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II – A IDADE DA TERRA
Fig. 2.1 – Isócrona Rb/Sr para um conjunto de amostra de igual idade radiométrica. Na
altura da formação a razão 87Sr/86Sr é suposta ser idêntica mas as razões 87Rb/86Sr
poderão ser diferentes. O declive da isócrona permite a determinação de t.
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INTRODUÇÃO À FISICA DA TERRA
O método Rb/Sr é utilizado para quase todas as idades geológicas, se bem que a
precisão das datações é reduzida no que diz respeito aos últimos 10/20 Ma.
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II – A IDADE DA TERRA
Fig.2.2 – Isócrona Rb/Sr para a rocha total e para um conjunto de minerais num granito
metamorfisado. A rocha total é aqui definida como a correspondente às amostras
suficientemente grandes para que as razões isotópicas (e pai-filho) não tenham sido
perturbadas pelo processo metamórfico.
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2.5 OS METEORITOS
Muito antes da missão Apollo fornecer as primeiras amostras de rochas lunares,
havia uma só fonte directa de dados sobre a composição do Sistema Solar: os
meteoritos.
Os meteoritos são conhecidos desde a pré-história, mas só agora são intensamente
estudados, por serem as únicas amostras palpáveis de material dos primeiros dias
do sistema solar.
Há já bastante tempo que os meteoritos são encarados como tendo composições
análogas às dos planetas do sistema solar. As estruturas internas dos planetas
terrestres deverão ser constituidas por um núcleo metálico sobreposto por um
manto de sílica - à semelhança do que sabemos quanto à Terra. Esta separação está
também presente nos meteoritos, que se apresentam agrupados em três tipos
fundamentais: os meteoritos condríticos, os meteoritos de ferro-níquel e os
meteoritos acondríticos.
2.5.3 Acondrites
Alguns meteoritos são formados por rochas ígneas com um grau de evolução
superior às condrites, sendo a sua idade radiométrica média um pouco menor que a
das condrites. Angra dos Reis, por exemplo, é um meteorito ígneo com idade de
4,551 ± 2 Ma.
As acondrites basálticas são verdadeiros basaltos semelhantes aos basaltos lunares.
Têm, em média, idades de cristalização da ordem de 4,539 ± 4 Ma, notoriamente
com 20 Ma a menos, relativamente ao material mais antigo datado do Allende.
Para além destes tipos de meteoritos, é ainda importante considerar o tipo SNC (de
shergottites, nakhlites e chassignites). A importância deste tipo provém do facto de
as idades radiométricas respectivas serem muito inferiores aos dos outros tipos de
metoritos (da ordem de 1000 Ma), pelo que se admite terem como origem um
planeta evoluido do sistema solar. Uma vez que a composição química dos gases
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Sol C1
Na 0.067 0.0574
Mg 1.089 1.074
Al 0.0837 0.0849
Si 1 1
P 0.0049 0.0010
S 0.242 0.0515.
K 0.0039 0.00377
Ca 0.082 0.0611
Ti 0.0049 0.0024
Fe 1.270 0.900
Ni 0.0465 0.0493
Tabela 2.II - Comparação de abundâncias atómicas entre o Sol e Condrites Carbonatadas
de tipo C1 (in Breneman et al. 1985 e Anders et al, 1989, citados por Don Anderson em
Understanding the Earth, 1992.
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evolução da nébula. Tem-se tornado mais claro, que a nébula solar primitiva era
um ambiente bastante mais turbulento do que se imaginava.
evidência, de pelo menos, oitenta bacias com cerca de 300 km e 10 000 crateras
com de dimensões entre 30 e 300 km, formadas antes do principal
bombardeamento ter cessado há cerca de 3 800 Ma. A grande bacia anelada, Mare
Orientale, que se formou na Lua há cerca de 3 800 Ma, é um exemplo. Uma vez
que um semelhante, mas provavelmente mais intenso, impacto atingiu a Terra,
justifica a ausência de identificação de rochas, com idade superior a 3,800 Ma.
