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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL – UFRGS

FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS - FCE


DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS – DECON

DISCIPLINA: Análise Microeconômica I – ECO 02207 – 60 horas

PERÍODO LETIVO: 2012/2

PROFESSOR: Glauco Schultz


E-mail: glauco.schultz@ufrgs.br

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Unidade I:

Introdução à microeconomia

Principais conceitos e pressupostos da


análise microeconômica

30/08/2012

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Análise microeconômica

Objetivos: explicar o que faz com que a economia mundial


e suas partes componentes funcionem do jeito que o
fazem.

Resultado esperado: direcionar esforços à produção de


um fluxo de bens e serviços que proporcionem maior
satisfação para os consumidores e para a sociedade.

No mundo todo, bilhões de decisões econômicas são


tomadas com base em diferentes valores, preferências
e prioridades. O objetivo da análise microeconômica é
dar sentido a todas essas decisões e seus
consequentes resultados.
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Microeconomia
“[...] descreve as relações de equilíbrio que
consumidores, trabalhadores e empresas encontram e
mostra como essas relações podem ser feitas da melhor
maneira” (Pindynk; Rubinfeld, 2002, p. 4)

“[...] refere-se ao comportamento e às atividades de


unidades econômicas específicas – indivíduos, famílias,
firmas, setores, proprietários de recursos” (Thompson;
Formby, 1998, p. 1)

Portanto, a microeconomia é o estudo das escolhas


feitas por famílias, empresas e governo e sobre as
formas que essas escolhas afetam os mercados.
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Microeconomia ou teoria da formação de preços

“Examina a formação de preços em mercados


específicos, ou seja, como consumidores e empresas
interagem no mercado e como decidem os preços e as
quantidades para satisfazer a ambos
simultaneamente” (Vasconcellos, 2008, p.15)

Macroeconomia

“Estuda a determinação e o comportamento dos grandes agregados


nacionais, como o produto interno bruto (PIB), investimento
agregado, a popupança agregada, o nível geral de preços, entre
outros.” (Vasconcellos, 2008, p.15)

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Interpretação do conceito de microeconomia

Formação de preços dos bens e serviços e


dos fatores de produção.

Formação de preços não na visão contábil-financeira da


administração de empresas, a partir da análise de uma
empresa específica, mas formação de preços na visão
do mercado como um todo.

Formação do preço no mercado a partir do


funcionamento da oferta e da demanda.

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QUADRO 01 - Comportamento dos preços e suas definições

Comportamento
dos preços Definição

Observada a partir de uma série histórica (longo prazo), demonstrando


a existência de uma trajetória de alta, queda ou estabilidade dos
Tendência preços, que pode ser influenciada por fatores como inovação
tecnológica, mudanças de hábitos de consumo e distorções entre a
oferta e demanda.
Observados em períodos mais ou menos longos, que podem
compreender alguns anos, sendo geralmente influenciados pelo
comportamento dos agentes diante do mercado e das características
Ciclos
da oferta de determinados produtos, tais como baixas barreiras de
entrada na atividade e baixos ativos específicos para produção,
permitindo razoável mobilidade dos agentes.
Observada ao longo do ano, principalmente devido a safra e
Sazonalidade entressafra da produção e aos hábitos dos consumidores,
determinando preços menores na safra e maiores na entressafra.
Observados em períodos curtos de tempo (dias, semanas), sinalizando
Movimentos a oscilação (velocidade) de baixa ou de alta do preços, não indicando,
bruscos ou necessariamente, direção ou sentido do mercado.
choques

Fonte: elaborado a partir de Marques; Mello & Martines Filho (2008).

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Interpretação do conceito de microeconomia

Formação do preço no mercado a partir do funcionamento


da oferta e da demanda.

