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25-PUD
INPE
São José dos Campos
2011
PUBLICADO POR:
INPE
São José dos Campos
2011
RESUMO
iii
iv
ARTIFICIAL SATELLITES – ORBITAL MOTION
ABSTRACT
This work was written to support the academic activities of the Artificial Satellites –
Orbital Motion class, for the MSc Space Engineering and Technology degree, Space
Mechanics and Control option. It has been updated several times by different
collaborators. This version received inclusions in the environmental orbital
perturbations acting on low Earth orbits, as, for instance, the atmospheric drag, the solar
radiation pressure and Earth’s gravity field, among others. The mathematical model of
perturbations was included in order to allow the student to understand the physical
principle acting on the orbit, as well as to allow him to implement it on a computer to
perform orbit simulation or propagation. The knowledge area of the orbital motion is
large, so this document can’t cover it totally. However, it is expected that, in future,
several other orbital disturbances can be included here, together with updated and more
precise models.
v
vi
SUMÁRIO
Pág.
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 1
2 FORÇAS DE ORIGEM GRAVITACIONAL ......................................................... 3
2.1 Introdução............................................................................................................. 3
2.2 Expressão para o Geopotencial ............................................................................ 4
2.3 Representação dos Harmônicos Esféricos............................................................ 6
2.4 Potencial Gravitacional Terrestre ....................................................................... 16
2.5 Fórmulas Recursivas para Cálculo do Geopotencial.......................................... 18
2.6 Normalização de Coeficientes e Polinômios ...................................................... 19
2.7 Representação Convencional.............................................................................. 21
2.8 Representação Uniforme .................................................................................... 23
2.9 Problemas ........................................................................................................... 24
3 FORÇAS PERTURBADORAS ............................................................................. 27
3.1 Introdução........................................................................................................... 27
3.2 Força Gravitacional Devida ao Potencial do Corpo ........................................... 27
3.2.1 Efeito Devido à Não-Esfericidade da Terra ................................................... 34
3.3 Atração gravitacional do Sol e da Lua ............................................................... 35
3.3.1 Efeito da Atração Gravitacional do Sol e Lua................................................ 36
3.4 Forças de Marés Devidas à Lua e ao Sol............................................................ 36
3.5 Força de Arrasto ................................................................................................. 38
3.5.1 Relação área-sobre-massa............................................................................... 40
3.5.2 O coeficiente de arrasto .................................................................................. 41
3.5.3 Densidade atmosférica.................................................................................... 45
3.5.4 Modelos atmosféricos..................................................................................... 51
3.6 Forças de Pressão de Radiação Solar ................................................................. 52
3.6.1 Coeficiente de pressão de radiação................................................................. 54
3.7 Albedo e radiação terrestre ................................................................................. 60
3.8 Equação Geral das Forças que Atuam no Satélite.............................................. 61
3.9 Problemas ........................................................................................................... 62
4 MÉTODOS ANALÍTICOS DE PERTURBAÇÃO ............................................... 63
4.1 Introdução........................................................................................................... 63
4.2 Método de Brouwer ............................................................................................ 63
4.3 Método de Von Zeipel........................................................................................ 67
5 MÉTODOS SEMI-ANALÍTICOS DE PERTURBAÇÃO .................................... 69
5.1 Introdução........................................................................................................... 69
5.2 Equações de Movimento .................................................................................... 69
5.3 Forças Perturbadoras .......................................................................................... 71
5.3.1 A Função Potencial Gravitacional da Terra ................................................... 71
5.3.2 O Arrasto Atmosférico ................................................................................... 71
5.3.3 A Função Gravitacional de Outros Corpos .................................................... 72
vii
5.4 Métodos de Solução: Método de Médias ........................................................... 72
APÊNDICE A – TABELAS DE POLINÔMIOS DE LEGENDRE .............................. 81
APÊNDICE B –FLUXO SOLAR E ATIVIDADE GEOMAGNÉTICA....................... 87
B.1 – Fluxo Solar............................................................................................................ 87
B.2 – Atividade geomagnética ....................................................................................... 87
B.3 – Número de manchas solares.................................................................................. 87
B.4 – Arquivo de dados .................................................................................................. 88
viii
1 INTRODUÇÃO
1
ordem de 5 a 10 km na determinação da posição do satélite, ou seja, um erro angular da
ordem de 0,05°.
2
2 FORÇAS DE ORIGEM GRAVITACIONAL
Um satélite ao redor da Terra fica sujeito a diversas forças, das quais a força
predominante é de origem gravitacional. Se a Terra fosse perfeitamente esférica e
homogênea a órbita resultante seria uma elipse. Porém, devido a diferenças na
homogeneidade de distribuição de massa e também à forma não esférica da Terra, a
forma da órbita irá apresentar deformações com relação à elipse. Neste capítulo será
apresentada a formulação que permite descrever o potencial gravitacional para um
corpo não esférico ou não homogêneo.
2.1 Introdução
Pela lei gravitacional de Newton, um corpo pontual de massa m é atraído pela massa M
por uma força dada por:
GMm
F(r ) = rˆ , (2.1)
r2
GM
U= . (2.2)
r
δU
F=m = m∇U . (2.3)
δr
Esta definição é mais antiga do que a da energia potencial e os astrônomos usaram esta
definição sem conhecer o significado da energia potencial (Baker et al.). Posteriormente
perceberam que U é proporcional ao negativo da energia potencial para uma massa
unitária. U também é chamado potencial de força. Portanto, sendo V a energia potencial,
na astronomia e na mecânica celeste é comum usar-se:
GM
V = −U = − (2.4)
r
3
sobre a massa de prova, e assim o potencial total de atração da distribuição sobre a
partícula pode ser dada por (veja-se a Figura 2.1):
ρ dV
U =G∫ , (2.5)
V r
P(x, y, z)
z
r
dM
Figura 2.1 – Potencial gravitacional num ponto P, devido à ação da massa dM.
Considere agora dois pontos P e P’ dados pelas suas coordenadas esféricas P(r, θ, λ) e
P’(r’, θ’, λ’), conforme mostrado na Figura 2.2, onde r é a distância à origem, θ é a co-
latitude e λ é a longitude. O ângulo ψ entre os raios vetores de P e P’ pode ser obtido
diretamente do produto escalar entre os dois vetores, resultando:
cos ψ = cos θ cos θ '+ sen θ sen θ ' cos(λ '− λ ) (2.7)
4
z ∆ P’
θ’ r’
P θ ψ
r
x y
λ λ’
1 1
= (2.9)
∆ r' r '2
r 1 − 2 cos ψ + 2
r r
r'
Desenvolvendo esta em série de potências em relação a ,
r
1 1
2
r' r'
= P o (cos ψ ) + P1 (cos ψ ) + P2 (cos ψ ) + ... =
∆ r r r
n
1 ∞ r'
= ∑ Pn (cos ψ) ,
r n =0 r
(2.10)
5
∞ n
G dM r'
U dM =
r
∑ Pn (cos ψ )
n=0 r
(2.11)
onde δmo é o delta de Kronecker e Pnm são polinômios associados de Legendre. Usando
a Relação 2.10 com ângulos complementares ϕ e ϕ ' de θ e θ ' , a Equação 2.9 pode ser
escrita como:
( n − m)! r '
∞ n n
G dM
U dM =
r
∑∑ (2 − δmo )
n=0 m=0
Pnm (sen ϕ) Pnm (sen ϕ ') cos m(λ − λ ') =
( n + m)! r
∞ n
GM ae
n
U= ∑∑ ( Cnm cos mλ + Snm sen mλ ) Pnm (senϕ) , (2.14)
r n =0 m =0 r
onde:
∂ 2U 2 ∂U 1 ∂ 2U cot θ ∂U 1 ∂ 2U
+ + + + =0 (2.16)
∂r 2 r ∂r r 2 ∂θ2 r 2 ∂θ r 2 sen 2 θ ∂λ 2
6
Se a solução desta equação for da forma U(r, θ, λ) = R(r) Y(θ, λ), então a equação
diferencial acima pode ser separada em duas:
d2 R dR
r2 2
+ 2r − n ( n + 1) R = 0 (2.17)
dr dr
∂ 2Y ∂Y 1 ∂ 2Y
+ cot θ + + n ( n + 1) Y = 0 (2.18)
∂θ2 ∂θ sen 2 θ ∂λ 2
R( r ) = A r n + B r − ( n +1) . (2.19)
n +1
a
R(r ) = e . (2.20)
r
Por sua vez, admite-se que Y(θ, λ) também possa sofrer uma separação de variáveis, na
forma:
d2 P dP m2
+ cot θ + n (n + 1) − P=0 (2.22)
dθ 2
dθ sen 2 θ
d2 Λ
+ m2 Λ = 0 (2.23)
dλ 2
7
A partir da análise desta solução, conclui-se que m deve necessariamente ser inteiro.