Actuais estimativas indicam que 200 bacias aneladas com diâmetros superiores a
mil quilómetros, se formaram na Terra devido ao impacto de corpos com poucas
centenas de quilómetros de diâmetro, há cerca de 4,400-3,800 Ma, isto é, logo a
seguir à accretisação da Terra. Na Terra, contrariamente ao que acontece na Lua, a
evidência foi removida, uma vez que brechas esmagadas tinham sido carne fácil
para os agentes erosivos terrestres. Embora este bombardeamento tenha sido
catastrófico para a crusta terrestre inicial, a adição de material à superfície da
Terra teria sido pouco significativa.
Alguns sobreviventes destes planetésimais, continuam por aí. Existem cerca de
120 asteróides identificados com órbitas aproximadas ou cruzadas com a da Terra.
Entre 100 e 1,000 toneladas de material meteoritíco, sobre tudo poeiras, caem na
Terra todos os dias. Todos os 20-30 Ma, um asteróide grande o suficiente para
provocar uma cratera de 20 km, atinge a Terra. A extinção dos dinossauros no fim
do Cretácio, há cerca de 65 Ma, está provavelmente relacionada com o impacto de
um asteróide com cerca de 10 km de diâmetro. A evidência para tal colisão, está no
facto de existir uma fronteira exacta no Cretácio-Terciário, de uma vasta camada
mundial de Irídio (raro na Terra, mas muito abundante nos meteoritos), que é
interpretado como o resultado de um mega impacto que se relaciona com a
desaparecimento de de algumas espécies animais.
A mais recente cratera lunar, Thyco, com 85 km de diâmetro, formada por um
impacto semelhante há cerca de 100 ma, indica que impactos relativamente
grandes ocorreram recentemente na escala de tempo geológica e bastante perto da
Terra (um impacto falhado ocorreu em Março de 1989, quando um asteróide com
cerca de 100 metros, capaz de formar uma cratera com dimensões de quilómetros,
passou a uma distância duas vezes a da Terra-Lua).
Assim, são muitas as evidências para a existência de planetésimais com diâmetros
superiores a 100 km no Sistema Solar, juntamente com alguns restos dos seus
sobreviventes. Teriam os planetas sido formados a partir destes, ou existiriam
corpos maiores de dimensões intermédias (tipo Lua, Marte, ou Mercúrio), na
hierarquia de objectos que accrecionaram, para formar os planetas terrestres?
A maior evidência para a existência prévia de objectos muito grandes (com massas
de dimensões da Terra, Lua ou Marte) numa nébula inicial, vem da inclinação dos
planetas relativamente ao seu eixo de rotação (ver tabela I deste capítulo). Um dos
maiores impactos foi o sofrido por Urano, cálculos mostram que era necassário um
impactor de dimensões tipo Terra, para colidir com o planeta e colocá-lo com uma
inclinação perto dos 90°. São necessárias colisões mais pequenas para justificar a
inclinação dos outros planetas mas, no entanto alguns pelo menos tão grandes
como Marte (com 1/10 da massa da Terra), teriam de ser responsáveis, já que
impactores mais pequenos (tipo Phobos), não seriam significativos.
Quantos destes objectos grandes seriam necessários e quais as suas dimensões?
Têm sido levados a cabo cálculos, mas só na região dos planetas interiores
(Mercúrio, Vénus, Terra e Marte). Simulações em computador dos processos de
agregação, mostram que cerca de 100 planetesimais tipo Lua, 10 tipo Mercúrio e
3-5 tipo Marte, deveriam formar a população final de planetesimais.
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2.8 BIBLIOGRAFIA
Brown, G. C., Hawkesworth, C. J., Wilson, R. C. L. (eds), “Understanding the
Earth”, Cambridge University Press, 1992, pp 1-551
Frank D Stacey, “Physics of the Earth”, Brookfield Press, Brisbane, Australia,
1992, pp 1-513.
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