Oferta:
“[...] quantidade de bens e serviços que os produtores
desejam aferecer ao mercado em determinado período
de tempo.” (Vasconcellos; Garcia, 2008, p. 51)

Demanda (ou procura):


“[...] quantidade de certo bem ou serviço que os
consumidores desejam adquirir em determinado período
de tempo.” (Vasconcellos; Garcia, 2008, p. 46)

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Interpretação do conceito de microeconomia

Empresa

É a combinação realizada pelo empresário dos


fatores de produção ( capital, trabalho, terra e
tecnologia), de tal modo organizados para se obter
o maior volume possível de produção ou de
serviços ao menor custo.

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Empresa

A empresa é uma instituição econômica que participa nos mercados


comprando insumos e vendendo bens e serviços. A empresa também
organiza o local de trabalho e transforma recursos escassos em produtos e
serviços que são vendidos nos mercados.

MAS POR QUE AS EMPRESAS EXISTEM?

Por que toda a produção não é realizada em uma única grande empresa?

Quais as razões que impedem o planejamento de toda a produção?

Quais os limites para o crescimento das empresas?

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Custos de Transação

As respostas a estas perguntas são possíveis por meio da análise dos


custos burocráticos e hierárquicos, internos e externos, expandindo a
visão neoclássica de custos de produção.

As empresas buscam minimizar os custos de produção (teoria


neoclássica) e os custos de transação (teoria institucional*).

Com esta definição sobre a natureza das empresas o professor Ronald


Coase recebeu o Prêmio Nobel de Economia em 1992.

COASE, R. H. The Nature of the Firm, Economica,Vol. 4 (novembro de 1938), pp. 386-405

* Nova Economia Institucional (NEI) e a Economia dos Custos de Transação (ECT)


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Custos de transação:

- busca de informações sobre determinado bem antes da compra;

- negociação antes da efetivação da troca;

- custos para assegurar o cumprimento dos acordos (contratos).

Uma razão básica para a existência de uma empresa é a sua capacidade


de reduzir os custos de transação.

Quando as trocas em um mercado envolvem altos custos de transação, as


trocas entre indivíduos tornam-se inviáveis e a atividade econômica no interior
de uma empresa torna-se eficiente.

Se as empresas são mais eficientes dos que os indivíduos tanto na produção


quanto nas transações, então elas se tornam economicamente viáveis e
possuem um objetivo social.

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Custos de Transação

Os custos de transação são indutores dos modos alternativos


de organização da produção (governança) dentro de um
arcabouço analítico institucional. A Economima dos Custos de
Transação (ECT) fornece os pressupostos teóricos para o
entendimento da ligação das empresas com os seus
mercados.

Governança: forma de coordenar as transações entre as empresas.

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Os custos de transação são os indutores dos modos
alternativos de organização da produção (governança).

Características básicas das transações:


- especificidades dos ativos
- incerteza
- frequência

Pressupostos comportamentais:
oportunismo e racionalidade limitada.

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Interpretação do conceito de microeconomia

Consumidores

Pessoa física ou jurídica que se dirige ao mercado


para adquirir bens ou contratar serviços como
destinatária final, visando atender a uma
necessidade própria
(maximizar a sua função utilidade).

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Interpretação do conceito de microeconomia
Utilidade:

“A utilidade representa o grau de satisfação que os


consumidores atribuem aos bens e serviços que podem
adquirir no mercado. Ou seja, a utilidade é a qualidade que
os bens econômicos possuem de satisfazer as
necessidades humanas.”(Vasconcellos; Garcia, 2008, p.
45)

Teoria do valor-utilidade:
“[...] o valor de um bem se forma por sua demanda, ou seja,
pela satisfação que o bem representa para o
consumidor.” (Vasconcellos; Garcia, 2008 p. 45)
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Interpretação do conceito de microeconomia

Portanto,
satisfação está relacionado ao valor dos bens e serviços.

Valor:

É a estimativa de cada produto satisfazer a um conjunto


de necessidades.

É a satisfação das exigências do consumidor ao menor


custo possível de aquisição, propriedade e uso.

