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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
APELAÇÃO CÍVEL N. 0052248-67.2013.4.01.3800/MG
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
RELATÓRIO
VOTO
Por outro lado, as questões passíveis de resolução são todas aquelas relevantes
para a solução do litígio, devendo o acórdão ser complementado apenas no caso de omissão e,
no presente caso, não há o que ser complementado, posto que a matéria foi devidamente
apreciada, verificando-se a nítida pretensão do embargante de alteração dos fundamentos e,
portanto, da conclusão do acórdão embargado.
As questões apontadas pelas partes embargantes dizem respeito ao próprio mérito
dos embargos à execução, como é o caso da prescrição, da pretensão de justiça gratuita, da base
de cálculo do reajuste de 3,17% e a limitação do reajuste nos termos da MP 2.225/2001, tendo
este último ponto sido decidido por este Tribunal, no sentido de que a limitação dos reajustes não
ofende a coisa julgada, não sendo cabível sua rediscussão em sede de embargos de declaração.
E mesmo na hipótese de embargos declaratórios para fins de prequestionamento
da questão legal ou constitucional, é pacífico o entendimento de que é incabível a interposição de
embargos de declaração se não estiverem presentes os pressupostos específicos dessa
modalidade de integração do julgado, como já decidiu este Tribunal, consoante os seguintes
julgados:
PROCESSUAL PENAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO E
CONTRADIÇÃO. INEXISTÊNCIA. PREQUESTIONAMENTO.
NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA À PREVISÃO LEGAL.
(...)
2. A jurisprudência tem admitido a oposição de embargos declaratórios
para fins de prequestionamento, objetivando o processamento dos
recursos especial e extraordinário. Entretanto, mesmo nessa hipótese,
deve o recurso estar fundado concretamente num dos permissivos
previstos na lei. 3. Embargos de declaração rejeitados.
(EDACR 0044332-32.2010.4.01.3300/BA, Rel. Desembargador Federal
Olindo Menezes, Rel. Acor. Desembargador Federal Hilton Queiroz,
Quarta Turma, e-DJF1 p.770 de 19/03/2015)
Deve a parte aviar o recurso próprio para rediscussão das questões decididas.
A incidência do reajuste de 3,17% sobre o índice de 28,86%
Tendo em vista o posicionamento da jurisprudência, no sentido de que o reajuste
residual de 3,17% deve incidir sobre a remuneração do servidor, incluindo-se aí todas as
vantagens pagas pelo exercício do cargo, deverá também referido reajuste incidir sobre o índice
de 28,86%, consoante julgados do STJ:
ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. SERVIDOR PÚBLICO.
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. ÍNDICE
DE 3,17%. VIOLAÇÃO ÀCOISA JULGADA. INEXISTÊNCIA. BASE DE
CÁLCULO: REMUNERAÇÃO. LEI N.º 9.654/98. REESTRUTURAÇÃO DA
CARREIRA. EVIDENCIADA. PRECEDENTES. LIMITAÇÃO TEMPORAL.
POSSIBILIDADE. BASE DE CÁLCULO DO REAJUSTE.
REMUNERAÇÃO. INCIDÊNCIA DO REAJUSTE RESIDUAL DE 3,17%
SOBRE O ÍNDICEDE 28,86%. POSSIBILIDADE. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. REVISÃO.INCIDÊNCIA DA SÚMULA 07 DO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA 1(...) 5. A orientação deste Superior Tribunal de
Justiça é no sentido deque, quanto à base de incidência do reajuste de
3,17%, o cômputo do aludido percentual deve recair sobre a remuneração
do servidor.6. O reajuste residual de 3,17% também incide sobre o índice
de 28,86%, bem como sobre as vantagens pagas pelo exercício de cargo
em comissão e de função gratificada, além das vantagens pessoais
incorporadas a tal título. (...) 8. Agravos regimentais desprovidos.
(STJ - AgRg nos EDcl no REsp: 1118351 PR 2009/0086697-0, Relator:
Ministra Laurita Vaz, Data de Julgamento: 06/10/2011, T5 - Quinta Turma,
Data de Publicação: DJe 17/10/2011)
Correção monetária
Com fundamento nas decisões tomadas pelo Supremo Tribunal Federal nas Ações
Diretas de Inconstitucionalidade ns. 4.357-DF e 3.425-DF, ambas da relatoria do Ministro LUIZ
FUX, fixou o Superior Tribunal de Justiça a seguinte orientação, em sede de recurso repetitivo:
20. No caso concreto, como a condenação imposta à Fazenda não é de
natureza tributária - o crédito reclamado tem origem na incorporação de
quintos pelo exercício de função de confiança entre abril de 1998 e
setembro de 2001 -, os juros moratórios devem ser calculados com base no
índice oficial de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de
poupança, nos termos da regra do art. 1º-F da Lei 9.494/97, com redação da
Lei 11.960/09. Já a correção monetária, por força da declaração de
inconstitucionalidade parcial do art. 5º da Lei 11.960/09, deverá ser
calculada com base no IPCA, índice que melhor reflete a inflação
acumulada do período. 21. Recurso especial provido em parte. Acórdão
sujeito à sistemática do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ n.º 08/2008.
(REsp 1270439/PR, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, PRIMEIRA SEÇÃO,
julgado em 26/06/2013, DJe 02/08/2013)
Este Tribunal tem adotado a mesma orientação, como dão conta os seguintes
excertos de julgados:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. APLICAÇÃO DE ÍNDICE DE
CORREÇÃO MONETÁRIA DE ACORDO COM O MANUAL DE
CÁLCULOS DA JUSTIÇA FEDERAL. MODULAÇÃO DOS EFEITOS
TEMPORAIS DO ACÓRDÃO DA ADI 4.357/DF. PRESCINDIBILIDADE.
OMISSÃO APONTADA PELA PARTE EMBARGANTE. ACOLHIMENTO
PARCIAL DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ... 2. A correção
monetária deve ser feita com base nos índices do Manual de Cálculos da