é produzida no Brasil, porém enquanto que
2006 tinha-se 20,7% sendo registros de medicamentos importados principalmente
da Índia, em 2009 têm-se apenas 12,1 % (ver no QUADRO 4).
O fato de um medicamento possuir o registro aprovado na ANVISA não implica
deste ser comercializado, pois a empresa pode adiar o seu lançamento no mercado
devido a problemas de marketing. A quantidade maior de registros de medicamentos
oriundos da Índia explica a presença de diversas empresas daquele país no Brasil,
sendo a Ranbaxy a maior delas.
No QUADRO 4 observa-se que a quantidade de medicamentos registrados
oriundos de outros países reduziu-se de 398 para 315 enquanto que o número de
medicamentos comercializados importados quase que não se alterou. Entretanto o
número de medicamentos comercializados por empresas nacionais nos últimos três
anos mais que dobrou indicando um crescimento acentuado do mercado.
12
Disponível em: <http://www.febrafarma.com.br/divisoes.php?area=ec&secao=vd&modulo
=arqs_economia>. Acesso em: 13 fev. 2008.
15
Comercializaçã Comercializaçã
Registros de Registros de o de o de
Países Medicamento Medicamento Países medicamento medicamento
s Nacionais e s Nacionais e Nacionais e Nacionais e
Importados Importados Importados em Importados em
em 30/04/2006 em 26/01/2009 30/04/2006 26/01/2009
África do Sul 2 1 África do Sul 1 1
Alemanha 33 27 Alemanha 34 34
Argentina 4 9 Argentina 0 0
Austrália 5 3 Austrália 1 1
Áustria 9 8 Áustria 8 8
Bangladesh 7 5 Bangladesh 7 7
Canadá 65 19 Canadá 70 70
Espanha 24 20 Espanha 19 19
França 1 1 França 0 0
Grécia 1 1 Grécia 0 0
Holanda 7 0 Holanda 0 0
Índia 203 199 Índia 135 135
Islândia 4 0 Islândia 4 0
Israel 17 13 Israel 16 14
Itália 1 1 Itália 0 0
Jordânia 1 1 Jordânia 0 0
Malta 1 1 Malta 0 0
Portugal 2 2 Portugal 2 2
Suíça 2 2 Suíça 1 1
USA 9 2 USA 5 5
Comercializad
Importado 398 315 o Importado 303 297
Comercializad
Nacional 1518 2293 o Nacional 615 1292
Total Total Não
Registrado Comercializad 1019
s 1916 2608 o 998
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados fornecidos pela ANVISA em 2009.
13
A Medley foi comprada pela Sandofi-Aventis em 2009, mas aguarda ainda aprovação do CADE.
BASILE J. Cade suspende a compra da Medley pela Sanofi. Valor Econômico, São Paulo, 5,7,9 jun.
2009. Empresas/Indústria, B9.
14
A Hexal AG foi adquirida pela Novartis em 2007. Disponível em:
<http://www.novartis.com.br/news/pt/releases/2005_06_16_sandoz.shtml>. Acesso em: 12 fev. 2008.
15
A Germed Farmacêutica Ltda é uma empresa coligada ao grupo EMS Sigma Pharma. Disponível
em: < http://www.germed.pt/?id_page=4>. Acesso em: 12 mar. 2008.
16
O QUADRO 6 mostra o ranking das oito maiores empresas de genéricos no
período de 2000 a 2008 com o respectivo percentual de vendas. A Medley é a que
possui maior poder de mercado ao longo de 2000 a 2008, pois o seu faturamento
está bastante acima dos demais concorrentes possuindo neste período em média
30,5% do mercado de medicamentos genéricos, enquanto que a segunda colocada
EMS Sigma Pharma tem 26,0%.
16
Disponível em: < http://www.germed.pt/?id_page=22 >. Acesso em: 12 jun. 2009.
17
para as empresas que comercializam genéricos. Cabe ressaltar que o mercado de
genéricos tem pouco tempo de existência e é de se esperar que este ainda
apresente níveis altos de concentração.