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Preço e Valor

“O preço representa a taxa do valor. O valor, por sua vez,


é uma grandeza econômica representativa da relação
entre os bens e as necessidades. Consequentemente, o
preço será a expressão do valor de troca de uma
mercadoria ou de um serviço em relação à
moeda.” (Galtaldi, 2002, p. 214)

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Diferenças entre necessidade, desejo e demanda
(Kotler, 1998):

Necessidade: inerentes à condição humana, tais como alimento,


roupa, abrigo, segurança, sentimento de posse, relações sociais,
auto-estima, etc.

Desejo: são carências por satisfações específicas para atender às


necessidades. Por exemplo: uma pessoa necessita de alimento
mas deseja batatas fritas e coca-cola.

Demanda: “[...] são desejos por produtos específicos, respaldados


pela habilidade de comprá-los. Desejos se tornam demandas
quando apoiados por poder de compra.” (Kotler, 1998, 32)

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Microeconomia

PREÇOS

CONSUMIDORES EMPRESAS

NECESSIDADES

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Análise Microeconômica

PREÇOS

CONSUMIDORES EMPRESAS

NECESSIDADES

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Mercados

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Interpretação do conceito de microeconomia
Mercados – diferentes conceitos:

“[...] região em que compradores e vendedores estão em intercâmbio uns com


os outros, com uma tal frequência que os preços dos mesmos bens tendem
facilmente e com rapidez para a igualdade.” (Cournot, 1897* apud Hodgson,
1994, p. 174).

“[...] como significando qualquer conjunto de pessoas que estejam em relações


comerciais íntimas e que procedam a numerosas transações de qualquer
mercadoria.” (Jevons, 1871** apud Hodgson, 1994, p. 174)

“[...] é o sistema social da divisão do trabalho em condições de propriedade


privada dos meios de produção. O mercado não como um local, uma coisa ou
uma entidade coletiva. É um processo ativado pela interação das ações dos
vários indivíduos que cooperam em regime de divisão do trabalho.” (Mises***,
1949, p. 258 apud Hodgson, 1994, p. 174)

* Antoine-Auguste Cournot
**William Stanley Jevons - The Theory of Political Economy , 1871
*** Ludwig von Mises

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Interpretação do conceito de microeconomia

Mercados – diferentes conceitos:

“[...] grupo de compradores e vendedores que têm potencial para


negociar uns com os outros.” (Hall; Lieberman, 2003, p. 56)

“[...] grupo de compradores e vendedores que estão em contato


suficientemente próximo para que as trocas entre eles afetam as
condições de compra e venda dos demais.” (Sandroni, 2006, p. 528)

“[...] corresponde à demanda por um grupo de produtos substitutos


próximos entre si.” (Kupfer; Hasenclever, 2002, p.35)

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Interpretação do conceito de microeconomia

Mercados – diferentes conceitos:

“[...] o mercado é pensado como um espaço abstrato no


qual se definem preços e quantidades das mercadorias
transacionadas por consumidores (demanda) e empresas
(oferta)” (Kupfer; Hasenclever, 2002, p. iv)

“[...] um grupo de compradores e vendedores que, por


meio de suas reais ou potenciais interações, determina o
preço de um produto ou de um conjunto de
produtos” ( Pindynk; Rubinfeld, 2002, p. 6)

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Interpretação do conceito de microeconomia

Mercados – diferentes conceitos:

“[...] consiste de todos os consumidores potenciais


que compartilham de uma necessidade ou desejo
específico, dispostos e habilitados para fazer uma
troca que satisfaça essa necessidade ou
desejo” (Kotler, 1998, p. 31)

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Interpretação do conceito de microeconomia

Mercados – diferentes conceitos:

“[...] conjunto de instituições sociais em que se verifica normalmente um


grande número de trocas de mercadorias de um tipo específico, sendo
essas trocas facilitadas e estruturadas por essas instituições. [...] os
mercados são trocas organizadas e institucionalizadas” (Hodgson,
1994, p. 175)

“[...] instituições de mercado que ajudam a regular e a estabelecer


consensos sobre os preços e, de uma forma mais geral, a comunicar
informação quanto aos produtos, preços, quantidades, compradores
potenciais e vendedores potenciais” (Hodgson, 1994, p. 175)

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Teoria Institucional

Considera que as estruturas formais são fortemente influenciadas


pelos entendimentos construídos coletivamente e difundidos na
realidade social (Meyer; Rowan, 1999).