Fazendo x = cosθ, a primeira equação fica:
d 2 dP m2
(1 − x ) + n ( n + 1) − P=0 (2.25)
d x d x 1 − x 2
cuja solução para m = 0 resulta nos polinômios de Legendre, dados pela fórmula de
Rodrigues:
1 dn
( )
n
Pn ( x) = x2 −1 (2.26)
2n n ! d x n
(1 − x )
m/ 2
2
d n+m
( )
n
Pnm ( x) = n n+m
x2 −1 (2.27)
2 n! dx
d m Pn ( x)
Pnm ( x) = (1 − x 2 ) m 2 , (2.28)
d xm
n 0 1 2 3
Pn(x) 1 x 3 2 1 5 3 3
x − x − x
2 2 2 2
Pn1(x) - − 1 − x2 −3 x 1 − x 2 3
− 1 − x 2 (5 x 2 − 1)
2
Pn2(x) - - 3 (1 − x 2 ) 15 x (1 − x 2 )
Pn3(x) - - - −15(1 − x 2 )3/2
8
A Figura 2.3 mostra os polinômios de Legendre de ordem ímpar (1, 3 e 5) e a Figura 2.4
mostra os polinômios de ordem par (2 e 4). Os ímpares satisfazem a condição P2k+1(-1)
= -1, enquanto que os pares obedecem a P2k(-1) = 1, para k = 0, 1, 2 .... Ambos assumem
valores unitários em t = 1 (Pn(1) = 1). A Figura 2.5 ilustra as funções associadas de
Legendre até a ordem 3.
n 0 1 2 3
sen ϕ 1 1
Pn(senφ) 1 (1 − 3cos 2ϕ) (3sen ϕ − 5sen 3ϕ)
4 8
cos ϕ 3 3
Pn1(senφ) - sen 2ϕ (cos ϕ − 5 cos 3ϕ)
2 8
3 15
Pn2(senφ) - - (1 + cos 2ϕ) (sen ϕ + sen 3ϕ)
2 4
15
Pn3(senφ) - - - (3cos φ + cos 3φ)
4
Os harmônicos com m = 0 são polinômios de grau n e assim possuem n zeros, que são
reais e situados no intervalo −1 ≤ t ≤ 1 ou 0 ≤ θ ≤ π . Estes harmônicos mudam seu sinal
n vezes neste intervalo e não dependem da longitude λ. Eles dividem a esfera em zonas
e são chamados harmônicos zonais, como mostrado na Figura 2.6. As funções
associadas mudam seu final n⋅m vezes no intervalo 0 ≤ θ ≤ π . As funções cosmλ têm
2m zeros no intervalo 0 ≤ λ ≤ 2π . Elas dividem a esfera em compartimentos nos quais o
valor da função é alternadamente positivo e negativo, como mostrado na Figura 2.7, e
são chamados como harmônicos tesserais (do latim ‘tessera’ que significa mosaico ou
azulejo). Em particular, quando n = m, eles degeneram em funções que dividem a esfera
em setores positivos e negativos, quando são chamados harmônicos setoriais, mostrados
na Figura 2.8.
9
1.0
P1
0.5 P3
Polinômios de Legendre
0.0 P5
-0.5
-1.0
-1.0 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
t
Figura 2.3 – Polinômios de Legendre de ordem ímpar.
1.0
0.5 P4 P2
Polinômios de Legendre
0.0
-0.5
-1.0
-1.0 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
t
Figura 2.4 – Polinômios de Legendre de ordem par.
10
15
10 P33
P32
5
P22
P11
0
P21 P31
-5
-10
-1.0 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
11
Figura 2.7 – Harmônicos tesserais
12
Tabela 2.3 Polinômios e funções associadas de Legendre até a ordem 5
n=1 2 3 4 5
m
=
0
13
Tabela 2.4 Polinômios e funções associadas de Legendre de ordem 5 até 10.
n=6 7 8 9 10
m
=
0
14
Tabela 2.3 Polinômios e funções associadas de Legendre de ordem 5 até 10 (cont.).
n=6 7 8 9 10
m
=
8
10
15
cos 2a = 2cos 2 a − 1
cos3a = 4cos3 a − 3cos a
cos 4a = 8cos 4 a − 8cos 2 a + 1
cos5a = 16cos5 a − 20cos3 a + 5cos a
cos 6a = 32cos 6 a − 48cos 4 a + 18cos 2 a − 1 (2.30)
cos 7 a = 64cos a − 112cos a + 56cos a − 7 cos a
7 5 3
A partir da análise dos resultados obtidos com a integração da Equação 2.13, em casos
particulares, conclui-se que os coeficientes Cnm e Snm apresentam certas propriedades,
apresentadas a seguir.
Pode-se mostrar também que se a matriz de inércia da Terra for dada por:
A D E
IT = D B F, (2.31)
E F C
16
com relação ao sistema de eixos geocêntrico (eixo x passando pelo meridiano de
Greenwich, no plano do equador, eixo z coincidente com o eixo de rotação, na direção
do pólo norte) então os coeficientes C21 e S 21 resultam:
E
C21 = (2.32)
Mae2
F
S21 = . (2.33)
M ae2
D
S22 = (2.34)
2ae2 M
que resultaria nulo apenas se, por coincidência, o meridiano de Greenwich coincidisse
com um dos eixos principais de inércia.
A Terra não é apenas achatada nos pólos: quando vista a partir do pólo norte a Terra
apresenta também um pequeno achatamento no equador. Este achatamento reflete-se no
coeficiente C22 , dado por:
1
C22 = ( B − A) , (2.35)
4ae2 M
cujo principal efeito é sentido nas órbitas dos satélites geoestacionários, que são
continuamente levados para uma longitude sobre Sri Lanka (antigo Ceilão).
17
o coeficiente zonal devido ao achatamento ( J 2 > 0 ). Da mesma forma, o coeficiente
zonal C30 = − J 3 representa o efeito que atribui para a Terra uma forma de pera.
2n − 1 n −1
Pn = sen ϕ Pn −1 − Pn − 2 . (2.36)
n n
2n − 1 n + m −1
Pn ,m = sen ϕ Pn −1,m − Pn − 2,m , se m ≤ n – 2 (tesserais) (2.39)
n−m n−m
18
2n − 1 n −1
Pn ( x) = x Pn −1 ( x) − Pn − 2 ( x ) (2.42)
n n
2n − 1 n + m −1
Pn ,m ( x) = x Pn −1,m ( x) − Pn − 2,m ( x ) (2.43)
n−m n−m
com
1 se m = 0
εm = (2.45)
2 se m ≥ 1
S n 0 = S n, 0 = 0
m=0 (2.46)
Cn , 0 = − J n
19
e
12
Cnm 1 ( n + m)! Cnm
= S (2.48)
S nm 4n + 2 ( n − m)! nm
A Tabela 2.5 apresenta alguns valores dos coeficientes zonais normalizados, do modelo
do potencial terrestre GEM-09, e a Tabela 2.6 apresenta valores dos coeficientes
tesserais.
n Cn 0 = − J n
1 0
2 -484.16555 10-6
3 0.95848 10-6
n m Cnm Snm
1 1 0 0
2 1 -0,00021 -0,00406
2 2 2,4340 -1.39786
3 1 2,02826 0,25244
3 2 0,89198 -0,62241
3 3 0,70256 1,41140
Pn = ( 2n + 1) Pn
12
(2.49)
12
(n − m)!
Pnm = (4n + 2) Pnm (2.50)
( n + m)!
20
com predominância dos coeficientes associados ao terceiro harmônico. O potencial foi
obtido a partir do modelo GEM10, com coeficientes zonais e tesserais até ordem 10.
onde: Cnm e Snm são coeficientes dos harmônicos esféricos, µ (= GM) é a constante
geogravitacional (≅ 3,986 x 105 km3/s2) e ae é o raio equatorial da Terra. O potencial é
avaliado no ponto localizado pelo módulo do raio vetor (distância) r, pela latitude
geocêntrica φ e pela longitude geocêntrica λ, conforme mostrado na Figura 2.10.
21
Figura 2.9 – Superfície equipotencial da Terra, subtraída do segundo harmônico e com efeito
ampliado dos demais harmônicos.
r
φ
y
λ
x
Esta relação, contudo, não permite uma visualização dos efeitos dos harmônicos zonais,
tesserais e o potencial do corpo central. Por isso é conveniente separar a somatória em
22
suas diversas componentes. Para isso, lembrando que C11 = S11 = 0, pode-se eliminar o
termo n = 1. Além disso, n = 0 representa o potencial do corpo central, dado por µ/r,
que gera o movimento kepleriano puro. Visto ainda que na prática há um limite N para
o valor máximo da ordem do polinômio, o potencial pode ser reescrito, na forma
normalizada, como:
n
µ µ N ae
U= − ∑ J n Pn (senϕ) +
r r n=2 r
n
(2.52)
µ N n a
+ ∑∑ e ( Cnm cos mλ + S nm sen mλ ) Pnm (senϕ)
r n = 2 m =1 r
(1 − sen ϕ)
m/ 2
2
d n+m
( )
n
Pnm (sen ϕ) = n+m
sen 2 ϕ − 1 , (2.53)
n
2 n! (dsen ϕ)
dn+m
1
( )
n
Anm (sen ϕ) = n+m
sen 2 ϕ − 1 , (2.54)
2 n ! (dsen ϕ)
n
( Cnm cos mλ + Snm sen mλ ) Pnm (senϕ) = ( Cnm rm + Snm im ) Anm (senϕ) (2.56)
onde rm e im valem:
23
im = sen mλ cos m ϕ (2.58)
onde real(⋅) e imag(⋅) são funções que obtêm a parte real e a parte imaginária do
argumento. Além disso, os valores de rm e im podem ser obtidos por de recursão, na
forma:
2.9 Problemas
U = U 00 + U10 + U 20 + U 30 + } zonais
+U11 + U 21 + U 31 +
+ U 22 + U 32 + tesserais
+ U 33
24
Calcular o valor do potencial para x = y = z = ae (raio equatorial da Terra). Note
que tanto o raio r quanto o seno e o co-seno da latitude e longitude dependem
das coordenadas cartesianas.
Pn(1) = 1
Pn(-1) = (-1)n
n Pn = (2 n − 1) x Pn −1 − ( n − 1) Pn − 2
n Pn = x Pn′ − Pn′−1
(2 n + 1) Pn = Pn′+1 − Pn′−1
( n + 1) Pn = Pn′+1 − x Pn′
P33 (sen φ)
P66 (sen φ)
P84 (sen φ)
25
26
3 FORÇAS PERTURBADORAS
3.1 Introdução
c) a força de arrasto;
f) o albedo.