18
Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE define-se mercado relevante
como sendo “o menor grupo de produtos (ou a menor área geográfica) no
qual um suposto monopolista poderia manter seu preço acima do nível
competitivo por um período significativo de tempo” (BRASIL, CADE, 1999,
p. 2). Desta forma, pode-se afirmar que o mercado relevante é o menor
mercado possível, ou seja, o menor espaço econômico definido em termos
geográficos ou de produtos, onde as empresas possam exercer o seu poder de
mercado17. A análise do market-share do mercado relevante foi feita baseada na
classificação das classes terapêuticas da ANVISA.
No estudo de mercado relevante houve a preocupação de agrupar algumas
classes terapêuticas numa só devido à similaridade delas em relação à sua
indicação terapêutica. A seleção das classes terapêuticas foi feita após discussão
com alguns especialistas médicos e farmacêuticos. Assim algumas classes
terapêuticas foram agrupadas, conforme descrito abaixo:
No QUADRO 8 estão listadas as classes terapêuticas mais vendidas e
observa-se que os antibióticos vêm liderando o ranking de vendas e estes estão em
quinto lugar em número de registros de medicamentos. Pode-se constatar pelo que
em todas as classes terapêuticas houve uma redução do seu market-share ao longo
do período entre 2000 e 2008, isto porque novas classes terapêuticas foram sendo
comercializadas. Constata-se que as vendas de antibióticos genéricos apresentaram
a maior redução do seu market-share em relação as demais ao longo do período de
2003 a 2008, passando de 24,4% para 15,5% do mercado relevante. Enquanto que
os antibióticos possuem 116 registros em 2009, sendo 73 delas comercializadas, os
Aneroxicos estão em oitavo lugar nas vendas com apenas 14 registros, sendo que
destes apenas nove registros são realmente comercializados.
A redução market-share dos antibióticos dentro do mercado relevante ao
longo dos anos pode ser explicado pela grande quantidade de medicamentos de
marca existentes e/ou pelos novos lançamentos. Apesar dos antibióticos serem
indicados em diversas doenças e no tratamento de infecções hospitalares, onde o
nosso País possui um alto índice, estes podem estar sendo utilizados de forma
incorreta pelos consumidores, como a auto-medicação. No estudo realizado por
Frenkel (in NEGRI; GIOVANNI, 2001, p. 161) no período entre 1995 e 1998, portanto
antes da entrada dos genéricos, foi verificado que o mercado de antibióticos
representava 10,11% das vendas totais do mercado farmacêutico.
No QUADRO 8, duas entre as oito classes terapêuticas mais vendidas no
Brasil em 2008 são referentes a medicamentos de uso contínuo (ranking: 2 e 5 do
QUADRO 8), mostrando assim que os consumidores que têm doenças crônicas
estão substituindo os medicamentos de marca por genéricos. A análise do uso de
medicamentos pela população leva em consideração o seguinte aspecto básico: de
um lado, a necessidade de tomar com freqüência medicamentos e, de outro,
eventualmente. Assim, a última pesquisa realizada em 1998 pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que 31,6% da população brasileira
possui pelo menos uma doença crônica, sendo que este percentual é de 27,7% para
homens e 35,3% para mulheres. Com relação à renda, verifica-se que 33,0% com
doenças crônicas estão entre aqueles com renda de um salário mínimo ou menos, e
até 29,8% entre aqueles com mais de 20 salários18.
17
POSSAS, M. L. Os conceitos de mercado relevante e de poder de mercado no âmbito da defesa da
concorrência. Disponível em: <http://www.ie.ufrj.br/grc/pdfs/os_conceitos_de_mercado_
relevante_e_de_poder_de_mercado.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2007.
18
Disponível em:<http://www.ibge.gov.br/>. Acesso em: 3 maio 2008.