•  posicionamentos políticos;
•  opinião pública;
•  conhecimento legitimado;
•  leis.

Institucionalização

“[...] processo de transformar crenças e ações em regras de conduta


social” (FONSECA, 2003, p. 58)

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Teoria Institucional

Douglas North* (1990) utiliza-se da seguinte metáfora


para definir instituições e organizações:

as instituições estão para as "regras do jogo",


assim como as organizações estão para os
“jogadores."

* Prêmio Nobel de Economia em 1993.

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TEORIA INSTITUCIONAL
As principais argumentações desenvolvidas neste campo de estudo são
direcionadas para o entendimento do sentido das práticas e das
estratégias existentes nas organizações, a partir:

-  dos posicionamentos políticos;


-  da opinião pública;
-  do conhecimento legitimado;
-  das leis;
-  dos valores;
-  das crenças;
-  dos mitos.

Este entendimento pressupõe, portanto, a baixa importância das


demandas e necessidades diretamente vinculadas às atividades e às
práticas organizacionais, enquanto definidoras das estratégias
competitivas, relacionadas a produtos e mercados.

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Interpretação do conceito de microeconomia

Mercados – diferentes conceitos:

“[...] pode ser entendido como uma construção social, como


um espaço de interação e troca, regido por normas e regras
(formais ou informais), onde são emitidos sinais (por
exemplo, os preços) que influenciam as decisões dos atores
envolvidos” (Waquil; Miele; Schultz, 2010, p. 11)

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Interpretação do conceito de microeconomia

Mercados – diferentes conceitos:

Segmentação de mercado ou nicho de mercado :

“[...] concentração consciente e planejada de uma empresa em parcelas


específicas de seu mercado” (Richers e Lima, 1991, p.16).

Possibilidades de segmentação:

Localização geográfica, critério demográfico, características


socioeconômicas dos consumidores, padrões de consumo, benefícios
procurados pelos consumidores, estilos de vida e personalidade dos
clientes.

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Tipos de mercados
Existem tantos tipos diferentes de mercados quanto existem bens e serviços
sendo transacionados:

Mercados para bens de consumo: legumes, carros usados, equipamentos


de esqui, jornais, etc.

Mercados de serviços: limpeza e secagem de roupas, cópias, limpeza


doméstica, consultoria jurídica, etc.

Mercados de recursos para produção: graduados em administração e


contábeis, terrenos para novas fábricas, equipamentos para restaurantes ou
para jogadores de futebol, minério de ferro, rede de computadores, etc.

Mercados financeiros: ações, títulos do governo, contratos de derivativos,


etc,)
Fonte: Thompson; Formby (1998)

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Tipos de mercados:
Classificação quanto às condições dos mercados:

Mercados dos compradores ou dos vendedores (poder de barganha);

Mercados perfeitamente competitivos;

Mercados monopolistas;

Mercados verticalmente integrados (cadeia produtiva);

Mercados horizontalmente conectados (relações de


complementariedade entre dois ou mais mercados, tais como carne
bovina e suína; gasolina e viagens; crédito e construção civil).

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QUADRO 02 – Tipos de mercados e suas características

Tipo de
Características
mercados

Mercado Mercado onde os produtos são negociados com pagamento a vista ou a prazo, mediante
Spot entrega imediata da mercadoria.