Considerando a Terra, seja (x', y', z') um sistema de coordenadas fixo na Terra com x'
apontando para o meridiano de Greenwich, z' para o pólo norte e y' a 90° de x'
completando x', y' e z', um sistema dextrogiro. Seja (xa, ya, za) um sistema de
coordenadas tal que xa está apontado ao CM da partícula, tal que o angulo entre o eixo
xa e o plano equatorial seja φ e o ângulo entre a projeção do xa no plano equatorial e o
eixo x´seja λ. O eixo ya está no plano equatorial para lado leste.
27
Então, efetuando uma rotação em torno do eixo z' de λ, x' coincide com xa' e y' com ya'.
Agora, fazendo uma rotação em torno de y' (ou ya) de -φ, z' coincidirá com o sistema xa
r r
ya za. Isto é, se ra for vetor coluna do sistema (xa, ya, za) e r for vetor coluna do sistema
(x', y', z'), então:
r r
ra = Ry (−φ) Rz (λ ) r (3.2)
z’
za
xa
ya
r
φ y’
x’ λ
Chamando
T = Ry ( −φ) Rz (λ ) (3.3)
onde
cos φ 0 senφ
Ry ( −φ) = 0 1 0 (3.4)
−senφ 0 cos φ
cos λ senλ 0
Rz (λ ) = −senλ cos λ 0 (3.5)
0 0 1
28
a matriz de rotação fica:
r r
r&a = T r& ' (3.7)
r r
ra = T &&
&& r'
z ≡ z’
r
y’
x θ
γ x’ y
r
Se r for o vetor coluna do sistema (x, y, z), então:
29
r r r
r = Rz ( −θ) r ′ = RzT (θ) r ′ , (3.9)
onde:
cos θ sen θ 0
Rz (θ) = − sen θ cos θ 0 , (3.10)
0 0 1
Uma vez que a órbita do satélite é um plano "fixo" no espaço que, por hipótese, não
depende da velocidade de rotação da Terra, a Equação 3.10 é válida para aceleração
também, isto é,
r r
r = G T &&
&& ra (3.12)
r
&&
ra representa as componentes da aceleração relativas ao sistema de coordenadas (xa, ya,
za).
Sabe-se que para uma função escalar U de coordenadas ortogonais gerais u1, u2, u3, é
válida:
1 ∂U
h1 ∂u1
1 ∂U
∇U = , (3.13)
h2 ∂u2
1 ∂U
h3 ∂u3
x = r cos φ cos λ
30
z = r sen φ ,
d z = sen φ d r + r cos φ d φ .
(d s ) 2 = (d x ) 2 + (d y ) 2 + (d z ) 2 =
= r 2 cos 2 φ sen 2 λ (d λ ) 2 + r 2 sen 2 φ cos 2 λ (d φ) 2 +
+ cos 2 φ cos 2 λ (d r ) 2 + 2r 2 sen φ cos φ sen λ cos λ (d λ d φ) −
−2r sen φ cos φ cos 2 λ (d φ d r ) − 2r cos 2 φ sen λ cos λ (d r d λ ) +
(3.16)
+ r 2 cos 2 φ cos 2 λ (d λ ) 2 + r 2 sen 2 φ sen 2 λ (d φ) 2 +
+ cos 2 φ sen 2 λ (d r ) 2 − 2r 2 sen φ cos φ sen λ cos λ (d λ d φ) −
−2r sen φ cos φ sen 2 λ (d φ d r ) + 2r cos 2 φ sen λ cos λ (d λ d r ) +
+ r 2 cos 2 φ (d φ) 2 + sen 2 φ (d r ) 2 + 2r sen φ cos φ (d φ d r )
e os termos em (d φ) 2 ficam:
os termos em (d λ ) 2 :
os termos de (d λ d φ) :
31
os termos de (d φ d r ) :
os termos de (d r d λ ) :
(d s ) 2 = (d x ) 2 + (d y ) 2 + (d z ) 2 = (d r ) 2 + r 2 cos 2 φ (d λ ) 2 + r 2 (d φ) 2 (3.23)
r
de onde conclui-se que h1 = 1 , h2 = r cos φ e h3 = r . Assim, os componentes de &&
ra são
computados por (com u1 = r , u2 = λ e u3 = φ ):
∂U
r&&
xa ∂r
r &&r 1 ∂U
ra = ya = ∇U =
&& , (3.24)
&&r r cos φ ∂λ
za 1 ∂U
r ∂φ
r r
onde &&
ra representa as componentes da aceleração inercial (Equação 3.24) &&
r tomada ao
longo dos eixos instantâneos xa, ya, za.
∞ n
GM n
ae
U= ∑∑ ( Cnm cos mλ + S nm sen mλ ) Pnm (sen φ) (3.25)
r n =0 m=0 r
ou
µ µ ∞ n ae
n
onde µ = GM, então a aceleração que atua numa massa de prova externa à Terra, em
relação ao sistema de coordenadas fixas na Terra fica:
32
n
−( n + 1) (Cnm cos mλ + Snm sen mλ ) Pnm
r µ ∞ n ae
ra = 2 ∑∑ m sec φ ( −Cnm sen mλ + S nm cos mλ) Pnm ,
&& (3.27)
r n =0 m=0 r
cos φ (Cnm cos mλ + Snm sen mλ ) Pnm′
onde P'nm é a derivada de Pnm em relação a senφ. As expressões cosφ P'nm e secφ Pnm são
calculadas usando-se as relações:
sec φ P11 = 1
sec φ Pnn = (2n − 1) cos φ (sec φ Pn −1, n −1 )
2n − 1 n + m −1 (3.28)
sec φ Pnm = senφ (sec φ Pn −1, m ) − (sec φ Pn − 2, m )
n−m n−m
′ = − n senφ (sec φ Pnm ) + ( n + m) (sec φ Pn −1, m )
cos φ Pnm
µ
U= + U ( J ) + U (C , S )
r
n n (3.29)
µ µ ∞ a µ ∞ n a
= − ∑ J n e Pn + ∑∑ e ( Cnm cos mλ + Snmsen mλ ) Pnm
r r n=2 r r n = 2 m =1 r
1 ( n + 1) Pn
µ µ ∞ ae
n
r
ra = − 2 0 − 2 ∑ Cn
&& 0 +
r r n=2 r
0 − cos φ Pn′
(3.30)
−( n + 1) (Cnm cos mλ + Snm sen mλ ) Pnm
µ ∞ n ae
n
+ 2 ∑∑ m sec φ ( −Cnm sen mλ + S nm cos mλ ) Pnm
r n = 2 m1 r
cos φ (Cnm cos mλ + Snm sen mλ ) Pnm′
33
2n + 1
12
sec φ Pnm = 2 2
.
n −m
(3.31)
n 2 − m 2 − 2n + 1
1/ 2
. (2n − 1)1 2 senφ sec φ Pn −1,m − sec φ Pn − 2,m
2n − 3
2n + 1 2
12
Os dois efeitos causam uma variação de vários graus por dia para satélites de baixa
altitude. Além destas variações seculares em Ω e ω, os harmônicos zonais Jn causam
algumas perturbações periódicas nos elementos orbitais. Entre elas, a mais importante é
a oscilação da distância do perigeu causada por J3. Esta é dada por:
onde rpe é a distância do perigeu quando o argumento do perigeu for nulo ou 180°
(perigeu no plano equatorial). Assim, quando ω varia de 0° a 90°, a distância do perigeu
diminui de 6,8 sen i km; e quando ω varia de 180° a 270°, esta aumenta de 6,8 sen i km.
34
3.3 Atração gravitacional do Sol e da Lua
v r r r
r
Di = r − ri
r
ri
1 r r
r ⋅r
Ri = G M i r r − r 3 i , (3.36)
r −r ri
i
r r r
r r − ri ri
ai = ∇Ri = −G M i r r 3 + r3 (3.37)
r − ri i
ou
&&
x ( x − xi ) Di3 + xi ri3
&& 3
y = −G M i ( y − yi ) Di + yi ri
3
(3.38)
&&
z ( z − zi ) Di3 + zi ri3
onde
35
r r 12
Di = r − ri = ( x − xi ) 2 + ( y − yi ) 2 + ( z − zi ) 2 . (3.39)
Ri = kn U i , (3.41)
36
2
G Mi R
Ui = P2 (cos ψ ) (3.42)
ri ri
z Mi
∆
ri
ψ
P
φ R
y
x λ
Usando esta função potencial, a aceleração causada pela força de marés sobre um ponto
do espaço é escrita como:
r
&&
x (1 − 5 D 2 ) x + 2 D r xi / ri
r &&r 3 G M i R 5
aMi = y = k 2 3 5
(1 − 5 D 2 ) y + 2 D r yi / ri (3.44)
r 2
&&
ri r
(1 − 5 D 2 ) z + 2 D r zi / ri
z
onde
r r
r . ri x xi + y yi + z zi
D= = , (3.45)
r . ri r . ri
37
( )
12
ri = xi2 + yi2 + zi2 (3.46)
r 1 r
D = − ρ C D S vR vR (3.48)
2
No caso de uma órbita elíptica, o satélite é afetado pelo arrasto numa pequena faixa da
órbita, perto do perigeu (Figura 3.5).
38
Assim, o satélite, sendo retardado pelo arrasto perto do perigeu, não vai ter a mesma
energia para ir tão longe no apogeu subseqüente, como tinha no apogeu anterior.
Conseqüentemente a altitude do apogeu diminui, enquanto a altitude do perigeu mantém
um valor quase constante, e a órbita elíptica contrai-se para uma órbita circular (Figura
3.6 e 3.7).
2000
1800
1600
Apogee altitude (km)
Orbit decay (km)
1400
1200
1000
800
600
400 Perigee altitude (km)
200
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Time (days)
Figura 3.7 - Variação da altitude do perigeu e apogeu devido ao arrasto.