19
QUADRO 8: Market-Share das oito maiores classes terapêuticas de genéricos
2000 2001 2002 2003 2004
RK das CT Venda RK das CT Venda RK das CT Venda RK das CT Venda RK das CT Venda
(*) (%) (*) (%) (*) (%) (*) (%) (*) (%)
1-Anti-
hipertensivo 35,4 1-Antibiótico 30,5 1-Antibiótico 26,3 1-Antibiótico 24,4 1-Antibiótico 23,3
2-Anti- 2-Anti- 2-Anti- 2-Anti-
2-Antibiótico 31,4 hipertensivo 20,3 hipertensivo 13,8 hipertensivo 12,1 hipertensivo 11,5
3-Antiin-
3-Antiulceroso 15,6 3-Antiul-ceroso 12,8 3-Antiulceroso 10,2 3-Antiulceroso 8,9 flamatório 8,3
4-Antian-
ginoso e 4-Antiin- 4-Antiin- 4-Antiin-
vasodila-tador 3,3 flamatório 8,4 flamatório 8,4 flamatório 8,3 4-Antiulceroso 8,2
5-Beta-
bloquea-dor
Simples 3,2 5-Antilipêmico 4,4 5-Antilipêmico 5,0 5-Antilipêmico 5,3 5-Antilipêmico 5,1
6-Beta-
6-Analgésico bloquea-dor
não narcótico 2,2 Simples 3,7 6-Antimi-cóticos 4,2 6-Antimicótico 4,7 6-Antimicótico 4,7
7-Antiin- 7-Analgésico 7-Analgésico 7-Antide- 7-Antide-
flamatório 1,8 não narcótico 2,8 não narcótico 3,8 pressivo 4,45 pressivo 4,2
8-Betablo-
8-Antide- queador 8-Analgésico
8-Antimi-cótico 1,6 8-Antimicótico 2,8 pressivo 3,7 Simples 3,5 não narcótico 3,7
2005 2006 2007 2008
RK das CT (*) Venda RK das CT (*) Venda RK das CT (*) Venda RK das CT (*) Venda
(%) (%) (%) (%)
1-Antibiótico 20,6 1-Antibiótico 18,8 1-Antibiótico 16,2 1-Antibiótico 15,5
2-Anti- 2-Anti- 2-Anti-
hipertensivo 11,6 hipertensivo 11,4 hipertensivo 12,4 2-Antihipertensivo 13,1
3-Antiin- 3-Antiin-
flamatório 8,5 flamatório 8,1 3-Antiulceroso 7,9 3-Antiulceroso 8,0
4- Antiin-
4-Antiulceroso 7,7 4-Antiulceroso 7,9 flamatório 7,2 4- Antiinflamatório 6,7
5-Antimicótico 5,1 5-Antimicótico 4,9 5-Anorexicos 5,1 5- Antidepressivo 5,9
6-Antilipêmico 4,5 6-Antidepressivo 4,5 6-Antidepressivo 5,0 6- Antimicótico 4,5
7- 7- Analgésico 7- Analgésico não
Antidepressivo 4,4 não narcótico 4,5 7- Antimicótico 4,9 narcótico 4,4
8-Analgésico 8-Analgésico
não narcótico 4,0 8- Antilipêmico 3,8 não narcótico 4,5 8-Anorexicos 3,8
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados fornecidos pelo IMS Health do Brasil, em 2006.
Legenda: cada cor representa uma classe terapêutica. (*) RK das CT = Ranking das Classes
Terapêuticas.
20
CR (4) (%)
Razão de Concentração 94,6 85,6 75,3 71,7 68,9 66,6 64,1 63,2 62,0
CR (8) (%)
Hirschman-Herfindahl
(HHi) 2.520,7 1.641,2 1.160,2 1.015,6 941,3 832,8 754,9 693,3 677,3
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados fornecidos pelo IMS Health do Brasil, em 2008.
21
QUADRO 11: Características das cefalosporinas
Fabricante Marca Fabricante Apresen Concentra Formas Local de
Genérico (genérico/origem) (Marca/ -tação -ção do Farmacêuticas comercia
origem) (No.) princípio -lização
ativo
Cefaclor EMS(Nacional), Ceclor EMS 95 250mg; Cápsula gelatinosa Farmácia
Medley(Nacional), Nature´s (Nacional) 500mg, dura, Suspensão
Plus(Nacional) e Sigma 50 mg/ml; oral.
1
Pharma (Nacional) 75 mg/ml,
Cefadroxila AB Farmo(Índia), Abbott(EUA), Cefamox BRISTOL 45 500 mg, Cápsula gelatinosa Farmácia
Biosintética(Nacional), EMS MYER SQUIB 50mg, dura, Pó p/
(Nacional), Eurofarma(Nacional), (EUA) 50mg/ml, suspensão oral.
