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Rio de Janeiro
2012
EDUARDA NAIDEL BARBOZA E BARBOSA
Rio de Janeiro
2012
EDUARDA NAIDEL BARBOZA E BARBOSA
Primeiramente agradeço a Deus por me oferecer e conduzir nos melhores caminhos. Por
ter me mostrado que, mesmo nas fraquezas e dificuldades, se estivermos com fé e boa
vontade, ele não nos deixará desvirtuar e nos dará força para vencer qualquer obstáculo.
Aos meus pais, grandes incentivadores da minha caminhada e orgulhosos pela trajetória
acadêmica que tracei. Espero que eu possa levar seus ensinamentos de vida, de
profissionalismo para a minha e consiga ser a melhor que eu puder para que outras
entre estágio e monitorias. Sinto-me muito feliz por ter feito parte do NEPEN e
contribuído, mesmo que minimamente, para a melhoria de vida das famílias atendidas
pelo serviço.
À minha orientadora de TCC, professora doutora Rosinda Martins Oliveira, que, por
meio de suas aulas, tornou-se um exemplo de profissional a ser seguido. Agradeço-a por
último e, além disso, ter me apresentado ao grupo que só tem a acrescentar em minha
O presente trabalho tem, por objetivo, apresentar resultados de estudos sobre uso de
Terapia Assistida por Animais (TAA) com idosos demenciados, discutindo os limites e
alcances da metodologia utilizada. Os estudos a respeito do impacto, sobre pacientes,
das interações com animais, vêm crescendo em número e qualidade ao longo dos anos.
Percebeu-se que esse contato poderia refletir em melhoras no campo da saúde. Com o
avançar da idade, a saúde torna-se uma grande preocupação e diferentes métodos para
mantê-la ou melhorá-la são desenvolvidos. Na demência muitos comprometimentos são
vistos, além das mudanças normais do envelhecimento, entre eles alterações
comportamentais, alimentares e de humor. Há evidências de melhora desses
comprometimentos, com o uso da TAA aplicada a idosos demenciados
institucionalizados, apesar das restrições metodológicas dos estudos existentes. A
despeito das evidências da eficácia desta Terapia e dela ser bastante difundida ao redor
do mundo, no Brasil ainda há muita resistência por parte dos profissionais de saúde e
ainda faz-se necessário incrementar seu estudo e aplicação.
___________________________________________________________________
Palavras-chave: terapia assistida por animais, idosos, demência.
Sumário
Algumas evidências de eficácia da Terapia Assistida por Animais em Idosos
Demenciados Institucionalizados
APRESENTAÇÃO 8
1. ENVELHECIMENTO 10
1.1 DEMOGRAFIA 10
1.3 SUBJETIVIDADE 14
2.1 INTRODUÇÃO 20
2.2 ORIGEM 20
2.3 APLICAÇÃO 22
2.4 ANIMAIS 24
2.6 EFEITOS 25
3. TAA NA DEMÊNCIA 29
4. CONCLUSÃO 34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 37
APRESENTAÇÃO
Brasil que, espera-se que ocupe a 6ª posição entre os países com maior número de
aumentando (LOPES & BOTTINO, 2002). Uma das mais frequentes é a demência.
tornam cada vez mais limitados e, muitas vezes, a família não consegue cumprir o papel
A Terapia Assistida por Animais (TAA) voltada para uma faixa etária mais
tátil e motora, a partir do contato físico por meio de carícias e exercícios psicomotores
Capítulo, é feita uma análise crítica dos métodos e procedimentos utilizados nos estudos
e a discussão acerca do que pode ser feito com essa técnica futuramente.
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1. ENVELHECIMENTO
1.1 DEMOGRAFIA
fatores, dentre eles o aumento da expectativa de vida – isso, a partir de toda uma
evolução da medicina.
enquanto que no século 21, essa média já se encontra nos 68 anos. A descoberta de
promoveram esse “boom” na média de idade. Além disso, a alta taxa de nascimentos e
diminuição dessa taxa de nascimentos assim como da baixa mortalidade infantil atual,
culminaram numa grande população idosa (FREITAS, 2004). Estatísticas mostram que,
72,64 anos, enquanto o país ocupante da 1ª posição, o Japão, apareceu com 87,20 anos
(IBGE, 2008); em 2025, o Brasil ocupará a 6ª posição entre os países com população
mais velha, no mundo. Em 2007, o IBGE contabilizou 14,5 milhões de idosos (apud
CRUZ, 2009).