39
A área efetiva S é determinada pela configuração e o tamanho do veículo, juntamente
com o ângulo de ataque em relação ao fluxo atmosférico. Esta superfície é conhecida
como área projetada pois está associada com a área externa do satélite projetada na
direção da velocidade relativa com a atmosfera.
r
A velocidade relativa vR é calculada admitindo-se que a atmosfera tem a mesma
velocidade de rotação da Terra, e é dada por:
x& + ωT y
r
x ,
r r& r
vR = r − ωT ^ r = y& − ωT (3.49)
z&
r r
onde ωT = ωT é a velocidade angular de rotação da Terra (ωT = 360,9856473°/dia) e r&
é a velocidade do satélite relativa ao sistema inercial. Assim, a expressão final para a
aceleração devido ao arrasto fica na forma:
&&
x x& + ωT y
&& 1 S
x .
y = − 2 ρ CD m vR y − ωT
& (3.50)
&&
z z&
Satélites com relação área-sobre-massa maior do que 0,1 m2/kg são pouco densos, e
apresentam um decaimento elevado. Cita-se como exemplo os satélites ECHO I, de
relação igual a 37,2 (30 m de diâmetro, 52 kg) e ECHO II, com 20,7 (41 m de diâmetro,
256 kg), mostrado na Figura 3.8a. Satélites com relação entre 0,001 e 0,1 são os mais
comuns, como o SCD-2 (0,005), visto na Figura 3.8b e ROSAT (0,006). Satélites com
relação menor do que 0,001 são altamente densos, utilizados em estudos do campo
geogravitacional, como o LAGEOS-3 (relação igual a 0,0007 - esfera de 30 cm de raio e
407 kg), mostrado na Figura 3.8c.
40
.
(a) ECHO-2 (b) SCD-2 (c) LAGEOS-3
No choque das moléculas da atmosfera com a superfície do satélite ocorre uma troca de
energia e uma troca de quantidade de movimento, de tal forma que a distribuição de
velocidades das moléculas emergentes resulta diferente daquela das moléculas
incidentes. Em geral, a temperatura do fluxo incidente varia desde 400 até 2500ºK, e,
portanto, as moléculas provocam um pequeno aquecimento na superfície do satélite que
fica em torno de 300ºK. Este aquecimento só não é maior porque a densidade da
atmosfera é muito baixa. Ao colidirem com a superfície do satélite, as moléculas são
capturadas, re-emitidas e capturadas novamente, colidindo várias vezes com a superfície
(Figura 3.9). Neste processo a molécula vai gradativamente perdendo energia, de tal
forma que sua temperatura aproxima-se da temperatura da superfície.
41
Figura 3.9 - Múltiplas colisões das moléculas da atmosfera com a superfície
Pi − Pr
σ= ,e (3.51)
Pi − Pw
Qi − Qr
τ= (3.52)
Qi
42
O coeficiente de arrasto depende da razão entre a velocidade do satélite com relação à
atmosfera e a velocidade mais provável das moléculas. Esta relação, conhecida como
razão de velocidades s, assume valores entre 2 e 20, nas altitudes orbitais. Em outras
palavras, a velocidade do satélite é bem maior do que a velocidade das moléculas. A
razão de velocidades é dada por:
m
s = vR (3.53)
2 k Ti
M
m= , (3.54)
N av
O modelo obtido por Schaaf e Cambré aplica-se exclusivamente a uma placa plana,
numa orientação qualquer com relação ao fluxo incidente. Pode-se, contudo, admitir que
esta placa plana tenha uma área infinitesimal, e assim o modelo matemático pode ser
integrado em toda a superfície do satélite exposta à atmosfera. De fato, como as
moléculas possuem velocidades em todas as direções, mesmo as superfícies encobertas
do satélite em relação ao fluxo incidente sofrem colisão com moléculas da atmosfera,
embora em menor quantidade.
43
computacional (Evans, 1964, Chahine, 1961). Comparações entre teoria e experimento
são também raras (Fredo e Kaplan, 1981, e Boettcher e Legge, 1980)
ρi u 2 − s2 cos2 θ 2 − σ σ Tw
Pn = e s cos θ + +
2 s2 π 2 Ti
, (3.55)
1 σ Tw
+ [1 + erf( s cos θ) ] (2 − σ) + s 2 cos 2 θ + π s cos θ
2 2 Ti
2 x
erf( x) = ∫ e − y dy ,
2
(3.56)
π 0
Pt =
2 s π
e {
ρi u 2 τ sen θ − s2 cos2 θ
+ π s cos θ [1 + erf( s cos θ)] . } (3.57)
A força aerodinâmica resultante neste elemento de área dA será então dada por:
44
r
Fe = ( Pt cotg θ − Pn ) nˆ + Pt cosec θ uˆ (3.58)
onde Fe é a força elementar agindo num elemento de área plano de área dA. Por
definição, o coeficiente de arrasto é definido como:
v v
Faer ⋅ vR
CD = . (3.60)
1
ρ S vR2
2
Pode-se mostrar que quando a área S adotada for igual à área projetada na direção da
velocidade, e quando a razão de velocidades s for grande, o coeficiente de arrasto CD
tende ao valor 2.
2−σ+τ erf( s ) e− s 2σ
2
T
CDesf = (4 s 4 + 4s 2 − 1) + (2 s 2 + 1) + π w (3.61)
2 s3 2 s π 3s Ti
45
foram posteriormente melhorados pela inclusão de dados obtidos de novos satélites,
como o modelo J77 (Jacchia, 1977) e MSIS 86.
A atmosfera é dividida em camadas, para fins de estudo, conforme mostra a Figura 3.11.
Os modelos matemáticos da alta atmosfera abrangem as camadas da Termosfera e
Exosfera. Na Magnetosfera o número de moléculas e átomos é muito reduzido, e pode
ser desprezado no cálculo da força aerodinâmica. A partir da Termosfera, o número de
moléculas ionizadas cresce gradativamente, em virtude da radiação solar, formando
assim um plasma condutor de eletricidade.
Magnetosfera
700°C 2000 km
Exosfera
700°C 300 km
Termosfera
-90°C 80 km
15°C Mezosfera
-60°C 50 km
Estratosfera 10 km
-60°C
Troposfera
15°C
46
obtidos dos primeiros satélites, que a temperatura exosférica variava com o tempo,
numa taxa diária. Comprovou-se que esta variação era causada pelo Sol e que estava
relacionada com o número de manchas na superfície do Sol. Por sua vez, o número de
manchas depende do ciclo solar, que apresenta períodos de máxima e mínima atividades
do Sol num período de 10,6 anos. Com base na análise dos dados obtidos dos satélites,
Jacchia sugeriu que fosse utilizado, ao contrário do número de manchas, o fluxo solar
ou intensidade espectral do Sol na faixa de 10.7 cm de comprimento de onda (2800
MHz). Já se sabia, anteriormente, que este fluxo, denotado por F10.7, relacionava-se com
os períodos de atividade solar, e eram medidos diariamente pelo Herzberg Institute of
Astrophysics, do Canadá, desde 1937, pois influencia as radiocomunicações. O fluxo
solar apresenta uma variação entre 10 (em períodos de fraca atividade) até 400 (durante
explosões solares), em unidades de 10-22 W/m2Hz. No modelo J77 (Jacchia, 1977), a
temperatura exosférica média é dada por:
onde F10.7 é o fluxo solar médio (num intervalo de 2 meses, aproximadamente) e F10.7 é
o fluxo diário observado. Com base na temperatura exosférica, Jacchia propos um perfil
de temperatura em função da altitude baseado num arco tangente, conforme mostra a
Figura 3.12. Este perfil parte de condições fixas a 90 km de altitude, com um gradiente
de temperatura nulo, atinge um ponto de inflexão a 125 km e caminha-se
assintoticamente até a temperatura exosférica. Este perfil de temperatura é então
utilizado na equação barométrica, que obtém valores de densidade e composição a 100
km. Estes valores serão utilizados como ponto inicial na integração da equação de
difusão, que calcula a densidade e composição numa data altitude. Os valores da massa
molecular média e da densidade atmosférica podem ser vistos nas Figuras 3.13 e 3.14.
47
raramente usam o índice planetário, preferindo a amplitude planetária da atividade
geomagnética, Ap, que possui escala linear entre 0 e 400. Como a amplitude tem seus
valores definidos em função do índice planetário, ela também assume apenas 28 valores
discretos neste intervalo: 0, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 12, etc. No modelo J77 o índice planetário
deve ser fornecido com uma defasagem no tempo que depende da latitude magnética do
local, podendo atingir até 7 horas de diferença. A atividade geomagnética provoca um
incremento na temperatura exosférica, principalmente nas regiões polares, pois nestas
regiões as partículas do Sol aprisionadas pelo campo geomagnético atingem baixas
altitudes.
2000
1500
Temperatura local (K)
1000
500
0
0 100 200 300 400 500 600
Altitude (km)
Figura 3.12 - Perfil da temperatura local para 4 temperaturas exosféricas distintas.
48
30
2400K
1500K
10
1000K
500K 750K
0
0 500 1000 1500
Altitude (km)
Figura 3.13 - Massa molecular média da atmosfera em função da temperatura exosférica.
1E-5
1E-6
1E-7
1E-8
Densidade (kg/m3)
1E-9
1E-10
1E-11
1E-12
2400K
1E-13
1500K
1E-14
750K 1000K
500K
1E-15
1E-16
0 500 1000 1500
Altitude (km)
Figura 3.14 - Densidade atmosférica em função da altitude e da temperatura exosférica.
49
Figura 3.15 - Interação do vento solar com o campo geomagnético.
Como a Terra passa por dois equinócios durante um ano, nesta época (em abril e
outubro) ocorrem dois períodos de máxima variação semi-anual. Este efeito depende,
portanto, da época do ano e da altitude.