Mercado onde negociam-se Contratos a Termo, especificando-se a venda ou compra


antecipada da produção, mediante preço previamente combinado entre as partes, podendo ou
Mercado a
não ocorrer adiantamento de recursos por conta da promessa de entrega futura da mercadoria
Termo
em local determinado. Os contratos não são padronizados, são intransferíveis e somente
poderão ser liquidados na data acordada e com a entrega da mercadoria.
Mercado onde negociam-se Contratos Futuros, estabelecendo-se a obrigação de compra e
venda de uma mercadoria em data futura por um preço negociado em bolsa (pregão). Os
Mercado
contratos são padronizados com relação aos prazos, a quantidade e a qualidade da
Futuro
mercadoria, podendo ser liquidados antes do prazo de vencimento, mediante reversão da
posição assumida na bolsa (compra ou venda).
Mercado onde negociam-se Contratos de Opções, definindo-se acordos onde uma parte ao
pagar um valor (prêmio) adquire o direito (opção) de comprar ou vender, em data futura, uma
mercadoria a um preço negociado em bolsa. Por sua vez, a contraparte ao receber este valor
Mercado
de Opções
(prêmio) se obriga a vender ou comprar esta mesma mercadoria, caso a primeira exerça o seu
direito de compra ou venda. O valor do prêmio é livremente negociado entre as partes (bolsa
ou balcão) e os contratos de opções são flexíveis, quando negociados em balcão, e
padronizados, quando negociados em bolsa.

Fonte: Elaborado pelos autores a partir de: Marques, Mello & Filho, 2008; BM&F, 2007a; BM&F, 2007b; Hull, 2005; Corrêa &
Raíces, 2005; Azevedo, 2001; Neto, 2002.

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QUADRO 03 – Mercado Futuro e a Termo: principais características e diferenças

Mercado Futuro Mercado a Termo


Características

Local de
Bolsas de futuros Bolsas de cereais ou balcão
negociação

Padronização Definida pela bolsa Definida entre as partes

Definido entre as partes ou


Prazo Vencimento padronizado na bolsa
usuais de mercado

Liquidação Financeira ou física Física

Normalmente usuários finais


Operadores Profissionais (priorizam a liquidez) (priorizam a flexibilidade do
contrato)

Definidas em contrato e
Garantias Mecanismo de bolsa e clearing
confiança

Correções de
Diárias No vencimento do contrato
preço

Fonte: Corrêa & Raíces (2005, p. 15)

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QUADRO 04 - Mercado Futuro e de Opções: principais características e diferenças
Mercado Futuro Mercado de Opções
1. Proporciona garantia contra queda e aumento dos 1. Proporciona garantia contra queda e aumento dos
preços, por meio da fixação de um preço futuro para preços, mas, ao mesmo tempo, permite ganhos extras
uma commodity. caso o mercado se movimente favoravelmente.

2. Os compradores e vendedores de contratos futuros 2. Os compradores de contratos de opções não são


devem depositar margem de garantia (aprox. 5% do obrigados a depositar margem de garantia, já que não
valor total negociado). oferecem risco ao sistema.

3. Os compradores e vendedores de contratos futuros 3. Os compradores de contratos de opções não


necessitam de fluxo de caixa para honrar os ajustes necessitam pagar ajustes diários.
diários.

4 . Os contratos futuros impedem a obtenção de 4. Os contratos de opções limitam o prejuízo ao valor


lucros decorrentes de um movimento favorável dos do prêmio pago.
preços.

5. Principal risco: enfraquecimento da base (Risco de 5. Principal risco: pagamento de um prêmio (preço da
base) opção) muito alto ao vendedor (negociação em bolsa).
(Obs.: O risco de base continua existindo.)

Fonte: Waquil, Miele e Schultz, (2010, p. 42)

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Na análise microeconômica os mercados, e não as
empresas, assumem, portanto, o papel analítico
preponderante.

Papel central dos mercados na análise microeconômica, a


partir da interação entre oferta e demanda na definição
dos preços.