envelhecimento concentrado na região sudeste, com sua maioria (55%) sendo formada
por mulheres, 37% declarando-se analfabetos e 65% dos idosos responsáveis pela
família. Todo esse contexto representa um alto custo para o Estado, pois envolve o
questão do idoso, que promovam sua saúde e bem-estar (GARRIDO & MENEZES,
direitos dos idosos, para que realmente atinjam o seu público alvo (CRUZ, 2009). O
autonomia e independência tanto física, quanto psíquica e social. Para isso, um bom
estado de saúde do idoso é necessário, além de entusiasmo e prazer naquilo que ele
realiza (OLIVEIRA & RAMALHO, 2009) Em 1999, a Geriatria foi reconhecida como
século XIX o velho era tido como alguém dotado de sabedoria, respeitado pelos seus
consideração o lado negativo, pode-se pensar que a velhice caminha junto de doenças e
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morte, apesar dessas duas condições poderem surgir em qualquer idade ou fase do
se ver como um velho sim, mas pertencente a mais uma fase da vida, com sua
que trouxeram uma nova perspectiva, uma nova categorização implícita. Nesse caso, há
uma oportunidade para aquele que se encontra nessa fase da vida viver antes de
obtenção por qualquer ser humano, seja com cosméticos, exercícios físicos ou
complexos vitamínicos. No entanto, esta concepção também tem sido estimulada por
questões de capital, tendo em vista que essa faixa etária apresenta-se como um grupo
consumidor em potencial.
As autoras Lopes e Park (2007), citando Beauvoir, trazem a questão das representações
sociais como o resultado de diversos aspectos presentes em épocas variadas que, com o
ou seja, algo que pré-existente, já conhecido, acaba sendo incorporado por uma nova
conhecimento e ela se desenvolve trazendo certos conceitos gravados, mesmo que não
façam ideia do que aquilo verdadeiramente significa. Elas dão muita importância para o
físico, o corpo, conseguindo reconhecer um velho pelo aspecto enrugado de seu rosto ou
pela coluna curvada. Também o tomam como avô e avó, ou seja, entendem que avôs e
Um aspecto muito mais importante, mas que nem sempre está em pauta quando
– aos 65 anos, já se considera terceira idade (PY, 2004). A própria sociedade apresenta
o “envelhecer” como um estágio final, onde o sujeito apenas espera pela morte. Essa
como o propósito da vida, já que a morte é algo certo e se faz mais presente com o
avanço da idade (PY, 2004). Cria-se uma imagem desfavorável do envelhecer, fala-se
estereótipos comuns a essa fase da vida (CRUZ, 2009). Mulheres da classe média e
homens, acima dos 70 anos também não se consideram velhos (DEBERT, 2004). Fala-
médico etc), inserção familiar (fazer com que a família faça parte desse processo),
frequentes e até propostas pela OMS (CRUZ, 2004). Alguns autores apontam estas
Mas o modo como cada indivíduo vivencia a velhice não é apenas determinado
1.3 SUBJETIVIDADE
que ele pode dar para a sua situação será decisivo para que ele considere a velhice como
uma fase de perdas e desistências ou como uma fase de ganhos e impulso para novos
envelhecimento traz à tona o medo da morte, tanto para si mesmo, quanto em relação
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àqueles por quem se tem afeição. Além disso, ocorre a perda do status do seu papel na
sociedade e sua imagem refletida no espelho não é mais a mesma. Tudo isso demanda,
somada a perda da saúde (PY, 2004). A velhice traz sofrimento psíquico, seja de
que levam a um único destino e traz à tona um tabu comum à toda população: a morte.
O sujeito nasce e, a partir daí, começa a contagem regressiva onde, a velhice, seria uma
forma de adiar esse fim inevitável, mas nem um pouco aguardada por todos (PY, 2004).
Algo tão misterioso que é impossível experienciá-lo e transmitir aos outros, apenas
podemos falar, discutir sobre, a morte surge como algo do coletivo, democrática e
universal. Todos os campos de estudo, filosofia, biologia e sociologia, têm algo a dizer
sobre ela, mas ainda assim ela aparece como algo desconhecido e estranho. A velhice
aproximação com a morte e pensa-la como algo real (LOUREIRO, 2008). Esse
por cada um, sendo assim, não podemos adiantar ou prever como serão suas reações ao
estar frente a frente com essa possibilidade. A partir do século XX, o culto do corpo
jovem e belo se faz presente e cada vez mais forte, dando àqueles que não se encaixam
narcísica e uma quebra do ideal do ego. O sujeito tem uma ideia de beleza e vida
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eternas, mas a velhice frustra essa ilusão e causa angustia e sentimento de desamparo.