50
foram obtidos no Dominion Radio Astrophysical Observatory (DRAO, 2008). Um
exemplo dos valores divulgados pelo DRAO é mostrado no Apêndice B.
O fluxo solar diário é mostrado na Figura 3.17. Nota-se que em 2 de abril de 2001
houve uma tempestade solar registrada pelo índice, que atingiu um valor de 560. Estas
explosões duram apenas poucas horas, nem sempre são registradas, e ocorrem
principalmente em períodos de alta atividade, como na época mostrada na figura.
300
250
Fluxo solar médio (30 dias)
200
150
100
50
1945 1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000
Tempo (anos)
Figura 3.16 - Fluxo solar médio F10.7 .
51
600
500
Fluxo solar corrigido
400
300
200
100
0 30 60 90 120 150 180 210
Tempo (dias) a partir de 1/1/2001
Figura 3.17 - Fluxo solar diário F10.7 .
Conta-se, presentemente, com o modelo J70 (Jacchia, 1972), baseado no modelo J64
(Jacchia, 1964) do mesmo autor. Este modelo originou a versão analítica de Jacchia-
Roberts (Roberts Jr., 1971), também implementada no INPE, e posteriormente revisada
para incluir melhorias (Kuga, 1985). A versão de 1977 do modelo de Jacchia foi
implementada por Matos (1984), que também implementou duas versões analíticas do
mesmo modelo: a versão De Lafontaine e Hughes (1983) e uma adaptação do modelo
Jacchia-Lineberry (que originalmente havia sido desenvolvido para o J70) para o
modelo J77 (Mueller, 1982).
As órbitas de satélites cuja razão entre a área e sua massa é muito grande podem sofrer
efeitos significativos devido à força de pressão de radiação solar. A pressão de radiação
é causada pela troca de quantidade de movimento dos fótons solares com a superfície
externa do satélite. A quantidade de movimento associada a cada fóton depende da
energia do próprio fóton e, portanto, a força aplicada ao satélite depende da energia
irradiada pelo Sol. Na órbita da Terra, esta energia é constante (não varia com a
atividade solar) e vale aproximadamente 1350 W/m2.
52
r S
APR = −ν CR PS rˆS , (3.63)
m
onde ν é o fator de eclipse, que vale 0 quando o satélite se encontra na sombra da Terra
e 1 quando o satélite está iluminado, CR é um fator que depende da refletividade do
satélite, denominado de coeficiente de pressão de radiação, S é a secção transversal
quando observada na direção de incidência dos raios solares e m é a massa do satélite.
PS é a pressão de radiação na órbita terrestre, e vale aproximadamente 4.55 10-6 N/m2.
r
rS é o raio vetor do Sol relativo à Terra.
O fator de eclipse pode ser calculado conforme a posição do satélite em relação à Terra
e ao plano terminador, que separa as regiões da luz e sombra da Terra. Da fig. 3.18, se
r r
h = r ⋅ rs ≥ 0 , (3.64)
então o satélite está antes do terminador e portanto ν = 1. Quando h < 0, então se d ≥ Rt,
ν = 1 (iluminado). Se d < Rt, então ν = 0 (sombra), onde Rt é o raio terrestre (médio) e d
é o módulo do produto vetorial:
r
d = r ∧ rˆS . (3.65)
rs
W
PS = (3.66)
c
53
onde c é a velocidade da luz (300000 km/s) e W é a intensidade de radiação, definida
como a energia incidente por unidade de área, por unidade de tempo emitida pelo Sol.
Esta intensidade oscila com variação de cerca de 7% num ano em função da
excentricidade da órbita terrestre, e vale:
2
R
W = W0 0 , (3.67)
R
&&
x − xS / rS
&& S
y = ν CR m PS − yS / rS (3.69)
&&
z − zS / rS
54
por unidade de área e unidade de tempo que deixa um elemento de área dA numa
direção θ (com relação à normal) e subentendida num ângulo sólido dΩ (Figura 3.19):
d5 E
I = limdA→0 (3.70)
dt → 0 dA dt dΩ cos θ
dΩ→0
θ
dΩ
dA
ϕ
Figura 3.19 - Intensidade de radiação emitida por um elemento de área.
Wi = ∫ I cos θ dΩ = π I , (3.71)
H
desde que seja assumido que a intensidade de radiação seja isotrópica, isto é, não
dependa da direção de emissão θ e nem do ângulo ϕ. Considere agora um elemento de
área dA do satélite e um sistema de coordenadas fixo a este elemento, com o eixo ze
coincidente com a normal e com os eixos xe e ye contidos no plano do elemento, tal que
ye esteja também contido no plano formado por ze e pela direção de incidência dos raios
solares ŝ (com sˆ = − rˆS ), como mostrado na Figura 3.20.
ze η
ŝ
dA
ye
xe
Figura 3.20 - Sistema de coordenadas do elemento de área do satélite
Nesta situação, a força aplicada neste elemento devido à radiação incidente vale:
r
dFi = − PS dA cos η rˆS (3.72)
55
Decompondo agora esta força nas direções normal e tangencial (nas direções de ze e ye,
respectivamente), tem-se:
A radiação incidente interage com a superfície, podendo deixá-la após refletir, ser
absorvida ou ser transmitida. A radiação absorvida eleva a temperatura do elemento de
superfície, que passa a irradiar no espectro do infravermelho, e também a conduzir calor
para os elementos de área vizinhos. A convecção é desprezada pelo fato de haver quase
vácuo nas altitudes orbitais. A contribuição da irradiação pode ser levada em conta,
desde que se disponha da temperatura absoluta de cada elemento de superfície.
Entretanto, a parcela de radiação irradiada é geralmente pequena, e quase sempre
simétrica com relação ao satélite, de tal forma que sua resultante, quando integrada em
toda a superfície externa é praticamente nula. Desta forma, justifica-se a sua exclusão da
formulação apresentada aqui.
reflexão especular η
radiação incidente
η
reflexão difusa
dA
Figura 3.21 - Reflexão especular e difusa.
Este modelo que separa a reflexão em especular e difusa não é exato. Há materiais que
não se comportam desta forma. Contudo este modelo é bastante preciso para as
aplicações espaciais. Considerando que γ representa a parcela da radiação incidente que
é refletida (0 ≤ γ ≤ 1), então 1 - γ constitui a parcela absorvida. Por sua vez, se ρ for a
parcela especular da radiação refletida (0 ≤ ρ ≤ 1), então a força no elemento devido à
56
radiação especular que deixa a superfície, nas direções normal e tangencial será dada
por:
Para obter a força devido à radiação difusa, será necessário levar em conta que esta
radiação espalha-se em todas as direções. Neste caso, a intensidade de radiação será
dada por:
γ
I= (1 − ρ) W cos η (3.77)
π
A força agindo na superfície devido à radiação difusa que deixa a superfície num ângulo
θ com relação à normal e subentendida num ângulo sólido dado por dA'/r2 fica:
I dA '
dFd = dA cos θ 2 (3.78)
c r
Lembrando que o ângulo sólido pode ser expresso por senθ dθ dϕ, então esta força pode
ser decomposta nas direções de xe, ye e ze, respectivamente, resultando:
γ
dFdx = − (1 − ρ) PS dA cos η cos θ sen 2 θ cos ϕ dθ dϕ (3.79)
π
γ
dFdy = − (1 − ρ) PS dA cos η cos θ sen 2 θ sen ϕ dθ dϕ (3.80)
π
γ
dFdz = − (1 − ρ) PS dA cos η cos 2 θ sen θ dθ dϕ (3.81)
π
2
dPd = − γ (1 − ρ) PS dA cos η (3.82)
3
57
2
dPR = − PS cos η (1 + γ ρ) cos η + γ (1 − ρ) dA (3.83)
3
e que a direção de ye pode ser colocada em função das direções da normal n̂ e do Sol
rˆS :
Esta força deverá ser integrada em toda a superfície do satélite exposta à incidência
direta da luz solar, isto é, as superfícies encobertas por outras ou na sombra não devem
ser consideradas. As superfícies expostas à luz obedecem à desigualdade:
cos η ≥ 0 (3.88)
Deve-se tomar cuidado com as superfícies que mesmo satisfazendo a relação acima
podem ainda assim estar encobertas por outras partes do próprio satélite. Isto acontece
quando o satélite tiver uma geometria com concavidades, ou tal que uma parte externa
qualquer do satélite consiga ver uma outra parte também qualquer. Neste caso, as partes
sombreadas também devem ser retiradas da integração.
O efeito da radiação absorvida poderá ser levado em conta desde que se conheça, a
princípio, a temperatura do elemento de área e sua emissividade no espectro do
infravermelho. Definindo, neste caso, o coeficiente υ como:
σ Tw4 dA
υ= (3.89)
c PS cos η
58
2
dPR = − PS cos η (1 + γ ρ) cos η + [ γ (1 − ρ) + υ (1 − γ ) ] dA (3.90)
3
Note que a inclusão da irradiação faz com que as superfícies contribuam para a força
resultante mesmo que não estejam recebendo luz solar direta. O limite de integração
dado pela desigualdade 3.88 deve portanto ser modificado para levar em conta este
efeito.
