Vous êtes sur la page 1sur 9

Curso/Disciplina: Direito Empresarial Objetivo

Aula: Teoria Geral


Professor (a): Priscilla Menezes
Monitor (a): Rafael Cardoso Martins

Aula nº. 02

QUEM NÃO É EMPRESÁRIO?

Basicamente, são três pessoas:


1. Profissionais que desempenham atividades intelectuais (§ único do art. 966 do
CC);

Art. 966.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso
de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir
elemento de empresa.

Já visto.

2. Cooperativas (art. 982, § único, CC);

Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade


que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a
registro (art. 967); e, simples, as demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária
a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.
1

A cooperativa é excluída do regime empresarial por força do acima transcrito.


Página

3. Aqueles que exercem atividades rurais (haverá aula própria – “bloco de


registro”).

Todos os direitos reservados ao Master Juris. www.masterjuris.com.br


EMPRESÁRIO INDIVIDUAL

Art. 972 e seguintes, CC.


Como exercer a atividade econômica organizada como pessoa física sozinho?
Para alguém ser empresário individual, é necessário preencher alguns requisitos do
art. 972, CC: (i) capacidade civil plena e (ii) não ter impedimento legal.

Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em


pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.

CAPACIDADE CIVIL

Ter capacidade civil plena significa ter 18 anos completos ou, a partir dos 16, ser
emancipado (art. 5°, CC).

Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa


fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante
instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por
sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;

AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL

Algumas pessoas, apesar de terem capacidade civil plena, são impedidas de exercer
atividade empresarial. Tais impedimentos constam em leis especiais (e não no CC). Ex.:
servidores públicos em geral, militares na ativa, membros da Magistratura e do MP, etc. –
deve-se observar a lei especial que rege cada uma dessas pessoas. Essas pessoas listadas
exercem função pública; o legislador não quer que elas se distraíam de seu múnus público
pensando em atividades empresárias.
2
Página

Tem mais uma pessoa não citada acima que, apesar de ter capacidade civil plena, não
pode exercer atividade empresarial: o falido não reabilitado (art. 102, Lei 11.101/2005).

Todos os direitos reservados ao Master Juris. www.masterjuris.com.br


Art. 102. O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade
empresarial a partir da decretação da falência e até a sentença que extingue
suas obrigações, respeitado o disposto no § 1o do art. 181 desta Lei.

Uma das consequências da decretação da falência é a inabilitação empresarial.


Enquanto o falido não honrar com suas obrigações, ele não pode se lançar num novo
empreendimento (pois pode contrair mais dívidas antes de pagar as anteriores).
O fato destas pessoas não poderem ser empresárias individuais não significa que elas
não podem ser sócias. Um juiz, assim como um servidor, podem ser sócios ou acionistas de
uma empresa; desde que eles não sejam sócios administradores, pois nessa hipótese ocorre o
desvio de atenção deles.
Ou seja, todas essas pessoas impedidas de atuarem como empresários individuais não
podem atuar sozinhas (logo, não podem ser empresárias), mas podem ser sócias, desde que
não sejam sócios administradores.

EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA EMPRESA

Além de capacidade civil plena e ausência de impedimento, a pessoa física vai


precisar desenvolver a atividade econômica organizada (empresa) de forma profissional.
Exercer a empresa de modo profissional significa (i) perseguir lucro e (ii) com
habitualidade. Assim, se uma senhora vende doces de São Cosme e Damião em Setembro,
apenas, ela não é empresária, pois não há habitualidade em sua atividades e nem intenção
lucrativa. O empresário exerce sua atividade de forma profissional e ele persegue o lucro. Art.
966, CC.

Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade


econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de
serviços.

Para desenvolver uma atividade de forma profissional pressupõe (i) habitualidade e