Fonte: Thompson; Formby (1998)

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Divisão dos Tópicos de Microeconomia

I – Teoria da Demanda (procura) Teoria do consumidor (demanda individual)


Demanda de Mercado

Oferta Individual Teoria da Produção


Teoria dos Custos de produção
II – Teoria da Oferta

Oferta de Mercado
Concorrência perfeita
Mercado de Bens e Serviços Concorrência monopolística
Monopólio
Oligopólio
III – Análise das Estruturas de Mercado
Concorrência perfeita
Mercado de Insumos e Monopsônio
Fatores de Produção Oligopsónio

IV – Teoria do equilíbrio geral e do bem-estar

V – Imperfeições de Mercado: Externalidades, Bens Públicos, Informação Assimétrica

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Divisão do Estudo Microeconômico

Análise da Demanda

A teoria da demanda ou procura de uma mercadoria ou serviço divide-


se em teoria do consumidor (demanda individual) e teoria da
demanda de mercado.

Análise da Oferta

A teoria da oferta de um bem ou serviço também subdivide-se em


oferta da firma individual e oferta de mercado. Dentro da análise da
oferta da firma são abordados a teoria da produção, que analisa as
relações entre quantidades físicas do produto e os fatores de produção,
e a teoria dos custos de produção, que incorpora, além das
quantidades físicas, os preços dos insumos.

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Divisão do Estudo Microeconômico

Análise das Estruturas de Mercado

A partir da demanda e da oferta de mercado, são determinados o preço


e a quantidade de equilíbrio de um dado bem ou serviço. O preço e a
quantidade, entretanto, dependerão da particular forma ou estrutura
desse mercado, ou seja, se ele é competitivo, com muitas empresas
produzindo um dado produto, ou concentrado em poucas ou em uma
única empresa.

Na análise das estruturas de mercado, avaliam-se os efeitos da oferta e


da demanda, tanto no mercado de bens e serviços como no mercado
de fatores de produção.

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Divisão do Estudo Microeconômico
As estruturas dos mercados de bens e serviços são:

a)  Concorrência perfeita;


b)  Concorrência imperfeita ou monopolística;
c)  Monopólio;
d)  Oligopólio.

As estruturas dos mercados de fatores de produção são:


a)  Concorrência perfeita;
b)  Concorrência imperfeita;
c)  Monopsônio;
d)  Oligopsônio.

Nos mercados de fatores de produção, a procura de fatores produtivos é chamada de


demanda derivada, uma vez que a demanda por insumos (mão-de-obra, capital) está
condicionada à (ou derivada da) procura pelo produto final da empresa nos mercados de
bens e serviços.

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Divisão do Estudo Microeconômico
Teoria do Equilíbrio Geral

A análise do equilíbrio geral leva em conta as inter-relações entre todos os mercados,


diferentemente da análise de equilíbrio parcial, que analisa um mercado isoladamente,
sem considerar suas inter-relações com os demais. Ou seja, procura-se analisar se o
comportamento independente de cada agente econômico conduz todos a uma posição
de equilíbrio global, embora todos sejam, na realidade interdependentes.

A teoria do bem-estar, ou welfare economics, estuda como alcançar soluções socialmente


eficientes parta o problema da alocação e distribuição de recursos, ou seja, encontrar a
“alocação ótima dos recursos”.

Há de se destacar que no estudo microeconômico um dos tópicos consiste na análise das


imperfeições dos mercados, em que se analisam situações nas quais os preços não
são determinados isoladamente em cada mercado.

Na realidade, tanto a teoria do equilíbrio geral e do bem-estar como a teoria do


consumidor são fundamentalmente abstratas, utilizando-se, com freqüência, modelos
matemáticos de razoável grau de dificuldade.

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PRESSUPOSTOS DA ANÁLISE MICROECONÔMICA

Paradigma neoclássico - natureza determinística,


considerando:

-  pressupostos da escolha e comportamento racional;

-  maximização das funções de preferência e do lucro;

-  noção de equilíbrio;

-  não consideração das incertezas;

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Economia neoclássica

A economia neoclássica surgiu em diversos países, quase


simultaneamente na década de 1870, sendo que
“[...] esses autores centraram sua análise num indivíduo
genérico isento de relações sociais, que busca atender ao
seu próprio interesse, e que se orienta invariavelmente por
suas preferências subjetivas.” (Prado, 2011, p. 11)

Essa é a base da microeconomia!