Este último é vivido a partir do momento em que nascemos, com a perda do espaço
uterino e se faz presente a cada perda sofrida. Segundo Freud, o desamparo nunca é
superado, mas serve como uma alavanca que nos impulsiona a buscar novos meios ou
até mesmo na vida adulta, e os velhos enxergam-se como responsáveis pela decadência
corpo é denunciador do limite, mas esse limite não precisa ser tosador do que resta ao
que resta é o presente e o que se pode fazer com ele (DOURADO & LEIBING, 2002).
libidinal, antes direcionado a um objeto, agora perdido, deve ser direcionado a outro.
Não de maneira a substituí-lo, mas sim a permitir conhecer outros objetos. Pensa-se que
a perda em si é o fim, mas ela envolve a busca de algo novo. Segundo Bowlby (apud
Worden (apud PY, 2004) o sujeito pode responder de quatro maneiras: aceitando a
com a vida.
educacionais mais baixos, com o avançar da idade. Além disso, pacientes com baixa
renda também têm essa predisposição maior, devido aos poucos estímulos a que tiveram
acesso. Assim, o nível educacional e a renda podem ser considerados como fatores
promovendo uma lentificação global das funções cognitivas. Além disso, parece haver
2004).
últimos 20 anos, vários estudos têm caracterizado que muitos idosos apresentam um
muitas vezes observado nos idosos, não é considerado como algo patológico, porém
(HAMDAN & BUENO, 2005). Dez a 15% dos pacientes com esse diagnóstico evoluem
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para uma demência, mostrando o quanto é importante que medidas médicas preventivas
vida diária (CARAMELLI & BARBOSA, 2002; ÁVILA & BOTTINO, 2008;
degenerescência dos lobos frontais com evolução para atrofia cerebral mais
como sintoma para o diagnóstico da doença. Com a ingestão de uma quantidade menor
fraca tendem a sofrer mais quedas e a desenvolverem outras doenças, como por
2.1 INTRODUÇÃO
A Terapia Assistida por Animais (TAA) pode ser considerada como instrumento
que visa à melhoria da qualidade de vida dos seres humanos, buscando trazer
habilidades que o homem descobriu dos cachorros e gatos, ou seja, animais domésticos
CANALS, 2012).
como
É conhecida por diversos nomes, entre eles Terapia Assistida por Animais de
Companhia (TAAC), Terapia Assistida por Cães (TAC) (ARTIME, MARTÍNEZ &
LLORENS, 2010).
2.2 ORIGEM
Há registros bem antigos do uso de animais com pessoas com doenças físicas e
LLORENS, 2010).
21
Segundo Buil e Canals (2012) e Artime, Matínez e Llorens (2010), William Tuke
Alemanha. Já entre 1944 e 1945 foi feito o primeiro registro da TAA com animais de
pioneiro da Psicoterapia Facilitada por Pets (PFP) nos anos 60, quando percebeu que
comportamento poderiam ser ajudadas por cães. A partir dessa investigação, começaram
Apesar de ainda não ser muito difundida, a prática de uso de animais em terapias
não é nova na psicologia. Freud já utilizava esse método para se aproximar de seus
com a presença de seu cachorro e um fato que marcava a integração deste nas consultas,
é que ele caminhava até a porta quando o tempo do paciente acabava (KAWAKAMI &
NAKANO, 2002).
doentes mentais veio da psiquiatra Nise da Silveira, que não aceitava os métodos
Ocupacional no Rio de Janeiro. A partir de sua atuação surgiram outros projetos que
No mundo, surgem, cada vez mais, associações que lidam com esse tipo de
Bocaián, Fundación Affinity, Asociación ANTA entre outras (BUIL & CANALS, 2012;
2.3 APLICAÇÃO
Animais (AAA) e a Terapia Assistida por animais (TAA). A Atividade Assistida por
Animais é caracterizada como uma visitação sem objetivo terapêutico, apenas para
interação homem animal (SHIBATA & WADA, 2010). Ela tem o foco em realizar
LLORENS, 2010).