(ii) intuito lucrativo.
3
Página

RESPONSABILIDADE DO EMPRESÁRIO INDIVIDUAL

Todos os direitos reservados ao Master Juris. www.masterjuris.com.br


Existem dois regimes de responsabilidade: (i) a responsabilidade limitada e (ii) a
responsabilidade ilimitada.
A responsabilidade limitada funciona da seguinte maneira: a pessoa que desenvolve
aquela atividade só responde pelo montante que ela disponibilizou para aquela atividade. Se
aquele montante não for suficiente para pagar os credores, paciência (exceto se houver
enquadramento em uma das hipóteses de desconsideração da personalidade jurídica – haverá
aula disso).
Na responsabilidade ilimitada, a pessoa responde pelo valor que colocou e, se esse
valor não for suficiente para pagar os credores, ela responde com todo o seu patrimônio
pessoal.
O empresário individual é uma pessoa física. Apesar do empresário individual ter
CNPJ, ele não é pessoa jurídica. O CNPJ do empresário individual serve para questões
meramente tributárias; afinal, ele exerce atividade econômica que deve ser tributada. Da
mesma forma que a pessoa física usa o CPF para pagar seus impostos (como IR, por
exemplo), aquele que exerce atividade econômica deve colher os tributos incidentes sobre
aquela atividade (seja IR, ISS, ICMS, etc.). Qualquer tributo que incida sobre aquela atividade
vai ser tributado e informado naquele CNPJ. O CNPJ não transforma o empresário individual
em pessoa jurídica.
“Empresário é quem exerce atividade em nome próprio.” Empresário individual é
aquela pessoa que exerce atividade em nome próprio assumindo os riscos daquela atividade.
Portanto, ele tem responsabilidade ilimitada, e responde com todos os seus bens pelo
resultado da atividade.
Obs.: bens individuais são bens que não estão vinculados à atividade econômica que
o empresário individual desenvolve.
Se os bens vinculados à empresa não forem suficientes para fazer o pagamento aos
credores, os credores podem invadir o patrimônio individual do empresário, podendo pedir
penhora em dinheiro, penhora do carro, da casa onde ele reside, etc. Logicamente, os credores
primeiro devem se satisfazer em face dos bens vinculados à atividade (à empresa); somente se
esses bens não forem suficientes é que os credores podem invadir os bens individuais deste
empresário.
4
Página

CONCEITO DE EMPRESÁRIO INDIVIDUAL

Todos os direitos reservados ao Master Juris. www.masterjuris.com.br


Art. 966, caput, c/c art. 972, CC.

Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em


pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.

O art. 966 dá a caracterização de empresário e o art. 972 dá os requisitos, para uma


pessoa ser empresário individual.
Hipótese! Uma pessoa plenamente capaz, porém impedida por lei (como um juiz),
viola o impedimento e exerce a atividade empresarial de forma independente (ele abre um bar,
sozinho). Ele poderia depois disso dizer aos credores que não podia estar exercendo aquela
atividade e deixar de pagar a eles? Não; afinal, ninguém pode se beneficiar da própria torpeza.
E nos termos do art. 973, CC, ele terá que arcar com o que deve aos credores.

Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de


empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas.

EMPRESÁRIO INDIVIDUAL INCAPAZ

É possível haver empresário individual incapaz?


A capacidade civil plena é requisito para se começar a atividade empresarial. Se no
decorrer do caminho, após o início das atividades empresariais, o empresário individual
perder a capacidade, a atividade não precisa acabar, conforme diz o princípio da preservação
da empresa (também chamado de “princípio da conservação da empresa”). Isso significa que,
mesmo diante de uma incapacidade, a atividade pode continuar (podendo ser preservada).
Pode ocorrer em duas situações:
1. O próprio empresário individual pode ser acometido por uma incapacidade (em
decorrência de acidente, ou doença, por exemplo), tornando-se relativamente ou
absolutamente incapaz;
2. O empresário individual pode falecer e deixar herdeiros incapazes.
Obs.: este incapaz não necessariamente precisa ser criança. Pode ser um maior de
idade acometido de alguma incapacidade absoluta ou relativa, nos termos do art.
5
Página

3° e 4° do CC.

Todos os direitos reservados ao Master Juris. www.masterjuris.com.br


Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da
vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os
exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir
sua vontade;
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação
especial.

O artigo que regula essa situação é o art. 974, CC.

Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente


assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por
seus pais ou pelo autor de herança.
§ 1o Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das
circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em
continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais,
tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos
direitos adquiridos por terceiros.
§ 2o Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já
possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao
acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a
autorização.

O incapaz não pode começar atividade econômica, pois afronta a regra do art. 972 do
CC. Porém, conforme se depreende do caput do art. 974, o incapaz pode continuar a
atividade. Sendo incapaz, ele precisará de representante (se absolutamente incapaz) ou de um
assistente (se relativamente incapaz).
Pegadinha de prova! Quem se torna empresário, exercendo a atividade, nestes casos,
6

é o representante/assistente? Não. O representante/assistente é um longa manus, um


Página

instrumento para que o incapaz possa exercer a atividade. O empresário continua sendo o
incapaz, ainda que isso soe estranho. Em regra, para ser empresário individual há necessidade

