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Introdução
Sobre a liberdade obedece, na sua forma e articulação a tradição inglesa e
apresenta um caráter reformista utilitarista. Apesar disso o Stuart Mill maduro tenta se
afastar ao máximo dessa visão utilitarista que preservou em sua juventude, e isso se da
pelo fato dele considerar o utilitarismo um tanto quanto reducionista.
O objeto desse ensaio é defender como indicado para orientar de forma absoluta
as intervenções da sociedade no individual, uma necessidade que é apresentada como
um principio simples, quer para o uso da força física sob forma de penalidades legais,
quer para a coerção moral da opinião pública. Esse principio então consiste em que a
única finalidade justificativa da interferência dos homens, individual e coletiva, na
liberdade de ação do outro, é a autoproteção (proteção de si mesmo e da vida). A partir
desse primeiro Principio, Stuart Mill vem a resultar e formular outros princípios, no
capitulo II iremos ver como ele apresenta a liberdade de pensamento e da discussão; no
capitulo III ele apresenta o individualismo como elementos geradores de um bem-estar;
no capitulo IV ele apresenta os limites da autoridade sobre o individuo, e como
conclusão apresenta maneiras práticas de como defender a liberdade.
Stuart Mill foi profundamente influenciado pela tradição liberal francesa, pois
foi estudioso da obra e amigo de Tocqueville, tendo discutido A democracia na América
em dois importantes ensaios. Ele então apresenta uma carência concreta da percepção
da dinâmica social, apesar disso ele não apresenta as ideais e premissas sociológicas da
tradição francesa.
Primeiro Capítulo
Segundo Capítulo
Terceiro Capitulo
É visto então que Mill propõe nada menos do que um antipaternalismo, que é
uma doutrina identificadora da doutrina liberal. Esse antipaternalismo se traduz na
deslegitimação da função de interveniência do Estado na vida das pessoas, com
fundamento na avaliação de que todo individuo precisa ser protegido até dos seus
próprios impulsos e inclinações. Assim sendo o pressuposto ético de Mill é de que:
“Sobre si mesmo, sobre o seu próprio corpo e espírito, o individuo é soberano”.
Quarto Capítulo
4°- Esse quarto capitulo começa com uma pergunta: Qual seria então o justo
limite à soberania do individuo sobre si próprio? Onde começa a autoridade da
sociedade? Quanto da vida humana se deve atribuir à individualidade, quanto à
sociedade?
A individualidade deve pertencer a parte da vida na qual o individuo é o
principal interessado, à sociedade a que à sociedade primacialmente interessa. Embora a
sociedade não se funde num contrato, e embora nenhum proveito se tire da invenção de
um contrato de que se deduzam as obrigações sociais, cada beneficiário da proteção da
sociedade deve uma paga pelo beneficio, e o fato de viver em sociedade torna
indispensável que cada um seja obrigado a observar certa linha de conduta para com o
resto. Essa conduta consiste, primeiro, em não ofender um os interesses de outro, ou
antes certos interesses, que, ou por expressa cláusula legal ou por tacito entendimento,
devem ser considerados direitos; e segundo, em cada um suportar a sua parte (a se fixar
segundo algum principio equitativo) nos labores e sacrifícios em que se incorra na
defesa da sociedade ou dos seus membros contra danos e incômodos. Justifica-se que a
sociedade imponha essas condições a todo o custo àqueles que tentam furtar-se ao seu
cumprimento. Nem isso tudo constitui aquilo que é permitido uma sociedade fazer. Os
atos de um individuo podem ser danosos ao outro, ou faltar com devida consideração ao
bem-estar deste, sem irem ao ponto de violar algum dos seus direitos estabelecidos,
Nessa caso, o ofensor pode ser justamente punido pela opinião, ainda que não pela lei.
Desde que algum setor de conduta de uma pessoa afete de maneira nociva interesses
alheios, a jurisdição da sociedade o alcança, e a questão de a interferência nesse setor
promover, ou não, o bem-estar geral, torna-se aberta a controvérsia. Tal problema
porem não tem lugar quando a conduta de um individuo não afeta interesses de outros
ao seu lado, ou não necessite afetá-los a não ser que esses outros o queiram (todos os
interessados sendo maiores e da ordinária soma de compreensão). Em todos esses casos,
deve haver perfeita liberdade, legal e social, de praticar a ação e suportar as
consequências.