Já a TAA é uma técnica com intuito de promover uma intervenção, ela é estruturada,
PEREIRA & PEDROSO, 2009; SHIBATA & WADA, 2010). Há todo um processo de
este fim (ARTIME, MARTÍNEZ & LLORENS, 2010). No presente trabalho, será
assim como a faixa etária dos pacientes e o ambiente onde ela é aplicada. Os
estabelecimentos que aplicam essa terapia são bem variados: hospitais, casas de saúde,
faixa etária dos pacientes atendidos por essa terapia. É essencial salientar que esse
envolvidas com esse tipo de terapia, acreditam nos benefícios dessa prática e apoiam os
2.4 ANIMAIS
O animal mais utilizado nessa técnica é o cão, devido ao seu histórico de forte
relação com o homem (PEREIRA & PEDROSO, 2009). A relação homem-animal tem
desempenhado pelos animais era de ser útil aos seus donos, caçando e protegendo,
enquanto que mais recentemente, ele deixou de ser uma aquisição para se tornar, muitas
vezes, um membro da família (FAURE, 2004). Montagner (apud FAURE, 2004) aponta
24
duas razões pelas quais os donos de animais de companhia justificam sua relação com
processo de luto; além disso, ele valoriza e simboliza certo status social. Pessoas com
interagir com animais (WULLENS, apud FAURE, 2004), que parecem assumir uma
2002).
finalidade terapêutica. Todas as atividades propostas pela intervenção devem ter como
Acariciar, pentear e jogar bola para o animal tem sido apontadas como atividades
NAKANO, 2002). Além disso, esses simples movimentos permitiriam que o indivíduo
2.6 EFEITOS
que se recusavam a falar ou ter contato com outras pessoas se permitiriam interagir com
os animais e descobririam que ele não irá julgar ou discriminar, apenas responder aos
que promove a comunicação (SHIBATA & WADA, 2010; FILAN & LLEWELLYN-
bem estar possibilitado pela socialização facilitada pela presença dos animais
como por exemplo, doenças cardiovasculares (EDWARDS & BECK, 2002; SHIBATA,
A eficácia da TAA com diferentes grupos de pacientes tem sido estudada. Filan e
hospitalizados a partir das visitas de animais planejadas e, ainda, uma queda relevante
cão pode melhorar comportamentos sociais, como sorrisos e risos, em pacientes com
pode, na maioria das vezes, trazer mais alegria e aconchego para seus moradores. No
Canadá há dez anos, criou-se o Serviço Nacional do Cão, projeto que disponibiliza cães
para ajudar as crianças com autismo a se integrarem melhor na sociedade, controlar seus
2010).
índice de agressão verbal quando comparados com pacientes que não possuem.
década de 80, outro projeto, agora com animais de companhia e 92 pacientes recém-
animal em hospitais e clínicas, há alguns cuidados que devem ser tomados para que a
proposta possa vir a ser benéfica. Shibata e Wada (2010) afirmam que o paciente deve
ser notificado a respeito e concordar com a técnica antes de ficar exposto ao animal,
qualquer que este seja, pois experiências passadas, relacionadas a animais, podem não
ter sido prazerosas, o indivíduo ter medo ou simplesmente não gostar, pode haver
devem ser tomadas para que o idoso não corra risco de receber mordidas e arranhões,
desenvolvendo infecções.
Nos casos onde a presença do animal não se faz possível, vê-se a crescente
2010). Mas, nesses casos, a resposta dos pacientes não se faz tão afetuosa e prazerosa na
veterinários necessários e periódicos para não colocar em risco a vida dos dois
3. TAA NA DEMÊNCIA
institucionalizados.
(7h às 15h), embora esta diferença não tenha sido vista no turno da noite (15h às 23h).