Todos os direitos reservados ao Master Juris. www.masterjuris.com.br


de ter capacidade civil plena; porém, excepcionalmente, e em decorrência do princípio da
preservação da empresa, o empresário continua sendo o incapaz. O incapaz, porém, não vai
exercer a atividade pessoalmente/diretamente, mas através do seu representante/assistente.
A continuidade da empresa vai depender de uma autorização judicial. A
incapacidade não é uma punição, mas sim um instituto de proteção. Aonde houver a figura do
incapaz, haverá a necessidade de processo judicial, com juiz e promotor de justiça zelando
pelos interesses do incapaz. Obviamente, o magistrado irá ouvir os envolvidos no processo, se
forem menores ele ouvirá os pais ou tutores.
Além disso, a autorização a ser dada judicialmente pode ser revogada a qualquer
tempo. Se o juiz deu a autorização em face de um contexto (porque era conveniente), e esse
contexto foi alterado (ficando inconveniente), o juiz pode rever a ordem dele e revogar a
ordem dele (art. 974, §1°, CC). Obviamente que o juiz irá analisar o porte da empresa, há
quanto tempo ela existe, o montante de valores que ela movimenta, a quantidade de pessoas
que ela empresa.
A regra do art. 974, §2°, CC, é muito importante. Trata-se de outra regra de proteção
ao incapaz. O empresário individual, em regra, tem obrigação ilimitada. O incapaz, contudo,
não desenvolve diretamente a atividade econômica, mas sim através de um representante ou
assistente. E não se sabe como o representante/assistente vai se sair na condução da atividade.
Então é preciso evitar que o incapaz seja reduzido à miséria. Para se fazer isso, os bens que o
incapaz já possuía (no momento em que foi interditado) e não têm relação com a atividade
empresária são protegidos. Em eventual resultado negativo da empresa, estes bens não
responderão.
No caso do parágrafo acima, se no futuro, o incapaz empresário individual adquirir
outra casa e outro carro, mesmo estes bens não tendo relação com a empresa, eles vão
responder perante credores, pois adquiridos após a interdição. A lei protege o mínimo
existencial, os bens que o incapaz possuía no momento da interdição.
E em caso de morte do empresário individual, em que ele deixa herdeiros incapazes?
Ocorrerá o fenômeno da sucessão; os bens que os incapazes já possuíam no momento da
interdição e que não tinham relação com a empresa (ou seja, os bens recebidos por sucessão)
não respondem (novamente, consta no art. 974, §2°).
7

Portanto, todo o art. 974 do CC trata de mecanismos de preservação da empresa e de


Página

proteção dos interesses do incapaz.

Todos os direitos reservados ao Master Juris. www.masterjuris.com.br


Obs.: o §3° do art. 974 do CC não será tratado neste momento, pois ele trata da
figura do “sócio incapaz”, e neste momento está se tratando do empresário individual incapaz.
Assim, este parágrafo será visto em “direito societário”.

EMPRESÁRIO INDIVIDUAL CASADO

Art. 978, CC.

Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal,


qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o
patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.

Este artigo determina que o empresário individual casado não precisa de outorga
conjugal para alienar bens da empresa, não importando o regime de casamento – desde que o
bem seja unicamente vinculado à atividade empresarial.
Aqui, o legislador quis evitar que problemas conjugais interferissem na atividade
empresarial. Ex.: se um empresário quisesse vender seu ponto, e seu cônjuge não assinasse a
autorização, o problema conjugal inviabilizaria a realização de um negócio, gerando um
entrave na atividade econômica organizada.

ATOS DE INTERESSE DOS CREDORES DO EMPRESÁRIO INDIVIDUAL

Como o empresário individual tem responsabilidade ilimitada, respondendo com


todos os seus bens diante dos resultados da empresa, qualquer fator que gere alteração na
situação patrimonial do empresário individual é de interesse dos credores. Assim, se o
empresário se casa, se divorcia, recebe legado ou herança, tudo isso tem impacto patrimonial,
e pode refletir no interesse dos credores. Portanto, tais atos deverão ser levados a registro
(averbação). Art. 979 e art. 980, CC.

Art. 979. Além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados, no


Registro Público de Empresas Mercantis, os pactos e declarações
8
Página

antenupciais do empresário, o título de doação, herança, ou legado, de bens


clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade.

Todos os direitos reservados ao Master Juris. www.masterjuris.com.br


Art. 980. A sentença que decretar ou homologar a separação judicial do
empresário e o ato de reconciliação não podem ser opostos a terceiros, antes
de arquivados e averbados no Registro Público de Empresas Mercantis.

O empresário individual é uma pessoa física, que sozinho desenvolve a atividade econômica,
por sua conta e risco. Por isso há a necessidade desta averbação.
9
Página

Todos os direitos reservados ao Master Juris. www.masterjuris.com.br

Vous aimerez peut-être aussi