Medley(Nacional) e 100 mg,
Novartis(Suíça). 100 mg/ml,
2
Cefalexina AB Farmo (India), Antibióticos do Keflex , Laboratório 235 500 mg, 1g, Cápsula gelatinosa Farmácia
3
Brasil(Nacional), Bergamo Keforal , Bagó 1,5 g, dura, Comprimido
4
(Nacional), Brainfarma Keflaxina (Argentina), 50mg/ml; revestido, Drágea,
(Nacional), Cimed(Nacional), ABL 100 mg/ml, Pó p/ preparação
Cinfa(Espanha), EMS(Nacional), Antibioticos extemporânea oral,
Eurofarma (Nacional), Medley (Nacional), Suspensão Oral, Pó
(Nacional), Mepha (Suiça), Novartis p/ suspensão oral,
Nature´s Plus (Nacional), (Suíça)
Novartis(Suiça), Ranbaxy(India),
Sigma Pharma(Nacional), Teuto
(Nacional), União Química
(Nacional).
Cefalotina AB Farmo(India), Antibióticos do Keflin ABL 25 1g Pó p/ solução Hospital
Sódica Brasil(Nacional), EMS(Nacional), neutro Antibioticos injetável
Eurofarma(Nacional), Novafarma (Nacional)
(Nacional), Halex Istar(Alemã) e
Teuto(Nacional).
Cefazolina AB Farmo(India), Antibióticos do Kefazol ABL 22 1g Pó p/ solução Hospital
Sódica Brasil(Nacional), Eurofarma Antibioticos injetável
(Nacional), Novafarma (Nacional)
(Nacional), Ranbaxy (India) e
União Química (Nacional).
Cefotaxima AB Farmo(India), Antibióticos do Claforan SANOFI- 14 500 mg; Pó p/ solução Hospital
Sódica Brasil(Nacional). AVENTIS 1g injetável
(França)
Cefoxitina Eurofarma(Nacional), Mefoxin, Merck Sharp 9 1g Pó p/ solução Hospital
Sódica Novafarma(Nacional). Dohme (EUA) injetável
Ceftazidima AB Farmo(india), Eurofarma Fortaz GLAXO 9 1g Pó p/ solução Hospital
(Nacional) e Ranbaxy (India). SMITHKLINE injetável
(Reino Unido)
Ceftriaxona AB Farmo(India), Antibióticos do Rocefin ROCHE 66 250 mg; Pó p/ solução Hospital
Sódica Brasil(Nacional), EMS(Nacional), (Suiça) 500mg; injetável
Eurofarma(Nacional), Glenmark 1g,
(India), Neo Química (Nacional), 1000 mg
Novartis(Suiça) e Ranbaxy(India)
Cefuroxima AB Farmo(India), Zinacef GLAXO 14 750 mg Pó p/ solução Hospital
Sódica Eurofarma(Nacional), Glenmark SMITHKLINE injetável
(India) e Novartis(Suiça) (Reino Unido)
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados fornecidos pelo IMS Health do Brasil, em 2008.
Legenda: 1- As empresas Nature’s Plus e Sigma Pharma pertencem ao grupo EMS Sigma Pharma.
2- O Keflex apresenta sob a forma de comprimido revestido, drágea, Pó p/ preparação extemporânea
oral e Suspensão oral. 3- O Kefloral somente é cormecializado sob a forma de cápsula gelatinosa. 4-
A Keflaxina somente é comercializada sob a forma de pó p/ suspensão.
22
A cefalexina, o cefaclor e a cefadroxila são vendidas geralmente nas farmácias
para uso oral, enquanto que as demais cefalosporinas são normalmente
encontradas nos hospitais na forma injetável, o que mostra uma importante
diferenciação clínica entre elas (ver QUADRO 11). As 3 principais cefalosporinas
possuem diferenciação quanto a sua ação anti-bactericida e indicação clínica, o que
mostra que não são completamente substituíveis entre si conforme mostra o
QUADRO 12. Assim, a escolha de cada um dos princípios ativos depende de um
diagnóstico médico podendo este optar pelo mais eficiente conforme for a patologia
do paciente.