Fonte: PRADO, E. F. S.. A ortodoxia neoclássica. Estud. av. [online]. 2001, vol.15, n.41, pp. 9-20.

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PRESSUPOSTOS DA ANÁLISE MICROECONÔMICA

Na teoria econômica neoclássica, também chamada de


economia marginalista “[...] as decisões das empresas
estão subordinadas à determinação da existência de um
vetor de preços que compatibilize as decisões
individuais.” ( Kupfer; Hasenclever, 2002, p. viii)

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UNIDADE DE ANÁLISE DA MICROECONOMIA

Comportamento de indivíduos em grupos ou


comportamento de grupos a partir da análise das
diferentes posições conflitantes dos indivíduos que
compõem os grupos.

“[...] as teorias desenvolvidas na análise


microeconômica são baseadas em proposições
sobre o comportamento individual em resposta a
alterações ambientais.”(Miller, 1981, p. 5)
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Variáveis principais da análise microeconômica:

-  preço dos bens e serviços;

-  renda do consumidor;

-  preço dos bens e serviços substitutos;

-  preço dos bens complementares.

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Microeconomia – modelos:
Ceteris paribus ou coeteris paribus – tudo o mais mantido constante
ou mantendo-se as outras variáveis fixas.

Expressão latina traduzida como “outras coisas sendo iguais”, é


usada para lembrar que todas as variáveis, que não aquela que está
sendo estudada, são mantidas constantes.

“tudo o mais constante”

Por exemplo: relação entre o preço da carne bovina e o seu consumo,


mantido constantes outras duas variáveis – preço do frango e renda.

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Microeconomia - modelos

“[...] os modelos simplificados da realidade econômica


servem para um objetivo pedagógico e de exposição, da
mesma forma que oferecem um poder potencial de
previsão.” (Thompson; Formby, 1998, p. 5)

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Métodos da análise microeconômica

Método científico (definição do problema; formulação de hipóteses;


deduzir conclusões ou previsões testáveis a partir das hipóteses; testar a
validade das conclusões utilizando dados do mundo real em
experimentos objetivos, controlados e reprodutíveis; aceitar ou revisar a
teoria ou modelo com base no resultado dos testes);

Uso da argumentação lógica e do raciocínio dedutivo, com base no


senso comum e na observação subjetiva, permeado de exemplos e
dados “factuais”. Arte da persuasão!

Construção de modelos econômicos simplificados para ilustrar e isolar


os elos de ligação entre as variáveis econômicas, utlizando-se de
diagramas e expressões matemáticas simples, permeadas com a
argumentação lógica. Redução da análise a proporções manejáveis, já
que é impossível analisar tudo ao mesmo tempo.

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Ferramentas principais que serão utilizadas na
análise microeconômica:

Teorias ou modelos: leis ou princípios, amplamente aceitos, que


possuem forte regularidade empírica - causa e efeito - e por isso
possuem poder de explicação e de previsão do mundo real;

Argumentação lógica dedutiva;

Apresentação de exemplos (como evidência das relações


econômicas).

Fonte: Thompson; Formby (1998)

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Princípios da microeconomia

•  Princípio do custo de oportunidade;

•  Princípio marginal;

•  Princípos dos retornos decrescentes;

•  Princípio da externalidade;

•  Princípio do valor real.

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Princípios da Microeconomia

Princípio do custo de oportunidade – trade-off: análise das


alternativas de utilização dos fatores de produção (custo invisível ou
implícito).

Exemplos:

Custo de oportunidade do Google: tudo de graça? Para isso nós


fornecemos os nossos dados e aceitamos os anúncios na tela do
computador, pedendo-se espaço de leitura. Esse é o custo (de
oportunidade) que temos que pagar para ter o google “sem custo”.