Apesar das evidências da eficácia da TAA com pacientes demenciados, têm sido
apontadas dificuldades inerentes à interação com animais reais. No Japão, por exemplo,
tanto hospitais quanto casas geriátricas não costumam aceitar a entrada de animais,
(SHIBATA & WADA, 2011). Estas restrições têm motivado a investigação dos efeitos
cães: vídeo de filhote, desenho de cão para colorir, cão de pelúcia, cão-robô, cão
verbais dos idosos, diante de cada estímulo, foram registradas e classificadas como
maior, seguida do cão de pelúcia, do vídeo do filhote e do cão robótico (nível de recusa
22%, 30%, 35% e 36%, respectivamente). Os outros estímulos - o cão médio, cão
menor e a figura de colorir – promoveram maior recusa (nível de recusa 41%, 45% e
46%, respectivamente). Pode-se pensar que qualquer estímulo parece ser encarado como
uma novidade para esses residentes que, normalmente, tem maior parte do seu tempo
ocioso (cerca de 2/3 do dia), sem companhia ou atividade (22% do tempo sozinho),
porém, estes dados mostraram que os cães reais promovem um engajamento maior por
parte dos pacientes. A preferência pelo cão maior pode ser explicada pela maior
similaridade e popularidade dos cães menores que os tornam comuns; o fator novidade
residentes foram divididos em 3 grupos: controle, TAA com cão-robô e TAA com cão
cão real sobre a solidão. A escala de Apego à Animais de Lexington, aplicada após a
exposição ao animal real e ao robô, mostrou que houve uma tendência, não significante
em termos estatísticos, para uma maior aceitação do cão real comparado ao cão-robô.
autônomo (uma foca chamada Paro) sobre a depressão e o estresse de pacientes e sobre
o estresse de seus cuidadores. Este tipo de robô age como se respirasse e respondesse
aos carinhos, estimulando os sentidos visual e tátil dos pacientes A terapia foi
ficava, por uma hora, duas vezes por semana, com aproximadamente 10 pessoas e a
interação era organizada por 2 cuidadores. Os efeitos foram avaliados pela aplicação aos
urina). Também foi aplicada uma escala, na equipe de enfermeiros, para avaliar o
estresse. Houve melhoria no nível de estresse apresentado pelos pacientes e pela equipe.
Além disso, houve redução dos níveis de depressão e ansiedade nos dias das sessões,
outra instituição, com 28 residentes, com média de 77,5 anos, por períodos mais
contínuos. Neste caso a interação era livre, com duração de 9 horas e acontecia na área
atividade. Além disso, as mudanças nas reações ao estresse também foram medidas por
32
hormônios na urina. Aqueles pacientes que tiveram uma maior aproximação com Paro,
também aumentaram a sua aproximação com outros pacientes, além disso, os exames de
urina mostraram que as respostas dos órgãos vitais ao estresse foram melhoradas no
Com relação aos robôs serem utilizados como uma alternativa à TAA, a sua
mil dólares e durabilidade de 10 anos (SHIBATA & WADA, 2011), a partir de maiores
INSTITUCIONALIZADOS
especializadas em demência, com idade média de 80,1 anos, foram divididos em dois
grupos: controle/tratamento (45) e tratamento (17). Cada participante, dos dois grupos,
era pesado todo começo de mês, durante os 4 meses do início da terapia. A dieta dos
pacientes foi mantida constante em sua composição e a comida era pesada antes e após
retirada dessa imagem e, duas semanas depois, as variáveis nutricionais foram medidas
por até seis semanas. Com relação ao peso corporal, houve um aumento significativo
4. CONCLUSÃO
Nessa fase da vida, uma série de fatores, somada ao aumento da expectativa de vida
mais recente, faz com que o idoso se sinta perdido com relação às perspectivas do
idoso acaba, muitas vezes, por se colocar no papel de um ser doente à espera da morte
encurvado torna-se determinista da condição do idoso e este não pode ocupar nenhum
2008) e baixa autoestima são constantes nessa fase da vida, principalmente se o sujeito
encontra-se em um ambiente fora daquele com o qual está acostumado, como uma
instituição.
nutricional muito frequente nas demências, acentua os efeitos deletérios das demências
BECK, 2002).
Estudos sobre o uso de TAA em casos de Demência têm mostrado seus efeitos
pouco material padronizado (WILLIAMS & JENKINS, 2008). Isto contraria a própria
2009).
interação com o cão e quais as atividades com maior engajamento e resultados em longo
duração dos efeitos precisa ser melhor investigada, pois os estudos se baseiam na
melhora durante a intervenção com os animais e não no efeito duradouro após a sua
No Brasil, essa técnica ainda não está tão difundida quanto em outros países,
como EUA (EDWARDS & BECK, 2002; MARX et cols, 2010), Inglaterra (WILLIAM
& JENKINS, 2008) e Japão (SHIBATA & WADA, 2011) e sua aplicação mais
tipo de síndrome ou deficiência. O estado de São Paulo detém grande parte dos estudos
muitos programas com TAA estão voltados para esse grupo de pacientes,
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