4
CR = 1 + γ (1 − ρ) (3.92)
9
no caso de υ ser nulo. Se, contudo, for considerado que υ é unitário, então o coeficiente
resulta:
1
CR = (13 − 4 γ ρ) (3.93)
9
59
1.5
1.4 ρ=0
Coeficiente de radiação
1.3 υ=0
sem irradiação
υ=1 ρ = 0.5
1.2 com irradiação
1.1
ρ=1
1.0
0.9
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
Refletividade γ
Figura 3.22 - Coeficiente de pressão de radiação numa esfera
O albedo é a radiação solar refletida pela Terra de volta ao espaço, e depende das
propriedades refletoras da superfície terrestre. A parcela de radiação devolvida é
portanto maior nos pólos (onde a presença de grandes massas de gelo aumenta a
refletividade) e menor no equador. Depende assim da latitude φ. O coeficiente de
albedo, isto é, a proporção da radiação solar que é refletida difusamente pela Terra, é
definido por:
60
deva-se exclusivamente a um elemento de área diretamente abaixo do satélite. Para
compensar este efeito, introduz-se um fator η no coeficiente de albedo, na forma
(Lautman, 1977):
a = η ( a0 + a2 sen 2 φ) (3.95)
onde η = 1 para a região I e η = 0 para as regiões II e III, conforme a Figura 3.8, isto é:
se h ≥ 0 , então η = 1 e se h < 0 , então η = 0.
&&
x 2 x / r
&& S z
y = ν CR m PS η a0 + a2 r y / r (3.97)
z / r
&&
z
II
III
I
II
61
r r
onde aG é aceleração do campo gravitacional da Terra, a A é a aceleração devido ao
r r r
arrasto, aL é aceleração devido à atuação da Lua, aS devido à atração do Sol, aPR deve-
r
se à pressão de radiação solar, aML é a aceleração devida às marés provocadas pela Lua
r
e aMS deve-se às marés provocadas pelo Sol.
3.9 Problemas
r r r
1) Elaborar um gráfico de r&&ar ( r , λ, φ) e &&
ra , onde &&
rar é a componente da aceleração
devido ao geopotencial na direção radial r, para r = ae, λ = 0, e −90° < φ < 90°,
utilizando para isso o modelo GEM10.
2) Utilizar um integrador numérico numa órbita cujo vetor de estado no instante inicial
é dado por:
em duas situações:
4) Integrar uma órbita numericamente até que a altura do apogeu atinja 95 km.
Considere os seguintes valores: altura do perigeu inicial de 200 km, altura do
apogeu inicial de 2000 km, inclinação de 30 graus, elementos angulares nulos,
relação área-sobre-massa de 30 m2/kg (balão), fluxo solar médio e fluxo solar diário
de 200 Jansen, atividade geomagnética de 5. Deve-se adotar todos os demais valores
necessários, e apresentar os resultados na forma gráfica com a altura do apogeu e a
altura do perigeu em função do tempo.
62
4 MÉTODOS ANALÍTICOS DE PERTURBAÇÃO
4.1 Introdução
Os métodos analíticos tendem a ser complexos quando se quer alta precisão, mas, em
geral, são econômicos. A estimação da trajetória pode ser precisa em intervalos de
tempo curtos, mas se torna menos precisa com o tempo.
Nos métodos analíticos, a função densidade atmosférica é sempre expressa por uma
função simples para garantir integrabilidade analítica do sistema dinâmico. Além disso,
as funções gravitacionais da Terra e de outros corpos celestes são truncadas
substancialmente para evitar longas expressões analíticas. Em vários métodos, de fato,
somente alguns harmônicos zonais da função gravitacional da Terra são incluídos e as
perturbações devidas a outros corpos celestes são geralmente ignoradas.
O método clássico de Brouwer (Brower, 1961) foi um dos primeiros métodos analíticos
e serviu de modelo básico para vários outros métodos. Ignorando o arrasto atmosférico,
Brouwer estudou os efeitos de perturbação considerando somente o potencial
gravitacional da Terra até o quinto harmônico. O segundo harmônico foi considerado
63
como uma quantidade pequena de primeira ordem e os harmônicos restantes como
termos de segunda ordem. A expressão do potencial até o quinto harmônico é dada por:
µ
2
R 1 3 2
U= 1 + J 2 e − sen φ −
r
r 2 2
3
R 5 3
− J 3 e sen 3φ − senφ −
r 2 2
4
(4.1)
R 3 15 35
− J 4 e − sen 2 φ + sen 4 φ −
r 8 4 8
5
R 15 35 63
− J 5 e senφ − sen 3φ + sen 5φ
r 8 4 8
J4
J2 J3 J5
Conforme mostra a Figura 4.2, pode-se obter o termo sen ϕ em função dos elementos
como na relação:
1 1
sen 2φ = sen 2i − cos(2ω + 2 f ) (4.3)
2 2
3 1
sen 3φ = sen 3i sen(ω + f ) − sen(3ω + 3 f ) (4.4)
4 4
3 1 1
sen 4φ = sen 4i − cos(2ω + 2 f ) + cos(4ω + 4 f ) (4.5)
8 2 8
64
5 5 1
sen 5φ = sen 5i sen(ω + f ) − sen(3ω + 3 f ) + sen(5ω + 5 f ) (4.6)
8 16 16
1
F =U − V 2 (4.7)
2
L1 = L = µ a , l1 = l = M ,
L2 = G = L 1 − e 2 , l2 = g = ω , (4.8)
L3 = H = G cos i , l3 = h = Ω ,
µ 2 µ 2 Re2 a H
3 2
3H 2
F= 1 + J 2 3 − 1 +
3 − 2
cos(2 g + 2 f ) (4.9)
2 L2 2 L2 r G
2
G
φ
ω+f
i
µ2
Aqui F = F0 + F1, onde F0 = é a parcela não perturbadora e F1 é a parcela
2 L2
perturbadora. Se F1 = 0 então a órbita é kepleriana e tem-se o problema de dois corpos.
As equações de movimento são escritas na forma canônica hamiltoniana como:
65
dLi ∂F dli ∂F
= e =− , para i = 1, 2, 3 (4.10)
dt ∂li dt ∂Li
dLi′′
= 0 , com Li′′ constante e
dt
dli′′ ∂F **
=− , (4.11)
dt ∂Li′′
Este novo conjunto de elementos orbitais está relacionado com elementos orbitais
clássicos por:
a = a′′ + δa
e = e′′ + δe (4.13)
Ω = Ω′′ + δΩ
onde δa, δe, δΩ são funções periódicas de elementos orbitais médios a′′, e′′, Ω′′ . O
conjunto de equações (4.11) é resolvido para obter as variáveis ( Li′′, li′′ ) e, a seguir, o
conjunto de variáveis ( Li , li ) é expresso em termos destas variáveis ( Li′′, li′′ ) usando as
transformações de Von Zeipel.
66
A solução de Brouwer inclui todos os efeitos periódicos curtos (que dependem da
anomalia média) e longos (que dependem do argumento do perigeu) até a primeira
ordem, e os efeitos seculares até a segunda ordem.
onde as novas variáveis (L’, G’, ... h’) são relacionadas com as antigas a partir de uma
função geratriz S (L’, G’, H’, l, g, h) tal que:
∂S
( L, G , H ) = (4.15)
∂ (l , g , h)
∂S
(l ', g ', h ') = (4.16)
∂ ( L ', G ', H ')
e construída de tal forma que elimine a variável do curto período da nova hamiltoniana
F* :
As novas variáveis (L’, G’, H’, l’, g’, h’) podem ser obtidas das equações:
d ∂F *
( L ', G ', H ') = (4.18)
dt ∂(l ', g ', h ')
d ∂F *
(l ', g ', h ') = − (4.19)
dt ∂ ( L ', G ', H ')
( L ', G ', H ', l ', g ', h ') → ( L ", G ", H ", l ", g ", h ") (4.20)
67
com a nova função geratriz S * ( L ", G ", H ", l ', g ', h ') tal que:
∂S *
( L ', G ', H ') = (4.21)
∂ (l ', g ', h ')
∂S *
(l ", g ", h ") = , (4.22)
∂ ( L ", G ", H ")
construída de tal forma que a variável de longo período (g”) da nova hamiltoniana
desapareça ficando apenas:
d ∂F **
( L ", G ", H ") = (4.24)
dt ∂ (l ", g ", h ")
d ∂F **
(l ", g ", h ") = − (4.25)
dt ∂( L ", G ", H ")
Estas relações são equivalentes a 4.11, porque l”, g” e h” são todos nulos. Então, (L”,
G”, ..., h”) formam um conjunto de elementos médios, (L’, G’, ..., h’) um conjunto de
elementos de longo período e (L, G, ..., h) um conjunto de elementos osculadores.
68
5 MÉTODOS SEMI-ANALÍTICOS DE PERTURBAÇÃO
5.1 Introdução
da 2 ∂R
= , (5.1)
dt n a ∂M
de − 1 − e 2 ∂R 1 − e 2 ∂R
= + (5.2)
dt n a 2e ∂ω n a 2 e ∂M
di −1 ∂R cos i ∂R
= + , (5.3)
dt n a 1 − e sen i ∂Ω n a 1 − e sen i ∂ω
2 2 2 2
dΩ 1 ∂R
= , (5.4)
dt n a 2 1 − e 2 sen i ∂i
dω 1 − e2 ∂R cos i ∂R
= − , (5.5)
dt n a e ∂e n a 2 1 − e 2 sen i ∂i
2
dM 2 ∂R 1 − e 2 ∂R
= n− − , (5.6)
dt n a ∂a n a 2 e ∂e
69
Muitos trabalhos referem-se às equações de movimento expressas em termos de
variáveis de Delaunay, que são definidas a seguir:
L1 = L = µ a , (5.7)
L2 = G = L 1 − e 2 , (5.8)
L3 = H = G cos i , (5.9)
l1 = l = M , (5.10)
l2 = g = ω , (5.11)
l3 = h = Ω (5.12)
∂F
L&i = 1 + Qli i = 1, 2, 3 (5.13)
∂l i
∂F
l& i = δ i1 n − 1 − QLi , i = 1, 2, 3 (5.14)
∂Li
r ∂rr
Qli = D ⋅ i = 1, 2, 3 (5.16)
∂Li
r r
onde D é a força perturbadora não-conservativa e r é o vetor posição do satélite.