23
QUADRO 13: Preços da cefalexina, do cefaclor e da cefadroxila
Marca/Genérico2 Fabricante Apresentação3 Concentração Preço1 (R$)
Keflex (Marca) Laboratório Bagó Caixa com 8 drágeas 500mg 30,11
Keforal (Marca) ABL-Antibioticos Caixa com 8 cápsulas 500mg 19,73
Keflaxina (Marca) Novartis Caixa com 8 cápsulas 500mg 24,08
Cefalexina (genérico) ABL-Antibioticos Caixa com 8 drágeas 500mg 19,56
Cefalexina (genérico) Germed Caixa com 8 comprimidos 500mg 11,17
Cefalexina (genérico) Aurobindo Caixa com 8 comprimidos 500mg 11,65
Pharma
Cefalexina (genérico) Legrand Caixa com 8 comprimidos 500mg 12,43
Cefalexina (genérico) EMS Caixa com 8 comprimidos 500mg 13,53
Cefalexina (genérico) Eurofarma Caixa com 8 comprimidos 500mg 12,66
Cefalexina (genérico) Ranbaxy Caixa com 8 comprimidos 500mg 12,41
Cefalexina (genérico) Teuto Caixa com 8 comprimidos 500mg 11,25
Cefalexina (genérico Mepha- Caixa com 8 comprimidos 500mg 15,28
Ratiopharm
Cefalexina (genérico Brainfarma Caixa com 8 comprimidos 500mg 13,31
Cefalexina (genérico) Medley Caixa com 8 cápsulas 500mg 12,58
Cefalexina (genérico Novartis Caixa com 8 cápsulas 500mg 12,83
Cefalexina (genérico Aurobindo Caixa com 8 cápsulas 500mg 12,83
Pharma
Cefamox (Marca) Bristol Myer Caixa com 8 cápsulas 500mg 58,54
Squib
Cefadroxila (genérico) Novartis Caixa com 8 cápsulas 500mg 24,77
Cefadroxila (genérico) Mepha- Caixa com 8 cápsulas 500mg 27,96
Ratiopharm
Cefadroxila (genérico) Aurobindo Caixa com 8 cápsulas 500mg 38,05
Pharma
Ceclor (Marca) EMS Caixa com 10 drágeas 500mg 39,52
Cefaclor (genérico) Germed Caixa com 10 cápsulas 500mg 39,55
Cefaclor (genérico) Medley Caixa com 10 cápsulas 500mg 41,89
Cefaclor (genérico) EMS Caixa com 10 cápsulas 500mg 51,11
Cefaclor (genérico) Legrand Caixa com 10 cápsulas 500mg 39,55
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados fornecidos pela ACFARMA, em 2009.
Legenda: 1- Preços dos medicamentos em janeiro de 2009 com alíquota de 17% de ICM. 2- Faixas
Amarelo, Branco e Azul = Medicamento de marca e seu genérico respectivo. 3- Os medicamentos no
estado sólido podem ser apresentados na forma em pó ou em vários formatos sob a compressão ou
moldagem (comprimido, drágea, pílula, cápsula e supositório). Comprimido - O medicamento em
pó é submetido à compressão em um molde geralmente em forma cilíndrica, de disco de faces
planas ou de lentilhas. Freqüentemente, junta-se à substância ativa um excipiente para lhe dar o
volume conveniente. Drágea - Espécie de comprimido revestido por uma substancia açucarada, com
ou sem corante, de modo a evitar a sua fácil desagregação precoce, para proteger a substância ativa
da umidade e luz, para ocultar características organolépticas indesejáveis, para facilitar a sua
ingestão ou para proteger a substância ativa da destruição estomacal; geralmente é indicado quando
se deseja uma absorção em nível intestinal. Cápsula - O medicamento, em pó, e neste caso pode
também ser liquido, é colocado em um invólucro de gelatina de consistência dura. Pílula - O
Medicamento é compresso em forma esférica, podendo ser ou não revestida de substância
açucarada. Supositório - Ao medicamento é misturado veículos oleosos e moldado no formato
oblongo. Administra-se por via anal. Disponível em: <
http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20060823121024AAC8mmw >. Acesso em 12 jul.
2009.
24
Preço Nominal Médio ao Consumidor Keflex (de 500mg cx c/8 drg) e
Cefalexina (de 500mg cx c/8 comp.)