Exemplo de custo de oportunidade de um curso superior: além dos


custos diretos com o curso (livros, moradia, alimentação, etc), deve-se
somar como custos os salários (extras) que o aluno está deixando de
ganhar para poder estudar.
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Princípios da Microeconomia
Exemplos de custo de oportunidade:

Análise sobre manter um comércio aberto por mais uma hora por dia:
custo fixo não é incluído, somente o custo variável e o custo de
oportunidade do tempo do dono do comércio. A receita do comércio
poderá ser constante a cada hora que ficará aberto, mas o custo de
oportunidade aumenta com o passar do tempo (deixar de jogar bola,
tomar cerveja, ficar com a familia, namorar, brincar com os filhos, etc)

O mesmo vale para a análise sobre aumentar em duas horas o tempo


de estudo por dia. Qual o custo de oportunidade dessa decisão?

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Princípios da Microeconomia
Princípio marginal: de que forma uma mudança de uma unidade (portanto incremental)
de determinada variável afeta o valor de outra variável.

Marginal significa pequena mudança!

Aumente o nível de uma atividade se seu benefício marginal exceder o custo marginal;

Reduza o nível de uma atividade de seu custo marginal exceder o benefício marginal;

Selecione o nível em que o benefício marginal da atividade se iguala ao seu custo marginal;

Relação entre o benefício marginal (receita adicional, por exemplo) e o custo marginal
resultante do incremento de uma atividade qualquer.

O custo marginal auxilia na decisão referente à economia de escala ou à economia de


escopo de um negócio qualquer.

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Consumo e produção marginal

Os consumidores buscam maximizar os ganhos ou a


satisfação (utilidade) associada ao consumo de
determinado bem ou serviço. Isso ocorre com o aumento do
consumo de uma unidade extra ou marginal até que a
relação entre o ganho unitário e custo de aquisição desse
consumo incremental ainda seja positiva.

Os produtores buscam maximizar o lucro associado à


produção de determinado bem ou serviço. Isso ocorre com
o aumento da produção até que a relação entre o custo de
produzir uma unidade incremental ou marginal seja
compensada pela receita oriunda dessa unidade extra
produzida.

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Princípios da Microeconomia

Princípio dos retornos decrescentes: suponha que a produção de


um bem seja realizada com 2 ou mais fatores de produção e que
somente a quantidade de um deles seja aumentada (por ex.,
funcionários) enquanto os outros permanecem fixos. Além de certo
ponto – chamado de ponto dos retornos decrescentes -, a produção
aumentará, mas a uma taxa decrescente.

Isso demonstra que o crescimento de uma empresa deverá ser bem


planejada, para não incorrer em maiores custos unitários dos produtos
decorrentes, principalmente do menor produto marginal do trabalho
(mudança na produção em função do acréscimo de um funcionário, por
exemplo) a medida que aumenta a quantidade de funcionários.

Entretanto, isso é verdadeiro somente em análises de curto prazo, já


que no longo prazo todos os fatores de produção poderão sofrer
alterações.

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Princípios da Microeconomia

Princípio da externalidade: os custos ou benefícios


relativos à produção ou ao consumo de determinados bens
não são restritos à pessoa ou à organização que os está
produzindo ou consumindo.

Reflexo dos custos e benefícios em terceiros ou pessoas


não envolvidas na tomada de decisão.

Impactos positivos e negativos para a sociedade.

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Princípios da Microeconomia
Princípio do valor real: o que importa às pessoas é o valor real da moeda ou
da renda (poder de compra) e não o seu valor nominal (quanto ganha).

Valor nominal de uma quantia em dinheiro: medido pelo valor de face. Por
exemplo, o valor do salário mínimo.

Valor real de uma quantia em dinheiro: medido em termos de quantidade.


Por exemplo, quantidade de bens e serviços possível de serem comprados
com o valor do salário mínimo.

A análise microeconômica preocupa-se, portanto, com os preços relativos ou


reais, ou seja, são os preços de um bem ou serviço relativamente a todos os
outros preços que devem ser considerados na análise da relação entre o preço
e quantidade demandada.

Preços absolutos: o problema da inflação!


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Referências

As referências utilizadas para elaboração dos slides


serão encaminhadas posteriormente.

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