70
A partir das Equações 5.7 a 5.14, o sistema dinâmico pode ser expresso em termos de
elementos orbitais clássicos como:
2 L L&
a& = , (5.17)
µ
1
e& = (1 − e 2 ) L& − 1 − e 2 G& , (5.18)
eL
1
i& = (cos i G& − H& ) , (5.19)
G sen i
Ω
& = h& , (5.20)
ω
& = g& , (5.21)
As Equações 5.17 a 5.22 podem ser deduzidas também diretamente das equações de
Lagrange (Equações 5.1 a 5.6).
r
A força de arrasto D que age sobre um satélite de massa m que se move na atmosfera
terrestre é aproximada por (Kondapalli, 1982):
71
r 1 r
D = − ρ CD A FR v v , (5.24)
2
µ´
∞ n
r
F´= 1 + ∑ Pn ( cos ψ ) , (5.25)
r´ n = 2 r´
µ
F1 = F − + F´ . (5.26)
r
r
Substituindo nas Equações 5.13 e 5.14 as expressões para F1, D e incluindo as
perturbações devidas à pressão de radiação solar, estas equações fornecem equações
explícitas de movimento de satélites artificiais. Como já foi explicado, o sistema não é
analiticamente integrável e, portanto, deve-se escolher algum método para deduzir uma
solução aproximada.
De acordo com Liu (1983), foi provado que os primeiros três métodos são incorporados,
de alguma forma, na teoria geral do método de médias. Além de ser muito geral, o
método de médias, que será explicado a seguir, é base para vários dos métodos semi-
analíticos mais utilizados.
72
x&i = ε X 1i ( xm , y ) + ε2 X 2i ( xm , y ) , (5.27)
y& = z ( x1 ) + ε Y1 ( xm , y ) + ε 2 Y2 ( xm , y ) (5.28)
y = y + ε Q1 ( xm , y ) + ε2Q2 ( xm , y ) , (5.30)
Novamente, entre as funções a serem determinadas é necessário que as P´s e Q´s sejam
funções contínuas de xi e y e periódicas em y . As condições iniciais ( xi 0 , y0 ) para o
Sistema 5.31 e 5.32 são obtidas de (xi0, y0) usando as Relações 5.29 e 5.30.
Pode-se verificar que no Sistema 5.31 e 5.32 a variável rápida y está eliminada nos
termos do lado direito até a segunda ordem em ε. Assim, o sistema dinâmico
transformado se torna mais simples e pode ser integrado analiticamente ou
numericamente com passos maiores em relação aos necessários à integração do Sistema
5.27 e 5.28. Integrando o Sistema 5.31 e 5.32, a solução aproximada de segunda ordem
para (xi, y) pode ser obtida por uma simples substituição nas Equações 5.29 e 5.30.
73
As expressões explícitas para as funções U1i, U2i, V1, V2, P1i, P2i, Q1 e Q2 são dadas a
seguir sem demonstração.
Primeiramente são escritas algumas relações necessárias com base nas suposições feitas
no começo desta seção. Para começar, a expressão em séries de Fourier para função
perturbadora X1i tem a forma (Liu, 1974):
X 1i ( x m , y ) = X 1i 0 ( x m ) + X 1i1 ( x m , y ) , (5.33)
onde
1 2π
X 1i 0 ( x m ) =
2π ∫ 0
X 1i ( xm , y ) dy (5.34)
A teoria geral de métodos das médias mostra que as funções da primeira ordem podem
ser determinadas por (Liu, 1983)
1 2π
U1i = X 1i 0 =
2π ∫ 0
X 1i dy , (5.35)
1 2π
V1 = Y10 =
2π ∫
0
Y1 dy , (5.36)
1
z∫
P1i = X 1i1 dy , (5.37)
1 ∂z
Q1 = ∫ P11
z ∂x1
+ Y11 dy (5.38)
1 2π
U 2i = R1i 0 =
2π ∫ 0
R1i dy , (5.39)
1 2π
V2 = R20 =
2π ∫ 0
R2 dy , (5.40)
74
1
z∫
P2i = R1i1 dy , (5.41)
1 ∂z
Q2 = ∫ P21
z ∂x1
+ R2 dy , (5.42)
onde:
5
∂X ∂P ∂X 1i ∂P1i
R1i = X 21 + ∑ P1r 1i − U1r 1i + Q1 − V1 , (5.43)
r =1 ∂xr ∂xr ∂y ∂y
Para satélites artificiais terrestres, a solução aproximada descrita nesta seção pode ser
utilizada para estudar as previsões de longos períodos e para gerar efemérides em curtos
períodos contanto que uma transformação e um procedimento de iniciação apropriada
sejam usados. Dadas as condições iniciais para elementos orbitais osculadores (x0i, y0),
os elementos médios associados ( x0i , y0 ) podem ser determinados a partir das Relações
5.29 e 5.30, por interação. A maioria das teorias existentes inclui somente a
transformação completa até a primeira ordem em J2 e, em conseqüência, as condições
iniciais para elementos orbitais médios e o movimento médio teriam precisão da mesma
ordem de magnitude.
Na teoria orbital de satélites artificiais, o método das médias em geral é usado duas
vezes: a primeira vez para eliminar o elemento orbital rápido, M, e a segunda para
eliminar o elemento relativamente lento, ω. Assim, a solução final para o conjunto de
Equações 5.13 e 5.14 pode ser obtida usando dois conjuntos de equações de
transformação e dois conjuntos de equações transformadas.
A diferença principal entre o método de von Zeipel e o método das médias é que o
primeiro mantém a forma canônica das equações médias, e o segundo não. Todavia, o
75
método das médias não impõe nenhuma condição sobre a força perturbadora e, portanto,
qualquer sistema dinâmico perturbado por forças conservativas e não-conservativas, que
satisfazem as condições dos métodos das médias, (as perturbações devem ser contínuas
e periódicas na variável rápida) pode ser estudado usando este método sistemático.
Além disso, este método aceita mais de uma variável rápida e, assim, pode ser usado na
dinâmica de atitude de satélites que contêm três variáveis rápidas (Liu, 1974).
76
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Campos: INPE, junho 1982. (INPE-2454-TDL/094).
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78
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SIDC – Solar Influences Data Analysis Center – Royal Observatory of Belgium. Daily
Sunspot Number. http://www.sidc.be Acesso em: jul. 2008.
SPDIR - Space Physics Interactive Data Resources - National Geophysical Data Center.
Geomagnetic Indices Data Set. http://spidr.ngdc.noaa.gov/spidr/ Acesso em: jul. 2008.
80
APÊNDICE A – TABELAS DE POLINÔMIOS DE LEGENDRE
P0 ( x) = 1
P1 ( x) = x
P1,1 ( x) = − 1 − x 2
3 2 1
P2 ( x ) = x −
2 2
P2,1 ( x) = −3 x 1 − x 2
P2,2 ( x) = 3 (1 − x 2 )
5 3 3
P3 ( x) = x − x
2 2
3
P3,1 ( x) = − 1 − x 2 (5 x 2 − 1)
2
P3,2 ( x) = 15 x (1 − x 2 )
1
P4 ( x ) = (35 x 4 − 30 x 2 + 3)
8
5
P4,1 ( x) = − x 1 − x 2 (7 x 2 − 3)
2
15
P4,2 ( x ) = (1 − x 2 ) (7 x 2 − 1)
2
P4,3 ( x) = −105 x 1 − x 2 (1 − x 2 )
P4,4 ( x) = 105(1 − x 2 ) 2
1
P5 ( x) = x (63 x 4 − 70 x 2 + 15)
8
81
15
P5,1 ( x) = − 1 − x 2 (21x 4 − 14 x 2 + 1)
8
105
P5,2 ( x ) = x (1 − x 2 ) (3 x 2 − 1)
2
105
P5,3 ( x) = − 1 − x 2 (1 − x 2 ) (9 x 2 − 1)
2
P5,4 ( x) = 945 x (1 − x 2 ) 2
P5,5 ( x) = −945 1 − x 2 (1 − x 2 ) 2
1
P6 ( x ) = (231x 6 − 315 x 4 + 105 x 2 − 5)
16
21