Keflex
35,00
Preço Médio (R$)
98
99
00
01
02
03
04
05
06
07
08
19
19
19
20
20
20
20
20
20
20
20
20
Ano
8.000.000 120.000.000
100.000.000
6.000.000 Venda (R$)
Unidades
80.000.000
4.000.000 60.000.000
40.000.000
2.000.000
20.000.000
0 0
1997 19981999 2000 2001 20022003 2004 2005 20062007 2008
Ano
Unidades Vendida Keflex Unidades Vendida Cefalexina
Venda Cefalexina(R$) Venda Keflex (R$)
5- Conclusões e recomendações
O presente estudo mapeou a demanda do setor farmacêutico de
medicamentos genéricos no Brasil. Mostrou-se que o segmento de mercado
25
farmacêutico de medicamentos genéricos tem potencial de crescimento tendo
alcançado, até junho de 2008, aproximadamente 16,6%19 das vendas em unidades
no conjunto do mercado farmacêutico no Brasil. Condições novas precisam ser
criadas de modo a favorecer uma melhor estruturação do setor por uma política de
ciência, tecnologia e inovação mais ativa que propicie uma adequada apropriação da
tecnologia, redução dos custos de produção e desempenho empresarial.
As oportunidades de crescimento do segmento de genéricos, com o surgimento
de empresas com produtos que respondam às demandas dos consumidores cada
vez mais exigentes, sugerem nova conduta do setor notavelmente no sentido de
estabelecer maior competição com os produtos tradicionais através da redução de
preço. O esforço de desenvolvimento dos produtos genéricos tende a alterar a
própria estrutura do mercado farmacêutico como um todo, à medida que novas
empresas adicionam pressão competitiva ao setor. Esse impacto é, contudo, lento e
gradativo pela própria natureza da pesquisa científica e tecnológica que requer longa
maturação.
Apesar da entrada de novas empresas, o segmento de genéricos não tem
evidenciado desconcentração significativa, pelo menos até 2008, onde o CR(4) foi
de 75,6% e o CR(8) de 90,8% como relatado. Isso porque as empresas
farmacêuticas de medicamentos de marca e de similares nacionais ainda não
perceberam as oportunidades competitivas associadas à expansão deste mercado.
Também as empresas de genéricos atuam fortemente nos principais mercados
relevantes com diferentes apresentações. Ficou evidenciado que as diferentes
formas de apresentações dos medicamentos genéricos não influenciam num preço
mais baixo para o consumidor, mas sim o número de empresas que está
comercializando este medicamento. O estudo sobre os mercados relevantes para o
segmento de medicamentos genéricos revelou uma altíssima concentração em
quatro classes terapêuticas, onde em 2008 estas representavam 43,3% do market-
share. A classe terapêutica predominante foi a dos antibióticos com 15,5% das
vendas. Observou-se que nos últimos anos os antibióticos estão entre os dez
maiores produtos importados, representando 2,5% em 2005 de todas as
importações de farmoquímicos. Logo, a substituição dessas importações merece
uma política de incentivo do governo para produção desses princípios ativos no
Brasil. Também estes são os mais consumidos já que são usados em diversas
doenças, mas a crescente demanda por estes deve indicar que o Ministério da
Saúde deve agir preventivamente de modo a informar sobre o uso adequado dos
antibióticos de forma a prevenir a auto-medicação.
Ficou evidenciado que nem sempre o medicamento genérico possui o preço
menor que o de marca, como é o caso do Ceclor e o seu genérico cefaclor. Logo, é
importante que os órgãos governamentais, associações e a própria imprensa tomem
o cuidado ao anunciar para os consumidores que o medicamento genérico é sempre
vantajoso em relação ao seu preço. Isso pode ser facilmente verificado quando se
entra no site da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos –
PróGenericos na sua página explicativa sobre o que é um medicamento genérico
encontra-se a seguinte frase “Com preços no mínimo 35% menores que os
medicamentos de marca, os medicamentos genéricos já estão colaborando para que
muitos brasileiros, que não estavam se medicando ou que tinham dificuldade de dar
19
Segundo informação da Associação PróGenéricos dos fabricantes de genéricos no Brasil.
Disponível em: <http://www.progenericos.org.br/mercado.shtml>. Acesso em: 15 dez. 2008.
26
continuidade a tratamentos, encontrem uma alternativa viável e segura para seguir
as prescrições médicas corretamente”20.