P6,1 ( x) = − x 1 − x 2 (33 x 4 − 30 x 2 + 5)
8
105
P6,2 ( x) = (1 − x 2 ) (33 x 4 − 18 x 2 + 1)
8
315
P6,3 ( x) = − x 1 − x 2 (1 − x 2 ) (11x 2 − 3)
2
945
P6,4 ( x) = (1 − x 2 ) 2 (11x 2 − 1)
2
P6,5 ( x) = −10395 x 1 − x 2 (1 − x 2 ) 2
P6,6 ( x ) = 10395 (1 − x 2 )3
1
P7 ( x) = x (429 x 6 − 693 x 4 + 315 x 2 − 35)
16
7
P7,1 ( x) = − 1 − x 2 (429 x 6 − 495 x 4 + 135 x 2 − 5)
16
63
P7,2 ( x) = x (1 − x 2 ) (143 x 4 − 110 x 2 + 15)
8
315
P7,3 ( x) = − 1 − x 2 (1 − x 2 ) (143 x 4 − 66 x 2 + 3)
8
82
3465
P7,4 ( x ) = x (1 − x 2 ) 2 (13x 2 − 3)
2
10395
P7,5 ( x) = − 1 − x 2 (1 − x 2 ) 2 (13 x 2 − 1)
2
P7,6 ( x) = 135135 x (1 − x 2 )3
P7,7 ( x) = −135135 1 − x 2 (1 − x 2 )3
1
P8 ( x) = (6435 x8 − 12012 x 6 + 6930 x 4 − 1260 x 2 + 35)
128
9
P8,1 ( x) = − x 1 − x 2 (715 x 6 − 1001x 4 + 385 x 2 − 35)
16
315
P8,2 ( x ) = (1 − x 2 ) (143x 6 − 143 x 4 + 33 x 2 − 1)
16
3465
P8,3 ( x) = − x 1 − x 2 (1 − x 2 ) (39 x 4 − 26 x 2 + 3)
8
10395
P8,4 ( x) = (1 − x 2 )2 (65 x 4 − 26 x 2 + 1)
8
135135
P8,5 ( x) = − x 1 − x 2 (1 − x 2 ) 2 (5 x 2 − 1)
2
135135
P8,6 ( x) = (1 − x 2 )3 (15 x 2 − 1)
2
P8,7 ( x) = −2027025 x 1 − x 2 (1 − x 2 )3
P8,8 ( x) = 2027025(1 − x 2 ) 4
1
P9 ( x ) = x (12155 x8 − 25740x 6 + 18018x 4 − 4620x 2 + 315)
128
45
P9,1 ( x) = − 1 − x 2 (2431x8 − 4004 x6 + 2002 x 4 − 308 x 2 + 7)
128
495
P9,2 ( x) = x (1 − x 2 ) (221x6 − 273x 4 + 91x 2 − 7)
16
83
3465
P9,3 ( x ) = − 1 − x 2 (1 − x 2 ) (221x 6 − 195 x 4 + 39 x 2 − 1)
16
135135
P9,4 ( x ) = x (1 − x 2 ) 2 (17 x 4 − 10 x 2 + 1)
8
135135
P9,5 ( x ) = − 1 − x 2 (1 − x 2 ) 2 (85 x 4 − 30 x 2 + 1)
8
675675
P9,6 ( x) = x (1 − x 2 )3 (17 x 2 − 3)
2
2027025
P9,7 ( x ) = − 1 − x 2 (1 − x 2 )3 (17 x 2 − 1)
2
P9,8 ( x) = 34459425 x (1 − x 2 ) 4
P9,9 ( x) = −34459425 1 − x 2 (1 − x 2 ) 4
1
P10 ( x) = (46189 x10 − 109395 x8 + 90090 x6 − 30030 x 4 + 3465 x 2 − 63)
256
55
P10,1 ( x) = − x 1 − x 2 (4199 x8 − 7956 x 6 + 4914 x 4 − 1092 x 2 + 63)
128
495
P10,2 ( x) = (1 − x 2 ) (4199 x8 − 6188 x 6 + 2730 x 4 − 364 x 2 + 7)
128
6435
P10,3 ( x) = − x 1 − x 2 (1 − x 2 ) (323 x 6 − 357 x 4 + 105 x 2 − 7)
16
45045
P10,4 ( x) = (1 − x 2 ) 2 (323 x6 − 255 x 4 + 45 x 2 − 1)
16
135135
P10,5 ( x) = − x 1 − x 2 (1 − x 2 ) 2 (323 x 4 − 170 x 2 + 15)
8
675675
P10,6 ( x ) = (1 − x 2 )3 (323 x 4 − 102 x 2 + 3)
8
11486475
P10,7 ( x ) = − x 1 − x 2 (1 − x 2 )3 (19 x 2 − 3)
2
34459425
P10,8 ( x) = (1 − x 2 ) 4 (19 x 2 − 1)
2
84
P10,9 ( x) = −654729075 x 1 − x 2 (1 − x 2 ) 4
P10,10 ( x) = 654729075(1 − x 2 )5
85
86
APÊNDICE B –FLUXO SOLAR E ATIVIDADE GEOMAGNÉTICA
São descritos, a seguir, os principais efeitos que afetam a densidade da alta atmosfera: o
fluxo solar e a atividade geomagnética.
Tanto o fluxo solar quanto a atividade geomagnética dependem da atividade solar, que
segue um ciclo de 10.6 anos de duração. Este também é o caso do número de manchas
87
solares observados na superfície do Sol. Embora distintos, todos eles exibem certa
correlação entre si, apresentando valores máximos em certas épocas e mínimos em
outras. O número de manchas é medido continuamente e diariamente desde 1818, bem
antes, portanto, do início das medições do fluxo solar e atividade geomagnética. Embora
o número de manchas não seja utilizado por modelos atmosféricos, ele comparece como
integrante de um arquivo de propósito geral disponibilizado pelo National Geophysical
Data Center, do World Data Center, visto na próxima seção. As manchas são
observadas pelo departamento de física solar SIDC – Solar Influences Data Analysis
Center, do Observatório Real da Bélgica (SIDC, 2008). Ele publica o Daily
International Sunspot Number, Ri, mostrado na Tabela B.4.
ftp://ftp.ngdc.noaa.gov/STP/GEOMAGNETIC_DATA/INDICES/KP_AP/
88
Tabela B.1 – Valores observados do Fluxo Solar F10.7
...
...
89
Tabela B.2 – Atividade Geomagnética Kp
Fonte: GFZ, 2008
1 1- 1+ 1+ 1- 0+ 2o 3- 4o 13o 8 0.4
2 5- 3o 2+ 1o 3- 1- 0+ 1o 16- 11 0.6
3 3- 2+ 2+ 3o 3o 2o 3o 2o 20+ 11 0.6
4 1- 2- 2+ 2+ 1+ 3- 2+ 2+ 16- 8 0.4
5 2+ 2+ 3+ 1- 3- 3+ 3+ 2+ 20+ 12 0.7
6 4o 2+ 2+ 2o 1+ 1- 1o 1+ 15o 9 0.5
7 2o 1- 0+ 0+ 1o 1o 2- 2o 9o 4 0.2
8 2- 1o 1+ 1+ 1o 1o 1o 1- 9o 4 0.2
9 1+ 1- 1- 1- 1- 0+ 0+ 1- 5+ 3 0.1
10 1o 2- 1o 1o 0+ 0+ 1+ 2o 9- 4 0.1
11 1o 1o 1- 1- 1- 1- 2- 0+ 7- 4 0.1
12 0+ 0+ 1- 1- 0+ 1o 1o 1+ 6- 3 0.1
13 2- 2- 0o 0+ 1- 1o 1o 0+ 7- 3 0.1
14 0+ 1- 0+ 1- 1o 0+ 1- 0+ 4+ 3 0.0
15 0o 1o 0+ 0+ 0+ 0+ 1- 1+ 4+ 2 0.0
16 1+ 1o 0+ 1+ 2- 1+ 1+ 1- 9o 4 0.2
17 1- 0o 0o 0+ 0o 0+ 0o 0o 1+ 1 0.0
18 0o 1- 0+ 1- 2- 0+ 0+ 0+ 4+ 2 0.0
19 2o 2- 1+ 2o 2o 2o 2- 1- 13+ 6 0.3
20 2- 1+ 2+ 1o 2o 2o 2+ 3o 16- 8 0.4
21 3o 4- 2o 2+ 2+ 2+ 2- 2- 19o 10 0.6
22 3- 2o 2- 1o 2- 3+ 3o 2o 17+ 9 0.5
23 2o 2- 0o 1+ 2+ 2- 3+ 3- 15o 8 0.4
24 3+ 1- 2o 2o 2o 2o 1- 2- 14+ 7 0.4
25 2+ 2o 1+ 1o 2- 1o 1- 1+ 11+ 5 0.2
26 1- 1+ 1- 1+ 0+ 0+ 0+ 1o 6o 3 0.1
27 0+ 0o 1- 0+ 1- 1o 1- 2o 6- 3 0.1
28 3- 2o 3o 2- 3+ 3o 1+ 2o 19o 11 0.6
29 3o 2+ 2- 1o 2+ 3- 3- 2- 17+ 9 0.5
30 3+ 1o 1- 1o 2+ 4- 3+ 2- 17o 10 0.6
31 1- 2- 2+ 2+ 3o 2+ 3- 2- 17- 9 0.5
Mean 6 0.31
90
Figura B.1 – Diagrama musical do índice planetário
Fonte: GFZ, 2008.
91
Figura B.2 – Daily Geomagnetic Character Figures C9
Fonte: GFZ, 2008.
92
Tabela B.3 – Conversão de valores de Kp para Ap
Fonte: ISGI 2008.
Kp 0o 0+ 1- 1o 1+ 2- 2o 2+ 3- 3o 3+ 4- 4o 4+
Ap 0 2 3 4 5 6 7 9 12 15 18 22 27 32
Kp 5- 5o 5+ 6- 6o 6+ 7- 7o 7+ 8- 8o 8+ 9- 9o
Ap 39 48 56 67 80 94 111 132 154 179 207 236 300 400
93
Tabela B.4 – Número de manchas solares
Fonte: SIDC, 2008.
Date Ri Rn Rs
1 0 0 0
2 0 0 0
3 0 0 0
4 0 0 0
5 9 0 9
6 0 0 0
7 0 0 0
8 0 0 0
9 0 0 0
10 9 0 9
11 8 0 8
12 0 0 0
13 8 0 8
14 0 0 0
15 7 4 3
16 7 0 7
17 7 0 7
18 8 0 8
19 7 0 7
20 8 0 8
21 8 0 8
22 8 0 8
23 0 0 0
24 0 0 0
25 0 0 0
26 0 0 0
27 0 0 0
28 0 0 0
29 0 0 0
30 0 0 0
MONTHLY MEAN: 3.1 0.1 3.0
COOPERATING STATIONS : 62 52 52
PILOT STATION : Specola Solare Ticinese, Locarno
Reproduction permitted if source mentionned
R. Van der Linden
avenue Circulaire, 3 B-1180 BRUXELLES - BELGIUM
94
Tabela B.5 – Valores diários de atividade geomagnética, fluxo solar e número de manchas,
compilados pelo SPDIR relativos a janeiro de 2008.
95
Tabela B.6 – Formato dos registros de fluxo solar e atividade geomagnética apresentados
na Tabela A.5.
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