27
• repressão à prática dos preços de transferência por parte das empresas
estrangeiras situadas no Brasil através de maior controle dos produtos importados
por estas;
• incitação a maior desenvolvimento da biotecnologia por meio dos Fundos
Setoriais e dos órgãos de fomento;
• ampliação e fortalecimento dos cursos de pós-graduação de modo a formar um
maior número de especialistas;
• aumento do nível de cooperação das universidades e dos centros de
pesquisas com as empresas;
• incentivo às linhas de crédito para abertura de farmácias ou drogarias tendo o
profissional farmacêutico como proprietário;
• criação de plano de reembolso de medicamentos para a população mais
carente e incentivo aos planos de saúde para concederem este tipo de benefício aos
seus usuários;
• desburocratização das transações entre empresa e governo, principalmente no
que tange às exportações.
O incentivo ao reembolso ou co-pagamentos de medicamentos pelos planos de
saúde e pelo SUS pode fazer reduzir os preços dos medicamentos no Brasil como
ocorre em alguns países, principalmente os de marca. A maioria dos países da
Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) exerce um
controle indireto sobre os preços dos medicamentos através da definição de um
sistema de inclusão de produtos nas listas de produtos passíveis de cobertura
parcial ou total pelo sistema público de saúde. Os governos usam seu poder de
grande comprador para contrabalançar o poder de mercado das empresas
protegidas por patentes e outras falhas de mercado.
Os desafios da indústria nacional de medicamentos de genéricos são muitos e
entre eles listam-se alguns, a saber: (i) como as empresas nacionais podem
continuar a liderar o mercado de genéricos com a entrada de fortes grupos
multinacionais que também fabricam os medicamentos de marca, caso recente da
aquisição da Medley pela Sandofi-Aventis? (ii) como convencer os médicos a
receitarem cada vez mais os medicamentos genéricos?; (iii) como os medicamentos
genéricos podem competir com os medicamentos similares? (iv) como as empresas
de genéricos podem conquistar uma maior fatia do mercado farmacêutico? iv) Como
fazer que a parcela mais pobre da população possa comprar medicamentos mais
baratos?
Uma resposta para os desafios acima pode ser sugerida no sentido deste
segmento ter uma política industrial brasileira que contemple que as empresas
nacionais de medicamentos genéricos sejam apoiadas por órgãos de fomento de
modo a estabelecer parcerias com os centros de pesquisas e universidades públicas
e privadas para desenvolverem novos produtos genéricos antes do prazo de
expiração das patentes dos produtos de marca.
Estudos adicionais poderão ser realizados a partir das informações
mencionadas nesta presente pesquisa. Um deles seria verificar o impacto dos
preços sobre a concentração do mercado por meio de modelos econométricos com
a finalidade de aprimorar a política governamental de controle dos preços. Outro
estudo importante a ser feito seria a comparação dos dados e informações sobre o
mercado de genéricos brasileiro com o mercado de genéricos indiano, onde a partir
das diferenças encontradas, novas condutas poderiam ser sugeridas para as
empresas brasileiras. Poderia se pensar em fazer a mesma pesquisa levando em
consideração somente à demanda do setor público. Finalizando sugere-se o estudo
28
de elasticidade de outras classes terapêuticas com a finalidade de compreender a
conduta usada pelas empresas e de ajudar a compreender a formação dos preços e
de seu impacto junto ao consumidor.
6- Referências Bibliográficas
ABREU, J. C. Competitividade e Análise Estrutural de Medicamentos Genéricos do
Brasil. 2004. 152f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Processos Químicos e
Bioquímicos) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004.
ALBUQUERQUE, E. M.; CASSIOLATO, J. E. As especificidades do sistema de
inovação do setor saúde: uma resenha da literatura como introdução a uma
discussão sobre o caso brasileiro. Belo Horizonte: FESBE, 2000. (Estudos FESBE I).
ARROW, K. J. Uncertainty and the welfare economics of medical care. The American
Economic Review, Pittsburgh, v. 53, n. 5, p. 141–149, Dec. 1963.
BERMUDEZ, J. A. Z.; Remédio: saúde ou indústria? a produção de medicamentos
no Brasil. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1992.
BRASIL. Ministério da Justiça. Conselho Administrativo de Defesa Econômica
(CADE). Resolução nº 20, de 9 de junho de 1999. Dispõe, de forma
complementar, sobre o Processo Administrativo, nos termos do art. 51 da Lei
8.884/94. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília,
DF, 28 jun. 1999.
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